Nukualofa77 escreveu:Wolfgang, acho q tu não está entendendo o teor de meu post. Não estou negando o radicalismo de alguns setores religiosos e políticos iranianos; diga-se de passagem q no Irã o cinema não pe proibido, aliás existem grandes cineastas iranianos, inclusive mulheres. No entanto, a Árabia Saudita exerce sem contestação um repressão as liberdades civis extremamente mais radical do q no Irã... porque será?...
Obs.: o caso dos filme 300 foi uma ação isolada pelo simples fato de ser uma ficção em q os persas são estereotipados; a exacerbação do protesto foi mais um exemplo de falácia pseudo-nacionalista de Amadnejah...
I. O radicalismo não é de alguns setores, é institucionalizado.
II. E eu com a Arábia Saudita? Já me viu exaltar aquele país, que mal conheço - e prefiro manter a minha ignorância no assunto?
III. Iranianos estereotipados? Aquilo é fantasia, em que pese a história ser bem conhecida de todos e não destoar tanto do que nos chegou pelos relatos. Estereótipos por estereótipos, o que dizer dos troianos e seus cuecões de couro e capa de Super-Homem? A diferença consiste que no Ocidente nos é permitido rir de nós mesmos, no Irã até o sorriso é proibido - ainda que o nanico seja uma das criaturas mais caricatas que Alá tenha colocado na Terra.
Sabe o que me lembra? No livro e filme homônomo "O Nome da Rosa", trava-se um mistério sobre a morte de monges em uma abadia no noroeste da italiana, próxima à fronteira coma França, onde os religiosos são mortos por terem tido contato com uma obra de Aristóteles - de resto perdida no tempo - chamada Poética (na verdade, a segunda parte). Quem tinha contato com o livro morria invariavelmente.
Descobriu-se mais tarde que um dos monges mais velhos, Jorge de Burgos, envenenava as folhas do livro com substância tóxica, de modo que aqueles que viessem a tocá-las morria quase que instantaneamente.
O motivo pelo qual o velho monge, paradoxalmente, um cego de memória vasta e muito culto, era que a obra aristotélica versava sobre o riso e como o riso tinha um efeito benéfico para o Homem. No entanto, Jorge acreditava que a obra era perigosa, pois permitia que pudéssemos rir de tudo, dos santos e suas histórias, de Cristo e até de Deus. O que dava essa força ao texto era autoridade de Aristóteles, considerado na Idade Média, o Filósofo entre os filósofos.
Jorge, apesar da cultura erudita, não sabia rir do mundo ou de si mesmo e cria que o mundo não devesse rir, por isso as matava. Matava porque acreditava que com o riso, a autoridade da Igreja esvaneceria com a comédia.
Por essas e outras, se me perguntassem em que lugar o Irã fica, eu responderia que nas montanhas entre a Itália e a França, entre os séculos XII e XIII.