Há diferença no arrasto. Ponto.
Não, não é simples assim porque não estamos comparando caças iguais.
Cada carga vai impactar de maneira diferente cada avião.
O arrasto de uma dada carga é igual mas quem a carrega não, logo, cada vetor sofrerá de maneira diferente. A carga induzirá, em medidas diferentes para cada vetor, perda de desempenho aerodinâmico, mais consumo, motor trabalhando em regimes mais altos, trabalho da estrutura com mais estresse, atitude de voo mais cabrada... Enfim, Estamos muito longe do "arrasto, ponto".
Aqui é o bom e velho português mesmo... a oração "há diferença no arrasto. Ponto" engloba o que o colega disse... E está correto.
Eu já comentei sobre BVR aqui. Não vou ser exaustivo. Mas veja que o F-15 virá "mais alto, rápido", ignora o fato do Gripen (e outros delta/canards) também terem excelentes características de voar alto e rápido. Já houve inclusive, declarações da Copac sobre a habilidade do Gripen de voar alto e rápido.
Sim, mas por quanto tempo?
Com que carga?
Essa carga vai deteriorar o desempenho em que valor?
Pelo tempo suficiente... Com carga de combate BVR, com 6 mísseis e um tanque ventral.
Com menos recursos alocados o M-2000C conseguiu melhor disponibilidade.
Dados da FAB.
E mesmo assim, se o M-2000C era "incapacitante", que dirá um caça muito mais moderno e portanto mais caro de operar!
É por isso que eu digo, o orçamento é proporcional ao equipamento, não é um valor fixo.
Há uma planilha, da própria FAB,com o custo da hora vôo de todas as aeronaves. Não encontrei aqui (quem achar, peço por gentileza que a disponibilize). Mas ali mostrava um custo de R$ 26.000,00 a hora vôo, superior, por larga margem superior a todas as outras aeronaves. Aí é lógico: como o cobertor é curto, a operação de outras aeronaves foi sacrificada.
Quem vivenciou isso na FAB, se pudesse comentar... ajudaria bastante.
Em suma, cada um tem suas posições bem firmadas. Óbvio ululante que um SU-35 sofreria muito menos com cargas externas... Aliás, a depender da missão, o Gripenzinho nem sairia do chão, não conseguindo levar tão grandes ou tão pesados armamentos quanto um SU pode levar.
Mas, voltando ao post inicial: quais forças aéreas tem real necessidade de ter a possibilidade de, eventualmente, carregar mais armas em alguma ou outra missão ??
Ainda, e como vem sendo enfatizado, a linha que separava pesados vs leves foi rompida, sendo que vários atributos que antes eram exclusividade dos pesados, foram incorporados a deltas/canards médios/leves. Negar isso também não seria razoável.
Por fim, com o "fatiamento" das mensagens, o sentido central muitas vezes acaba sendo perdido. É nesse sentido, que vou me permitir a colocar novamente o post inicial. Para que a mensagem ali estampada não seja perdida:
"Engraçado que nessa discussão toda de grandes/pesados vs pequenos/leves, houve uma sequência de posts, por esses dias, que praticamente delimitou o "problema". O post (fiz questão de salvar), do Luis Claudio, foi esse:
"Até um tempo, um caça pesado como o F-15, entregava grande desempenho em todas as altitudes e velocidades. Por isso custava mais caro. O F-16, à medida que subia, ia perdendo muito desempenho. Manobrável, digamos, apenas relativamente. Outra vantagem era a maior autonomia e a capacidade de levar armamentos mais capazes.
Mas, o desenho delta + canards possibilitou um grande desempenho em todas as altitudes e velocidades. Não vale só para o Gripen, para qualquer delta + canard.
Ainda, houve miniaturização dos mísseis. Aviões pequenos hoje podem carregar Meteor. Antes, só a classe do F-15 poderiam carregar mísseis como o Sparrow.
Da mesma forma, um caça menor, monoturbina, gera muito menos drag. Resumindo, conseguiram encontrar um raio de ação para o Gripen que, em muitos cenários, foi superior ao do Rafale e do pesado Super Hornet. Palavras do presidente da Copac.
Dessa forma, gostaria que explicasse, de forma fundamentada, onde e como ainda residiriam vantagens a favor dos caças pesados, na comparação pesados x leves"
Eu, aliás, tinha escrito algo parecido há um tempinho atrás. Os posts seguintes não questionaram nada do que foi escrito. Mas observaram questões relativas a arrasto e capacidade de armas.
Dito isso, há sim uma maior dificuldade para o caça menor levar armas externas. Para o caça pesado, há maior facilidade para levar uma maior carga de armas. E armamentos maiores.
Agora, esse é ponto que enxergo: quais forças aéreas tem real necessidade de ter a possibilidade de, eventualmente, carregar mais armas em alguma ou outra missão ?? A USAF ter o F-15E tudo bem, é uma força "global". Mas nem mesmo colegas de OTAN fazem isso. Adotaram, em boa parte, caças médios com grandes qualidades, mas que jamais poderiam levar armamentos tão numerosos, ou tão grandes, quanto um F-15E.
Continuando. Mesmo para a USAF, sabemos que, com o dramático aumento da precisão dos armamentos, são poucas as bombas levadas. Se pesquiso na net sobre fotos de missões reais de combate (Kosovo, Iraque. etc), vejo que maioria desta fotos é com aviões armados com poucas bombas. Claro que há com aviões armados até os dentes, mas, percentualmente, são poucas. E isso vale para todas as bombas, inteligentes ou não. Sim, porque bomba burra, evidentemente, também passou a ser lançada com muito maior precisão ao longo dos anos.
Então,levar uma grande carga de armas, é sempre importante ?? Qual é a missão ?? Qual é o cenário ?? Será que para um força "convencional", haveria necessidade de ter um F-15E para cumprir com mais "folga", digamos, apenas 1% a 3% das missões, se para isso deverá ter um caça que custa o dobro para adquirir e o triplo para manutenir ??
Cada caso é um caso. Cada cenário é um cenário".
Abraço a todos
"Os primeiros quarenta anos da vida dão o texto, os trinta anos restantes possibilitam o comentário".
Arthur Schopenhauer