EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

PARCERIA tecnológica e de mercado, mas cada uma permanece independente
61
36%
ASSOCIAÇÃO, onde há interpolações mas continuam independentes
53
31%
FUSÃO, onde ambas se tornam uma só
8
5%
COMPRA, onde a Boeing absorve a EMBRAER e todos os seus produtos
10
6%
NÃO para tudo, as coisas devem permanecer como estão
38
22%
 
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#766 Mensagem por Zelhos » Qui Set 20, 2018 2:27 pm

Cassio escreveu: Qua Set 19, 2018 6:00 pm Criticar ou elogiar sem saber os termos do acordo... Tô fora!

E olha que estou lá dentro... e já ouvindo falar de umas coisinhas a mais... nem assim estou em posição de elogiar ou criticar. As coisas precisam ficar mais claras. O que mais tem pela internet são opiniões alarmistas, e sem o menor lastro em fatos e dados.

Quanto ao controle de 80% do JV... e daí, isso não impede do negócio ser bom para o país.
Como ficou a questão do brasileiro no conselho? A Boeing não aceitava, a FAB bateu o pé e disse que o negócio não sairia sem isso, o governo disse que poderia abrir mão, só esse fato já mostra que pelo menos para a Boeing, bom para o Brasil não vai ser. E como ficou a questão da verticalização? A própria Boeing já disse inúmeras vezes que tem que verticalizar sua produção para aumentar a lucratividade, e que a compra da Embraer vem justamente para ajudar nesse processo, os americanos vão usar componentes brasileiros? Vão manter a fabrica no Brasil? Os engenheiros no Brasil? Eles mesmos estão em processo de centralização de produção. O governo americano vai acetar com um sorriso no rosto que a Boeing fabrique fora para vender dentro dos EUA?
Não se trata de ser alarmista, se trata de ser realista e levar em conta o que a própria Boeing diz, alias, quem defende o acordo não leva em conta se ele vai ser bom ou não para o país, o argumento e sempre "sem isso a embraer vai acabar", "a embraer não é uma empresa brasileira", "a embraer é uma empresa privada e não deve nada ao Brasil" e coisas do tipo. A própria Boeing desde o começo disse que a sua intenção era levar 100% da empresa, além da aviação comercial eles levaram o KC, o A29 já é produzido nos EUA, assim como os Phenom, Sobra o que para o Brasil? Além que as ações, desde o anuncio da absorção da Embraer estão indo ladeira abaixo, com contestação na justiça, violação do estatuto e tudo. A pressa do governo Temer quem fechar o acordo também vai acabar sendo questionada, até porque essa pressa não se justifica. É bem possível que esse acordo não saia do papel.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#767 Mensagem por Zelhos » Qui Set 20, 2018 2:38 pm

Cassio escreveu: Qua Set 19, 2018 9:08 pm Mas tu não sabe o que vem por aí... como dizer que não pode ter sido um bom negócio. Bem... será necessário esperar para ver. Então discutir agora não adianta.
E para mim, controle não quer dizer nada.
O que importa é o que pretendem os controladores, estando eles onde estiverem. Simples assim.
Exatamente, o que importa é o que os controladores pretendem fazer. Apesar de ser uma empresa de capital disperso, o estatuto da Embraer deixa bem claro que quem controla a empresa são os controladores brasileiros, renegando aos estrangeiros no máximo 5% dos votos no conselho, além de que no conselho está a FAB e o governo tem poder de veto. O que a Boeing pretende controlando a Embraer? America first.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#768 Mensagem por Bolovo » Sex Set 21, 2018 12:41 am

Embraer será excluída de decisões em empresa a ser formada com a Boeing

De acordo com o memorando, a 'Boeing teria controle total operacional e administrativo da nova companhia'. Brasileira vai ter 20% de participação na joint venture, para divisão dos lucros. Negócio depende de aprovação do governo brasileiro.

