Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Enviado: Dom Set 23, 2018 7:26 am
OK... indícios = especulação.
Tudo pode acontecer. Vamos ter que aguardar para ver.
Tudo pode acontecer. Vamos ter que aguardar para ver.
Túlio, sem entrar no mérito do nacionalista bom contra o nacionalista mal, mas existem algumas diferenças entre Helibras e Embraer:Túlio escreveu: ↑Dom Set 23, 2018 10:30 amCavalheiros, o que mais tenho visto neste tópico é uma curiosa forma de xenofobia, e que chamo de Nacionalismo Seletivo: a EMBRAER vai acabar se fizer algum negócio com a BOEING, dizem e mostram seus "indícios", para a seguir municiar a chamada Justa Indignação.
Só que conheço um caso parecido e não vejo ninguém bufando nem procurando "indício". Permitam-me contar uma historinha 100% real:
Em 1977 uma empresa da França, a Aérospatiale, decide, após estudos e conversações que duraram anos, se instalar no Brasil começando, como normal, inicialmente em SJC. Em abril de 78, foi formalmente - e após muita discussão, porque o Françuá queria porque queria que se chamasse Aérospatiale do Brasil SA - criada formalmente a Helicópteros do Brasil SA - HELIBRAS, agora em Itajubá, MG. E começaram muito bem, nada de mandar tranqueira véia para fazer aqui, eram o Écureuil, que tinha feito seu primeiro voo uns 3 anos antes, e o Dauphin (que veio depois), idem. Notar, o desenho dessas aeronaves era tão "futurístico" e sua tecnologia tão avançada para a época que mesmo hoje ninguém lhes torce o nariz, as linhas dos anos 70 continuam bem modernas, mais de 40 anos depois. Agora
ATENÇÃO - A composição acionária original era de 54% para o governo de MG, 1% para uma empresa Brasileira de Aerofotogrametria (Cruzeiro do Sul) e os restantes 45 % para a Aérospatiale. Notemos, havia a preocupação com o fato que a nova empresa, por seu caráter estratégico, deveria ser controlada por Brasileiros, mesmo que montando aeronaves estrangeiras sob licença (certamente pretendiam que servisse de base para uma futura "EMBRAER dos helicópteros"). Mais adiante (1990), a composição acionária mudou, com a participação do governo de MG caindo para 25%, a da então Eurocopter (Aérospatiale + Daimler-Chrysler) se mantendo em 45% e o Grupo Bueninvest (SP) ficando com os restantes 30%. Mais adiante, a EADS chegou a 70% do controle da HELIBRAS. Não consegui achar dados sobre como está agora, com a AIRBUS.
Fuente: http://www.convergenciacom.net/pdf/livr ... s20-11.pdf
Notar, passamos de uns 60% de controle Brasileiro para no mínimo 70% de controle estrangeiro, e isso em uma empresa quase monopolista aqui dentro e que jamais desenvolveu uma só aeronave própria, apenas monta modelos de origem Francesa (e que são excelentes, admito sem problemas). E agora pergunto:
Com o controle estrangeiro, a seguir a "lógica" que impera neste tópico, por que será que o Françuá simplesmente não fechou a HELIBRAS, botou todo mundo pra rua e passou a nos vender heli feito na Europa?
Por que vai ser o fim do mundo se a BOEING tiver maioria acionária de uma parte da EMBRAER - a qual desenvolve seus próprios produtos, não-concorrentes e sim complementares com os da BOEING - mas com a HELIBRÁS tudo tri?
Repito, xenofobia seletiva...
Eu falo por mim mesmo. Já tinha até desistido deste tópico, mas não é por aí.
Marechal-do-ar escreveu: ↑Dom Set 23, 2018 11:55 amTúlio, sem entrar no mérito do nacionalista bom contra o nacionalista mal, mas existem algumas diferenças entre Helibras e Embraer:Túlio escreveu: ↑Dom Set 23, 2018 10:30 amCavalheiros, o que mais tenho visto neste tópico é uma curiosa forma de xenofobia, e que chamo de Nacionalismo Seletivo: a EMBRAER vai acabar se fizer algum negócio com a BOEING, dizem e mostram seus "indícios", para a seguir municiar a chamada Justa Indignação.
