Mathias escreveu:em tempos de paz é sempre uma beleza e realmente essas fatores como alcance menor nunca fazem falta.
Se Deus nos ajudar nunca precisaremos, mas caso venha a ocorrer uma guerra, bastará combinar com o inimigo para que este não explore essa deficiência, o que é obvio, vai acontecer.
Ninguém ataca ou se defende enfrentando os melhores pontos do inimigo, suas fortalezas, é justamente nos pontos fracos e deficiências que se trabalha. Pelo menos até ontem era assim.
Então é isso, bastará combinar antes uma distância segura e tudo certo.
Olá Carlos.
O raio de ação do Gripen E/F, assim como o seu alcance, salvo erro, consta como tendo atendido aos requisitos solicitados no FX-2. Isto é um ponto. Comparado aos atuais caças da FAB, até onde tenho conhecimento destes, daremos um salto exponencial em relação a frota atual. Este é um segundo ponto. Em relação a estas questões, como disse, nossa atual doutrina está embasa em uma mentalidade "perna curta", posto que a FAB não tem, e nunca dispôs, de expertise na operação com caças da classe F-15/Su-35, complementando ou não a sua frota atual, e também a anterior. Neste sentido, é pouco crível esperar que a instituição entenda que o caça escolhido esteja em desacordo com a doutrina adotada. Falamos e até entendemos de superioridade e defesa aérea, mas nunca as praticamos nem as exercitamos em níveis outros dos encontrados aqui, por motivos óbvios. Ponto três. Por fim, o Gripen E/F dará a FAB a capacidade de poder realizar aquilo que se espera de um caça de múltiplas funções: defesa aérea, interceptação, escolta e superioridade aérea coerente com o sistema no qual ele estará ligado, ou seja, SISCEAB. Ponto final.
Ademais, se considerarmos que o Gripen E/F atende aos requisitos do FX-2 para este tipo de missão, mesmo sendo em tese um caça com "perna curta", não vejo porque isto ser motivo de preocupação, uma vez que as duas principais regiões político-econômica nacionais hoje se encontram dentro da cobertura - e do alcance - dos esquadrões de caça que operam os F-5M. E a FAB, estranhamente a meu ver, considera que a sua atual organização e distribuição de seus caças é satisfatória e atende as necessidades de defesa aérea de um país de 8,5 mi km2, atendo-se ao fato de que ela pressupõe que pode e poderá fazê-la a partir, e tão somente, das bases que possui, com os recursos que possui.
Não vou entrar no mérito de dizer se a FAB está certa ou não ao pensar assim a nossa defesa aérea, mas me parece que a manter-se o atual quadro organizacional da nossa defesa aérea, acrescida de novas capacidades que virão com o Gripen E/F, se com 36 ou 108 é outra coisa, estaremos melhores do que estivemos nos últimos 40 anos, quando a FAB passou a operar caças supersônicos.
Ao final e ao cabo, historicamente não temos, e nunca tivemos, cobertura aérea de defesa para mais de 70% do país. Na prática, hoje, a capital federal não tem defesa aérea há mais de cinco anos, a não ser os 2/4 F-5M que fazem rodízio cumprindo esta missão. A cobertura existente sempre foi limitada e efetiva à região sul/sudeste. E a FAB aparentemente nunca viu nenhum problema em fazer defesa aérea do norte, nordeste e centro-oeste a partir de suas bases no RJ e CO, as vezes de AN, tendo que atravessar o país. Se vai continuar agindo e pensando assim depois do Gripen E/F, ainda veremos.
Mas entendo que a manter-nos nessa prática e nessa lógica de defesa, pouco importa o caça adotado, pois, a não ser que o próximo caça da FAB depois do Gripen seja capaz de voar a velocidade da luz, nenhuma defesa aérea para nós contiuará sendo possível ou exequível, guardadas aqueles pressupostos.
A ver no que tudo isso vai dar.
abs.