Revanchismo sem fim
Moderador: Conselho de Moderação
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12888
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: Revanchismo sem fim
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- Brasileiro
- Sênior
- Mensagens: 9458
- Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
- Agradeceu: 252 vezes
- Agradeceram: 562 vezes
Re: Revanchismo sem fim
http://quemtemmedodademocracia.com/2011 ... ra-o-qtmd/“O torturador é um infame e covarde”,
garante o Brigadeiro Rui Moreira Lima – especial para o QTMD?
Por Ana Helena Tavares(*)
“Vargas governava cercado por nazistas”, lembrou Moreira Lima. Mas, diferentemente das ditaduras que reprimem e punem aqueles que são contrários a ela, na guerra – que, como garantiu o Major-Brigadeiro-do-Ar, “começou pelo mar” – os cadetes tinham liberdade de expressão: “Nós podíamos dizer se torcíamos pelos aliados ou pelos alemães”, frisou.
Todas as edições de “Senta a Pua!”, incluindo a em inglês Foto: Ana Helena TavaresClique aqui e assista a Rui Moreira Lima contando como o Brasil entrou na 2ª Guerra.
Sobre sua experiência na Itália, ele é autor de 2 livros – “Senta a pua!”, que já está na 3ª edição e traduzido para o inglês e “O diário de guerra”. Senta a pua! era uma ordem de abate, algo como: “Manda ver!”. Mas o homem que cumpriu 94 missões de guerra, sempre almejou a paz e, por conta disso, andou na contramão da ditadura, sendo colocado na reserva logo após o golpe de 64. E até hoje não foi anistiado pelo Estado. Tudo o que conseguiu foi na justiça comum. Pelo que reza a Constituição de 88, ele já teria a patente mais alta da Aeronáutica em tempos de paz, que é a de Tenente-Brigadeiro-do-Ar. Uma 4ª estrela no ombro, pela qual ainda luta. “Não pelo dinheiro, pois a diferença não é grande, mas por justiça”.
No início da década de 60, Rui Moreira Lima era responsável por organizar Conferências para cadetes. Em uma delas, foram explicados os motivos que levaram à construção de Brasília. “O Brasil estava à beira-mar, de costas para a terra, então a idéia era trazer o Brasil para o centro. Ainda se discute muito se foi bom ou ruim. Eu acho que foi ótimo, porque hoje o Brasil está integrado”, opina. Outra das Conferências (a 1ª), contou com a presença de D. Hélder Câmara. “Tem muita gente que engole a hóstia e nem sabe por que está engolindo a hóstia… Mas ele (D. Hélder) sabia tudo de costas”, elogia Moreira Lima, que pediu ao então padre que explicasse aos jovens militares o porquê da hóstia, o porquê da Páscoa, etc… Depois, ainda convidou um conferencista para ministrar-lhes uma palestra sobre o que é democracia e o que é ditadura.
“O livro do Estado Maior (regimento das Forças Armadas) dizia que o Comandante podia promover conferências de esclarecimento aos seus comandados”, garante Moreira Lima. Porém, ao que parece, o alto comando não gostou dos esclarecimentos. Na conferência sobre democracia e ditadura, um sargento fez uma pergunta sobre Reforma Agrária. Moreira Lima permitiu que o conferencista (que era um coronel) respondesse. “Ele não falou nada demais. Falou que é importante o governo dar ensino e mantimentos… E disse que o que o sujeito (agricultor) produzir é dele.” Em seguida, Moreira Lima ainda organizou uma conferência específica sobre Reforma Agrária. O conferencista fez uma crítica ao Congresso e “esse foi o ponto-chave”, analisa o Major-Brigadeiro, referindo-se aos motivos que o levaram a ser afastado da ativa. “Ao me impedirem de voar, tiraram a minha paixão”, lamenta-se.
“Quando veio a chamada ‘revolução’, que foi o golpe de 1º de Abril, eu estava em Santa Cruz. Eu era um oficial novo. Era Tenente-Coronel. E me convidaram para ser comandante da base. Enquanto isso, dois companheiros meus me telefonaram dizendo: ‘Rui, você não está sabendo o que está acontecendo, está uma loucura. Os majores estão tomando conta disso e ninguém mais está obedecendo a ordens. ’ Eu respondi da maneira como meu pai me ensinou (pela hierarquia): fui tenente, capitão , major, tenente-coronel e coronel desta unidade, agora vou comandar.”
O jovem Moreira Lima e sua esposa, com quem permanece casado até hojeRui Moreira Lima foi, então, alertado que outro militar – Lafayette –, com o mesmo pensamento legalista dele, já havia tentado comandar Santa Cruz e havia sido reformado. Moreira Lima tentou. “Não vai ter problema comigo não”, pensou. “Houve mil problemas, mas batalhei antes de haver os problemas.” E frisa que, durante o tempo em que conseguiu comandar a base, só mandou prender dois oficiais, mas “seguindo o regulamento militar e não por questões políticas”.
“Então, o que aconteceu é que, na luta pelo poder, me prenderam. Foi um golpe dentro do golpe”, definiu Moreira Lima, que diz ter orgulho de ter sido o único comandante de base a não ser preso de madrugada, nem em casa. Recebeu voz de prisão por telefone, na base, de madrugada, mas conseguiu passar o comando apenas na manhã seguinte, pois, do contrário, “iria morrer mais gente”. Atitude serena que irritou os militares golpistas: “Passa logo o comando desta merda”, ouviu do ministro militar que o telefonou. No que Moreira Lima respondeu: “O Senhor pode achar que esta base é uma merda, mas para mim não é. Agora, se o senhor disser que eu sou, aí eu fico à vontade e digo que o senhor é outra. O senhor venha aqui amanhã de manhã e faça aquele discurso bonito onde tinha dito que eu era o oficial padrão da FAB”.
Após a troca de comando, Moreira Lima ficou três dias em casa até ser efetivamente preso. “Foi uma violência. Me colocaram no porão do navio de tropa Barroso Pereira, perto da Ilha Fiscal. Quando todos os colegas estavam no Leopoldina, que era um navio de turismo, com ar condicionado, comida boa, banho de sol, etc… Três dias depois de eu ser preso o meu comandante de guerra soube que tinham me colocado num navio diferente e telefonou pro Castelo Branco, que também tinha sido meu companheiro na guerra (ele era general, eu tenente). Aí me mudaram de navio e cumpri 49 dias de prisão. Não havia nada contra mim. Mas, depois disso, passei a ser campeão sul-americano de prisão. ‘Qualquer coisa, prende o Rui!’”. Segundo Moreira Lima, antes do golpe de 64, ele nunca havia sido preso por questões políticas: “Nunca fui indisciplinado, mas não fechava a boca. Sempre disse as coisas com muita verdade. Tem muito puxa-saco por aí…”.
