Fórum Defesa Brasil

Acredito que os amigos tenham notado que, na notícia, é dito que o MD (até aí nada de novo ) e a FAB (aí sim, novidade! ) concordam. Nas buenas, não sei mais o que pensar a respeito, apenas algo que sei faz anos: soberania é coisa que nunca tivemos mesmo, logo, ninguém pode perder o que nunca teve.

Fica difícil a gente fazer um juízo de valor, sem conhecer os detalhes do acordo entre Embraer, Boeing e governo brasileiro. Talvez tenha sido uma boa alternativa, para a sobrevivência/crescimento da Embraer, e da soberania brasileira em termos de tecnologias aeronáuticas.

A Embraer como a conhecemos não existirá mais. Apenas um arremedo dela supostamente voltada para as áreas executiva e defesa, que são totalmente dependentes da comercial.
Enfim, não dá para reclamar perder o que de fato nunca tivemos. Principalmente em relação aos americanos.

abs.

A ver, sabemos que não existe possibilidade de comparar a cadeia de fornecedores aeronáuticos dos EUA com as parcas contribuições do Brasil . Aparentemente pelo que recordo ter lido, chega somente a uns 5% os componentes nacionais nos jatos de transporte da Embraer
A maior parcela acho (sem conhecimento do tema) que se refere a engenharia e desenho dos projetos.
Esperemos que os recursos que por ventura advenham desta Joint-Venture possam dar prosseguimento aos projetos de defesa atuais e vindouros.

PS: Tambem acredito em duendes e mula-sem-cabeça

Abraços

13/06/2018
FUSELAGEM TRASEIRA DO GRIPEN, PROJETADA PELA AKAER, PASSA NOS TESTES DE CARGA



A Akaer – empresa certificada como EED (Empresa Estratégica de Defesa), com controle acionário nacional e gestão independente – projetou a fuselagem traseira do caça Gripen que foi aprovada após passar pelos testes de carga.

Engenheiros e técnicos brasileiros da Akaer desenvolveram uma nova fuselagem traseira para as aeronaves de caça Gripen E/F da Força Aérea Brasileira (FAB). O projeto baseia-se na tecnologia desenvolvida pela Saab para a versão anterior da aeronave. Porém, a Akaer precisou redesenhar algumas estruturas desde o conceito básico até o detalhamento total da estrutura.

A Akaer mudou a arquitetura da estrutura, dando uma solução inovadora para atender os requisitos da nova versão do caça, mais potente, com novos aviônicos, novas funcionalidades, além de maior durabilidade. Para isso, além de redesenhar a estrutura da fuselagem traseira, foi preciso redesenhar a ligação entre o motor e a fuselagem, definir novo design para os painéis laterais, projetar uma nova porta do compartimento do motor e redesenhar a ligação da empenagem, para atender às severas cargas térmicas, voo, pouso e decolagem típicos de um caça supersônico. O mesmo acontece com os pontos de fixação do motor, atendendo às necessidades de durabilidade exigidas pela FAB.

A empresa revisou algumas estruturas com o objetivo de adotar novos conceitos. O novo projeto da porta do compartimento do motor utilizou material e conceitos diferentes das versões anteriores do caça, resultando em melhorias significativas na relação peso / resistência / durabilidade.

A baía do APU (Auxiliary Power Unit – Unidade de Energia Auxiliar), espécie de gerador, também foi redesenhada para atender aos novos requisitos do caça, com temperaturas e vibrações elevadas.

“Agregamos muito valor a essa estrutura. Foram anos desenvolvendo o projeto e mais um ano de testes de carga na sede da Saab, na Suécia, que validou o nosso projeto. Isso nos deixa muito orgulhosos por comprovar o quanto nossa empresa está capacitada para desenvolver projetos de extrema complexidade como esse”, explica o presidente e CEO da Akaer, Cesar Augusto Teixeira Andrade e Silva.

Os testes de carga da fuselagem traseira simulam todas as manobras previstas pela aeronave em operação sobre a estrutura do avião, acrescidas de 50%, para atender as normas de certificação. Esses testes utilizaram 140 sensores de tensão para medir o estresse nos pontos críticos da estrutura.



