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Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Sáb Jul 11, 2009 11:57 pm
por Mapinguari
Carlos Mathias escreveu:O nível melhorou bastante nestes últimos posts, parabéns a todos!
E Mapi, eu destacaria essas partes:
Se o Gripen NG for o escolhido, significa que a FAB e o Governo, consideraram o risco e o investimento necessário aceitáveis. Só isso.
Riscos que, como eu disse, se considerados aceitáveis pelo Poder Político, podem levar à escolha da proposta sueca.
No meu ver, isso demonstra maturidade democrática e integração dois poderes.
Não deve nem haverá prevalência de um sobre o outro, ambos decidirão de comum acordo, mesmo que algum ou ambos tenham de perder alguns dos pontos que gostaria.

O melhor é saber que estamos concluindo que a coisa será decidida à duas mãos no FX, nem pelo Gov apenas, nem pela FAB apenas, mas num acerto de passos e rumos.

Abraços à todos! :D
Obrigado, Mathias!
Na verdade, eu acho que sempre houve essa integração entre os setores envolvidos. O único momento em que a coisa, digamos, quase "desandou", foi quando o NJ e sua língua grande divulgaram que aeronaves excluídas da short-list poderiam ser reavaliadas. :roll:
Eu sempre achei que o processo estava/está sendo bem conduzido. E, como eu sempre disse, a FAB já fez sua "escolha técnica", na forma da short list. Com ela, a FAB está dando o recado ao MD e Governo, de um modo geral: "qualquer um desses três aí nos serve. Vejam qual é mais interessante para o país, do ponto de vista do pacote".

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 12:32 am
por Mapinguari
rcolistete escreveu:
orestespf escreveu: Alexandre, é sério, sem "média", não foi porque concordou/citou com parte do que disse, ok?

X 1000!!!

Inté!!!

Orestes
Parabéns ao Orestes e Fontoura.

Acrescento ainda que a data de recebimento dos 1os caças do FX-2, 2014-15, casa perfeitamente com a previsão do Gripen NG, sendo que Rafale F3 e F/A-18E/F poderiam ser entregues bem antes (2012, por aí). Ou seja, a presença do Gripen NG na short-list parece refletir um desejo já longo da FAB de ao menos analisar detalhadamente a proposta do Gripen NG no FX-2 (só com RFI e RFP é que a FAB pode ter acesso a muitos detalhes dos caças concorrentes, preços, contra-partidas, etc).

Concordo com a teoria do Orestes, de 3 tipos de ofertas de caças. Acrescento que, na minha opinião, a FAB também ponderou as consequências políticas favoráveis (alinhamento, conselho de segurança da ONU, financiamento, etc) de ter um caça dos EUA e outro da França. O Su-35BM teria consequências políticas desfavoráveis, por exemplo, podendo acender alerta nos EUA de uma América do Sul com muita influência russa (via fornecimento de armamento russo p/ Venezuela, Brasil, etc).

Pois se fosse só por argumentos técnicos de desempenho, por exemplo, faria muito mais sentido ter na short-list Eurofighter T3, Rafale F3+ e Su-35BM, isso ficando nos caças de 4a geração recente.