Por G1 Vale do Paraíba e região

20/09/2018 18h51 Atualizado há 4 horas

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O memorando de entendimento para criação de uma joint venture (nova empresa) entre as fabricantes Embraer e Boeing exclui a brasileira de decisões estratégicas. Isso é o que revela o documento, mantido até o início da última semana em sigilo, com informações sobre o negócio.

Nos termos do acordo de intenções, anunciado em julho, a fabricante norte-americana de aeronaves deterá 80% do novo negócio e a brasileira 20% de participação no capital social e dividendos dos lucros. A nova empresa vai operar na aviação comercial.

De acordo com o memorando, obtido pelo G1, a 'Boeing teria controle total operacional e administrativo da nova companhia'. Ou seja, a Embraer não teria controle das operações e negócios da joint venture.

Além disso, essa nova empresa teria o conselho de administração indicado pela Boeing. 'A Embraer indicaria apenas um membro para atuar como observador - sem direito a voto - junto ao conselho de administração'.

No memorando há ainda o período previsto de bloqueio (lock up) para venda de ações. Serão 10 anos, conforme estabelecido no documento. Essa cláusula do contrato garante que cotas das participações da Boeing e da Embraer na nova empresa não sejam repassadas a um novo sócio no período. A transação é considerada de longo prazo e também impede que alguma das partes abandone o negócio.

A criação da empresa ainda depende do governo brasileiro, que detém uma golden share - ação especial que dá poder de veto ao negócio. Presidenciáveis têm opiniões divergentes sobre o tema.

O memorando fixa 5 de dezembro, antes do fim do atual governo, como prazo para o processo de finalização dos documentos da operação, aprovações dos conselhos de administração e anúncio da operação para submissão da operação às autoridades concorrenciais competentes.

Consentimento
Pelo acordo, a Embraer, apesar de não ter membro para voto no conselho, tem direito de consentimento para temas como mudança no logo ou nome, redução de capital, transferência das operações existentes ou mudança da sede para o exterior.

A possibilidade de mudança vem sendo criticada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, que representa os trabalhadores na sede da companhia, em São José dos Campos. O assunto também é alvo de ação na Justiça movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Aprocuradoria cobra salvaguardas trabalhistas contra o possível fechamento de postos de trabalho no Brasil.

"Achamos que se fizer uma parceria comercial como outras empresas grandes, no sentido de trabalhar as duas juntas, vender aviões e repartir os lucros, é uma coisa. O que se está fazendo é entregar a empresa para os Estados Unidos. Não temos nenhuma garantia de empregos com este acordo e a Embraer também não pode defender os trabalhadores porque não tem nenhum poder de veto", avaliou Herbert Claros, diretor do sindicato.

O Ministério Público do Trabalho, que derrubou o sigilo do memorando no último dia 11, foi procurado pela reportagem, mas preferiu não se manifestar sobre o teor do documento.

Outro lado
Sobre o memorando, a Embraer informou que 'a parceira proposta e ainda em negociação estará sujeita, caso as empresas cheguem a um consenso em relação aos documentos definitivos da operação, a aprovações regulatórias e de acionistas, incluindo a aprovação do governo brasileiro, bem como outras condições habituais pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo', informou.

O Ministério da Defesa, que acompanha o negócio, foi procurado, e não retornou até a publicação da reportagem.

https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba ... eing.ghtml
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#769 Mensagem por Tikuna » Sex Set 21, 2018 3:12 am

Ou seja, simplesmente vamos entregar as aeronaves que nós criamos, e as fábricas, e não vamos poder falar nada.

