FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Tá na manchete do jornal O Globo de hoje, que o Lula decidiu anunciar o Rafale vencedor sem ter recebido o relatório final da FAB, que está sendo elaborado a anos. Então o NJ decidiu falar que não havia ainda um vencedor oficial, para diminuir o mal estar com os militares.
Abraços,
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Marino escreveu:Jobim contradiz Lula e afirma que compra de caças ainda está em análise
O ministro Nelson Jobim (Defesa) afirmou nesta terça-feira aos líderes partidários da Câmara que o acordo entre Brasil e França para a compra de 36 aviões caça Rafale dos franceses ainda é uma decisão política e não está fechada. Segundo os líderes que acompanharam a reunião, o ministro sinalizou que as negociações com a França ganharam força porque há garantia de transferência de tecnologia.
“O ministro deixou claro que o governo ainda não bateu o martelo sobre a compra dos caças. Portanto, ainda não está decidido. O governo ainda vai fazer uma avaliação mais ampla dessa negociação”, disse o líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF).
Na avaliação do deputado, se Estados Unidos e Suécia reforçarem as negociações sobre a questão da troca de tecnologia, há espaço para uma nova avaliação. “Acredito que pesou a presença do Sarkozy [presidente francês Nicolas Sarkozy] no 7 de setembro para este anúncio, mas na verdade a questão da transferência de tecnologia é que vai pesar”, afirmou.
Jobim fez uma apresentação nesta terça-feira aos líderes partidários da Câmara do projeto de reestruturação das Forças Armadas e foi questionado pelo líderes sobre o acordo militar com França. O governo brasileiro confirmou ontem a negociação com a França. O governo dos dois países divulgaram um comunicado sobre o acordo de cooperação militar entre para a compra de 36 aviões de combate Rafale.
Segundo reportagem da Folha publicada hoje, os valores envolvidos só encontram similares no mundo emergente nos gastos da Índia –que irá comprar US$ 11 bilhões em aviões de combate em breve. Mas os mais de R$ 30 bilhões a serem gastos em 20 anos na compra de submarinos, helicópteros e caças representam cerca de dez dias do gasto militar americano em 2008.
Não deverá haver impacto significativo no gasto militar proporcional ao PIB, hoje na casa dos 1,5%. É compatível com a média de 1,3% da América Latina, mas no caso brasileiro mais de 80% são gastos com salários e pensões. Ainda assim, para fins de comparação, o gasto previsto para o PAC neste ano está em R$ 22 bilhões.
FONTE: Folha Online
Inacreditável!
Simplesmente inacreditável!
Completamente, totalmente, estupidamente, retroactivamente Inacreditável!
Isto é ridiculo, se eu fosse ao Lula arrancava "à dentada" a cabeça ao responsável por esta trapalhada. Se o Lula não percebeu um relatório a culpa é deste ou de quem lho passou?
Budweiser 'beer' is like making love in a canoe - 'F***** close to water'...
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Fico com a opinião de dois colegas:
Um disse: vai dar M*: deu mesmo!
O outro disse: nem esquentem, é Rafale e ponto final! Também creio nisso.
Depende de este País ter ou não Presidente e os Militares estarem ou não submetidos ao Poder Civil. Isso me lembra uma antiga anedota: o Presidente dos EUA, Nixon, foi anunciar em público, que tinha o avião mais veloz do mundo, o RS-71A. Na hora do discurso ele se atrapalhou e disse SR-71A. Bueno, desmentir um Presidente? A USAF simplesmente trocou o nome do avião, que é o que conhecemos até hoje...
Um disse: vai dar M*: deu mesmo!
O outro disse: nem esquentem, é Rafale e ponto final! Também creio nisso.
Depende de este País ter ou não Presidente e os Militares estarem ou não submetidos ao Poder Civil. Isso me lembra uma antiga anedota: o Presidente dos EUA, Nixon, foi anunciar em público, que tinha o avião mais veloz do mundo, o RS-71A. Na hora do discurso ele se atrapalhou e disse SR-71A. Bueno, desmentir um Presidente? A USAF simplesmente trocou o nome do avião, que é o que conhecemos até hoje...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
OESP, 09/09
Jobim tenta contornar mal-estar e em nota diz que seleção não está concluída
TANIA MONTEIRO e DENISE CHRISPIM MARIN
A decisão de abrir negociação com a francesa Dassault para comprar 36 caças supersônicos Rafale está tomada e é uma atribuição política do presidente da República. Apesar do anúncio dessa preferência ter sido feito na segunda-feira, diante do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e reafirmada ontem pelo Planalto ao Estado, o governo admitiu que atropelou as regras formais da concorrência com o anúncio prematuro da opção pelo Rafale. Foi esse atropelo e o incômodo provocado no Comando da Aeronáutica e entre os concorrentes da Dassault que levaram o Ministério da Defesa a divulgar ontem nota oficial para deixar registrado que "o processo de seleção ainda não está encerrado".
Surpreendido como anúncio logo depois da participação de Sarkozy no desfile do 7 de Setembro, em Brasília, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, disse ao presidente Lula que precisava dar uma satisfação aos concorrentes da empresa francesa.
Saito também convocou ontem extraordinariamente o Alto Comando da Força para explicar a circunstância em que se dera o anúncio, segunda-feira, no Palácio da Alvorada, e anunciar aos brigadeiros que o governo divulgaria uma nota oficial que desse uma satisfação aos concorrentes do Projeto FX-2. No Planalto e no Itamaraty, que tomaram conhecimento prévio do texto redigido no Ministério da Defesa, a nota assinada pelo ministro Nelson Jobim foi considerada um "instrumento de precaução", para evitar reclamações das empresas.
A nota da Defesa começou relatando o anúncio feito anteontem. Lula disse que França e Brasil vão ser "parceiros estratégicos no setor aeronáutico", lembrou que o governo francês se comprometeu a "ofertar os aviões Rafale ao Brasil com preços competitivos, razoáveis e comparáveis com os pagos pelas Forças Armadas da França", e citou, ainda, a disposição francesa de adquirir aviões KC-390, em fase de projeto na Embraer.
Ao fim dessa memória do anúncio, a nota de Jobim diz que, diante do pacote de ofertas da França, o Comando da Aeronáutica "prosseguirá com negociações junto aos três participantes, onde serão aprofundadas e, eventualmente, redefinidas as propostas apresentadas". Segundo uma fonte do Itamaraty, a palavra "eventualmente" mostra "que a decisão da preferência dada aos franceses está tomada", mas, se a negociação com a Dassault enfrentar problemas, o governo, naturalmente, vai avaliar as propostas da Boeing e da Saab.