Abraços,

Roberto
Agradeço em meu nome e do do Orestes, Roberto! :-)
Penso como você. O fato de o prazo de entrega previsto para os primeiros F-X2 ter sido levado a 2014-2015, demonstra que a FAB deve ter demonstrado grande interesse no Gripen, já no F-X1. Claro que ela deve ter levantado alguns "senões" que foram recebidos pela Saab e devidamente incorporados ao projeto de uma variante que atendesse aos requisitos da FAB e, provavelmente, de outras forças aéreas pelo mundo.
Não colocaria a coisa de forma tão maniqueísta como aquela nota publicada outro dia colocava (brigadeiros caçadores preferem o Super Hornet, outros preferem o Rafale e os engenheiros preferem o Gripen NG). Mas esse raciocínio, se analisados sob a ótica da avaliação das propostas pode ser resumido dessa forma.
Cada caça tem suas vantagens e desvantagens, como devemos, é claro, esperar.
O Super Hornet tem o eficiente apoio logístico americano e suas vantajosas condições de financiamento. Superados os eventuais óbices de ter que se superar os pedidos de liberação de vários itens de interesse da FAB, muitas vezes numa base de caso a caso, a proposta tem suas vantagens.
Por mais que o PRick esperneie, a proposta sueca é válida e tem muitas vantagens. O caça é muito bom e tem autonomia/raio de combate similar ao do Rafale, por mais que o PRick diga que não. A persistência de combate é similar ao dos dois demais concorrentes em missões ar-ar. Apenas a carga bélica é um pouco menor (6ton x 8 ton). Mas isso não é um fator, digamos, "no go". O fato de ser o único monomotor (portanto, mais barato e mais simples de manter e voar) também é vantagem. O fato de não ter uma versão naval é, para mim, a grande desvantagem do caça sueco. Sobre questões de riscos do programa, eu digo que, se o Brasil compra o Gripen NG, os riscos diminuem exponencialmente, pois outros países poderão mudar de posicionamento em relação a esse mesmo item. Isso, por sua vez, também diminuiria os riscos para o Brasil. Além disso, muitos aqui advogam que o Brasil mergulhe num programa de caças próprio. Isso não é um risco ainda maior e mais caro? Qual a garantia de que venderíamos nosso futuro caça para outros países? Teríamos um caça nosso, mas muito mais caro, tipo o que o Rafale é para a França?
Por fim, o Rafale F3. Um avião fantástico, sem dúvida. O PRick vai ficar puto lendo isso, vai dizer que isso não é argumento técnico, mas o Rafale é um caça muito caro. Isso quer dizer que sou contra sua aquisição? Absolutamente, não. Assim como afirmo que o tal risco do Gripen NG pode ser aceito pela FAB e pelo Brasil, se o conjunto da proposta sueca for considerado o melhor, afirmo o mesmo em relação ao Rafale.
Mas, além do preço, tem ainda o risco de que estaremos, se o escolhermos o Rafale, pondo todos os nossos ovos na mesma cesta (submarinos convencionais, submarinos nucleares, FREMM, EC725 e caças). Será uma boa decisão político-militar? Não sei.
Essa decisão, por outro lado, tornaria a França, sem dúvida alguma, nosso aliado preferencial no campo político-militar, no concerto das nações. Poderiam vir deste tipo de alinhamento político-militar algumas vantagens, muito além do apoioda França à nossa pretensão por uma cadeira permanente no CS da ONU. Por exemplo, na questão do sub nuclear, quem poderia garantir que, com nossos engenheiros sabendo fazer as perguntas certas, não teríamos as respostas certas para muitas outras questões envolvendo o sub? Assim, a transferência de tecnologia poderia ser bem mais efetiva do que apenas a transferência de know-how para a construção de um casco que sirva para um submarino nuclear. Pode envolver outras áreas deste mesmo submarino, quem sabe... Com certeza, com contratos tão vultosos, os franceses estariam bem mais "receptivos" a colaborar mais conosco...
Isso posto, creio que a eliminação dos demais concorrentes não levou em conta somente critérios técnicos ou suas fichas técnicas. Questões logísticas e de filosofia operacional podem ter se revelado insolúveis, no caso do Su35, por exemplo, levando a FAB a achar melhor eliminá-lo. O Typhoon, além do fator preço, ainda estava muito incipiente como caça multimissão, sendo mais focado na área ar-ar. E tem ainda a questão de ser um consórcio, envolvendo vários fabricantes, de vários países, o que pode tornar a questão logística mais complicada do que com o Rafale, por exemplo. O F-16, creio que foi pelo fato de que este caça, embora excelente, é o que está mais desenvolvido e, portanto, sem horizonte evolutivo muito grande. Neste caso, americano por americano, melhor o F/A-18E/F, que ainda tem uma versão naval...
Acho que a coisa é por aí... À medida que o círculo vai se fechando, vamos ter que manter nossas mentes mais abertas e receptivas ao modelo que será escolhido pela FAB. Sei que, daqui a um ano, estaremos comemorando páginas e mais páginas de posts no DB, analisando as consequências da escolha da FAB, seja ela Gripen NG, Super Hornet ou Rafale.
O ponto em que todos concordaremos é que, sem dúvida, a FAB não será mais a mesma. Será uma força aérea digna do nome e adequada ao nosso país.