Adeus E-Jets.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#770 Mensagem por prp » Sex Set 21, 2018 7:06 am

:lol: Vai ser ótimo pro Brasil.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#771 Mensagem por FCarvalho » Sex Set 21, 2018 9:50 am

Dois pontos que chamam a atenção. O silêncio do MD, e o silêncio da FAB sobre o assunto.
Todas as (muitas) vezes que foram chamados a se pronunciar sobre informações vindas a público sobre o tema, simplesmente se omitiram.
Niniguém me tira da cabeça que nesse mato tem coelho, gato, cachorro, peiquito e papagaio junto numa tremenda suruba.

abs.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#772 Mensagem por Zelhos » Sex Set 21, 2018 11:38 am

Ou seja, o governo passou por cima da fab que não abria mão de vaga no conselho. Como o acordo vai ser bom para o Brasil se o Brasil é excluído do acordo?
Um dia é da caça... o outro do caçador...


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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#773 Mensagem por Tutankhamon » Sex Set 21, 2018 1:07 pm

Ehh... Vejam bem " cumpanheirus"... a genti cunsiguiu um bom acordú .. :shock:

A genti vai tê "Observadô" qui vai puder ficar olhandu os avião voando prá lá e prá cá
naquelas fábrica qui era da embraé :mrgreen:

Seis tem mania de pirsiguição :D :D

Um abraçu!!!
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#774 Mensagem por Tutankhamon » Sex Set 21, 2018 1:19 pm

Agora falando sério,
Acho que a decisão, dado as consequências da operação, deveria ser deixada ao novo presidente para dar ou não o Ok.
Abraço.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#775 Mensagem por Cassio » Sáb Set 22, 2018 2:44 pm

As pessoas as vezes ficam cegas pela ideologia. Achando que acabou, que já era.... eu digo que OK, ninguém sabe o futuro... mas ninguém aqui acha ao menos provável que a coisa vá exatamente pelo lado oposto do que vcs pregam.

Por exemplo, daqui a alguns anos poderemos ter a empresa "X" (a JV), operando no Brasil, gerando empregos aqui e renda... E a Embraer SA até maior que do é hoje. Sim isso é possível. Isso é até provável.

Vou deixar aqui apenas algumas perguntas para que reflitam:

> A Boeing está num movimento de verticalização certo? Isso significa que levarão a produção dos EUA? Porque fariam isso? Para que gastar milhões para mover linhas de produção se já está tudo aqui? E porque fazer isso se produzir aqui sai mais barato? e a JV sendo 80% Boeing, eles já estão Verticalizando.


> Além dos EJet´s, vejo é a JV produzindo estruturas e até aeronaves inteiras para a Boeing no futuro. Porque não? Capacidade técnica não falta, o que não temos é grana, e isso eles têm. Temos uma produção muito competitiva. Simplesmente Business. Então os vejo investindo aqui.


> E vão acabar com a nossa engenharia!!! É o fim.... mais uma vez pergunto: Porque? Somos competentes, e temos tido mais sucesso do que eles em desenvolver produtos no prazo, no custo e melhores em performance do que o planejado inicialmente. Porque não usar deste expertise a seu favor. E precisa levar tudo embora... claro que não. Aqui esta engenharia custa mais barato.


> A Embraer que sobrar (militar e executiva) vai morrer às minguas!!! Com a coisa bem costurada, Lógico que não!!!! Podem ter certeza que quando as fábricas forem divididas, muita coisa dos Ejet´s será produzido pela Embraer e vendido para a JV, num montante bem maior do que a Embraer vai comprar do JV. Ou seja, ela não vai sobreviver somente de aviação executiva e de militar... também poderá fabricar boa parte dos Ejets.


> Perderemos know-how.... uai, quem disse? Se a divisão das pessoas for bem feita, se o core de conhecimento puder ficar na Embraer... não se perde tanto. E é só fazer um esforço de multiplicação que logo o conhecimento é reposto. Sim, será difícil no começo... e para ambas.

Agora... reflitam... pensem... porque será que a Boeing quer tanto ter o controle assim? Só para fechar tudo e pronto? Ou será para realmente ter uma unidade aqui, investir nela e assim se fortalecer. Será que isso é tão improvável na visão de vocês?