O processo de seleção dos caças ainda estava sob a liderança técnica do Comando da Aeronáutica, que deveria entregar nos próximos dias ao ministro Jobim os relatórios com as pontuações de desempenho dos aviões ofertados e as condições de cada um dos fabricantes em matéria de transferência de tecnologia. O comando foi surpreendido com as declarações de Lula e do ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) sobre a preferência do Rafale. Os representantes da Boeing e da Saab pressionaram ontem a Aeronáutica para que o ritual da concorrência seja mantido. Para alguns brigadeiros, diante da proposta francesa, o governo brasileiro deve manter uma porta da negociação aberta para barganhar as condições que as outras duas empresas podem oferecer.
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O bom comprador
O presidente Nicolas Sarkozy talvez não seja um grande vendedor, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com certeza, é um grande comprador. Sar- kozy veio ao Brasil como convidado especial para as solenidades do 7 de Setembro e para fazer um balanço da implementação dos acordos bilaterais de cooperação, inclusive do acordo pelo qual a França fornecerá ao Brasil meia centena de helicópteros, quatro submarinos, um casco para o futuro submarino nuclear, além de promessas de transferência de tecnologias, exceto nuclear. Tudo isso a um custo estimado em cerca de R$ 25 bilhões. Quando voltou para Paris, Sarkozy levava no bolso também o compromisso do governo brasileiro de iniciar negociações com a Dassault para a compra de 36 caças Rafale, a um custo que oscilará entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões. Sem ouvir a FAB, Lula atalhou um processo de seleção de equipamentos iniciado em 1994.
Em menos de 24 horas e em circunstâncias que sugerem aquilo que os frequentadores de shopping centers chamam de "impulso de compras", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atrelou a defesa e a segurança nacionais do Brasil, bem como aspectos cruciais da política externa, a um único fornecedor de equipamentos. Os compromissos assumidos em Brasília, no Dia da Independência, são de longa duração. O reaparelhamento da Marinha não se fará em menos de 10 anos - sem interrupções -, não sendo demais estimar o dobro desse tempo para o lançamento do primeiro submarino nuclear nacional. Os aviões de caça, por sua vez, deverão ter uma vida útil de cerca de três décadas - e note-se que 36 aparelhos são apenas o início de um processo de substituição de pelo menos mais uma centena de aviões de combate.
Desde o final da 2ª Guerra Mundial, os principais estrategistas brasileiros salientavam a necessidade de obter equipamentos militares de outros fornecedores que não os Estados Unidos, para evitar ter de absorver a doutrina de emprego desse armamento, que consideravam inapropriada para as condições e os propósitos do Brasil. E, de fato, isso foi sendo feito gradualmente, até que o presidente Ernesto Geisel rompeu de inopino o Acordo Militar Brasil-Estados Unidos. Mas não se podia imaginar que o presidente Lula, que sempre manifestou sua admiração pelo modelo de governo Geisel, fosse de um extremo ao outro. Para não ficar dependente dos Estados Unidos - o que dificilmente aconteceria, mesmo que o avião escolhido para a FAB fosse o F-18 da Boeing -, ficou dependente da França.
E nem se pode dizer que os acordos e compromissos até aqui assumidos permitirão ao Brasil dar um salto tecnológico nas áreas de produção de sistemas avançados de armas, que coloquem o País como líder incontestável da região. O compromisso de compra dos Rafale, por exemplo, foi feito de afogadilho. "Os nossos companheiros trabalharam até quase as 2 horas. Eu nem sequer tive tempo de fazer reunião com o ministro da Defesa para discutir com profundidade", confessou o presidente Lula. O comandante da Aeronáutica, ao que parece, ficou sabendo de tudo no final do expediente, pois os militares foram excluídos do processo de decisão. De fato, essa decisão nem mesmo constava do texto da declaração conjunta assinada pelos dois presidentes. Foi acrescentada, em folha avulsa, depois que o presidente Sarkozy manifestou a intenção - apenas isso - de comprar dez aviões cargueiros de um modelo que a Embraer ainda está projetando. Vivo fosse, o general De Gaulle diria que este ainda não é um país sério.
A França fica com a parte do leão desse negócio milionário. O Brasil compra submarinos convencionais por preço elevado. De quebra, os franceses construirão uma base e um estaleiro. Não repassarão tecnologia nuclear e, a que transferirem, será para uma empresa constituída pela DNCS francesa e pela Odebrecht brasileira - que entrou nesse negócio sem licitação, a convite não de quem paga a conta, mas dos franceses.
No caso dos Rafale, a França livra-se de um problema. O avião foi um fracasso de vendas e, com o negócio brasileiro, amortiza-se boa parte das despesas de projeto e desenvolvimento do caça. A FAB, por sua vez, receberá aviões novos, aos quais certamente dará bom uso. E os contribuintes, bem, esses arcarão com os custos de um negócio feito às pressas e que implicará significativo aumento do orçamento militar, que só é menor que o da Saúde.
Jobim tenta contornar mal-estar e em nota diz que seleção não está concluída
TANIA MONTEIRO e DENISE CHRISPIM MARIN
A decisão de abrir negociação com a francesa Dassault para comprar 36 caças supersônicos Rafale está tomada e é uma atribuição política do presidente da República. Apesar do anúncio dessa preferência ter sido feito na segunda-feira, diante do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e reafirmada ontem pelo Planalto ao Estado, o governo admitiu que atropelou as regras formais da concorrência com o anúncio prematuro da opção pelo Rafale. Foi esse atropelo e o incômodo provocado no Comando da Aeronáutica e entre os concorrentes da Dassault que levaram o Ministério da Defesa a divulgar ontem nota oficial para deixar registrado que "o processo de seleção ainda não está encerrado".
Surpreendido como anúncio logo depois da participação de Sarkozy no desfile do 7 de Setembro, em Brasília, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, disse ao presidente Lula que precisava dar uma satisfação aos concorrentes da empresa francesa.
Saito também convocou ontem extraordinariamente o Alto Comando da Força para explicar a circunstância em que se dera o anúncio, segunda-feira, no Palácio da Alvorada, e anunciar aos brigadeiros que o governo divulgaria uma nota oficial que desse uma satisfação aos concorrentes do Projeto FX-2. No Planalto e no Itamaraty, que tomaram conhecimento prévio do texto redigido no Ministério da Defesa, a nota assinada pelo ministro Nelson Jobim foi considerada um "instrumento de precaução", para evitar reclamações das empresas.
A nota da Defesa começou relatando o anúncio feito anteontem. Lula disse que França e Brasil vão ser "parceiros estratégicos no setor aeronáutico", lembrou que o governo francês se comprometeu a "ofertar os aviões Rafale ao Brasil com preços competitivos, razoáveis e comparáveis com os pagos pelas Forças Armadas da França", e citou, ainda, a disposição francesa de adquirir aviões KC-390, em fase de projeto na Embraer.
