Eu compreendo isso de a tigrada apontar a artilharia para o funcionalismo, em especial o mais dispendioso (mas que ganha proporcionalmente bem menos), que é o do Executivo, e tacar fumo. O que devemos notar é que tem coisas que parecem regalias mas não estão ali para enfeite; já outras foram simplesmente extintas, quem não quiser que saia (e aí está o quadro, grande parte dos efetivos passam mais tempo "papirando" para fazer concurso para algo que pague mais (Legislativo, Judiciário e os "filés" do Executivo, como Receita, PF & quetales) do que desempenhando suas funções. Alguns exemplos:
ESTABILIDADE - Primeiro, é meio que mito: mesmo eu tentaram demitir duas vezes, só não me ferrei porque não tinha mesmo culpa no cartório; em ambas ocasiões, não obstante, dançou quem tinha. Segundo, ela existe para os governos não terem que pagar FGTS e outros direitos trabalhistas que existem na IP. Se eu tivesse sido demitido - e aconteceu com os que o foram - sairia com uma mão na frente e outra atrás, zero indenização. Além disso, é complicado e caro demitir
sem justa causa tanto no SP quanto na IP;
com justa causa é igualmente simples (claro, para AMBOS há recursos judiciais, o que pode encarecer de monte a coisa toda).
APOSENTADORIA - Aí sim, temos um grande gargalo, extremamente injusto para com a IP: a PARIDADE! Basta eu me aposentar dentro da lei e ganho igual a um da ativa (e é meu caso mesmo!), tipo se ele recebe aumento, eu recebo o mesmo aumento. A treta é que tem que fazer uma nova constituição e que não vai ser nada fácil de ser engolida, pois obrigaria a coisas como permitir que a lei retroaja em prejuízo da parte mais fraca (e quem é DOIDO de se meter com aposentado e mostrar a cara? O trabalhador da ativa hoje sabe que um dia será um aposentado, ou seja, se deixar mexerem
no meu hoje, daqui a alguns anos será
o dele que irá encolher e disso ninguém gosta, vale a máxima:
pimenta no cu dos outros é talquinho, no meu arde pra burro ![Twisted Evil :twisted:](./images/smilies/icon_twisted.gif)
) e, por extensão, inclusive de réus. Tipo quando fiz não era crime, agora é, daí estou enrolado com a justiça; a citada nova constituição também teria que abolir Direitos Fundamentais, como o de que "todos são iguais perante a lei", baita lorota mas tá lá e funciona
para quem sabe usar. Ademais, meu caso está longe de ser exceção: meu primeiro emprego com carteira assinada - logo, contribuinte da Previdência e Saúde - foi aos 13 anos, e de lá para diante nunca fiquei muito tempo desempregado; complicado de me comparar com quem preferiu seguir só estudando porque tinha quem o bancasse e começou a trabalhar muito depois. Notem, isso não é nenhum revanchismo, eu mesmo proibi meus filhocos de arranjar emprego antes de completarem o EM, porque podia bancá-los; meu Pai não, daí toca trabalhar meio-expediente para também poder estudar.
TERCEIRIZAÇÃO - Até gosto mas acho falácia isso de "sai mais barato": claro,
o trabalhador vai ganhar menos mas o empresário que o aluga ao Estado vai enfiar a mão sem dó e aí entram os véios compadrios e cupinchagens, ou seja, bobear e a folha da reserva fica na mesma e a da ativa
aumenta (ou seja, décadas de prejuízo até a veiarada bater as botas*). A única vantagem que vejo (e ainda assim meio relativa*) é na economia a longo prazo, coisa que politiqueiro DETESTA, longo prazo para ele é a próxima eleição, não os 20/30 anos que vai levar para isso render algo ao Estado e, por extensão, ao PAGADOR DE IMPOSTOS (este aqui já vai ter despencado na caçapa).
PENDURICALHOS - Ao menos na SegPub do RS já caiu tudo com a instauração do Subsídio em lugar do Vencimento, desde as "cascatas" até firulas como Licença-Prêmio e Tempo Ficto, atualmente importa é o cargo e posição hierárquica diretamente ligada a ele, daí o subsídio é o mesmo. Notar que promoção é ao sabor das conveniências e veleidades (p ex, em décadas eu só consegui chegar à
penúltima classe - líq 4 díg alto - e recebo com base nisso; o cupincha que menciono no parágrafo assinalado com asterisco exerceu mais cargos de comando e tinha mais "afetos" e quase 5 anos de serviço na SegPub a mais do que eu, daí se aposentou na
última, líq 5 díg baixo) da politicagem, pois recordo de ocasião em que passou quase uma década entre uma e outra lista de promoções.
Por fim, mexer nisso tudo é um vespeiro dos infernos, não é algo que foi feito de uma hora para outra, vem desde a criação dos "barnabés" no Brasil. É óbvio que o modelo estourou faz tempo, a josta é virar o jogo sem simplesmente parar todo o serviço público (e não estou falando em greves; no momento em que o cara começa a sentir que as condições na IP são melhores/menos piores, toca pra lá: quem fica para atender ao PAGADOR DE IMPOSTOS?), na vã esperança de que vai dar para trocar tudo por terceirizado ou mesmo CLT: no primeiro exame
sério das contas públicas em que forem procurar por coisas como FGTS, PIS (bobear e até Previdência) & quetales, cai a casa...
NOTA
* - Além daqueles a quem o cônjuge de tantos anos sobrevive e segue recebendo pensão, o que não falta - e um deles é o meu melhor amigo, tem 61 - é véio
casando com guria com metade da idade dele ou menos (ela tem hoje 28). Na opinião de VOSMEÇÊS, quão difícil seria para um Taura com casa própria, carro e um bom salário líquido (pouco abaixo ou pouco acima de 5 dígitos) casar com uma gatinha no começo ou meados da casa dos 20 (suficientemente esperta para saber que ali pelos 30, 40 ou menos estará sozinha e com a vida feita) sem razoáveis perspectivas de futuro, porque não quis ou não pôde estudar e sobrevive com um salariozinho de josta (pior, volta e meia com filho e o pai biológico não ganha nem para pagar pensão)?