E o controle nacional? Ora ainda teremos na Aviação Executiva e a de Defesa... e novas frentes de negócio virão, tenho certeza. E nisso teremos controle nacional. Então... só dá para comentar quando tudo estiver definido e todos os termos do acordo forem conhecidos. Em saber quem fica com o que, quem fornece o que para quem... e etc. Até lá, só especulações... Infelizmente pessoas tão coerentes só conseguem olhar para um lado pro enquanto. Mas se a coisa virar para o outro lado. Virei aqui rir da cara de todos. E se virar pro lado para o qual vcs torcem, bem, talvez tenha de procurar emprego. Mas isso não me preocupa, pois acredito que a coisa vai para o outro lado (mas diferente de vocês, eu enxergo que existem dois lados possíveis).
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#776 Mensagem por Zelhos » Sáb Set 22, 2018 5:49 pm

Cassio escreveu: Sáb Set 22, 2018 2:44 pm As pessoas as vezes ficam cegas pela ideologia. Achando que acabou, que já era.... eu digo que OK, ninguém sabe o futuro... mas ninguém aqui acha ao menos provável que a coisa vá exatamente pelo lado oposto do que vcs pregam.

Por exemplo, daqui a alguns anos poderemos ter a empresa "X" (a JV), operando no Brasil, gerando empregos aqui e renda... E a Embraer SA até maior que do é hoje. Sim isso é possível. Isso é até provável.

Isso é especulação sua, não existe indicio algum de que isso vá acontecer, nem a Boeing prometeu isso.

Vou deixar aqui apenas algumas perguntas para que reflitam:

> A Boeing está num movimento de verticalização certo? Isso significa que levarão a produção dos EUA? Porque fariam isso? Para que gastar milhões para mover linhas de produção se já está tudo aqui? E porque fazer isso se produzir aqui sai mais barato? e a JV sendo 80% Boeing, eles já estão Verticalizando.

Com a verticalização, as empresas que hoje fornecem para a Embraer não fornecerão para a Boeing, a Boeing vai utilizar componentes americanos fabricados nos EUA. A Boeing não precisa mover linhas, basta pegar o projeto e fabricar nas suas plantas nos EUA, além que, fabricar tudo em um lugar só sai muito mais barato do que ter que transportar metade do avião para outro país. Como já disseram, SJC vai virar uma Detroid.


> Além dos EJet´s, vejo é a JV produzindo estruturas e até aeronaves inteiras para a Boeing no futuro. Porque não? Capacidade técnica não falta, o que não temos é grana, e isso eles têm. Temos uma produção muito competitiva. Simplesmente Business. Então os vejo investindo aqui.

Mais uma vez é especulação sua, por que a Boeing terceirizaria sua produção em outro país, arcando com os custos das ampliações das plantas, do treinamento do pessoal, e de todo o stresse causado pela mudança de país? Por que a Boeing deixaria de utilizar a sua capacidade de produção nos EUA, com todos os seus fornecedores por perto, para investir em uma linha em outro continente?

> E vão acabar com a nossa engenharia!!! É o fim.... mais uma vez pergunto: Porque? Somos competentes, e temos tido mais sucesso do que eles em desenvolver produtos no prazo, no custo e melhores em performance do que o planejado inicialmente. Porque não usar deste expertise a seu favor. E precisa levar tudo embora... claro que não. Aqui esta engenharia custa mais barato.

O governo americano vai permitir isso? Lembre-se, america first. Se até a Ford enfrentou problemas por produzir no México, por que o governo americano iria aceitar de bom grado a exportação de empregos de altíssima qualidade para um país estrangeiro que vai acabar vendendo dentro dos EUA? Sem falar que a tecnologia aeronáutica é extremamente sensível e o governo americano tem diversas restrições sobre ela.


> A Embraer que sobrar (militar e executiva) vai morrer às minguas!!! Com a coisa bem costurada, Lógico que não!!!! Podem ter certeza que quando as fábricas forem divididas, muita coisa dos Ejet´s será produzido pela Embraer e vendido para a JV, num montante bem maior do que a Embraer vai comprar do JV. Ou seja, ela não vai sobreviver somente de aviação executiva e de militar... também poderá fabricar boa parte dos Ejets.