Ao fim dessa memória do anúncio, a nota de Jobim diz que, diante do pacote de ofertas da França, o Comando da Aeronáutica "prosseguirá com negociações junto aos três participantes, onde serão aprofundadas e, eventualmente, redefinidas as propostas apresentadas". Segundo uma fonte do Itamaraty, a palavra "eventualmente" mostra "que a decisão da preferência dada aos franceses está tomada", mas, se a negociação com a Dassault enfrentar problemas, o governo, naturalmente, vai avaliar as propostas da Boeing e da Saab.
O processo de seleção dos caças ainda estava sob a liderança técnica do Comando da Aeronáutica, que deveria entregar nos próximos dias ao ministro Jobim os relatórios com as pontuações de desempenho dos aviões ofertados e as condições de cada um dos fabricantes em matéria de transferência de tecnologia. O comando foi surpreendido com as declarações de Lula e do ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) sobre a preferência do Rafale. Os representantes da Boeing e da Saab pressionaram ontem a Aeronáutica para que o ritual da concorrência seja mantido. Para alguns brigadeiros, diante da proposta francesa, o governo brasileiro deve manter uma porta da negociação aberta para barganhar as condições que as outras duas empresas podem oferecer.
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O bom comprador
O presidente Nicolas Sarkozy talvez não seja um grande vendedor, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com certeza, é um grande comprador. Sar- kozy veio ao Brasil como convidado especial para as solenidades do 7 de Setembro e para fazer um balanço da implementação dos acordos bilaterais de cooperação, inclusive do acordo pelo qual a França fornecerá ao Brasil meia centena de helicópteros, quatro submarinos, um casco para o futuro submarino nuclear, além de promessas de transferência de tecnologias, exceto nuclear. Tudo isso a um custo estimado em cerca de R$ 25 bilhões. Quando voltou para Paris, Sarkozy levava no bolso também o compromisso do governo brasileiro de iniciar negociações com a Dassault para a compra de 36 caças Rafale, a um custo que oscilará entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões. Sem ouvir a FAB, Lula atalhou um processo de seleção de equipamentos iniciado em 1994.
Em menos de 24 horas e em circunstâncias que sugerem aquilo que os frequentadores de shopping centers chamam de "impulso de compras", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atrelou a defesa e a segurança nacionais do Brasil, bem como aspectos cruciais da política externa, a um único fornecedor de equipamentos. Os compromissos assumidos em Brasília, no Dia da Independência, são de longa duração. O reaparelhamento da Marinha não se fará em menos de 10 anos - sem interrupções -, não sendo demais estimar o dobro desse tempo para o lançamento do primeiro submarino nuclear nacional. Os aviões de caça, por sua vez, deverão ter uma vida útil de cerca de três décadas - e note-se que 36 aparelhos são apenas o início de um processo de substituição de pelo menos mais uma centena de aviões de combate.
Desde o final da 2ª Guerra Mundial, os principais estrategistas brasileiros salientavam a necessidade de obter equipamentos militares de outros fornecedores que não os Estados Unidos, para evitar ter de absorver a doutrina de emprego desse armamento, que consideravam inapropriada para as condições e os propósitos do Brasil. E, de fato, isso foi sendo feito gradualmente, até que o presidente Ernesto Geisel rompeu de inopino o Acordo Militar Brasil-Estados Unidos. Mas não se podia imaginar que o presidente Lula, que sempre manifestou sua admiração pelo modelo de governo Geisel, fosse de um extremo ao outro. Para não ficar dependente dos Estados Unidos - o que dificilmente aconteceria, mesmo que o avião escolhido para a FAB fosse o F-18 da Boeing -, ficou dependente da França.
E nem se pode dizer que os acordos e compromissos até aqui assumidos permitirão ao Brasil dar um salto tecnológico nas áreas de produção de sistemas avançados de armas, que coloquem o País como líder incontestável da região. O compromisso de compra dos Rafale, por exemplo, foi feito de afogadilho. "Os nossos companheiros trabalharam até quase as 2 horas. Eu nem sequer tive tempo de fazer reunião com o ministro da Defesa para discutir com profundidade", confessou o presidente Lula. O comandante da Aeronáutica, ao que parece, ficou sabendo de tudo no final do expediente, pois os militares foram excluídos do processo de decisão. De fato, essa decisão nem mesmo constava do texto da declaração conjunta assinada pelos dois presidentes. Foi acrescentada, em folha avulsa, depois que o presidente Sarkozy manifestou a intenção - apenas isso - de comprar dez aviões cargueiros de um modelo que a Embraer ainda está projetando. Vivo fosse, o general De Gaulle diria que este ainda não é um país sério.
A França fica com a parte do leão desse negócio milionário. O Brasil compra submarinos convencionais por preço elevado. De quebra, os franceses construirão uma base e um estaleiro. Não repassarão tecnologia nuclear e, a que transferirem, será para uma empresa constituída pela DNCS francesa e pela Odebrecht brasileira - que entrou nesse negócio sem licitação, a convite não de quem paga a conta, mas dos franceses.
No caso dos Rafale, a França livra-se de um problema. O avião foi um fracasso de vendas e, com o negócio brasileiro, amortiza-se boa parte das despesas de projeto e desenvolvimento do caça. A FAB, por sua vez, receberá aviões novos, aos quais certamente dará bom uso. E os contribuintes, bem, esses arcarão com os custos de um negócio feito às pressas e que implicará significativo aumento do orçamento militar, que só é menor que o da Saúde.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Valor, 09/09
Decisão de Lula foi à revelia da avaliação técnica da FAB
Virgínia Silveira
para o Valor, de São José dos Campos
A decisão do governo brasileiro de iniciar uma negociação com os franceses para a compra de 36 caças de combate do modelo Rafale, produzido pela empresa Dassault, foi feita à revelia da Força Aérea Brasileira (FAB), que foi surpreendida pela notícia divulgada na última segunda-feira. "Lula ignorou o relatório da FAB, que levou meses para ser elaborado, e tomou a decisão política, sem base técnica", comentou uma fonte que acompanha de perto o processo.
Na Aeronáutica a informação oficial, divulgada pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), era de que o processo licitatório dos caças ainda está aberto e que a decisão final só será conhecida entre o final de setembro e início de outubro. A assessoria de imprensa do Ministério da Defesa informou que estava valendo o que foi dito pelo presidente Lula e o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, mas não confirmou nem desmentiu a escolha da oferta francesa.
Segundo fonte ligada ao processo de seleção dos caças, na última sexta-feira o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito e o presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac) e coordenador do F-X2, brigadeiro Dirceu Tondolo Noro teriam se reunido com o ministro da Defesa Nelson Jobim e o presidente Lula para falar sobre o conteúdo do relatório técnico da FAB, que não indicava o Rafale como o preferido dos militares.