Mesinha de sala com a miniatura de seu avião de guerra e homenagens recebidas. Foto: Ana Helena TavaresComo exemplo de militar íntegro, Moreira Lima contou suas lembranças do Marechal Teixeira Lott: “O filho dele chegou a ser meu aluno e meu comandado. Eu conheci o então General Lott quando ele era ministro da guerra. Era um sujeito incorruptível. Mas muito rígido. Foi ele que garantiu a posse do Juscelino (em 1956). E eu o apoiei, porque sabia que, senão, iriam fazer uma ditadura, como fizeram em 64.”
“Eles (UDN) nunca conseguiram chegar ao poder pelo voto. Só tomaram o poder pela força. Não foi um golpe do povo. Muitos civis que apoiaram no início pensaram que retomariam logo o poder, mas os militares não deixaram. O povo estava mal informado e até hoje está. O João Goulart não tinha nenhuma prática de comandar. E o Assis Brasil, que era general dele, também não. Mas todo o Brasil queria as reformas do Jango. Muitas até agora não foram feitas. Hoje, temos aí o agronegócio… E cadê a Agrária?”, pergunta-se Moreira Lima.
Para ele, Leonel Brizola – que, em 1961, quando Jânio Quadros renunciou, era governador do Rio Grande do Sul e garantiu a posse do vice João Goulart na presidência, ao lançar a Cadeia da Legalidade - “foi um exemplo de patriota, um sujeito de uma valentia e de uma coragem fantásticas”.
Sobre as torturas mentais que sofreu, ao ser preso novamente, 6 anos depois do golpe, a quebra de hierarquia militar foi uma das coisas que mais chocou Moreira Lima: “Eu, um coronel, fui preso por um sargento e fiquei três dias num buraco que era chão de barro, sem poder deitar na cama, que era um tripé. Quando eu precisava fazer necessidades fisiológicas, vinha um soldado de 18 anos apontando arma pra mim”. Conta que só não morreu “porque não tiveram tempo pra isso”. Crê ter sido salvo pela repercussão das mortes do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho, as quais forçaram o fim da ditadura.
“E tem essa história de ‘revanche’… Ninguém quer fazer revanche em ninguém!”, assegura. E pede para que as pessoas se imaginem no lugar de uma mãe cujo filho “estava na faculdade e sumiu de casa e foi para o Araguaia”, por exemplo. “Eu já conversei com amigos meus que estiveram lá e me disseram: ‘Rui, lá não tinha quartel nem pra nós nem pra eles.’ Mas a grande questão é que ninguém pode suportar perder o seu filho e não saber onde ele está. O torturador é um infame!”, verbera Moreira Lima com as mãos em punho. “No mundo inteiro, os torturadores são presos independentemente do tempo que se passou depois das torturas”. Mas ele não acredita que isso vá acontecer aqui, embora considere equivocada a decisão do STF de anistiar os torturadores: “É crime contra a humanidade! Esses sujeitos não têm consciência, não têm alma, são covardes! Eu até digo pros meus colegas e eles me dizem: ‘Mas Rui… Você não alivia nada!’ E eu digo que não posso aliviar. Isso é porque vocês não foram cassados, não perderam o direito de voar… O Figueiredo anistiou os torturadores, ‘o lado de lá’, e não anistiou nós militares que lutamos pela democracia. Já em 79 eu deveria ter a patente de Brigadeiro, mas fiquei esperando 17 anos.”
Além da impunidade, como exemplo de regalias a que tiveram direito os torturadores, Moreira Lima citou o caso de Brilhante Ustra, coronel que foi reformado após o golpe e colocado, através de adido militar, como Cônsul no Uruguai. Lá, ele foi um dia reconhecido pela atriz e então deputada Bete Mendes, que fez um escândalo, dizendo: “O senhor é o “Doutor Tibiriçá”. O senhor me torturou!”. Bete Mendes enviou uma carta ao então presidente José Sarney solicitando que Ustra fosse removido do cargo. Ela ainda pronunciou um discurso no Congresso. O general Lêonidas Pires Gonçalves (que foi colega de turma de Moreira Lima e era ministro do Exército de Sarney), não só manteve Ustra no posto como também avisou que não demitiria nenhum outro militar acusado de tortura. Depois disso, “Ustra ficou num ostracismo tranqüilo”, como definiu Moreira Lima. “E os três Clubes Militares ainda ofereceram um jantar de desagravo a esse cara. Com mais de 700 talheres!”, detalhou.
Medalha dada recentemente pelo Clube da Aeronáutica. Foto: Ana Helena TavaresAinda assim, o Major-Brigadeiro não vê possibilidade de um novo golpe: “Eu acho que a Dona Dilma não vai perder para esses caras”, disse balançando negativamente a cabeça. Mas acha bom que ela fique atenta: “Naquela época, cansei de avisar… Não façam isso, vai terminar em golpe, esses caras vão colocar o Jango pra fora.”
Em plena democracia, ele conta que ganhou um livro com uma biografia de Lula, autografado por ele, e colegas se sentiram incomodados. Quanto à recém instalada “Comissão da Verdade”, Moreira Lima acha “correto” que se apure de 1946 a 1988, mas vê “pressão dos golpistas”. E alerta que ainda hoje é “muito forte o medo que os civis têm dos militares. E estão cheios de razão, já que as Escolas Militares continuam chamando o que aconteceu em 64 de revolução. Não foi”, garante.
Ele considera que “a mídia não cumpre o papel de bem informar sobre a ditadura. Não se conta a história!”. Mas pondera que “devido ao jogo de interesses, esse papel não é cumprido satisfatoriamente em lugar nenhum do mundo”. Deveria se chamar “mírdia”, alfineta.
“Mas é preciso que se saiba tudo. Se você coloca uma rolha num tanque, uma hora a pressão da água vai empurrá-la, procurando a verdade. Aí, até a rolha vai querer estar na superfície para ver melhor o que está acontecendo e dizer para a água ‘não faz isso comigo, poxa!’”, metaforiza Moreira Lima.
Sobre a atuação de Dilma, ele vê de forma positiva. Crê que ela está “empenhada” em “destampar a rolha”: “Acho que ela está mergulhada de cabeça nisso. Só que há um sistema em volta dela que não a permite fazer tudo o que quer. Eu tenho uma vontade de falar com ela!”, exclama.
E conclui respondendo à pergunta-título deste site: “Olha, como eu não tenho medo da democracia, como eu amo a democracia, acho que só quem está devendo muito, com a consciência muito pesada, porque já praticou atos antidemocráticos – principalmente os que exerceram ditaduras, e foram discriminatórios em suas atitudes, matando e torturando – estes têm medo da democracia. Tenho certeza que têm”.
Militar revanchista... pode uma coisa dessas?

mundo doido esse...
abraços]
----------------
amor fati
amor fati
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12888
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: Revanchismo sem fim
La CIDH entrega hoy 130 fotos de víctimas de “vuelos de la muerte”

El juez Torres recibe material inédito de cadáveres hallados en los costas uruguayas.