Exatamente, se a coisa for bem costurada. A coisa foi bem costurada? A direção da Embraer queria vender a empresa inteira, foi o governo que não permitiu. Esse mesmo governo abriu mão da vaga no conselho sabe-se lá o por quê e ainda passando por cima da FAB. Ninguém é contra a parceria, o problema é a maneira que ela está sendo feita e os interesses de quem está envolvido.

> Perderemos know-how.... uai, quem disse? Se a divisão das pessoas for bem feita, se o core de conhecimento puder ficar na Embraer... não se perde tanto. E é só fazer um esforço de multiplicação que logo o conhecimento é reposto. Sim, será difícil no começo... e para ambas.

Mais uma vez o se, por que a divisão seria bem feita? A Embraer não poderá decidir, por que a Boeing faria uma divisão "bem feita" para o Brasil quando o que ela quer é justamente a cabeça dos engenheiros? A divisão será sim muito bem feita, para a Boeing e para os EUA.

Agora... reflitam... pensem... porque será que a Boeing quer tanto ter o controle assim? Só para fechar tudo e pronto? Ou será para realmente ter uma unidade aqui, investir nela e assim se fortalecer. Será que isso é tão improvável na visão de vocês?

Por que a Boeing iria querer tanto assim o controle total da empresa? Por que eles não aceitam qualquer participação brasileira nas decisões? Se eles querem investir no Brasil, fazer bem para nossa industria aeroespacial, pra que esse desespero em tirar o Brasil da jogada?

E o controle nacional? Ora ainda teremos na Aviação Executiva e a de Defesa... e novas frentes de negócio virão, tenho certeza. E nisso teremos controle nacional. Então... só dá para comentar quando tudo estiver definido e todos os termos do acordo forem conhecidos. Em saber quem fica com o que, quem fornece o que para quem... e etc. Até lá, só especulações... Infelizmente pessoas tão coerentes só conseguem olhar para um lado pro enquanto. Mas se a coisa virar para o outro lado. Virei aqui rir da cara de todos. E se virar pro lado para o qual vcs torcem, bem, talvez tenha de procurar emprego. Mas isso não me preocupa, pois acredito que a coisa vai para o outro lado (mas diferente de vocês, eu enxergo que existem dois lados possíveis).

A aviação executiva é a que menos dá lucro e sua produção fica nos EUA, a EDS já está rifada, a Boeing vai ficar com o seu principal produto, sobrará o quê? Até a produção do Super Tucano ficou com os EUA. A Boeing pegou o filé e deixou os ossos. Desde o primeiro momento a Boeing queria a EDS e a aviação executiva, o que eles estão fazendo é cortar a cabeça para ver o corpo morrer. Quando o que restou da Embraer morrer, eles voltarão como salvadores da pátria e levarão o resto. Além que, "novas frentes de negócio" é pura especulação.

O negócio é que tem um pessoal muito otimista sem motivo, nada do que sabemos até agora justifica o otimismo, muito pelo contrário, a posição da Boeing só trás desconfiança, se o acordo fosse esse boa boa todo a FAB não teria batido o pé e o governo não precisaria passar por cima dela para aprovar o acordo.
Editado pela última vez por Zelhos em Sáb Set 22, 2018 6:13 pm, em um total de 1 vez.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#777 Mensagem por FCarvalho » Sáb Set 22, 2018 5:54 pm

Cássio, eu honestamente torço muito para que você esteja certo. Faço votos mais que sinceros de que sim.

Mas até prova em contrário, e pelo histórico pré existente das relações comerciais e empresariais entre os dois países, vou me dar o direito de ficar com o pé atrás desse negócio até os 47 do segundo tempo.

E aí também te faço uma pergunta: tudo isso que alegas também não poderia ser conseguido sem vender a Embraer para a Boeing? Por que estando a Embraer na posição que hoje ocupa no seu mercado de atuação deve ser fatiada, dividida e entregue ao controle de um concorrente, ainda que indireto, a fim de garantir uma suposta segurança para sua existência no futuro, em um mercado que praticamente ela domina nos últimos 10/15 anos?
Por que, aparentemente, tem de ser sempre nós a ter de abaixar as calças em qualquer negócio com os americanos?
E não estou falando de ideologia, mas de negócios.

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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#778 Mensagem por Cassio » Sáb Set 22, 2018 6:53 pm

FCarvalho escreveu: Sáb Set 22, 2018 5:54 pm Cássio, eu honestamente torço muito para que você esteja certo. Faço votos mais que sinceros de que sim.

Mas até prova em contrário, e pelo histórico pré existente das relações comerciais e empresariais entre os dois países, vou me dar o direito de ficar com o pé atrás desse negócio até os 47 do segundo tempo.

E aí também te faço uma pergunta: tudo isso que alegas também não poderia ser conseguido sem vender a Embraer para a Boeing? Por que estando a Embraer na posição que hoje ocupa no seu mercado de atuação deve ser fatiada, dividida e entregue ao controle de um concorrente, ainda que indireto, a fim de garantir uma suposta segurança para sua existência no futuro, em um mercado que praticamente ela domina nos últimos 10/15 anos?
Por que, aparentemente, tem de ser sempre nós a ter de abaixar as calças em qualquer negócio com os americanos?
E não estou falando de ideologia, mas de negócios.

Abs
Não sei. Mas dado o cenário atual, seria difícil, muito difícil.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#779 Mensagem por Cassio » Sáb Set 22, 2018 7:11 pm

Zelhos escreveu: Sáb Set 22, 2018 5:49 pm
Cassio escreveu: Sáb Set 22, 2018 2:44 pm As pessoas as vezes ficam cegas pela ideologia. Achando que acabou, que já era.... eu digo que OK, ninguém sabe o futuro... mas ninguém aqui acha ao menos provável que a coisa vá exatamente pelo lado oposto do que vcs pregam.

Por exemplo, daqui a alguns anos poderemos ter a empresa "X" (a JV), operando no Brasil, gerando empregos aqui e renda... E a Embraer SA até maior que do é hoje. Sim isso é possível. Isso é até provável.

Isso é especulação sua, não existe indicio algum de que isso vá acontecer, nem a Boeing prometeu isso.

Vou deixar aqui apenas algumas perguntas para que reflitam:

> A Boeing está num movimento de verticalização certo? Isso significa que levarão a produção dos EUA? Porque fariam isso? Para que gastar milhões para mover linhas de produção se já está tudo aqui? E porque fazer isso se produzir aqui sai mais barato? e a JV sendo 80% Boeing, eles já estão Verticalizando.

Com a verticalização, as empresas que hoje fornecem para a Embraer não fornecerão para a Boeing, a Boeing vai utilizar componentes americanos fabricados nos EUA. A Boeing não precisa mover linhas, basta pegar o projeto e fabricar nas suas plantas nos EUA, além que, fabricar tudo em um lugar só sai muito mais barato do que ter que transportar metade do avião para outro país. Como já disseram, SJC vai virar uma Detroid.

Cara, sinceramente, sua resposta demonstra que não conhece muito de como se produz um avião. Mover ferramentais enormes, que exigem toda uma infraestrutura ara instalação, treinamento de mão de obra, etc... para quê. Produzir tudo num mesmo lugar muitas vezes não sai mais barato não. E por acaso você sabe o que a Embraer compra dos fornecedores locais? Você acha que valeria a pena trocar por fornecedores americanos, que são muito mais caros? Isso não tem sentido algum. O que até pode ser é num eventual aumento expressivo de cadência dos E2 a linha de montagem precisar ser duplicada, e se abrir uma segunda linha em outro lugar. Mas transferir o que tem daqui, só eles sendo muito burros mesmo.

> Além dos EJet´s, vejo é a JV produzindo estruturas e até aeronaves inteiras para a Boeing no futuro. Porque não? Capacidade técnica não falta, o que não temos é grana, e isso eles têm. Temos uma produção muito competitiva. Simplesmente Business. Então os vejo investindo aqui.

Mais uma vez é especulação sua, por que a Boeing terceirizaria sua produção em outro país, arcando com os custos das ampliações das plantas, do treinamento do pessoal, e de todo o stresse causado pela mudança de país? Por que a Boeing deixaria de utilizar a sua capacidade de produção nos EUA, com todos os seus fornecedores por perto, para investir em uma linha em outro continente?

Em primeiro lugar ela não estaria terceirizando, porque a JV teria o controle dela. A Boeing já faz isso no 787, e com empresas que não são dela (na Itália, Japão). E esse seu comentário se aplica, de forma reversa, ao seu próprio comentário anterior... curioso não. Por isso não acho que ela vá transferir para cá nenhuma produção... mas colocar para ser produzido aqui... e até projetado aqui... partes de futuros modelos.


> E vão acabar com a nossa engenharia!!! É o fim.... mais uma vez pergunto: Porque? Somos competentes, e temos tido mais sucesso do que eles em desenvolver produtos no prazo, no custo e melhores em performance do que o planejado inicialmente. Porque não usar deste expertise a seu favor. E precisa levar tudo embora... claro que não. Aqui esta engenharia custa mais barato.

O governo americano vai permitir isso? Lembre-se, america first. Se até a Ford enfrentou problemas por produzir no México, por que o governo americano iria aceitar de bom grado a exportação de empregos de altíssima qualidade para um país estrangeiro que vai acabar vendendo dentro dos EUA? Sem falar que a tecnologia aeronáutica é extremamente sensível e o governo americano tem diversas restrições sobre ela.

Sim, tecnologia é sensível, por isso não vão colocar para projetar aqui um caça, ou avião militar. Mas partes estruturais de aeronaves comerciais, expertise que já dominamos. Além de projetos de aeronaves menores, que já é o mercado onde a Embraer atual.

> A Embraer que sobrar (militar e executiva) vai morrer às minguas!!! Com a coisa bem costurada, Lógico que não!!!! Podem ter certeza que quando as fábricas forem divididas, muita coisa dos Ejet´s será produzido pela Embraer e vendido para a JV, num montante bem maior do que a Embraer vai comprar do JV. Ou seja, ela não vai sobreviver somente de aviação executiva e de militar... também poderá fabricar boa parte dos Ejets.

Exatamente, se a coisa for bem costurada. A coisa foi bem costurada? A direção da Embraer queria vender a empresa inteira, foi o governo que não permitiu. Esse mesmo governo abriu mão da vaga no conselho sabe-se lá o por quê e ainda passando por cima da FAB. Ninguém é contra a parceria, o problema é a maneira que ela está sendo feita e os interesses de quem está envolvido.

Agora é você quem está especulando. Nunca se falou na empresa de venda completa. Saiu muita coisa na imprensa que é ou má fé, notícia plantada ou fake news. Cuidado com o que lê.

> Perderemos know-how.... uai, quem disse? Se a divisão das pessoas for bem feita, se o core de conhecimento puder ficar na Embraer... não se perde tanto. E é só fazer um esforço de multiplicação que logo o conhecimento é reposto. Sim, será difícil no começo... e para ambas.

Mais uma vez o se, por que a divisão seria bem feita? A Embraer não poderá decidir, por que a Boeing faria uma divisão "bem feita" para o Brasil quando o que ela quer é justamente a cabeça dos engenheiros? A divisão será sim muito bem feita, para a Boeing e para os EUA.

Cara... que coisa... vou precisar desenhar. A divisão das empresas não é feita pela Boeing... mas está sendo feita por ambas. Não é como você prega... eu pego o que quiser e você fica com o resto.