Um fator preocupante, segundo a fonte, é que além do Rafale ser 40% mais caro que os outros concorrentes, a proposta da Dassault não inclui montagem final e integração de armamentos. "Seria uma negociação à parte, o que encarece ainda mais o valor do contrato, estimado em US$ 4 bilhões", afirma.
Especialistas afirmam ainda que na negociação com a França uma das questões pendentes seria o alto custo das horas de vôo dos caças franceses, o que inviabilizaria sua operação na Força Aérea. O custo operacional do Rafale foi estimado em US$ 16 mil, enquanto o americano F-18, da Boeing, teria um custo de US$ 10 mil e o sueco Gripen, da Saab, de US$ 4,5 mil.
Em relação às propostas de transferência de tecnologia, item em que a aeronave francesa estaria bem à frente dos concorrentes, nos bastidores do setor aeroespacial brasileiro a informação também é diferente. Segundo fonte ligada aos militares, durante a seleção do FX-2, as empresas Embraer, Atech, Mectron e Aeroeletrônica foram convocadas pela Aeronáutica para fazer uma avaliação das propostas de parceria feitas pelos concorrentes, principalmente na transferência de tecnologia. De acordo com a fonte, somente a Atech teria colocado o Rafale em primeiro lugar. As demais colocaram o Gripen em primeiro, o F-18 em segundo e em último o Rafale.
Um empresário do setor aeroespacial disse que a forma como a transferência de tecnologia foi colocada no processo de compra dos caças não dá nenhuma garantia efetiva de que será cumprida. "No F-X2 essa transferência fica a critério da empresa contratada. Deveríamos fazer como nos Estados Unidos, onde as compras de defesa sempre são feitas diretamente da empresa nacional, e quando a tecnologia é comprada de fora, existe a obrigação de um percentual mínimo de participação da empresa nacional, que hoje é de 75%".
Procurada, a Embraer também não se manifestou sobre a decisão do governo de negociar a compra dos caças com a Dassault. A empresa deve ser uma das principais beneficiárias do acordo com os franceses, pois o presidente Nicolas Sarkozi, anunciou a intenção de compra de 10 aeronaves KC-390, o cargueiro militar que a Embraer está desenvolvendo para a FAB. Segundo especialistas próximos ao F-X2, a Boeing teria manifestado essa intenção em sua proposta enviada à FAB e o número de unidades a serem compradas pelos americanos supera em muito o anunciado pelos franceses.
A Boeing e a Saab não se manifestarem ontem. Segundo o diretor geral da Gripen Internacional, Bengt Janér, a empresa não recebeu nenhuma informação oficial da FAB e nem do governo a respeito da escolha de um dos concorrentes ao FX-2. A Boeing limitou-se ontem a emitir uma nota por meio da qual informa não ter sido comunicada "nem pela comissão do FX-2 nem pelo governo brasileiro a respeito de qualquer decisão ".
A fabricante americana, que obtém na área de defesa metade da receita anual de US$ 67 bilhões, havia montado uma gigantesca rede de apoio para a negociação. A operação envolveu três departamentos da empresa, num total de 150 pessoas, além de contratos com consultorias brasileiras.
A direção da Boeing estava animada com as chances de seu avião, o Super Hornet, ser escolhido. Enquanto negociava com o governo brasileiro, nos últimos meses, a Boeing assinou termos de compromisso com 25 fabricantes de componentes do Brasil, espalhados entre São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Além disso, sondou diversas empresas, como a pequena Navtec, com 15 funcionários, localizada em Santa Rita do Sapucaí, Sul de Minas Gerais. A Navtec, que surgiu para abastecer a Helibras, foi visitada pela Boeing há mais ou menos dois meses, conta Claile Oppenheimer, um dos sócios. (Colaborou Marli Olmos, de São Paulo)
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Para vender caça, França terá de reduzir custo
Sergio Leo
de Brasília
A França terá de reduzir substancialmente o custo dos caças Rafale, e conceder ao Brasil exclusividade nas vendas do jato na América Latina, para que seja concretizada a anunciada compra dos aviões pela Força Aérea Brasileira (FAB). Esses foram alguns dos pontos acertados pelos governos brasileiro e francês, em reunião com a presença do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, em um hotel de Brasília, na madrugada de domingo. A discussão foi decisiva para que os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Nicolas Sarkozy, abrissem oficialmente, no dia seguinte, a negociação para compra dos caças.
Sarkozy firmou uma carta, cujo conteúdo é mantido em sigilo, para oficializar a disposição francesa na negociação. Ao encontrar-se para jantar com o francês, na noite de domingo, Lula informou a ele que a avaliação preliminar da FAB sobre a escolha do futuro caça havia apontado o fator custo - de compra e de operação - como um ponto muito desfavorável aos franceses na disputa com os fornecedores suecos (da Saab) e americanos (da Boeing). Os franceses garantiram que os pontos negativos apontados pela FAB são negociáveis, e o governo brasileiro resolveu oficializar a preferência pelo jato Rafale, da Dassault.
"Está tudo em aberto", resumiu o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ontem, segundo relato de parlamentares, ao apresentar a líderes partidários na Câmara o Plano Nacional de Defesa. Na prática, porém, os dois governos avançaram, durante o fim de semana, em pontos essenciais da negociação, com a concordância francesa em buscar uma aproximação com as demandas brasileiras em relação ao custo, transferência de tecnologia e outras questões ligadas à compra dos Rafale. Até um mecanismo para compensar a valorização do euro em relação ao dólar deve ser tratado na negociação.
Entre as demandas está a intenção brasileira de fazer com os Rafale algo semelhante ao negociado com os japoneses na adoção do padrão de TV digital: o Brasil participaria do desenvolvimento tecnológico, com possibilidade de negociar sua adoção nos países da América do Sul. No caso da TV digital, Argentina, Peru, Venezuela e Colômbia decidiram adotar o padrão nipo-brasileiro. No caso do Plano Nacional de Defesa, o objetivo é montar redes de indústrias na região ligadas às cadeias de produção do material bélico.
Segundo a discussão prévia, na noite de domingo para segunda-feira, a França também negociará a compra - a cooperação tecnológica para fabricação - de dez aviões cargueiros fabricados pela Embraer (o KC-390, ainda em projeto), em substituição aos antigos Hércules. A Embraer conta com essa aquisição como uma vitrine para colocar a aeronave no mercado mundial. No pacote discutido pelo governo brasileiro para dar preferência ao Rafale consta, ainda a oferta francesa de transferência de tecnologia "sem precedentes", nas palavras do próprio Sarkozy, que permitirá o uso, nos novos jatos, de armas desenvolvidas no Brasil ou compradas à parte.