Poco hace falta traducir en palabras las imágenes de estas páginas. Son fotografías entre l as más de 130 que contiene una carpeta encontrada relativamente al azar en los archivos del informe que la Comisión Interamericana de Derechos Humanos (CIDH) de la OEA elaboró en 1979 sobre el drama que entonces se vivía en Argentina, y cuya conclusión fue la de que “por acción de las autoridades públicas y sus agentes”, se cometían aquí “numerosas y graves violaciones a los derechos humanos”.
Estas imágenes publicadas aquí por gentileza de la CIDH, la mayoría inéditas según presumen los investigadores, vienen documentar de manera contundente la existencia de los llamados “vuelos de la muerte”, desde los que marinos de la ESMA arrojaban a presos políticos a las aguas del mar y del Río de la Plata. Pero también dan cuenta de la implementación sistemática de la tortura y el asesinato previo de las víctimas, como evidencian las ataduras, quemaduras, y hasta orificios de bala con los que aparecían los cuerpos.
Esta carpeta, que lleva el número 37 de la llamada “Observation in loco” -como se llamó a la misión de la CIDH de 1979 en la Argentina- será entregada hoy a la mañana por el secretario ejecutivo de la Comisión, el argentino Santiago Cantón, al juez federal Sergio Torres, a cargo de la megacausa ESMA, por la que cientos de represores han sido o están siendo juzgados por los crímenes cometidos bajo él último régimen militar que gobernó la Argentina. Supo Clarín de fuentes del juzgado de Torres, que el magistrado anexará los documentos a la “causa por los vuelos de la muerte”.
La desclasificación de estas fotos y documentos son un hecho inédito en sí mismo. Y la Argentina, la primera “disfrutarlo”. Según detalló Cantón a Clarín, el juez Torres comenzó pidiéndoles datos y nombres para cruzarlos con los casos que él mismo investigaba en la Argentina. Y la decisión de entregar la carpeta podría ser el primer paso para la desclasificación de otra documentación, sobre casos aquí y en otros países por parte de la CIDH que tiene sede en Washington.
Las cientos de espeluznantes fotos de esta carpeta vistas por esta periodista, corresponden a cuerpos encontrados sobre las costas uruguayas, los que en general fueron arrastrados por las corrientes marinas. En algunos casos, están completamente enteros, aunque comidos por la fauna marina, hinchados, putrefactos, sin ojos y sin pelos. Sin sus partes blandas, en resumen. Pero otras veces, el daño se debía al previo maltratados de los victimarios. Como el de un hombre que apareció capado a cuchillo.
La mayoría de los cuerpos aparecieron con ataduras rústicas, o con rasgos de haberlas tenido. Ello demuestra que los inmovilizaron de pies y manos y que las víctimas no tuvieron posibilidad alguna de nadar y salvarse tras ser arrojadas vivas a las aguas. Según pudo saber este diario también parecen ser casi todos argentinos, aunque la falta de identificación de los mismos impide certificarlo. Pero en la carpeta por ejemplo hay una cédula de una mujer, cuya identidad se preserva. Sanjuanina, nacida en 1954.
En la carpeta 37 también pudo comprobar Clarín , hay fichas de los archivos policiales y de la Inteligencia uruguaya , de enorme valor documental. Como una que da cuenta del hallazgo en Laguna de Rocha (Uruguay) de un cuerpo femenino, el 22 de abril de 1976. Una mujer de cabello negro, un metro sesenta de altura, de unos 30 años. El informe tiene enorme valor de “prueba inmediata” como dicen los abogados. La ficha indica por ejemplo que el cuerpo presentaba indicios externos de violencia: “violación, probablemente con objetos punzantes, fracturas múltiples y codo destrozado en el brazo izquierdo, múltiples fracturas en ambas piernas, con indicios de haberlas tenido atadas; una enorme cantidad de hematomas diseminadas por todo el cuerpo, destrozo total del cráneo y del macizo óseo fácil”. Se informa que el cuerpo apareció desnudo en las aguas y no se pudo determinar su identidad.
Para fines de los ‘70, la desesperación de las familias por sus seres secuestrados y desaparecidos era tal que llevó a los organismos nacionales e internacionales y al gobierno de James Carter desde los Estados Unidos a generar un clima de presión para que el régimen que por entonces presidía Rafael Videla invitara la CIDH para que hiciera una “Observación in loco” en Argentina. Fue en diciembre de 1978. Pero esta pudo hacer su trabajo recién para setiembre del año siguiente. En la memoria quedará aquella cola de entre dos y tres cuadras de argentinos que por primera vez se animaron a denunciar su drama en Avenida de Mayo al 700, donde se instaló la misión de la CIDH.
www.clarin.com.ar

El juez Torres recibe material inédito de cadáveres hallados en los costas uruguayas.
Poco hace falta traducir en palabras las imágenes de estas páginas. Son fotografías entre l as más de 130 que contiene una carpeta encontrada relativamente al azar en los archivos del informe que la Comisión Interamericana de Derechos Humanos (CIDH) de la OEA elaboró en 1979 sobre el drama que entonces se vivía en Argentina, y cuya conclusión fue la de que “por acción de las autoridades públicas y sus agentes”, se cometían aquí “numerosas y graves violaciones a los derechos humanos”.
Estas imágenes publicadas aquí por gentileza de la CIDH, la mayoría inéditas según presumen los investigadores, vienen documentar de manera contundente la existencia de los llamados “vuelos de la muerte”, desde los que marinos de la ESMA arrojaban a presos políticos a las aguas del mar y del Río de la Plata. Pero también dan cuenta de la implementación sistemática de la tortura y el asesinato previo de las víctimas, como evidencian las ataduras, quemaduras, y hasta orificios de bala con los que aparecían los cuerpos.
Esta carpeta, que lleva el número 37 de la llamada “Observation in loco” -como se llamó a la misión de la CIDH de 1979 en la Argentina- será entregada hoy a la mañana por el secretario ejecutivo de la Comisión, el argentino Santiago Cantón, al juez federal Sergio Torres, a cargo de la megacausa ESMA, por la que cientos de represores han sido o están siendo juzgados por los crímenes cometidos bajo él último régimen militar que gobernó la Argentina. Supo Clarín de fuentes del juzgado de Torres, que el magistrado anexará los documentos a la “causa por los vuelos de la muerte”.
La desclasificación de estas fotos y documentos son un hecho inédito en sí mismo. Y la Argentina, la primera “disfrutarlo”. Según detalló Cantón a Clarín, el juez Torres comenzó pidiéndoles datos y nombres para cruzarlos con los casos que él mismo investigaba en la Argentina. Y la decisión de entregar la carpeta podría ser el primer paso para la desclasificación de otra documentación, sobre casos aquí y en otros países por parte de la CIDH que tiene sede en Washington.