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 10:23 am
por alex
meus 20 centavos de opinião:
O processo do FX-2 tem um peso menor hoje do que quando iniciou o FX-1., mesmo os caças sendo melhores (geração 4++).Por que ?
Por causa do avanço da tecnologia.Os veiculos aereos não tripulados (VANT) estão e estarão tomando os lugares dos caças de qualquer jeito.
Vants armados já são realidade e hoje já são a primeira linha de ataque para depois um ataque de caças.E nós, brasileiros, vamos ficar de fora , olhando em berço esplendido?
Apesar de serem mais baratos vamos ter criar uma enorme infraestrutura para usa-los(aviões de comando,satelites) devido ao tamanho do pais. Então voces acreditam mesmo que iremos comprar 120 caças no final? De jeito nenhum...

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 11:12 am
por Penguin
alex escreveu:meus 20 centavos de opinião:
O processo do FX-2 tem um peso menor hoje do que quando iniciou o FX-1., mesmo os caças sendo melhores (geração 4++).Por que ?
Por causa do avanço da tecnologia.Os veiculos aereos não tripulados (VANT) estão e estarão tomando os lugares dos caças de qualquer jeito.
Vants armados já são realidade e hoje já são a primeira linha de ataque para depois um ataque de caças.E nós, brasileiros, vamos ficar de fora , olhando em berço esplendido?
Apesar de serem mais baratos vamos ter criar uma enorme infraestrutura para usa-los(aviões de comando,satelites) devido ao tamanho do pais. Então voces acreditam mesmo que iremos comprar 120 caças no final? De jeito nenhum...
Os cenários mudam e a política de defesa também deverá se adaptar.

[]s

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 11:37 am
por rcolistete
Mapinguari escreveu: Por mais que o PRick esperneie, a proposta sueca é válida e tem muitas vantagens. O caça é muito bom e tem autonomia/raio de combate similar ao do Rafale, por mais que o PRick diga que não. A persistência de combate é similar ao dos dois demais concorrentes em missões ar-ar. Apenas a carga bélica é um pouco menor (6ton x 8 ton). Mas isso não é um fator, digamos, "no go". O fato de ser o único monomotor (portanto, mais barato e mais simples de manter e voar) também é vantagem. O fato de não ter uma versão naval é, para mim, a grande desvantagem do caça sueco.
Olá Fontoura,

Na minha opinião, baseada em outras concorrências em que o Gripen C/D ganhou (África do Sul, etc), os pontos fortes dele são : baixos custos de aquisição e operação, financiamento, off-sets e transferência de tecnologia (quem iria deixar a África do Sul participar na fabricação de partes de um caça moderno ???).

Quanto à carga de armas do Gripen NG (aprox. 6 ton.) x Rafale (9,5 ton.), eu acho isso um ponto positivo do Gripen NG para o contexto da FAB ! Até hoje a FAB não tem tido cultura de explorar mais do que 50% da capacidade de seus vetores de caça, em termos de quantidade e diversidade de armamentos, sensores, etc. Nunca se vê um AMX sequer carregado com 70% da sua capacidade, mesmo com bombas burras. Meu medo é ter um Rafale F3+ e subutilizá-lo. O risco de acontecer isso com o Gripen NG é menor.
Mapinguari escreveu:Por fim, o Rafale F3. Um avião fantástico, sem dúvida. O PRick vai ficar puto lendo isso, vai dizer que isso não é argumento técnico, mas o Rafale é um caça muito caro. Isso quer dizer que sou contra sua aquisição? Absolutamente, não. Assim como afirmo que o tal risco do Gripen NG pode ser aceito pela FAB e pelo Brasil, se o conjunto da proposta sueca for considerado o melhor, afirmo o mesmo em relação ao Rafale.
Sobre o Rafale ser caro :