Só que conheço um caso parecido e não vejo ninguém bufando nem procurando "indício". Permitam-me contar uma historinha 100% real:
Em 1977 uma empresa da França, a Aérospatiale, decide, após estudos e conversações que duraram anos, se instalar no Brasil começando, como normal, inicialmente em SJC. Em abril de 78, foi formalmente - e após muita discussão, porque o Françuá queria porque queria que se chamasse Aérospatiale do Brasil SA - criada formalmente a Helicópteros do Brasil SA - HELIBRAS, agora em Itajubá, MG. E começaram muito bem, nada de mandar tranqueira véia para fazer aqui, eram o Écureuil, que tinha feito seu primeiro voo uns 3 anos antes, e o Dauphin (que veio depois), idem. Notar, o desenho dessas aeronaves era tão "futurístico" e sua tecnologia tão avançada para a época que mesmo hoje ninguém lhes torce o nariz, as linhas dos anos 70 continuam bem modernas, mais de 40 anos depois. Agora
ATENÇÃO - A composição acionária original era de 54% para o governo de MG, 1% para uma empresa Brasileira de Aerofotogrametria (Cruzeiro do Sul) e os restantes 45 % para a Aérospatiale. Notemos, havia a preocupação com o fato que a nova empresa, por seu caráter estratégico, deveria ser controlada por Brasileiros, mesmo que montando aeronaves estrangeiras sob licença (certamente pretendiam que servisse de base para uma futura "EMBRAER dos helicópteros"). Mais adiante (1990), a composição acionária mudou, com a participação do governo de MG caindo para 25%, a da então Eurocopter (Aérospatiale + Daimler-Chrysler) se mantendo em 45% e o Grupo Bueninvest (SP) ficando com os restantes 30%. Mais adiante, a EADS chegou a 70% do controle da HELIBRAS. Não consegui achar dados sobre como está agora, com a AIRBUS.
Fuente: http://www.convergenciacom.net/pdf/livr ... s20-11.pdf
Notar, passamos de uns 60% de controle Brasileiro para no mínimo 70% de controle estrangeiro, e isso em uma empresa quase monopolista aqui dentro e que jamais desenvolveu uma só aeronave própria, apenas monta modelos de origem Francesa (e que são excelentes, admito sem problemas). E agora pergunto:
Com o controle estrangeiro, a seguir a "lógica" que impera neste tópico, por que será que o Françuá simplesmente não fechou a HELIBRAS, botou todo mundo pra rua e passou a nos vender heli feito na Europa?
Por que vai ser o fim do mundo se a BOEING tiver maioria acionária de uma parte da EMBRAER - a qual desenvolve seus próprios produtos, não-concorrentes e sim complementares com os da BOEING - mas com a HELIBRÁS tudo tri?
Repito, xenofobia seletiva...
1) A Embraer é a queridinha dos brasileiros, a Helibras é a vadia dos brasileiros, para a primeira é só elogios, para a segunda só cacete, em parte isso se justifica pelos outros motivos:
2) A Embraer desenvolve e exporta, a Helibras só produz sob licença e só vende para o mercado interno;
3) A FAB tem um ITA, a MB não tem nada;
4) A Embraer é estratégica tanto do ponto de vista de produção quanto de desenvolvimento tecnológico, a Helibras só do ponto de vista de produção;
5) Para a Helibras barreiras comerciais são suficientes para justificar sua existência, para a Embraer barreiras comerciais podem ameaça-la;
6) A Embraer possui produto/projeto/tecnologia que interessa a estrangeiros, a Helibras não, ao contrário, é uma mera consumidora de produto/projeto/tecnologia estrangeira.
Eu não esqueci, listei as diferenças, não as semelhanças, para desenvolvimento a FAB tem o CTA e MB o CTMSP, mas para a formação de engenheiros e pesquisadores a MB não tem nada, nesse ponto a presença de um centro de formação faz uma enorme diferença.Lord Nauta escreveu: ↑Dom Set 23, 2018 5:08 pm Acredito que esqueceu, por exemplo, do CTMSP. A MB desenvolveu a duras penas a tecnologia de maior impacto no desenvolvimento da humanidade que e a nuclear.Falar que a MB não tem nada e um pouco de exagero.