Las cientos de espeluznantes fotos de esta carpeta vistas por esta periodista, corresponden a cuerpos encontrados sobre las costas uruguayas, los que en general fueron arrastrados por las corrientes marinas. En algunos casos, están completamente enteros, aunque comidos por la fauna marina, hinchados, putrefactos, sin ojos y sin pelos. Sin sus partes blandas, en resumen. Pero otras veces, el daño se debía al previo maltratados de los victimarios. Como el de un hombre que apareció capado a cuchillo.
La mayoría de los cuerpos aparecieron con ataduras rústicas, o con rasgos de haberlas tenido. Ello demuestra que los inmovilizaron de pies y manos y que las víctimas no tuvieron posibilidad alguna de nadar y salvarse tras ser arrojadas vivas a las aguas. Según pudo saber este diario también parecen ser casi todos argentinos, aunque la falta de identificación de los mismos impide certificarlo. Pero en la carpeta por ejemplo hay una cédula de una mujer, cuya identidad se preserva. Sanjuanina, nacida en 1954.
En la carpeta 37 también pudo comprobar Clarín , hay fichas de los archivos policiales y de la Inteligencia uruguaya , de enorme valor documental. Como una que da cuenta del hallazgo en Laguna de Rocha (Uruguay) de un cuerpo femenino, el 22 de abril de 1976. Una mujer de cabello negro, un metro sesenta de altura, de unos 30 años. El informe tiene enorme valor de “prueba inmediata” como dicen los abogados. La ficha indica por ejemplo que el cuerpo presentaba indicios externos de violencia: “violación, probablemente con objetos punzantes, fracturas múltiples y codo destrozado en el brazo izquierdo, múltiples fracturas en ambas piernas, con indicios de haberlas tenido atadas; una enorme cantidad de hematomas diseminadas por todo el cuerpo, destrozo total del cráneo y del macizo óseo fácil”. Se informa que el cuerpo apareció desnudo en las aguas y no se pudo determinar su identidad.
Para fines de los ‘70, la desesperación de las familias por sus seres secuestrados y desaparecidos era tal que llevó a los organismos nacionales e internacionales y al gobierno de James Carter desde los Estados Unidos a generar un clima de presión para que el régimen que por entonces presidía Rafael Videla invitara la CIDH para que hiciera una “Observación in loco” en Argentina. Fue en diciembre de 1978. Pero esta pudo hacer su trabajo recién para setiembre del año siguiente. En la memoria quedará aquella cola de entre dos y tres cuadras de argentinos que por primera vez se animaron a denunciar su drama en Avenida de Mayo al 700, donde se instaló la misión de la CIDH.
www.clarin.com.ar
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12888
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Com o PT e PMDB se revezando no saque da nação com o PSDB e DEM, o ministério público está preocupado com isso:
Justiça Federal rejeita denúncia contra militar do Araguaia
A Justiça Federal no Pará rejeitou nesta sexta-feira (16) a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o coronel da reserva do Exército Sebastião Curió, conhecido como Major Curió, pelo suposto sequestro de militantes políticos durante a guerrilha do Araguaia (1972-1975).
O juiz federal João César Otoni de Matos, da 2ª Vara Federal de Marabá, entendeu que a Lei da Anistia de 1979 já anistiou supostos autores de crimes políticos durante o regime militar. Por isso, ele criticou a ação da Procuradoria.
"Pretender, depois de mais de três décadas, [...] reabrir a discussão [...] é equívoco que, além de desprovido de suporte legal, desconsidera as circunstâncias históricas que, num grande esforço de reconciliação nacional, levaram à sua edição", afirmou o juiz na decisão.
Ao entrar na Justiça com ação, na última quarta-feira (14), a Procuradoria procurou sustentar que o crime de sequestro, pelo qual Curió é acusado, é um crime permanente, porque até hoje não se sabe o paradeiro das vítimas.
O coronel foi acusado pelo desaparecimento de cinco participantes da guerrilha, organizada pelo PC do B na Amazônia: Maria Célia Corrêa (Rosinha), Hélio Luiz Navarro Magalhães (Edinho), Daniel Ribeiro Callado (Doca), Antônio de Pádua Costa (Piauí) e Telma Regina Cordeira (Lia).
O juiz diz que os desaparecidos já foram oficialmente reconhecidos como mortos.
Com a rejeição da denúncia, não há abertura de processo. Cabe, contudo, recurso à decisão.
A Folha tentou ouvir nesta semana o coronel Curió sobre as acusações, mas ele desligou o telefone após a reportagem se identificar e não atendeu mais as ligações.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1062 ... uaia.shtml
Justiça Federal rejeita denúncia contra militar do Araguaia
A Justiça Federal no Pará rejeitou nesta sexta-feira (16) a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o coronel da reserva do Exército Sebastião Curió, conhecido como Major Curió, pelo suposto sequestro de militantes políticos durante a guerrilha do Araguaia (1972-1975).
O juiz federal João César Otoni de Matos, da 2ª Vara Federal de Marabá, entendeu que a Lei da Anistia de 1979 já anistiou supostos autores de crimes políticos durante o regime militar. Por isso, ele criticou a ação da Procuradoria.
"Pretender, depois de mais de três décadas, [...] reabrir a discussão [...] é equívoco que, além de desprovido de suporte legal, desconsidera as circunstâncias históricas que, num grande esforço de reconciliação nacional, levaram à sua edição", afirmou o juiz na decisão.
Ao entrar na Justiça com ação, na última quarta-feira (14), a Procuradoria procurou sustentar que o crime de sequestro, pelo qual Curió é acusado, é um crime permanente, porque até hoje não se sabe o paradeiro das vítimas.
O coronel foi acusado pelo desaparecimento de cinco participantes da guerrilha, organizada pelo PC do B na Amazônia: Maria Célia Corrêa (Rosinha), Hélio Luiz Navarro Magalhães (Edinho), Daniel Ribeiro Callado (Doca), Antônio de Pádua Costa (Piauí) e Telma Regina Cordeira (Lia).
O juiz diz que os desaparecidos já foram oficialmente reconhecidos como mortos.
Com a rejeição da denúncia, não há abertura de processo. Cabe, contudo, recurso à decisão.
A Folha tentou ouvir nesta semana o coronel Curió sobre as acusações, mas ele desligou o telefone após a reportagem se identificar e não atendeu mais as ligações.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1062 ... uaia.shtml
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12888
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: Revanchismo sem fim
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Revanchismo sem fim? Talvez o nome apropriado para o tópico seja REVISIONISMO SEM FIM!
...

- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12888
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: Revanchismo sem fim
NEM UMA COISA, NEM OUTRA
Sérgio Paulo Muniz Costa
Jornal do Brasil
Em relação à apuração de violações de direitos humanos cometidas no passado recente do Brasil, vai se delineando o descaminho da verdade pelas tantas comissões que, justamente por lhe terem o nome, deveriam persegui-la de forma incansável e honesta em muitas vozes, razões e perspectivas – jamais no comodismo da verdade única em que se escondem os radicais incrustados nos poderes da República.
Mesmo aos leitores mais críticos da Lei nº 12.528 de 18 de novembro de 2011, que criou uma comissão com essa finalidade no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, não escapará a constatação de que as atividades desse colegiado “não terão caráter jurisdicional ou persecutório”. Mas os arautos da verdade única não respeitam nem mesmo o texto da lei que tanto festejam, duplipensando a verdade deles como verdade de todos e falando a novilíngua na qual examinar significa acusar, esclarecer quer dizer julgar e reconciliação é pura e simples vingança.
Para tanto se emprega o argumento tautológico de que já foram punidos os perdedores da História derrotados na luta armada que desencadearam, restando punir aqueles que os venceram na defesa de uma ordem dita ilegal, uma ideia no mínimo exótica, mas que é trágica em seu verdadeiro significado para a democracia: o julgamento político. Muitos diriam que responder ao absurdo é dar-lhe asas. Foi assim que em silêncio, de sandice em sandice, chegamos ao impensável.
Informal e oficiosamente o julgamento político já começou. O governo federal tentou criminalizar a manifestação legal e legítima de pensamento usando a mais estreita das interpretações de códigos aplicáveis às mais extremas situações, insistindo, depois de desmascarado, com a boataria intimidadora de sanções disciplinares que não se respaldam em código nenhum. Mais triste é assistir quem por fé de ofício deveria defender a liberdade de opinião apontar contradição na pretensão de liberdade de expressão por parte daqueles que defenderam a lei e a ordem no regime que agora se pretende julgar. Então, estamos vivendo em que regime? Em que país? Sob que leis?
Há muitos direitos envolvidos nessa questão. Se eles existem no que diz respeito à memória e ao pranto dos entes desaparecidos, há também o direito à verdade sobre aqueles que, sem se darem conta da precariedade de seu marxismo, seduziram jovens a apagarem vivos as suas vidas, mergulhando-os na clandestinidade para enfrentar o Estado pelas armas. Há o direito de discordar da visão governamental dos direitos humanos, embutida no projeto continuísta que praticamente a metade do eleitorado rejeitou no último pleito presidencial. Só há um direito que a ninguém cabe: o de se achar dono da democracia brasileira, muito menos àqueles que empunharam armas com treinamento, orientação e financiamento estrangeiro, e hoje, arrogantes no condomínio do poder, insistem em ostentar o espírito das armas. Com isso se dão o direito de implodir a Anistia, ao longo de todo o espectro ideológico, pelo que certamente serão responsabilizados no tribunal da história.
As Forças Armadas existem para combater e vencer inimigos externos e internos. Foi o que fizeram nos anos 60 e 70 do século passado, como aconteceu ao longo de toda nossa história, vencendo mais uma guerra imposta à sociedade brasileira, não a elas. Vitórias militares não são das Forças Armadas, são do Brasil, na medida em que o país não se sujeitou à coerção armada de seus inimigos, estrangeiros ou domésticos. Vitórias militares não são conquistadas sem coragem, física e moral. Disso depende a soberania do Brasil. Amplie-se o debate, para que se compreenda esse capítulo da história. Mas não se cale ninguém, inclusive os militares, pois afinal o que há a temer em suas palavras?
Não se sabe bem o que será a comissão instituída pela Lei 12.528, mas a levar em conta o que propalam os ventríloquos do poder, sabe-se o que ela não será: nem nacional nem da verdade.
Sérgio Paulo Muniz Costa, historiador, é membro do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e pesquisador de Segurança e Defesa do Centro Brasileiro de Relações Internacionais.
Sérgio Paulo Muniz Costa
Jornal do Brasil
Em relação à apuração de violações de direitos humanos cometidas no passado recente do Brasil, vai se delineando o descaminho da verdade pelas tantas comissões que, justamente por lhe terem o nome, deveriam persegui-la de forma incansável e honesta em muitas vozes, razões e perspectivas – jamais no comodismo da verdade única em que se escondem os radicais incrustados nos poderes da República.
Mesmo aos leitores mais críticos da Lei nº 12.528 de 18 de novembro de 2011, que criou uma comissão com essa finalidade no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, não escapará a constatação de que as atividades desse colegiado “não terão caráter jurisdicional ou persecutório”. Mas os arautos da verdade única não respeitam nem mesmo o texto da lei que tanto festejam, duplipensando a verdade deles como verdade de todos e falando a novilíngua na qual examinar significa acusar, esclarecer quer dizer julgar e reconciliação é pura e simples vingança.
Para tanto se emprega o argumento tautológico de que já foram punidos os perdedores da História derrotados na luta armada que desencadearam, restando punir aqueles que os venceram na defesa de uma ordem dita ilegal, uma ideia no mínimo exótica, mas que é trágica em seu verdadeiro significado para a democracia: o julgamento político. Muitos diriam que responder ao absurdo é dar-lhe asas. Foi assim que em silêncio, de sandice em sandice, chegamos ao impensável.
Informal e oficiosamente o julgamento político já começou. O governo federal tentou criminalizar a manifestação legal e legítima de pensamento usando a mais estreita das interpretações de códigos aplicáveis às mais extremas situações, insistindo, depois de desmascarado, com a boataria intimidadora de sanções disciplinares que não se respaldam em código nenhum. Mais triste é assistir quem por fé de ofício deveria defender a liberdade de opinião apontar contradição na pretensão de liberdade de expressão por parte daqueles que defenderam a lei e a ordem no regime que agora se pretende julgar. Então, estamos vivendo em que regime? Em que país? Sob que leis?
Há muitos direitos envolvidos nessa questão. Se eles existem no que diz respeito à memória e ao pranto dos entes desaparecidos, há também o direito à verdade sobre aqueles que, sem se darem conta da precariedade de seu marxismo, seduziram jovens a apagarem vivos as suas vidas, mergulhando-os na clandestinidade para enfrentar o Estado pelas armas. Há o direito de discordar da visão governamental dos direitos humanos, embutida no projeto continuísta que praticamente a metade do eleitorado rejeitou no último pleito presidencial. Só há um direito que a ninguém cabe: o de se achar dono da democracia brasileira, muito menos àqueles que empunharam armas com treinamento, orientação e financiamento estrangeiro, e hoje, arrogantes no condomínio do poder, insistem em ostentar o espírito das armas. Com isso se dão o direito de implodir a Anistia, ao longo de todo o espectro ideológico, pelo que certamente serão responsabilizados no tribunal da história.