- eu acho que merecemos contextualizar a mudança que a FAB terá que enfrentar. Os 3 concorrentes, F/A-18E/F, Gripen NG e Rafale F3+, exigem (via checagem eletrônica) que 100% (ou quase isso) dos sistemas estejam funcionando para decolar em missão de combate (ao contrário de caças analógicos, como F-5EM que ainda tem muitas partes com tecnologia da década de 60 e 70). Isso implica em ter toda uma estrutura de manutenção e suporte logístico com bancadas de testes, grande estoque de LRU's (e outras partes), etc. Isso é muito caro, mas é assim para qualquer caça de 4a geração que se queira ter alta taxa de disponibilidade;

- ele é mais capaz do que Mirage 2000-5Mk2 em termos de missão de ataque, por exemplo. A França considera que 1 Rafale faz o papel de 2-3 Mirages 2000-5F/D/N, devido ao produto carga de armas x alcance ser maior, sensores melhores, etc. Também é informação pública que o Rafale requer pouco menos homens x hora de manutenção que o Mirage 2000-5F/D e que em certos perfis de vôo (baixa altitude) o Rafale gasta menos combustível que o Mirage 2000D;

- enfim, se a FAB quiser realmente ter e usar Rafale F3+ na sua potencialidade, ele não é caro para o que oferece. Mas isso implica em ter quantidade e diversidade de armas e sensores para explorar o potencial do Rafale : mísseis MICA (IR/EM), A-Darter, Meteor, Scalp/Apache (que requer todo um sistema de apoio em solo com mapeamento detalhado da área na rota de ataque para ser feito em modo furtivo, seguindo terreno via banco de dados sem usar o modo do radar RBE-2 de seguimento de terreno que emite e pode ser detectado pelo inimigo), AASM (INS/GPS, IR, laser, etc), MAR-1, AM-39 Exocet, pods designadores modernos, etc. E CFT's seriam ideais para a FAB operar o Rafale F3+ em configurações de ataque.
Mapinguari escreveu:Essa decisão, por outro lado, tornaria a França, sem dúvida alguma, nosso aliado preferencial no campo político-militar, no concerto das nações. Poderiam vir deste tipo de alinhamento político-militar algumas vantagens, muito além do apoioda França à nossa pretensão por uma cadeira permanente no CS da ONU. Por exemplo, na questão do sub nuclear, quem poderia garantir que, com nossos engenheiros sabendo fazer as perguntas certas, não teríamos as respostas certas para muitas outras questões envolvendo o sub? Assim, a transferência de tecnologia poderia ser bem mais efetiva do que apenas a transferência de know-how para a construção de um casco que sirva para um submarino nuclear. Pode envolver outras áreas deste mesmo submarino, quem sabe... Com certeza, com contratos tão vultosos, os franceses estariam bem mais "receptivos" a colaborar mais conosco...
Também acho isso : com a FAB comprando Rafale F3+, a França será muito grata por isso, refletindo em mais abertura/boa vontade nos outros programas da MB.

Abraços,

Roberto

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 12:28 pm
por Anderson TR
:shock: :shock: Olhem essa reportagem do O Globo!!!!

Os caras não sabem o que está se passando e já estão queimando os negócios fechados pela MB....Imaginem se eles descobrem o quanto irá ficar a manutenção de caças franceses como o Rafale....Já estão chamando o Brasil de subserviente e remisso frente as extorsões francesas e seus equipamentos caríssimos!!!Será que tem algum Lobbysta por trás disso??? :roll: :roll:


Preço nas alturas
Submarinos que Brasil vai comprar da França custarão 10 vezes valor que seria pago à empresa alemã



RIO - O Brasil está prestes a adquirir da empresa estatal francesa DCNS (Direction des Constructions Navales Services) cinco submarinos pagando dez vezes o valor que poderia desembolsar se tivesse aceitado a proposta da empresa privada alemã HDW (Howaldtswerke-Deutsche Werft), revela reportagem publicada neste domingo pelo jornal O GLOBO.