Os prazos de pagamento serão negociados para evitar forte concentração antes do recebimento do primeiro avião (2013) e a França promete condições preferenciais de crédito. A equipe de negociação designada por Lula promete fazer "muita pressão" para garantir que sejam levados em conta também os custos de operação e manutenção, que têm potencial de transformar em mau negócio mesmo o que pudesse ser considerada pechincha na hora da compra.
Tecnicamente, as ofertas de vendas dos aviões feitas pela França, Estados Unidos e Suécia têm características distintas que tornam a comparação entre elas uma escolha entre "bananas, laranjas e pêras", na definição de um membro do governo. O Gripen sueco tem como inconveniente o fato de ter apenas um reator (os outros têm dois) e ser um avião "virtual", ainda não fabricado. Mas tanto ele quanto o F/A-18, da Boeing, são criticados no governo por incluírem tecnologia sensível, que pode ter sua transferência ou aperfeiçoamento no Brasil vetados pelo Congresso dos Estados Unidos.
Conhecedores das Forças Armadas comentam que a disputa pelo fornecimento à FAB reacendeu uma velha disputa na Força Aérea, entre pilotos e engenheiros - estes últimos mais favoráveis aos suecos, com os quais viam maior possibilidade de participar no desenvolvimento técnico dos aviões.
Pesou, porém, a decisão civil de dar preferência a um fornecedor que, além de garantir qualidade técnica, oferecesse maiores condições para transferência tecnológica e permitisse negociações para integração do Plano de Defesa Nacional ao projeto de integração industrial com os países vizinhos.
A compra prevista é de 36 aviões, a serem entregues entre 2013 e 2017, mas o Brasil acena com a possibilidade de homogeneizar a esquadrilha da FAB, o que criaria demanda para mais 52 aviões na década seguinte, garantindo escala de produção e permitindo cortes adicionais de custos.
Decisão de Lula foi à revelia da avaliação técnica da FAB
Virgínia Silveira
para o Valor, de São José dos Campos
A decisão do governo brasileiro de iniciar uma negociação com os franceses para a compra de 36 caças de combate do modelo Rafale, produzido pela empresa Dassault, foi feita à revelia da Força Aérea Brasileira (FAB), que foi surpreendida pela notícia divulgada na última segunda-feira. "Lula ignorou o relatório da FAB, que levou meses para ser elaborado, e tomou a decisão política, sem base técnica", comentou uma fonte que acompanha de perto o processo.
Na Aeronáutica a informação oficial, divulgada pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), era de que o processo licitatório dos caças ainda está aberto e que a decisão final só será conhecida entre o final de setembro e início de outubro. A assessoria de imprensa do Ministério da Defesa informou que estava valendo o que foi dito pelo presidente Lula e o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, mas não confirmou nem desmentiu a escolha da oferta francesa.
Segundo fonte ligada ao processo de seleção dos caças, na última sexta-feira o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito e o presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac) e coordenador do F-X2, brigadeiro Dirceu Tondolo Noro teriam se reunido com o ministro da Defesa Nelson Jobim e o presidente Lula para falar sobre o conteúdo do relatório técnico da FAB, que não indicava o Rafale como o preferido dos militares.
Um fator preocupante, segundo a fonte, é que além do Rafale ser 40% mais caro que os outros concorrentes, a proposta da Dassault não inclui montagem final e integração de armamentos. "Seria uma negociação à parte, o que encarece ainda mais o valor do contrato, estimado em US$ 4 bilhões", afirma.
Especialistas afirmam ainda que na negociação com a França uma das questões pendentes seria o alto custo das horas de vôo dos caças franceses, o que inviabilizaria sua operação na Força Aérea. O custo operacional do Rafale foi estimado em US$ 16 mil, enquanto o americano F-18, da Boeing, teria um custo de US$ 10 mil e o sueco Gripen, da Saab, de US$ 4,5 mil.
Em relação às propostas de transferência de tecnologia, item em que a aeronave francesa estaria bem à frente dos concorrentes, nos bastidores do setor aeroespacial brasileiro a informação também é diferente. Segundo fonte ligada aos militares, durante a seleção do FX-2, as empresas Embraer, Atech, Mectron e Aeroeletrônica foram convocadas pela Aeronáutica para fazer uma avaliação das propostas de parceria feitas pelos concorrentes, principalmente na transferência de tecnologia. De acordo com a fonte, somente a Atech teria colocado o Rafale em primeiro lugar. As demais colocaram o Gripen em primeiro, o F-18 em segundo e em último o Rafale.
Um empresário do setor aeroespacial disse que a forma como a transferência de tecnologia foi colocada no processo de compra dos caças não dá nenhuma garantia efetiva de que será cumprida. "No F-X2 essa transferência fica a critério da empresa contratada. Deveríamos fazer como nos Estados Unidos, onde as compras de defesa sempre são feitas diretamente da empresa nacional, e quando a tecnologia é comprada de fora, existe a obrigação de um percentual mínimo de participação da empresa nacional, que hoje é de 75%".
Procurada, a Embraer também não se manifestou sobre a decisão do governo de negociar a compra dos caças com a Dassault. A empresa deve ser uma das principais beneficiárias do acordo com os franceses, pois o presidente Nicolas Sarkozi, anunciou a intenção de compra de 10 aeronaves KC-390, o cargueiro militar que a Embraer está desenvolvendo para a FAB. Segundo especialistas próximos ao F-X2, a Boeing teria manifestado essa intenção em sua proposta enviada à FAB e o número de unidades a serem compradas pelos americanos supera em muito o anunciado pelos franceses.
A Boeing e a Saab não se manifestarem ontem. Segundo o diretor geral da Gripen Internacional, Bengt Janér, a empresa não recebeu nenhuma informação oficial da FAB e nem do governo a respeito da escolha de um dos concorrentes ao FX-2. A Boeing limitou-se ontem a emitir uma nota por meio da qual informa não ter sido comunicada "nem pela comissão do FX-2 nem pelo governo brasileiro a respeito de qualquer decisão ".
A fabricante americana, que obtém na área de defesa metade da receita anual de US$ 67 bilhões, havia montado uma gigantesca rede de apoio para a negociação. A operação envolveu três departamentos da empresa, num total de 150 pessoas, além de contratos com consultorias brasileiras.
A direção da Boeing estava animada com as chances de seu avião, o Super Hornet, ser escolhido. Enquanto negociava com o governo brasileiro, nos últimos meses, a Boeing assinou termos de compromisso com 25 fabricantes de componentes do Brasil, espalhados entre São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Além disso, sondou diversas empresas, como a pequena Navtec, com 15 funcionários, localizada em Santa Rita do Sapucaí, Sul de Minas Gerais. A Navtec, que surgiu para abastecer a Helibras, foi visitada pela Boeing há mais ou menos dois meses, conta Claile Oppenheimer, um dos sócios. (Colaborou Marli Olmos, de São Paulo)
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Para vender caça, França terá de reduzir custo
Sergio Leo
de Brasília
A França terá de reduzir substancialmente o custo dos caças Rafale, e conceder ao Brasil exclusividade nas vendas do jato na América Latina, para que seja concretizada a anunciada compra dos aviões pela Força Aérea Brasileira (FAB). Esses foram alguns dos pontos acertados pelos governos brasileiro e francês, em reunião com a presença do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, em um hotel de Brasília, na madrugada de domingo. A discussão foi decisiva para que os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Nicolas Sarkozy, abrissem oficialmente, no dia seguinte, a negociação para compra dos caças.