As Forças Armadas existem para combater e vencer inimigos externos e internos. Foi o que fizeram nos anos 60 e 70 do século passado, como aconteceu ao longo de toda nossa história, vencendo mais uma guerra imposta à sociedade brasileira, não a elas. Vitórias militares não são das Forças Armadas, são do Brasil, na medida em que o país não se sujeitou à coerção armada de seus inimigos, estrangeiros ou domésticos. Vitórias militares não são conquistadas sem coragem, física e moral. Disso depende a soberania do Brasil. Amplie-se o debate, para que se compreenda esse capítulo da história. Mas não se cale ninguém, inclusive os militares, pois afinal o que há a temer em suas palavras?
Não se sabe bem o que será a comissão instituída pela Lei 12.528, mas a levar em conta o que propalam os ventríloquos do poder, sabe-se o que ela não será: nem nacional nem da verdade.
Sérgio Paulo Muniz Costa, historiador, é membro do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e pesquisador de Segurança e Defesa do Centro Brasileiro de Relações Internacionais.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12888
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: Revanchismo sem fim
José Gregori - A eleição de FHC, Lula e Dilma mostra que lei já teve resultado prático
A seguir, a entrevista do ex-secretário nacional dos Direitos Humanos e ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, José Gregori, ao Valor:
Valor: Como o senhor analisa o processo de criação da Comissão da Verdade?
José Gregori: O projeto nasceu de providência oportuna do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em tornar mais clara a criação da Comissão da Verdade, a partir da redação do 3º Programa de Direitos Humanos. Ali, uma leitura poderia levar à interpretação de que a Lei de Anistia estava revogada. A iniciativa do ex-ministro Nelson Jobim [Defesa] em querer esclarecer esse ponto e de Lula em formar quase comissão para redigir um projeto mais claro foi positiva.
Valor: O projeto na forma que está lhe agrada?
Gregori: A Comissão da Verdade, mesmo antes de começar os trabalhos, já prestou um grande serviço. Durante muito tempo o Brasil se fracionou em correntes de opinião, atitudes e ação. A gente começou a ter consenso com a Anistia. O segundo consenso foi a luta pelas Diretas. Terceiro, a Constituição de 1988. Quarto, a assimilação de uma lei da qual fui coordenador, a dos Desaparecidos Políticos. O Estado chamou para si a responsabilidade de ter executado centenas de pessoas na ditadura. Mas a democracia brasileira é um processo ainda em construção e sou muito entusiasta da maneira que a estamos construindo. A comissão já é um de seus consensos.
Valor: Como avalia a demora da presidente Dilma em indicar os integrantes da Comissão?
Gregori: Justamente por a lei ter sido bem feita, é exigente com pré-requisitos dos participantes. Quanto mais leio a lei, mais me convenço que o perfil do integrante é quase o mesmo de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), no sentido de ter isenção, independência e honestidade intelectual. Às vezes já há dificuldade em escolher uma pessoa para o Supremo... acredito que o motivo da demora da presidente é o desejo de escolher bem, dada a delicadeza da missão e as exigências da lei. A Comissão não substitui o historiador, mas, trabalhando bem, será um manancial de informações.
Valor: O caso Curió reabriu a discussão sobre uma possível punição a possíveis torturadores.
Gregori: Me filio à corrente que acha que o Supremo, há dois anos, fez bem ao reafirmar a validade e o alcance da Lei de Anistia. Não posso me desligar da luta pela Anistia, da qual participei ativamente e que era para ser, como se dizia, ampla, geral e irrestrita. Como uma pedra em cima da questão, imagem que a gente usou muito para ilustrar a situação, que altera todo e qualquer tipo de julgamento das condutas em razão do processo político. Agora surgiu essa hipótese do crime continuado. É uma discussão a ser feita nos tribunais.
Valor: Não é injusto que notórios torturadores sejam perdoados?
Gregori: Veja, quem comanda este país, do nível federal ao municipal, são basicamente os caras que foram perseguidos. Portanto, a Lei de Anistia também teve resultado prático. Mesmo sem ter colocado isso em qualquer artigo ou parágrafo, produziu um ostracismo e um julgamento moral àqueles que se valeram de sua posição política para ferir os direitos humanos.
Valor: A sociedade brasileira então rechaçou o torturador?
Gregori: Isso é algo que presenciei no governo FHC. Remanescentes que estavam em cargos públicos, se descobertos, eram imediatamente afastados. E tem outra coisa aí. Tão importante quanto a não-prescrição do crime de lesa humanidade é o princípio jurídico da anterioridade da lei penal. Isso é um dogma democrático. Alguém só pode ser punido por algo que, na época do ato praticado, já fosse crime. O que caracteriza as ditaduras é julgar o passado das pessoas quando os atos cometidos anteriormente não eram considerados crimes, mas feriam os interesses de quem está agora governando.
Valor: Teme que de alguma forma ocorra revanchismo?
Gregori: Sou participante de uma geração que viu como as coisas no Brasil podem ir para o pior, principalmente se não houver equilíbrio e senso de realidade. Pagamos um preço muito caro pelas bravatas, em que várias gerações incorreram. Na minha, não há ninguém que não tenha tido a tentação de achar que o processo histórico vem movido pelas boas intenções. Mas não basta você falar em nome do povo, é preciso ver se o povo aprova o que você está falando. Naquela época, ninguém foi conferir se o nosso discurso era o discurso do povo.
Valor: Mas seria a Anistia esse mecanismo?
Gregori: O fato de a Comissão da Verdade vir acoplada à Lei de Anistia é condição sine qua non. A investigação será feita não do ponto de vista de punir fisicamente, mas de fazer um esclarecimento dos fatos, como um historiador faz. Sou entusiasta da democracia que conseguimos construir. Vi uma figura marcante da intelectualidade acadêmica, FHC, presidir o Brasil por oito anos. Depois, ser sucedido por uma grande liderança sindical por mais oito anos. E agora uma mulher, sendo que todos eles foram perseguidos pela ditadura. Não é uma coisa qualquer, guarda um profundo significado de solidez democrática.
Valor: O senhor aceitaria integrar a Comissão da Verdade?
Gregori: (Risos) Olha, fico muito distinguido por jornais importantes dizerem que sou cotado e me colocarem em ótima companhia, com cogitados que formam praticamente uma galeria de notáveis. Mas acho que meu recado e minha contribuição é essa que dou aqui em nível micro, na cidade de São Paulo. A comissão precisa de gente mais moça, porque será um trabalho exaustivo. No meu horizonte não está essa missão, que deverá orgulhar quem recebê-la.
http://www.defesanet.com.br/dita/notici ... do-pratico
A seguir, a entrevista do ex-secretário nacional dos Direitos Humanos e ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, José Gregori, ao Valor:
Valor: Como o senhor analisa o processo de criação da Comissão da Verdade?