Sobre o Grupo Akaer

O Grupo Akaer, fundado em 1992, é especializado no fornecimento de soluções tecnológicas em diferentes áreas de atuação como aeroespacial, defesa, energia e automotiva. Com mais de 350 funcionários altamente capacitados, tem atuado no desenvolvimento em projetos estratégicos para o Brasil como o Gripen, KC-390, além de câmeras para satélites.

https://www.akaer.com.br/20180613.html



abs.

arcanjo

Isso 'e muito triste. Considerando que temos a Embraer que faz projetos inteiros de aeronaves e desenvolve tecnicas de desenvolvimento reconhecidas no mundo inteiro.

Pegaram uma fuselagem "traseira" de Gripen C, sabemos que ter'a um motor novo (F414) o que requer mudancas estruturais obvias, deram a tarefa para a Akaer para fazer os ajustes (esses baseados em especificacoes da SAAB e da GE), a Akaer foi la e fez o que mandaram e isso 'e considerado algo de outro mundo.



Nada contra a Akaer e quem foi la e fez o trabalho, devem de fato estar orgulhosos dos seus desenhos, mas ser'a que ninguem ve isso com um certo senso critico considerando tudo o que a Embraer ja faz hoje em termos de projetos aeronauticos?

Qual 'e o ganho real disso? Somos qualificados a reprojetar pedacos de aviao ja existente? Esse e' o ganho? Quem vai comprar isso?

[]s
CB

Eu acho que nesses tempos de desnacionalização da Embraer, como da desindustrialização do país, qualquer iniciativa que vise fomentar o pouco que ainda existe por aqui é muito louvável e necessário.
O contrário disso é simplesmente abrir mão de tudo o que a Embraer e a indústria aeronáutica ao redor dela fizeram nos últimos 50 anos.
Enfim, pode não render benefícios no curto prazo, mas lá na frente com certeza se provará um acerto.

Abs

FCarvalho escreveu: ↑Qua Jun 13, 2018 8:22 pm Eu acho que nesses tempos de desnacionalização da Embraer, como da desindustrialização do país, qualquer iniciativa que vise fomentar o pouco que ainda existe por aqui é muito louvável e necessário.
O contrário disso é simplesmente abrir mão de tudo o que a Embraer e a indústria aeronáutica ao redor dela fizeram nos últimos 50 anos.
Enfim, pode não render benefícios no curto prazo, mas lá na frente com certeza se provará um acerto.

Abs

Nao 'e assim que se fomenta uma industria. Nao 'e recauchutando lataria e projetos fingindo que estamos aprendendo com, considerando a industria que ja temos que chegaremos a algum lugar. Isso 'e pura ilusao e perda de tempo.

Nao existe nenhum indicativo dos tais de beneficios "mas la na frente..." Pelo menos nenhum beneficio que ja nao estamos carecas de saber. Isso sim 'e ignorar a nossa capacidade real e isso 'e um erro!

[]s
CB

Lima, nós já podemos contar a partir de agora a indústria aeronáutica do Brasil antes e depois da Embraer.
E posso garantir que não vai sobrar nada depois.
Com ou sem Akaer.

Abs

Notar que se está deixando passar em branco um fato importante nesse debate: não existiria Embraer sem o DCTA, e o DCTA não serve pra nada sem uma Embraer da vida aqui para sustentar a cadeia produtiva que nasceu e cresceu ao redor dela. E principalmente, forma e incentiva a mão de obra do setor aeroespacial brasileiro.

Ou alguém acha que a Boeing vai deixar pedra sobre pedra neste aspecto no Brasil? Só sendo muito ingênuo.

Aliás, sem a linha de produção comercial da Embraer, o que sobra para fazer no Brasil no setor aeronáutico? Jatos executivos e KC390 não dá nem pro começo.

E não vou nem falar da P&D...

ps: como cidadão pagador de impostos, sinto-me não apenas traído como extremamente ofendido por ver um ativo nacional da envergadura e importância da Embraer ser vilipendiado desta forma. Principalmente por quem de ofício deveria defendê-la a qualquer custo. Inclusive de governos vendilhões como os nossos.

Abs

Nao vamos confundir as coisas. Somente questionei o tal do ganho da Akaer como projetista de auto-peca previamente feitas em outro lugar (afinal o prototipo ja voa com o motor novo).

