Precisa contextualizar melhor.Túlio escreveu: Seg Mai 07, 2018 12:40 pm De onde esse cara tirou a "pérola" de a desigualdade não ser um fenômeno natural? Claro que é, não consigo lembrar de uma só sociedade humana em que todo mundo fosse igual; pior, nem os animais gregários o são, até bandos/alcatéias de leões e lobos têm líderes que vivem melhor que os demais. Até abelhas e formigas têm sua hierarquia social, com uma maioria submetida a uma minoria.
Aliás, uma sociedade plenamente igualitária estaria fadada à extinção, pela absoluta falta de estímulo ao progresso.
A desigualdade em relação a renda e riqueza que se refere o autor, Piketty e outros é provocada pelo papel do estado (tributação, gasto e regulação do setor privado). No sentido de que o tipo de intervenção pública nas últimas décadas, mais acentuada pós-crise de 2007/08 foi de acentuar a desigualdade de renda. O foco deles são os países desenvolvidos que o estado é relevante para redistribuição de renda. Seja pela pregressividade dos impostos sobre renda e propriedade. Seja pela oferta de bens públicos como saúde, educação, seguridade social que aumentam a renda liquida da média da sociedade que não precisa contratar empresas privadas para ter acesso. Nesse caso inclui o desenho do sistema tributário, direcionamento de gastos, tipo de regulação de como o setor privado funciona no sentido amplo que abrange mercado de trabalho, política comercial, industrial, educacional entre outros.
O combate a desigualdade tem um forte sentido econômico. Primeiro de elevar a qualidade de vida da população em geral. Segundo ter efeitos positivos sobre produtividade e crescimento. Já que se há maior igualdade na oferta de saúde, educação, urbanização e outros é possível selecionar os melhores trabalhadores que vão contribuir para economia. Assim não avalia a formação em si. Terceiro que deve reduzir a tendência de instabilidade política e social porque é possível transitar dentro da estrutura social.
No Brasil é mais grave porque a preocupação nunca foi ter um estado comprometido com a redução da desigualdade de renda e na oferta de bens públicos que elevem bem-estar da sociedade, condicionados também com efeitos positivos sobre produtividade. Poer exemplo, o sistema tributário baseado em impostos sobre consumo e produção, extremamente complexo e que possuem várias fugas para quem o conhece. O modelo básico da década de 1950 e implementada no governo militar está até hoje aí. Não muda por resistências diversas. E no gasto também como as políticas de "defesa da industria nacional" com crédito subsidiados para meia duzia e incentivos as importações de bens intermediários, de capital e insumos.
O Brasil e o país em que depois do governo a distribuição de renda piora. Isto é, o Estado ajuda a concentrar renda. Por isso que o Brasil está virando estudo de caso no mundo. Lá na equipe do Piketty tem uma equipe só para cuidar do Brasil e entender o que ocorre aqui.