José Gregori: O projeto nasceu de providência oportuna do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em tornar mais clara a criação da Comissão da Verdade, a partir da redação do 3º Programa de Direitos Humanos. Ali, uma leitura poderia levar à interpretação de que a Lei de Anistia estava revogada. A iniciativa do ex-ministro Nelson Jobim [Defesa] em querer esclarecer esse ponto e de Lula em formar quase comissão para redigir um projeto mais claro foi positiva.
Valor: O projeto na forma que está lhe agrada?
Gregori: A Comissão da Verdade, mesmo antes de começar os trabalhos, já prestou um grande serviço. Durante muito tempo o Brasil se fracionou em correntes de opinião, atitudes e ação. A gente começou a ter consenso com a Anistia. O segundo consenso foi a luta pelas Diretas. Terceiro, a Constituição de 1988. Quarto, a assimilação de uma lei da qual fui coordenador, a dos Desaparecidos Políticos. O Estado chamou para si a responsabilidade de ter executado centenas de pessoas na ditadura. Mas a democracia brasileira é um processo ainda em construção e sou muito entusiasta da maneira que a estamos construindo. A comissão já é um de seus consensos.
Valor: Como avalia a demora da presidente Dilma em indicar os integrantes da Comissão?
Gregori: Justamente por a lei ter sido bem feita, é exigente com pré-requisitos dos participantes. Quanto mais leio a lei, mais me convenço que o perfil do integrante é quase o mesmo de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), no sentido de ter isenção, independência e honestidade intelectual. Às vezes já há dificuldade em escolher uma pessoa para o Supremo... acredito que o motivo da demora da presidente é o desejo de escolher bem, dada a delicadeza da missão e as exigências da lei. A Comissão não substitui o historiador, mas, trabalhando bem, será um manancial de informações.
Valor: O caso Curió reabriu a discussão sobre uma possível punição a possíveis torturadores.
Gregori: Me filio à corrente que acha que o Supremo, há dois anos, fez bem ao reafirmar a validade e o alcance da Lei de Anistia. Não posso me desligar da luta pela Anistia, da qual participei ativamente e que era para ser, como se dizia, ampla, geral e irrestrita. Como uma pedra em cima da questão, imagem que a gente usou muito para ilustrar a situação, que altera todo e qualquer tipo de julgamento das condutas em razão do processo político. Agora surgiu essa hipótese do crime continuado. É uma discussão a ser feita nos tribunais.
Valor: Não é injusto que notórios torturadores sejam perdoados?
Gregori: Veja, quem comanda este país, do nível federal ao municipal, são basicamente os caras que foram perseguidos. Portanto, a Lei de Anistia também teve resultado prático. Mesmo sem ter colocado isso em qualquer artigo ou parágrafo, produziu um ostracismo e um julgamento moral àqueles que se valeram de sua posição política para ferir os direitos humanos.
Valor: A sociedade brasileira então rechaçou o torturador?
Gregori: Isso é algo que presenciei no governo FHC. Remanescentes que estavam em cargos públicos, se descobertos, eram imediatamente afastados. E tem outra coisa aí. Tão importante quanto a não-prescrição do crime de lesa humanidade é o princípio jurídico da anterioridade da lei penal. Isso é um dogma democrático. Alguém só pode ser punido por algo que, na época do ato praticado, já fosse crime. O que caracteriza as ditaduras é julgar o passado das pessoas quando os atos cometidos anteriormente não eram considerados crimes, mas feriam os interesses de quem está agora governando.
Valor: Teme que de alguma forma ocorra revanchismo?
Gregori: Sou participante de uma geração que viu como as coisas no Brasil podem ir para o pior, principalmente se não houver equilíbrio e senso de realidade. Pagamos um preço muito caro pelas bravatas, em que várias gerações incorreram. Na minha, não há ninguém que não tenha tido a tentação de achar que o processo histórico vem movido pelas boas intenções. Mas não basta você falar em nome do povo, é preciso ver se o povo aprova o que você está falando. Naquela época, ninguém foi conferir se o nosso discurso era o discurso do povo.
Valor: Mas seria a Anistia esse mecanismo?
Gregori: O fato de a Comissão da Verdade vir acoplada à Lei de Anistia é condição sine qua non. A investigação será feita não do ponto de vista de punir fisicamente, mas de fazer um esclarecimento dos fatos, como um historiador faz. Sou entusiasta da democracia que conseguimos construir. Vi uma figura marcante da intelectualidade acadêmica, FHC, presidir o Brasil por oito anos. Depois, ser sucedido por uma grande liderança sindical por mais oito anos. E agora uma mulher, sendo que todos eles foram perseguidos pela ditadura. Não é uma coisa qualquer, guarda um profundo significado de solidez democrática.
Valor: O senhor aceitaria integrar a Comissão da Verdade?
Gregori: (Risos) Olha, fico muito distinguido por jornais importantes dizerem que sou cotado e me colocarem em ótima companhia, com cogitados que formam praticamente uma galeria de notáveis. Mas acho que meu recado e minha contribuição é essa que dou aqui em nível micro, na cidade de São Paulo. A comissão precisa de gente mais moça, porque será um trabalho exaustivo. No meu horizonte não está essa missão, que deverá orgulhar quem recebê-la.
http://www.defesanet.com.br/dita/notici ... do-pratico
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
-
- Sênior
- Mensagens: 3548
- Registrado em: Sex Ago 17, 2007 11:06 am
- Localização: Bahia!
- Agradeceu: 74 vezes
- Agradeceram: 87 vezes
Re: Revanchismo sem fim
O que eu acabo de encontrar:

Daqui a alguns anos vão falar que nenhum militar morreu ou foi torturado pela esquerda.

Daqui a alguns anos vão falar que nenhum militar morreu ou foi torturado pela esquerda.
[centralizar]Mazel Tov![/centralizar]
- Brasileiro
- Sênior
- Mensagens: 9458
- Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
- Agradeceu: 252 vezes
- Agradeceram: 562 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Apesar de terem havido sim vítimas ao lado dos fiéis ao regime, me parece que a generalização proposta pela charge é cabível.
Não existe base para qualquer comparação entre a violência cometida pelo então regime e o que foi tentado pelos grupos armados. Isso sem mencionar que a cicatriz da ditadura extrapola a mera contagem de corpos, como se isso fosse a única coisa ruim em um regime de força bruta.
Seja o que for, em qualquer lugar do mundo, tende a ser menos pior perder a vida nas mãos de tiranos, seja lá qual for o motivo, do que tentando defendê-los. Exceto no Brasil, talvez.
abraços]
----------------
amor fati
amor fati
- cassiosemasas
- Sênior
- Mensagens: 2700
- Registrado em: Qui Set 24, 2009 10:28 am
- Agradeceu: 87 vezes
- Agradeceram: 86 vezes
Re: Revanchismo sem fim
na boa, ficam trazendo a tona assuntos, que ja se tem uma decisão, mesmo que não seja oficial JA EXISTE (e não somam, só causam a cizania na nação) pela luz da lei do nosso país. Vão jogar no lixo a anistia?para que? satisfazer alguns egos, mortes e exageros aconteceram de ambos os lados, ninguém é vitima, os que morreram, não morreram atoa, foi dessas muitas mortes de ambos os lados e de esses torturados, mais de um lado do que de outro que temos o país de hoje, querer mudar isso é jogar o país em um rumo incerto, e isso eu não concordo!
de o lugar certo a cada um e pronto, bola para frente!
de o lugar certo a cada um e pronto, bola para frente!