Sarkozy firmou uma carta, cujo conteúdo é mantido em sigilo, para oficializar a disposição francesa na negociação. Ao encontrar-se para jantar com o francês, na noite de domingo, Lula informou a ele que a avaliação preliminar da FAB sobre a escolha do futuro caça havia apontado o fator custo - de compra e de operação - como um ponto muito desfavorável aos franceses na disputa com os fornecedores suecos (da Saab) e americanos (da Boeing). Os franceses garantiram que os pontos negativos apontados pela FAB são negociáveis, e o governo brasileiro resolveu oficializar a preferência pelo jato Rafale, da Dassault.
"Está tudo em aberto", resumiu o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ontem, segundo relato de parlamentares, ao apresentar a líderes partidários na Câmara o Plano Nacional de Defesa. Na prática, porém, os dois governos avançaram, durante o fim de semana, em pontos essenciais da negociação, com a concordância francesa em buscar uma aproximação com as demandas brasileiras em relação ao custo, transferência de tecnologia e outras questões ligadas à compra dos Rafale. Até um mecanismo para compensar a valorização do euro em relação ao dólar deve ser tratado na negociação.
Entre as demandas está a intenção brasileira de fazer com os Rafale algo semelhante ao negociado com os japoneses na adoção do padrão de TV digital: o Brasil participaria do desenvolvimento tecnológico, com possibilidade de negociar sua adoção nos países da América do Sul. No caso da TV digital, Argentina, Peru, Venezuela e Colômbia decidiram adotar o padrão nipo-brasileiro. No caso do Plano Nacional de Defesa, o objetivo é montar redes de indústrias na região ligadas às cadeias de produção do material bélico.
Segundo a discussão prévia, na noite de domingo para segunda-feira, a França também negociará a compra - a cooperação tecnológica para fabricação - de dez aviões cargueiros fabricados pela Embraer (o KC-390, ainda em projeto), em substituição aos antigos Hércules. A Embraer conta com essa aquisição como uma vitrine para colocar a aeronave no mercado mundial. No pacote discutido pelo governo brasileiro para dar preferência ao Rafale consta, ainda a oferta francesa de transferência de tecnologia "sem precedentes", nas palavras do próprio Sarkozy, que permitirá o uso, nos novos jatos, de armas desenvolvidas no Brasil ou compradas à parte.
Os prazos de pagamento serão negociados para evitar forte concentração antes do recebimento do primeiro avião (2013) e a França promete condições preferenciais de crédito. A equipe de negociação designada por Lula promete fazer "muita pressão" para garantir que sejam levados em conta também os custos de operação e manutenção, que têm potencial de transformar em mau negócio mesmo o que pudesse ser considerada pechincha na hora da compra.
Tecnicamente, as ofertas de vendas dos aviões feitas pela França, Estados Unidos e Suécia têm características distintas que tornam a comparação entre elas uma escolha entre "bananas, laranjas e pêras", na definição de um membro do governo. O Gripen sueco tem como inconveniente o fato de ter apenas um reator (os outros têm dois) e ser um avião "virtual", ainda não fabricado. Mas tanto ele quanto o F/A-18, da Boeing, são criticados no governo por incluírem tecnologia sensível, que pode ter sua transferência ou aperfeiçoamento no Brasil vetados pelo Congresso dos Estados Unidos.
Conhecedores das Forças Armadas comentam que a disputa pelo fornecimento à FAB reacendeu uma velha disputa na Força Aérea, entre pilotos e engenheiros - estes últimos mais favoráveis aos suecos, com os quais viam maior possibilidade de participar no desenvolvimento técnico dos aviões.
Pesou, porém, a decisão civil de dar preferência a um fornecedor que, além de garantir qualidade técnica, oferecesse maiores condições para transferência tecnológica e permitisse negociações para integração do Plano de Defesa Nacional ao projeto de integração industrial com os países vizinhos.
A compra prevista é de 36 aviões, a serem entregues entre 2013 e 2017, mas o Brasil acena com a possibilidade de homogeneizar a esquadrilha da FAB, o que criaria demanda para mais 52 aviões na década seguinte, garantindo escala de produção e permitindo cortes adicionais de custos.
Editado pela última vez por Penguin em Qua Set 09, 2009 9:20 am, em um total de 1 vez.
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Carlo M. Cipolla
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Um país com a grandeza do Brasil merecia ser habitado por um povo mais........................
Simplesmente um atestado de incompetência, a prova de que não houve seleção, mas sim simulação...
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Não tô entendendo nada.
Pra falar a verdade, até estou com medo de entender.
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
AGENCIA FRANCE PRESS
Transferência de tecnologia da França para o Brasil: uma questão delicada
PARIS — As transferências de tecnologia, como as prometidas pela França ao Brasil como parte do acordo sobre a compra de caças franceses Rafale, são um argumento de peso para a exportação, mas às vezes se chocam com a proteção de conhecimentos sensíveis.
"Há muito tempo, a França pratica uma política de transferência porque é um argumento para ganhar mercados", explicou Jean Paul Hebert da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais.
Esse sistema permite conceder ao país cliente o direito de produzir aeronaves ou componentes e de ter acesso à tecnologia dos produtos que compra.
Essa é a promessa que acaba de ser feita pela França ao Brasil durante a visita que o presidente francês Nicolas Sarkozy realizou na segunda-feira, como parte de um projeto de maior cooperação bilateral.
O acordo bilionário anunciado na segunda-feira por Sarkozy e pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva prevê no total a compra de 36 caças, cinco submarinos e 50 helicópteros franceses, e a venda de dez aviões de transporte militar brasileiros KC-390, o "Hércules", para substituir os C130 Hércules norte-americanos.
"A França se mostrou o país mais flexível na questão de transferência de tecnologia, e, obviamente, essa é uma vantagem comparativa excepcional", havia afirmado Lula na quarta-feira passada em uma entrevista concedida à AFP, ao confirmar a sua preferência pelo caça fabricado pela francesa Dassault.
Essa companhia se declarou disposta a responder a essa exigência brasileira, baseando-se em sua "longa história em matéria de transferência de tecnologia e de cooperação industrial que remonta aos anos 60 e que começou com o Mirage III. Nunca tivemos problemas".