Para justificar a opção pela França, custo de 6,7 bilhões de euros - contra os 670 milhões de euros cobrados pela firma da Alemanha - o governo diz que o pacote incluirá a construção de um estaleiro e de uma base naval, na área de Itaguaí, no litoral do Rio de Janeiro.

Essas obras, no entanto, não tinham sido planejadas pelo Brasil. Elas foram incluídas no pacote pelo governo francês como condição para a venda dos submarinos, mais a transferência de tecnologia para a sua construção no país. Para ter as embarcações, o Brasil teria de concordar tanto em adquirir aquelas duas instalações - gasto extra considerado desnecessário inclusive por altos oficiais da Marinha. Eles impuseram que as obras ficassem nas mãos da brasileira Odebrecht, sem licitação.

Perguntado a respeito pelo GLOBO, na última terça-feira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, esquivou-se:

Nós não temos nada a ver com isso. Compramos um pacote pronto. O fato de a França colocar as obras em mãos da Odebrecht tem a ver com um acordo de parceria realizado entre eles - justificou.

Jobim deve ser chamado a depor em audiência pública sobre o assunto que será realizada na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, da Câmara dos Deputados. A audiência deve acontecer antes que os dois países assinem um contrato definitivo. O governo pretende assinar um contrato no próximo dia 7 de setembro, quando o presidente Nicolas Sarkozy virá ao Brasil para as comemorações da Independência brasileira.

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 782354.asp

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 12:33 pm
por Brasileiro
Será que os caras não sabem fazer conta?

-670 milhões de euros para a Alemanha: 1 submarino
-6,7 bilhões para a França: cinco submarinos, um estaleiro, tecnologia, capacitação técnica, modificações no projeto, etc.



abraços]

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 12:43 pm
por PRick
Brasileiro escreveu:Será que os caras não sabem fazer conta?

-670 milhões de euros para a Alemanha: 1 submarino
-6,7 bilhões para a França: cinco submarinos, um estaleiro, tecnologia, capacitação técnica, modificações no projeto, etc.



abraços]
Não é só isso, um dos submarinos é NUCLEAR, o valor do contrato ccobrado pela HDW era maior girava em torno de 01 bilhão de Euros.

O estaleiro está sendo feito, porque não daria para fazer um SNA no AMRJ. Algo que os Alemães não poderiam fornecer. 8-] 8-]

[]´s

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 1:00 pm
por gaitero
Caros FIGHTERCOM e Anderson TR. Respeito suas opiniões até porque alguns de meus argumentos são realmente forçados, quando o fiz, quis me colocar na posição de uma pessoa bastante cética.

De qualquer forma ao menos acredito ter cumprido com o meu papel. Haja vista que muitos aqui acreditavam que a oferta Sueca era sublime, sem falhas. Se assim pensássemos, nunca enxergaríamos a verdade, sem que houvesse um contra ponto a altura.

Se fui ousado ou abusei de excesso de precauções, os mesmos também abusão de confiança. :wink:

Sendo assim, só poderemos achar que a oferta é boa ou ruim quando encontrarmos um ponto de equilíbrio para tal discussão.

Com relação à sua afirmação nobre FIGHTERCOM, de que serão 120 caças e não serão construídas novas bases. Eu só peço que veja um ponto interessante. Que seria a efetividade. Se analisarmos uma escolha mais ''pobre'', frente a uma mais ''completa'', então não há como contabilizá-las monetariamente, porque isto seria matematicamente impossível.

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 1:45 pm
por Strike7
Alfredo762 escreveu:Orestes e Palpiteiro

Tomo a liberdade de entrar no meio da discussão de vocês, que como sempre, é recheada de qualidade, respeito e cordialidade.

Tenho dois pontos a opinar.