Se 'e para falar da Embraer a discussao 'e diferente.

Nao vamos misturar os canais.

[]s
CB

Túlio escreveu: ↑Qua Jun 13, 2018 10:43 pm

Insisto que há catastrofismo demais no ar. Tá certo, o que atualmente sabemos da política nos leva a ver tudo com cores berrantes e borradas, de certo modo está fora de moda acreditar no Brasil e, infelizmente, creio que há muita razão nisso. Mais, creio ainda que o Brasileiro não estava preparado para saber do que realmente é feito o Brasil, ao menos este Brasileiro aqui não.

De qualquer modo, o que sabemos de concreto sobre o que será ou deixará de ser da EMBRAER? O que vemos são matérias e artigos de gente cujo maior intere$$e se prende a alguma IDEOLOGICE (que vai desde o Brasil se tornar a nova URSS até se tornar o 51º Estado dos EUA, ficando uma espécie de Vuvuzela que deu certo pelo meio do caminho) ou mesmo pura e simples vontade/nece$$idade de aumentar visualizaçõe$ no seu $ite. Onde diabos está a josta da Verdade? Ninguém sabe. Ninguém viu.

Assim, não vejo essa relevância toda em a Akaer fazer bunda de Gripen, mas também não desprezo: manter cérebros aqui ao invés de exportá-los parece ser a ideia, e é das buenas. Aliás, não me consta que exista o conhecimento sobre este tipo de parte no Brasil, nem vejo como alternativa atraente pagar a outro no exterior para desenvolver, ao invés de fazer junto com quem sabe e como parte de um contrato já assinado e em andamento, na remotíssima hipótese de um dia - não vou estar vivo pra zoar VOSMEÇÊS, claro - a FAB resolver encomendar um caça nacional.

Aliás, o Lima véio estaria soltando foguete se o anúncio fosse de que a Akaer tivesse aprendido a COPIAR direitinho a bunda do Rafale ou, no pior dos casos, a do Super Bug (porque não tem mais o que DESENVOLVER na fuselagem ou superfícies de voo e controle deles); eu mesmo então estaria pagando cerveja pra cambada toda se ela tivesse anunciado seu pleno credenciamento pela Rosob para fazer a rebimboca da parafuseta do Devil's Sledgehammer (Marreta do Diabo, pros HEREGES) da FAB. Mas a vida não é assim, tipo não deu o que eu quero, então fico no cordão da calçada chorando as pitangas.

Não. Se a decisão não está nas minhas mãos mas sim apenas a conta pra pagar (e quem mandou eu acreditar nessas besteiras de democracia?), eu pago e não bufo.

Aliás, o Gripen me parece uma ótima escolha. Não é nenhum FLANKER 35 mas...

Eu acho interessante que como sempre o mais interessante 'e desqualificar a pessoa do que ter um bom debate.

Tulio, voce definitivamente nao me conhece quando assume que eu estaria soltando foguete caso o Brasil estivesse fabricando a 'bunda' de Rafale ou Super Hornet. Realmente voce est'a falando uma enorme bobagem em assumir isso.



[]s
CB

Carlos Lima escreveu: ↑Qui Jun 14, 2018 1:01 pm Nao vamos confundir as coisas. Somente questionei o tal do ganho da Akaer como projetista de auto-peca previamente feitas em outro lugar (afinal o prototipo ja voa com o motor novo).
Se 'e para falar da Embraer a discussao 'e diferente.
Nao vamos misturar os canais.
[]s
CB

Até onde eu sei a Akaer não vai fazer nada pré fabricado em lugar algum. A empresa foi contratada para projetar e construir partes do Gripen E, e foi isso que que ela fez. Até prova em contrário.

Abs

Carlos Lima escreveu: ↑Qui Jun 14, 2018 1:13 pm
Eu acho interessante que como sempre o mais interessante 'e desqualificar a pessoa do que ter um bom debate.

Tulio, voce definitivamente nao me conhece quando assume que eu estaria soltando foguete caso o Brasil estivesse fabricando a 'bunda' de Rafale ou Super Hornet. Realmente voce est'a falando uma enorme bobagem em assumir isso.



[]s
CB