Não vejo deste modo, ou seja, "nem tem como comparar 4G com os atuais 5G" e "mencionar o F-35 é off-topic": o nosso caça é (será) o Gripen, um 4G (ou, como preferem os mais preciosistas, 4,5G, significando,
no meu entender, que é um 4G com algumas tecnologias e capacidades de um 5G), OK, tri; mas que há de tão ruim ou impróprio ao comentar possíveis competidores, comparando-os a seguir?
De resto, acompanhei o debate sobre a assinatura IR do mais novo caça dos EUA e notei que a tigrada está focando quase que exclusivamente nas emissões de gases quentes pelo escape da enorme e potentíssima turbina, o que é um ponto válido mas não é tudo: a fuselagem inteira e as superfícies alares têm sua própria carga de emissão de calor (na verdade, diferencial de temperatura), o que pode ser visualizado naquela famosa foto dos testes do AIM-9X, na qual se pode ver não um borrão colorido (como no filme do Predador) mas a
imagem de um F-4, quase uma fotografia em P&B. Nunca vi, li nem ouvi falar de qualquer tecnologia em uso ou ao menos ligeiramente perto de estar pronta (operacionalmente falando) capaz de gerar um grau de furtividade a um sistema IIR sequer algo comparável à que pode ser obtida contra emissões EM (e mesmo contra estas a defesa passiva é frágil, o Cabôco Orestes enjoou de discorrer sobre isto em seu tempo entre nós (inclusive em várias MPs trocadas comigo e com outros Foristas), bastava aumentar o comprimento de onda se o objetivo era detectar aeronaves protegidas por tintas e/ou materiais absorventes de radiação eletromagnética, conhecidos como RAM ou MARE; já as que, como o F-22, possuem revestimento desenhado para "espalhar" as ondas, reduzindo em intensidade seu retorno à fonte emissora, era questão de aumentar a potência de emissão, obtendo-se um retorno de energia suficiente à antena para mostrar que algo está ali. Contra ambos, uma combinação dos fatores acima elencados. Há ainda frequências e modos alternativos, que incluem até as usadas em radares meteorológicos, buscando fontes não-naturais de turbulência (por exemplo, um avião ou míssil a velocidades de centenas de nm) e, claro, o próprio IRST/FLIR, estes podendo ser usados como "gatilhos" para alterar as frequências e potência emitidas pelo radar no modo, p ex, TWS. Para manter o foco no Gripen e seu "olheiro", o radar Erieye dos -99, ambos poderiam concentrar muita energia sobre um alvo
detectado, mesmo estando ainda longe demais poder ser
rastreado, pelo IRST (se supõe que os caças destacados para engajamento direto estarão bem à frente do AEW&C e operando em rede, ou seja, perto o suficiente para detectar qualquer anomalia termal e repassar em tempo real os dados tanto aos seus próprios radares quanto ao do -99).
Há ainda a questão do uso de AAMs BVR (frisada pelo Lima véio), com os 5G se aproveitando de sua furtividade para atacar de longe; não é essa moleza toda, uma coisa é o alcance
total de um engenho destes, outra (muitíssimo mais importante) é sua NEZ, que "encolhe" à razão direta da capacidade de manobra e evasão do alvo. Isso (ao menos em tese) levará o F-35 a ser obrigado a chegar mais perto, expondo-se ao IRST adversário. E aí complica de vez, pois, em relação a ele, com suas pobres capacidades de desempenho (comparadas às dos rivais), a NEZ fica BEM feia. E sem contar que, a partir do momento do disparo, o BVR (que não é furtivo) será detectado quase que imediatamente, tanto por um radar comum quanto pelo citado IRST, denunciando a presença de aeronave hostil e, dada a ausência de sinal aos sensores nos modos e potência usuais, será mais um "gatilho" a desencadear as contramedidas citadas como exemplo no parágrafo anterior.
Assim, creio ter justificado (ao menos em parte) meu comentário - BEM anterior - de o F-35 ser o AMX do século XXI: combinando suas características naturais (furtividade) ao mencionado pelo Gabriel véio (mascaramento pelo terreno em voo sem PC), é uma aeronave de ataque terrível; detectado e rastreado, não é muito mais do que um
sitting duck com alguma capacidade de autodefesa. Ilustrando: em ataque à superfície, um F-35 (
para mim deveria ser A/F-35) poderia "rastejar" incógnito em direção a um alvo e, chegando à posição, lançar-lhe algumas PGMs (como as chamadas GBUs) de longo alcance e sem propulsão, mantendo-se discreto e as munições idem. A chance de sucesso seria imensa; já na tentativa de abater caças como os Eurocanards (Gripen E/F, no caso) ou FLANKER 35, antevejo-lhe problemas extremamente complexos. Talvez o Bill Sweetman não seja apenas um mero detrator e alarmista...
É o que penso.
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