Palpiteiro, pelo visto, você tem conhecimento do que se passa. O RFI conteve algumas informações repetidas, uma vez que muitas delas já se sabiam de antemão. Quando os brasileiros foram para Moscou, não foram para ver o Su-35 dar rasantes. Foram para ver que se o quesito transferência de tecnologia seria colocado no papel. Isso foi negado.

Com o RFI, a mesma informação foi contida. Assim foi descartado de vez o caça russo, já que tal quesito é vital para a concorrência. Aos poucos, os quesitos foram preenchidos, e aqueles com maiores assertivas concluídas, foram postos no short list.

Ocorre que passada essa fase, a coisa torna-se puramente política. Quem dá a palavra final é o Presidente. Vamos recordar que a Dassault financiou parte da campanha petista do Molusco, assim como a do tucano Serra (para os que apreciam teorias conspiratórias, já digo de antemão que tal financiamento foi legal, tanto é que os dois apareceram na Tv defendendo o M2000BR). A predileção dos franceses não é de agora, já é de muito tempo.

Se tivéssemos F-22, F-35 como requisito de 5° geração, não tenha dúvida que o rafaleco estaria no rol. Seria aquela velha máxima “não precisamos de tudo isso”. Agora, só com caças de 4° geração, o que se prega é “vamos ter o melhor”.

Palpiteiro disse:
E aí então, seria muita ingenuidade acreditar que uma pessoa física, com passado de advogado, juiz e político, sem qualquer experiência prévia com assuntos de defesa, teria a capacidade de fazer escolhas mais corretas do que uma organização, do seu próprio ministério, abarrotada de profissionais do setor.
Essa é a triste realidade do nosso Ministro. Para este cargo, seja qual for, o que se busca é alguém que tenha conhecimento no assunto. É alguém que saiba o que irá tratar. Como pode um advogado sem conhecimento algum sobre o tema militar, do nada, partir para essa? Em sua atuação como Magistrado (exemplar, por sinal) nunca tratou o tema e nem teria como. Foi indicado ao atual cargo por pura politicagem.

Caros, estamos falando do Ministério da Defesa.

Eu ouvi em MP3 todas as palestras e apresentações que ele fez sobre o tema Transferência de Tecnologia. Ele repete essa expressão N vezes. Mas em nenhum momento, repito, em nenhum momento ele diz qual a definição. Porque não ele sabe o que é isso. Basta ver a completa falta de noção do que faz quando aceitou a possibilidade de rever as propostas russas. Isso foi um disparate de envergonhar um processo todo!!! E dizem que tudo é sério e as mil maravilhas.

Neste ponto, Orestes, você diz:
O perfil desejado para um ministro da Defesa é alguém que vista a camisa, que promova o debate em âmbito nacional, que leve o assunto para a agenda política do País, que promova investimentos no setor industrial em particular, que introduza mudanças expressivas na forma-pensamento-ação, que vá às bases e conheça as duras realidades, que promova compras de equipamentos militares de forma efetiva e não na base do cala-boca, que consiga aglutinar governistas e oposicionistas dentro do tema Defesa, que amplie os campos de ação e lute por melhores recursos, sem perder de vista as questões dos soldos e salários, que não teme se expor e conduzir de frente o processo, mesmo sendo apedrejado, etc.
Essa é justamente a figura do político. :wink: Isso qualquer um faz. Podemos colocar nessa definição pessoas como Lula, Maluf, Sarney, Marta Suplicy, Genoíno, Fidélix, Renan Calheiros, etc.

Aí pergunto: qual seria o perfil de um Ministro que deve tratar um tema específico, que no caso, é o de Defesa? A resposta é simples. Alguém que conheça o tema. Não necessariamente militar.

A coisa melhora quando a pessoa que ocupa o cargo já tem politicagem com quem o indicou. Vocês jamais viram o Jobim fazendo qualquer crítica aos franceses.

Assim sendo, agora, não existe nada técnico. Essa decisão, já tomada, foi puramente política.

