"SAITO - O Brasil perdeu a liderança há muito tempo. Pelo menos em termos de Força Aérea, perdeu, acho, para o Chile, Peru, agora a Venezuela. A nós, militares, preocupa muito esse arsenal que a Venezuela está comprando, obviamente. Mas não vemos isso como uma ameaça, porque o Brasil pode não ter já, mas tem muito potencial. Qualquer país, antes de tomar qualquer atitude, vai pensar nisso. Nós temos, por exemplo, um pessoal muito preparado, e isso é importantíssimo. Material, você compra de um dia para outro, mas pessoal você não prepara, não."
Esses pronunciamentos, mormente pré-pensados quando dados em entrevistas, específica e principalmente quando o assunto é geopolítica e envolvendo o Chavito, tem uma carga enigmática densa e nebulosa.
Pode-se dizer que o brigadeiro lastreou muita coisa nas entrelinhas, ou então que não disse absolutamente nada do que está realmente ocorrendo.
Em minha particular opinião, balizando-me nas conseqüências do efeito "Chapolin Colorado", tanto às FFAA (no caso a FAB), levados pela turma dos emplumados da diplomacia lulesca, querem é incomodar o mínimo o coronel maluquinho. A diferença está nos motivos que geram esta pudicidade no trato.
A diplomacia, com seus sonhos dionísicos e trescalatos, quer um Mercosul com todos os países de mãozinhas dadas e aplaudindo desvairadamente o Brasil para um assento permanente no CS da ONU.
As FFAA porque sabem no que estão frágeis e até onde podem responder a movimentos mais agressívos dos "lelés da cuca" que nos roeiam.
Contudo, nem um candango de Brasília duvidaria, cedo ou mais tarde, o bolivariano, o "paragüense, as FARC ou o índio flatulento (um só ou em conjunto) irão nos causar problemas. E se nóa não tivermos força de dissuação que os faça pensar antes de perpetrar tal cag#da, teremos coisa pior, que é os americanos correndo Amazônia adentro fingindo que estão ajudando a impor à paz.
E que não venham dizer que o bolivariano encrenqueiro não nos traria problemas, porque seu inimigo número 1 são os americanos do norte. Ele quer, ele precisa de uma encrenca, E essa virá. Porque ele bate de frente com tantos parâmetros e interesses, que mais dia menos dia esbarra em confronto direto conosco ou outro qualquer.
Sem encrenca como ele justificaria os petrodólares que anda torrando?
As vezes leio que não há interesse estratégico, dele, em cutucar o Brasil. Mas, se pensarmos que interesses não há apenas os diretos a gama de possibilidades aumenta geometricamente.
Infelizmente, o Itamaraty anda fazendo a exarcebação da sua costumeira política de "pó-dearroz". Tudo bem, um país emergente, e no quintal de um todo poderoso, não pode aspirar a brigão. O que não significa que tenha que ser um "capão". Por outro lado, está se deixando um espaço demasiado para às estrepolias do bolivariano doidão. Agora mesmo, nosso chanceler, deu uma entrevista que se colocou ridícula depois das palavras do Chavez.
Disse o chanceler Amorim (publicado em "O Globo", data-hoje):
"...esperamos uma palavra simpática ao senado brasileiro".
Aí, disse o Chavito em resposta (em entrevista no Irã - publicado no mesmo jornal, mesma dt):
"Se eles não querem que nós entremos no Mercosul nós não temos nenhum problema. Inclusive, sou capaz de retirar a solicitação."
Ou seja, só faltou nos mandar à ....!
E afina, o que o chanceler queria que o Chaves dissesse? Que mandasse um beijo, um bilhete enamorado?
Por isto, posso entender as dificuldades enfrentadas pelos comandantes militares para reequipar suas forças. Se, por um lado, há a rabugência das pastas de econômia, por outro esbarram nos "via...", digo, nos delicados diplomatas brasileiros, que seguem com seus sonhos idílicos com um Mercosul virtual (que já morreu há muito mas esqueceram de enterrar).
Em suma: Em minha opinião o brigadeiro falou o que podia. Não disse o que se encaminha, até porque já é um esforço hercúleo guardar segredo no Brasil, como se vê no caso dos documentso sobre a guarda do espaço aéreo (citado à entrevsita). Ele não pode sair dizendo nem o que pretende, muito menos se há algo sendo encaminhado (no quesito compras de armamentos), sob pena de ver melar tudo por obra dos "contrários" e prós-chavistas no governo.
Com certeza, o efeito Chaves é irreversível. E para às FFAA será benéfico, quanto à sua reequipagem.
Excetuando-se que os caras lá da belacap sejam mais loucos, muito mais loucos mesmo, do que o Chapolin Colorado.