Este compromisso vai além do alcançado entre a fabricante aeronáutica europeia Airbus e a China, onde foi instalada uma fábrica dos A320.
A fabricante europeia não tem a intenção de ensinar seus sócios locais a construir um avião de carreira, uma das grandes ambições da indústria aeronáutica chinesa.
No entanto, o alcance da transferência de tecnologia proposta pela Dassault é secreto. "Os brasileiros nos pedirão muito. Será preciso encontrar um equilíbrio", considerou uma fonte do governo francês.
As áreas mais delicadas são as "forças tecnológicas" do avião, como por exemplo, tudo o que permitirá atacar, como radares, mísseis, visores de capacete, sistema de alvo e eletrônica de bordo, explicou um alto responsável da Força Aérea francesa.
"Os códigos-fonte" dos computadores também são decisivos, pois permitem bloquear seu funcionamento.
"Fabricar um avião em um país não significa que serão fornecidos os segredos de fabricação de um radar", explicou essa autoridade.
Algumas tecnologias, a começar pela nuclear militar (mísseis ou propulsão de submarinos), são, em todos os casos, estratégicas demais para serem transmitidas e são estipuladas estritamente em tratados internacionais.
O grupo naval francês DCNS ajudará o Brasil na construção de um submarino nuclear, mas "o limite foi claramente estabelecido. "Não os ajudaremos a montar a sala de máquinas nuclear", indicaram fontes da DCNS.
Na França, a transferência de tecnologia é controlada pela Comissão Interministerial de Exportações de Material de Guerra (CIEMG), sob a tutela do poder político, que predomina nos casos mais importantes.
Mas a política francesa é bastante flexível nesse âmbito, comparada à dos Estados Unidos, zelosos em proteger suas joias tecnológicas dos olhares indiscretos e em manter a sua supremacia militar.
Neste contexto, o Congresso dos Estados Unidos proibiu a exportação dos custosos aviões de caça F-22 Raptor, inclusive para os países considerados amigos, apesar dos empresários norte-americanos.
Transferência de tecnologia da França para o Brasil: uma questão delicada
PARIS — As transferências de tecnologia, como as prometidas pela França ao Brasil como parte do acordo sobre a compra de caças franceses Rafale, são um argumento de peso para a exportação, mas às vezes se chocam com a proteção de conhecimentos sensíveis.
"Há muito tempo, a França pratica uma política de transferência porque é um argumento para ganhar mercados", explicou Jean Paul Hebert da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais.
Esse sistema permite conceder ao país cliente o direito de produzir aeronaves ou componentes e de ter acesso à tecnologia dos produtos que compra.
Essa é a promessa que acaba de ser feita pela França ao Brasil durante a visita que o presidente francês Nicolas Sarkozy realizou na segunda-feira, como parte de um projeto de maior cooperação bilateral.
O acordo bilionário anunciado na segunda-feira por Sarkozy e pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva prevê no total a compra de 36 caças, cinco submarinos e 50 helicópteros franceses, e a venda de dez aviões de transporte militar brasileiros KC-390, o "Hércules", para substituir os C130 Hércules norte-americanos.
"A França se mostrou o país mais flexível na questão de transferência de tecnologia, e, obviamente, essa é uma vantagem comparativa excepcional", havia afirmado Lula na quarta-feira passada em uma entrevista concedida à AFP, ao confirmar a sua preferência pelo caça fabricado pela francesa Dassault.
Essa companhia se declarou disposta a responder a essa exigência brasileira, baseando-se em sua "longa história em matéria de transferência de tecnologia e de cooperação industrial que remonta aos anos 60 e que começou com o Mirage III. Nunca tivemos problemas".
Este compromisso vai além do alcançado entre a fabricante aeronáutica europeia Airbus e a China, onde foi instalada uma fábrica dos A320.
A fabricante europeia não tem a intenção de ensinar seus sócios locais a construir um avião de carreira, uma das grandes ambições da indústria aeronáutica chinesa.
No entanto, o alcance da transferência de tecnologia proposta pela Dassault é secreto. "Os brasileiros nos pedirão muito. Será preciso encontrar um equilíbrio", considerou uma fonte do governo francês.
As áreas mais delicadas são as "forças tecnológicas" do avião, como por exemplo, tudo o que permitirá atacar, como radares, mísseis, visores de capacete, sistema de alvo e eletrônica de bordo, explicou um alto responsável da Força Aérea francesa.
"Os códigos-fonte" dos computadores também são decisivos, pois permitem bloquear seu funcionamento.
"Fabricar um avião em um país não significa que serão fornecidos os segredos de fabricação de um radar", explicou essa autoridade.
Algumas tecnologias, a começar pela nuclear militar (mísseis ou propulsão de submarinos), são, em todos os casos, estratégicas demais para serem transmitidas e são estipuladas estritamente em tratados internacionais.
O grupo naval francês DCNS ajudará o Brasil na construção de um submarino nuclear, mas "o limite foi claramente estabelecido. "Não os ajudaremos a montar a sala de máquinas nuclear", indicaram fontes da DCNS.
Na França, a transferência de tecnologia é controlada pela Comissão Interministerial de Exportações de Material de Guerra (CIEMG), sob a tutela do poder político, que predomina nos casos mais importantes.
Mas a política francesa é bastante flexível nesse âmbito, comparada à dos Estados Unidos, zelosos em proteger suas joias tecnológicas dos olhares indiscretos e em manter a sua supremacia militar.
Neste contexto, o Congresso dos Estados Unidos proibiu a exportação dos custosos aviões de caça F-22 Raptor, inclusive para os países considerados amigos, apesar dos empresários norte-americanos.
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Santiago escreveu:Valor, 09/09
Decisão de Lula foi à revelia da avaliação técnica da FAB
Segundo fonte ligada ao processo de seleção dos caças, na última sexta-feira o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito e o presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac) e coordenador do F-X2, brigadeiro Dirceu Tondolo Noro teriam se reunido com o ministro da Defesa Nelson Jobim e o presidente Lula para falar sobre o conteúdo do relatório técnico da FAB, que não indicava o Rafale como o preferido dos militares.
E essa charla de que não havia relatório? Mas se na sexta TERIAM se reunido com o Presidente para dizer: "olha, nós queremos outro caça (F-18?) bla bla bla..."
Quanta contra-informação...
Me dizer que a F-414 consome MENOS que a M-88 é dose, ainda mais num avião propositadamente mais pesado, eis que concebido expressamente para uso NAVAL. No Gripen eu até acreditaria, porque é UMA SÓ...
Estou repetindo desde ontem, agora é que a gente vai ver se no Brasil há Presidente ou não...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Na noite de ontem houve um "Entre Aspas" com a Mônica Waldvogel tratando do assunto.