Por favor, voltem ao diálogo, minhas escusas por esta breve participação. :D

Abraços
Alfredo
Este papel, debater defesa, é que o Nelson tenta promover em suas reuniões e palestras. Sem este movimento, nossa defesa seria deixada de lado, assim como continuamente foi na pós-ditadura.

Agora, o que esperar de uma nação que cresce escutando que o poder corrompe? Apenas que se um dia eu estiver no poder eu vou corromper. E este é o tema principal dentro deste debate. Se nossa filosofia, a filosofia do POVO, não mudar, nada vai mudar, e conseqüentemente nosso Ministério da Defesa será apenas um poder a ser ocupado.

Vejo debates calorosos e recheados de opiniões muito interessantes, mas vejo que os pontos de vistas são ignorados em prol de uma força maior. Defender o ponto de vista de um grupo de pessoas é mais fácil que defender o seu próprio. Quando se defende um coletivo deixamos de ver o que o move, e assim deixamos de entender a realidade brasileira. Quando passamos a pensar no individual, que é cabível de corrupção, que é cabível de exageros, então entendemos a filosofia brasileira.

Quando pensamos no ideal para o Brasil não podemos pensar na capacidade do equipamento, não podemos pensar na transferência de tecnologia, temos é que pensar nesta filosofia do POVO, em que o poder corrompe. E isto nós deixamos sempre de lado, talvez porque este tema já se tornou natural, já faz parte do cotidiano. Então, entender o processo ou tentar adivinhar qual o melhor equipamento, ou a realidade da nossa força aérea, é apenas passatempo, haja vista que a política, que é a mesma que corrompe, é quem deverá escolher o vencedor. Sendo assim, esta utilizará apenas a sua filosofia, a corrupção, ou neste caso, o interesse, para escolher o vencedor. O resto será apenas desculpa para tal decisão.

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 2:36 pm
por Carlos Lima
Olá

Sem querer ser chato, :)

Eu entendo o que os Srs querem dizer com relação a seleção dos 3 em questão e a cada dia concordo mais com isso (3 aeronaves com perspectivas diferentes).

Apesar de fazer sentido, meu ponto com relação ao NG é que eu me lembro tempos atrás que o objetivo do F-X era comprar uma aeronave de 4 Geração com transferência de tecnologia de alguns ítens interessantes para a FAB (não me lembro nada referente a fabricação "efetiva").

Bom, daí teríamos após a resolução do F-X o projeto de aeronave de 5 Geração.

O que me faz ter uma ressalva com relação ao NG é que não acho que teríamos condições de estar fabricando uma aeronave de 4 Geração e ao mesmo tempo trabalhando em uma de 5 geração e todos os $$$$$$$$$$$$$$ associados a isso.

Por isso fico pensando se a escolha por uma aeronave como o NG (desenvolvimento) não estaria matando "por tabela" o nosso desejo de possuir uma aeronave de 5 geração?

Olha, eu sempre gostei muito mesmo do Gripen (família) desde o meu primeiro contato com essa aeronave ainda na década de 90. Eu sempre ficava pensando... caramba... precisamos de uma aeronave moderna, mas com essa "simplicidade" (manutenção/apoio) vista na "filosofia" do Gripen... daí veio o NG e pelo motivo acima eu fico com "a pulga atrás da orelha".

De qualquer forma, se no fim das contas a FAB escolher essa aeronave, os motivos acima colocados pelos Srs já são mais do que suficientes para me convencer do que a FAB está "pensando". :)

Eu não sei ao certo se a França ficaria "infeliz" conosco se comprássemos subs/helis/fragatas/projeto sub nuclear, e no fim só não comprássemos caças... os Bilhões dos outros projetos mais do que deveriam "comprar" a felicidade dos caras pelos próximos 30 anos pelo menos.

Com relação aos americanos tem que pensar... hmmmm... o que eu preciso para "sobreviver" caso eles "mudem de opnião" ... o que tenho me capacita a continuar fazendo o meu trabalho?