...
- jumentodonordeste
- Sênior
- Mensagens: 3241
- Registrado em: Sex Mai 01, 2009 9:01 pm
- Localização: SP
- Agradeceu: 47 vezes
- Agradeceram: 230 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Isso é fetiche ideológico. Masturbação intelectual, assunto já levou pá de cal jurídica.
No mais...
...Opiniões sem valor jurídico algum.
No mais...
...Opiniões sem valor jurídico algum.
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12888
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Na cabeça do comunista, a instabilidade é o principal meio da revolução. Estão se f... para o Brasil, só pensam em tomar o poder. Eles tem bandeira e hinos próprios. Se para atingir seus meios tiverem que botar fogo no país, não estão nem aí. As únicas instituições organizadas que impedem isso são as forças armadas. Por isso, mesmo passados quase 30 anos do governo militar, eles odeiam as forças armadas. Como disse o José Gregori na entrevista acima, o comunista se acha tão superior, tão evoluído, que consultar a vontade popular é besteira, ele é um gênio e vai resolver o problema social com uma varinha mágica. Só falta consultar o povo.na boa, ficam trazendo a tona assuntos, que ja se tem uma decisão, mesmo que não seja oficial JA EXISTE (e não somam, só causam a cizania na nação) pela luz da lei do nosso país. Vão jogar no lixo a anistia?para que? satisfazer alguns egos, mortes e exageros aconteceram de ambos os lados, ninguém é vitima, os que morreram, não morreram atoa, foi dessas muitas mortes de ambos os lados e de esses torturados, mais de um lado do que de outro que temos o país de hoje, querer mudar isso é jogar o país em um rumo incerto, e isso eu não concordo!
de o lugar certo a cada um e pronto, bola para frente!
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- Brasileiro
- Sênior
- Mensagens: 9458
- Registrado em: Sáb Mai 03, 2003 8:19 pm
- Agradeceu: 252 vezes
- Agradeceram: 562 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Olha, cara, nem vou entrar no mérito do que é ser comunista e o que não é, até porque não sou.rodrigo escreveu:Na cabeça do comunista, a instabilidade é o principal meio da revolução. Estão se f... para o Brasil, só pensam em tomar o poder. Eles tem bandeira e hinos próprios. Se para atingir seus meios tiverem que botar fogo no país, não estão nem aí. As únicas instituições organizadas que impedem isso são as forças armadas. Por isso, mesmo passados quase 30 anos do governo militar, eles odeiam as forças armadas. Como disse o José Gregori na entrevista acima, o comunista se acha tão superior, tão evoluído, que consultar a vontade popular é besteira, ele é um gênio e vai resolver o problema social com uma varinha mágica. Só falta consultar o povo.
Mas é uma coisa que meche bastante comigo constatar que o nosso país é a nação que se orgulha das revoluções de cima para baixo.
Coisas de o hino ou o brasão de alguma corporação cantar com todo o orgulho que tiveram êxito em calar a boca do povo quando ele esteve insatisfeito.
Fica meio óbvio o motivo da desconexão que o brasileiro sente em relação à sua história e um certo flagrante de falta de patriotismo. No máximo uma certa simpatia com os órgãos militares, conquistada a ferro e fogo e com muita cantação de lero-lero (propaganda) na cabeça de gente ignorante e que não tinha a menor possibilidade de contestar.
Hinos e brasões de nações européias, que passaram por todo tipo de ameaças e intempéries ao longo dos últimos séculos cantam suas glórias de seus povos unidos contra tais inimigos. No Brasil canta-se glórias covardes obtidas contra o seu próprio povo, quando este se rebelou, chamados traidores. Nunca vi uma nação com tantos traidores na história como o nosso! Ou melhor: Nunca vi uma nação que tanto precisou criar traidores para justificar a defesa de uma ordem que só favorecia algumas poucas camadas!
Na falta de inimigos de verdade para cantar a história, os inimigos mais infames que temos em nossa história para contar são brasileiros. Os tais inimigos do Brasil. Eu me pergunto: Qual seria este Brasil de que tanta gente era inimigo?
Então "comunista" tem raiva histórica das forças armadas, não como instituição, creio, já que vão com a cara dos militares que compraram a causa.
Porque usaram da força para manter uma ordem que impediu que reformas importantes acontecessem na hora certa e democraticamente,que poderiam ter evitado a desgraça social que resultou da ordem que defendiam, desgraça esta que sofremos até hoje bastando que saiamos pela rua com os olhos abertos.
Eu não sou favorável a uma ditadura comunista, daquela que vinculam à intenção de Dilma na luta armada. Mas o fato é que eu, com a cabeça que tenho hoje, se estivesse lá naquela época, ainda me colocaria ao lado dela na luta, tal qual um americano apoiava um russo na segunda guerra. Mesmo não concordando com o aliado sobre que fazer depois, ainda assim teriam um inimigo em comum.
abraços]
----------------
amor fati
amor fati
- marcelo l.
- Sênior
- Mensagens: 6096
- Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
- Agradeceu: 138 vezes
- Agradeceram: 66 vezes
Re: Revanchismo sem fim
Acho que o problema sempre será institucional existia uma lei que até então era válida* (e foi revalidade pelo STF) para o assunto. Quem propôs esse rompimento das regras, é o mesmo que nega-se a cumprir a lei de aumentar os professores do Rio Grande do Sul conforme o piso nacional do magistério, será que é apenas coincidência que o demagogo em questão é o mesmo?
O que eu não consigo ver é avanços institucionais que essa comissão possa trazer, diversamente da anistia ou da lei do piso nacional do magistério que o Sr. Tarso Genro ousa com suas ações infames desrespeitar. Mas, as ponderações do brasileiro fazem-me crer que ainda existe salvação para a comissão, agora só resta esperar e torcer que se acerte e crie algo como um aumento do civismo e não do revanchismo.
* Goste eu ou não.
O que eu não consigo ver é avanços institucionais que essa comissão possa trazer, diversamente da anistia ou da lei do piso nacional do magistério que o Sr. Tarso Genro ousa com suas ações infames desrespeitar. Mas, as ponderações do brasileiro fazem-me crer que ainda existe salvação para a comissão, agora só resta esperar e torcer que se acerte e crie algo como um aumento do civismo e não do revanchismo.
* Goste eu ou não.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant