Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Enviado: Sáb Ago 15, 2015 9:27 pm
Leandro,LeandroGCard escreveu:knigh7 escreveu:Aquele desenho de partes que o Slip Júnior colocou é de 2.008 e foi divulgado num jornal. Vc aproveitou para pegar aquilo que claramente não era factível, exagerado e deixar de lado a palestra da COPAC e do interesse da Embraer para desmoralizar o processo.Amigo Knigh7, você entendeu perfeitamente que minha menção àquele desenho foi um exemplo de como em nosso país estas declarações e arquivos Powerpoint oficiais são muito mais peças de propaganda do que fontes confiáveis de informação, seja em 2008, 2010 ou 2015.Se vc acha que o VP da Embraer estava falando besteira pois em dezembro de 2.010 nenhum caça da short-list FX2 estava no "zero":
A sua lista é mais realista, e nela qualquer um com formação técnica percebe que não há praticamente nenhuma novidade que se possa mencionar que seja diferente do que acontece em qualquer produto novo que use as tecnologias atuais fornecidas pelos fabricantes internacionais. Vai-se aprender a fazer manutenção de um certo nível em radares AESA? Mas qualquer radar novo que seja desenvolvido daqui para a frente vai ser AESA, portanto aprender a fazer manutenção neles seria mandatório qualquer que fosse o avião escolhido. A mesma coisa para integração de radares, se a FAB tivesse especificado o uso de algum do tipo para o F-5M ou o AMX a Embraer receberia as instruções para integração do fabricante exatamente do mesmo jeito que a SAAb recebeu. Projeto de estruturas complexas? Eu pessoalmente fazia isso mais de 20 anos atrás, quando trabalhava como engenheiro de projetos na indústria (inclusive na Embraer). E por aí vai.
Ou seja, todos os itens não passam de detalhes que são característicos da colocação em produção de qualquer produto novo, sejam fogões, automóveis ou aviões de caça. Só um pouco mais sofisticados por serem de um produto um pouco mais sofisticado, mas não é nada demais mesmo, isso acontece o tempo todo em qualquer linha de produção nova. E veja bem, não estou querendo desmoralizar processo algum, apenas coloco em perspectiva um programa de co-produção que não é muito diferente do que já foi feito nos mais diversos países (Canadá e Itália com o F-104, Turquia e Coréia do Sul com o F-16, Índia com o SU-30, Paquistão com o J-17, Itália com o F-35, e por aí vai) e que em todos os casos levou sim a um certo incremento na atividade do setor aeroespacial das nações recebedoras do programa mas jamais a alguma revolução que criasse uma fronteira realmente importante nas suas respectivas bases tecnológicas e industriais nacionais.
E volto a dizer, não estou colocando tudo isso para menosprezar o Gripen-NG, muito pelo contrário, dos três concorrentes da Short-List eu considero ele a escolha mais feliz. Apenas, como engenheiro que já viu a implantação, crescimento e queda de muitas e muitas indústrias, não acho que ele seja a panaceia que as declarações oficiais e Powerpoints parecem querer fazer parecer.
Leandro G. Card
Concordo que o FX2 nunca foi nenhuma panaceia e não deve ser considerado assim.
Claramente a FAB inicialmente buscava a maior autonomia operacional possível, tanto na manutenção como na modernização no caça.
Algumas coisas extra foram solicitadas pela FAB como off sets e ToTs, nem todos relacionados diretamente com o caça a ser escolhido.
Desde 2009, a proposta da Saab sempre foi considerada (via rumores da imprensa) como a melhor avaliada em relação a esses itens solicitados e era a única que possibilitava alguma participação em um projeto ainda em desenvolvimento (isso deve ter atiçado os "desenvolvimentistas" de um Governo "desenvolvimentista").
Avalio que entre as 3 opções, do ponto de vista industrial e tecnológico diretamente relacionado ao caça, era a melhor opção.
[]s
OBS.: Quando o pessoal acusava a FIESP e CIESP de se posicionar favoravelmente em relação à proposta da Saab, por dedução lógica, quem deveria estar por trás desse movimento era a Embraer (do setor aerospacial e com grande peso na FIESP) e outras empresas do setor. A Embraer estava proibida pela FAB de se posicionar publicamente, mas a FIESP/CIESP não.
Carta da CIESP aberta à nação...(lembra)...
O governo brasileiro está na iminência de decidir qual a melhor alternativa para equipar a FAB – Força Aérea Brasileira com 36 aeronaves de caça supersônicas (Programa F-X2). Por que este assunto vem levantando tanto interesse da mídia dos países desenvolvidos e em desenvolvimento do globo? Por que um “simples” reequipamento da FAB vem levando os presidentes e principais autoridades das nações participantes desta concorrência a se envolverem diretamente?
O objetivo desta carta é esclarecer a população brasileira da real importância deste processo e como o o mesmo irá influenciar as nossas vidas.
Em todas as Forças Militares do mundo, e o Brasil não é uma exceção, a aquisição de material bélico tem que obedecer inicialmente às necessidades estratégicas militares, seguidas de seus custos e benefícios econômicos para a nação e por fim geopolítica, sendo esta última baseada nos interesses do país em se posicionar soberanamente.
A FAB escolheu o caça sueco Gripen devido às características tecnológicas, econômicas e de desempenho apresentadas por esta aeronave.
Porém, segundo dados divulgados pela imprensa, a empresa concorrente Dassault, francesa, com o avião Rafale, teria um custo de US$ 6,2 bilhões e um valor de manutenção de US$ 4 bilhões, totalizando US$ 10,2 bilhões. Já a concorrente Boeing, americana, com o avião F-18, teria um custo de US$ 5,7 bilhões, com um valor de manutenção de US$ 2 bilhões, totalizando US$ 7,7 bilhões. Por sua vez, a concorrente Saab, sueca, com o avião Gripen NG, teria um custo de US$ 4,5 bilhões, com um custo de manutenção de US$ 1,5 bilhões, totalizando um valor de US$ 6 bilhões. Além disso, o caça francês, preferido pelo Governo Federal, gerará em nosso país menos de 10% dos empregos que seu concorrente Gripen.
Gripen longitudinal
Por fim, o Brasil ficará extremamente dependente de uma única nação como fornecedora de material bélico, já que firmou com o governo francês compromisso de compra de cinco submarinos, na ordem de R$ 11,5 bilhões, e de 50 helicópteros, por mais de R$ 4,7 bilhões, o que estrategicamente é um erro absoluto para uma nação que pretende se tornar soberana.
Um governo é o representante legal do povo que o elege, portanto, deve ter como principal compromisso usar com responsabilidade e sabedoria todos os recursos arrecadados com os impostos pagos pelos contribuintes.
O que motivou o governo brasileiro a declarar sua preferência por uma aeronave mais cara e que nos trará menos benefícios?
A FAB é real sabedora do que ela necessita, pois com sua competência e capacitação deu suporte para construir a terceira maior indústria aeronáutica do planeta.
Portanto, qual o motivo de negligenciar a escolha da FAB e seus especialistas?
Este é um momento único, pois o Brasil desponta como uma das candidatas à potência global, levando os governos de todos os países participantes desta concorrência a se envolver diretamente. Portanto, em situação igual, qualquer negociante com a mínima competência conquistaria vantagens para sua organização.
No entanto, o governo, segundo reportagens recentes, vem buscando contrariar a lógica da racionalidade, ao preferir um produto que absorverá de nosso tesouro além do necessário para defender nosso espaço aéreo.
O caça francês, se escolhido, será uma derrota para todo o povo brasileiro, pois perderemos a oportunidade de nos tornarmos soberanos e independentes como nação e como potência.
Em consequência disso, a diretoria do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) Regional de São José dos Campos, que congrega cerca de 60% das empresas do setor aeroespacial e de defesa brasileiro, está preocupada com a finalização deste processo, no qual se discute que o trabalho meticuloso, sério e profissional, desenvolvido pelo Comando da Aeronáutica, pudesse ser desconsiderado.
A Diretoria do CIESP – Regional de São José dos Campos vem a público declarar que considera de vital importância para o futuro da indústria de defesa brasileira que, com relação ao F-X2, o processo de seleção conduzido pelo Comando da Aeronáutica, suas conclusões e recomendações sejam acatados e respeitados pelo governo federal.
São José dos Campos, 10 de fevereiro de 2010
Almir Fernandes
Diretor
Ney Pasqualini Bevacqua
Nerino Pinho Junior
Vice-Diretores
CIESP – Regional de São José dos Campos