Se alguém conseguir o link seria uma boa.
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"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
mais da midia
EUA resistem a admitir que jogo esteja perdido
PATRÍCIA CAMPOS MELLO, CORRESPONDENTE
A Casa Branca não está preparada para "jogar a toalha" na concorrência dos caças e "continua na disputa", disse ontem uma fonte do governo americano. Na sexta-feira, o Congresso americano aprovou a transferência de tecnologia dos F-18 Super Hornet, sob pressão da Casa Branca.
A secretária de Estado, Hillary Clinton, se envolveu na campanha pelos caças da Boeing, ao enviar carta ao governo Lula prometendo transferência de tecnologia. Um porta-voz do Departamento de Estado disse acreditar que "a decisão não foi tomada". A Boeing manteve posição similar. "Não fomos notificados pela comissão do FX-2 , nem por ninguém do governo brasileiro."
Para Michael Shifter, professor da Universidade Georgetown e vice-presidente do Diálogo Interamericano, o Brasil ganhou peso geopolítico e a realidade "está distante da Doutrina Monroe e do hábito de os EUA encararem a América Latina como quintal". "A própria reação dos EUA reflete essa realidade", disse.
EUA resistem a admitir que jogo esteja perdido
PATRÍCIA CAMPOS MELLO, CORRESPONDENTE
A Casa Branca não está preparada para "jogar a toalha" na concorrência dos caças e "continua na disputa", disse ontem uma fonte do governo americano. Na sexta-feira, o Congresso americano aprovou a transferência de tecnologia dos F-18 Super Hornet, sob pressão da Casa Branca.
A secretária de Estado, Hillary Clinton, se envolveu na campanha pelos caças da Boeing, ao enviar carta ao governo Lula prometendo transferência de tecnologia. Um porta-voz do Departamento de Estado disse acreditar que "a decisão não foi tomada". A Boeing manteve posição similar. "Não fomos notificados pela comissão do FX-2 , nem por ninguém do governo brasileiro."
Para Michael Shifter, professor da Universidade Georgetown e vice-presidente do Diálogo Interamericano, o Brasil ganhou peso geopolítico e a realidade "está distante da Doutrina Monroe e do hábito de os EUA encararem a América Latina como quintal". "A própria reação dos EUA reflete essa realidade", disse.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Gente, o jornalista mais gabaritado destes todos é o Sérgio Léo (escritor bissexto, também). Ele é a cabeça pensante do Valor Econômico, talvez o melhor jornal brasileiro, atualmente. Também é o titular de um dos melhores blogs da net (este, recomendo fortemente).
Mas vejam bem a diferença entre dois textos do Valor, ambos postados pelo Jacques.
O último artigo, postado pelo Sérgio Léo, para mim mostra o cenário mais provável, isento e aprofundado. Mais do que a Catanhêde, que tem fortes vínculos com o Jobim.
Assim, Saito e Jobim negociaram de madrugada, logo antes do 7 de Setembro. A Arma Aérea não fora assim alijada, de vez que um documento do Sarkozy possibilitaria a flexibilização dos pontos mais frágeis da proposta francesa.
São negociáveis, pois, o preço e o custo de operação, a transferência tecnológica e exclusividade de venda na Am. Latina (aqui, erro, não se há como comparar o Rafale com o padrão japonês de tv digital).
Também lembrou o articulista a briga de facções na FAB, ressaltando a turma da graxa/engenheiros, para mim os viúvos de Inês.
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Quanto ao mais, há de se ligar o filtro ideológico/comercial/da imprensa. Lobbies agora se tornarão mais explícitos, o gritedo vai aumentar, coisas se tornarão explícitas, facções internas degringolarão.
Mas o fato é consumado, não há como reverter essa decisão política, por maior que seja a pressão comercial/da imprensa/política.
Parafraseando Eliot Ness (quando investigou o Al Capone, disse "siga o dinheiro", o que permitiu chegar ao contador e à lavagem de dinheiro), "follow Jobim". Ele pode estar puteado, ou pode estar fazendo figuração, mantendo-se fiel à sua conhecida francofilia ...
Salu2, tigrada. Está na hora de mostrar que temos culhões.
Mas vejam bem a diferença entre dois textos do Valor, ambos postados pelo Jacques.
O último artigo, postado pelo Sérgio Léo, para mim mostra o cenário mais provável, isento e aprofundado. Mais do que a Catanhêde, que tem fortes vínculos com o Jobim.
Assim, Saito e Jobim negociaram de madrugada, logo antes do 7 de Setembro. A Arma Aérea não fora assim alijada, de vez que um documento do Sarkozy possibilitaria a flexibilização dos pontos mais frágeis da proposta francesa.
São negociáveis, pois, o preço e o custo de operação, a transferência tecnológica e exclusividade de venda na Am. Latina (aqui, erro, não se há como comparar o Rafale com o padrão japonês de tv digital).
Também lembrou o articulista a briga de facções na FAB, ressaltando a turma da graxa/engenheiros, para mim os viúvos de Inês.
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Quanto ao mais, há de se ligar o filtro ideológico/comercial/da imprensa. Lobbies agora se tornarão mais explícitos, o gritedo vai aumentar, coisas se tornarão explícitas, facções internas degringolarão.
Mas o fato é consumado, não há como reverter essa decisão política, por maior que seja a pressão comercial/da imprensa/política.
Parafraseando Eliot Ness (quando investigou o Al Capone, disse "siga o dinheiro", o que permitiu chegar ao contador e à lavagem de dinheiro), "follow Jobim". Ele pode estar puteado, ou pode estar fazendo figuração, mantendo-se fiel à sua conhecida francofilia ...
Salu2, tigrada. Está na hora de mostrar que temos culhões.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Portanto, o Presidente da Republica Brasileira faz uma declaração oficial ao lado do Presidente da Republica da França e no dia seguinte o Ministério da Defesa faz sair uma declaração a desmentir o que foi dito pelo Presidente da Republica, isto devido a mal estar por parte dos militares... É isso?
Ministro da Defesa entrega a carta de demissão, o Comandante em Chefe da Força é demitido e ponto final na conversa.
Ministro da Defesa entrega a carta de demissão, o Comandante em Chefe da Força é demitido e ponto final na conversa.
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
Knight, precisamos de ti agora. Teus últimos posts são importantísssimos.
Ninjaki, excelente teu último post.
Ninjaki, excelente teu último post.
Editado pela última vez por pafuncio em Qua Set 09, 2009 9:54 am, em um total de 1 vez.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: FINALMENTE RAFALE O GRANDE VENCEDOR!!!
http://video.globo.com/Videos/Player/No ... CA,00.htmlMarino escreveu:Na noite de ontem houve um "Entre Aspas" com a Mônica Waldvogel tratando do assunto.
Se alguém conseguir o link seria uma boa.