Agora... reflitam... pensem... porque será que a Boeing quer tanto ter o controle assim? Só para fechar tudo e pronto? Ou será para realmente ter uma unidade aqui, investir nela e assim se fortalecer. Será que isso é tão improvável na visão de vocês?

Por que a Boeing iria querer tanto assim o controle total da empresa? Por que eles não aceitam qualquer participação brasileira nas decisões? Se eles querem investir no Brasil, fazer bem para nossa industria aeroespacial, pra que esse desespero em tirar o Brasil da jogada?

Visão de nacionalista cego é assim mesmo... nem vou comentar. É dar murro em ponta de faca.

E o controle nacional? Ora ainda teremos na Aviação Executiva e a de Defesa... e novas frentes de negócio virão, tenho certeza. E nisso teremos controle nacional. Então... só dá para comentar quando tudo estiver definido e todos os termos do acordo forem conhecidos. Em saber quem fica com o que, quem fornece o que para quem... e etc. Até lá, só especulações... Infelizmente pessoas tão coerentes só conseguem olhar para um lado pro enquanto. Mas se a coisa virar para o outro lado. Virei aqui rir da cara de todos. E se virar pro lado para o qual vcs torcem, bem, talvez tenha de procurar emprego. Mas isso não me preocupa, pois acredito que a coisa vai para o outro lado (mas diferente de vocês, eu enxergo que existem dois lados possíveis).

A aviação executiva é a que menos dá lucro e sua produção fica nos EUA, a EDS já está rifada, a Boeing vai ficar com o seu principal produto, sobrará o quê? Até a produção do Super Tucano ficou com os EUA. A Boeing pegou o filé e deixou os ossos. Desde o primeiro momento a Boeing queria a EDS e a aviação executiva, o que eles estão fazendo é cortar a cabeça para ver o corpo morrer. Quando o que restou da Embraer morrer, eles voltarão como salvadores da pátria e levarão o resto. Além que, "novas frentes de negócio" é pura especulação.


Eles não vão levar o KC e isso nunca se cogitou. O projeto pertence a FAB. A menos que a FAB queira vendar o projeto. Então teu raciocínio está furado meu caro. E como disse, a Embraer ficará com muito mais do que apenas a Executiva e a Defesa. Ficará com parte da produção dos Ejets E1 e E2.

O negócio é que tem um pessoal muito otimista sem motivo, nada do que sabemos até agora justifica o otimismo, muito pelo contrário, a posição da Boeing só trás desconfiança, se o acordo fosse esse boa boa todo a FAB não teria batido o pé e o governo não precisaria passar por cima dela para aprovar o acordo.
O negócio são estes nacionalistas pessimistas
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Viktor Reznov
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

#780 Mensagem por Viktor Reznov » Sáb Set 22, 2018 11:56 pm

Cassio escreveu: Sáb Set 22, 2018 2:44 pm As pessoas as vezes ficam cegas pela ideologia. Achando que acabou, que já era.... eu digo que OK, ninguém sabe o futuro... mas ninguém aqui acha ao menos provável que a coisa vá exatamente pelo lado oposto do que vcs pregam.

Por exemplo, daqui a alguns anos poderemos ter a empresa "X" (a JV), operando no Brasil, gerando empregos aqui e renda... E a Embraer SA até maior que do é hoje. Sim isso é possível. Isso é até provável.
Podemos mas não teremos, o sinais todos apontam pelo fato de qua a Boeing vai matar a divisão industrial da Embraer e deixar ela só como um escritório de design, porque é isso que é sempre feito em toda grande aquisição. O Bolovo mesmo já postou vários indícios aqui de que todo o acordo é um no qual a Embraer entra com a bunda e a Boeing entra com a bota.
I know the weakness, I know the pain. I know the fear you do not name. And the one who comes to find me when my time is through. I know you, yeah I know you.
Trancado