A frota da FAB (e por tabela a Embraer) tem tanta coisa americana que honestamente os caças parados seriam o menor dos problemas dela caso os americanos fiquem "esquisitos" ... o que no mundo atual sei não... acho que os caras precisam mais e mais de amigos do que desavenças por conta de radar ou integração de armamento... eu já disse isso a um bom tempo atrás... se os sindicatos descobrem que o F-18 perdeu porque os caras não liberariam integrar Piranha ou A-Darter (exemplos) no F-18... rapaz... nos dias de hoje (e ainda por uns bons anos pelo visto), o bicho pega por essas bandas e não é brincadeira não.

Além disso é o seguinte... com os franceses nadando em $$$$ Tupiniquim e os americanos tendo "empregos" salvos lá em St Louis... seriam "2" aliados para o Brasil :wink:


Tudo isso nada tem a ver com a capacidade "técnica" dessas aeronaves... (é como os amigos falaram... 6 ton / 8 ton... mesmo nas F Aéreas que operam... quem é que usa esses bichos com toda a sua capacidade? ... isso é coisa para entusiasta e o pessoal de Marketing)

... é só "política" mesmo. E é por isso que não me incomodaria se comprássemos o F-18 e também entenderia caso comprássemos o Rafale.

É aquela história... em qualquer um dos 3 casos será um salto absurdamente fantástico em termos de maturidade para a FAB (o pessoal de lá mais do que merece isso [100] ).

A minha preferência é e sempre foi pelo Typhoon, mas ele requer um outro tipo de "cabeça e negociações" (assim como seria o caso da escolha pelo Su-35).

Simplesmente não era o momento dessas aeronaves para o Brasil, diante da nossa realidade... o que é mais do que justo :)

Meus 3 cents :)

[]s
CB_Lima

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 3:05 pm
por Mapinguari
alex escreveu:meus 20 centavos de opinião:
O processo do FX-2 tem um peso menor hoje do que quando iniciou o FX-1., mesmo os caças sendo melhores (geração 4++).Por que ?
Por causa do avanço da tecnologia.Os veiculos aereos não tripulados (VANT) estão e estarão tomando os lugares dos caças de qualquer jeito.
Vants armados já são realidade e hoje já são a primeira linha de ataque para depois um ataque de caças.E nós, brasileiros, vamos ficar de fora , olhando em berço esplendido?
Apesar de serem mais baratos vamos ter criar uma enorme infraestrutura para usa-los(aviões de comando,satelites) devido ao tamanho do pais. Então voces acreditam mesmo que iremos comprar 120 caças no final? De jeito nenhum...
Bom, em primeiro lugar, os VANT ainda são, por mais avançados que estejam hoje, uma tecnologia incipiente, que ainda vão levar várias décadas para tomar o lugar dos caças, se é que um dia irão tomar totalmente. Na realidade, o peso do Programa F-X2, hoje, é muitas vezes maior do que o do F-X1. Isso é evidente, não apenas pelos valores envolvidos (Mais de US$ 2,2 bilhões contra os US$ 700 milhões do F-X1) quanto pelas quantidades envolvidas. Além disso, no novo programa a questão dos TOTs assumiu maior peso específico. No F-X1, tratava-se mais de uma compra "de prateleira" do que agora. Então, não sei como você chegou à conclusão de que o F-X2 tem menor peso, do que o F-X1, quando as evidências apontam para o contrário... O F-X2 é o segundo maior programa de aquisição de caças hoje no mundo, pelo potencial de venda de mais de 100 caças. Só perde para o da Índia, de aquisição de 126 caças.
Em segundo lugar, Alex, se vc der uma olhada mais atenta, verá que nosso país já despertou para os VANTs. Na LAAD 2009 isso era patente. E já existem programas nas três FAs visando exclusivamente aquisição e/ou desenvolvimento de VANTs de vários tipos.

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 4:10 pm
por alex
Mapinguari não estamos nem no começo de termos VANT ainda. VANTs armados, loooonnnnge demais. tecnologia incipiente , discordo totalmente. O peso, em valor, do FX-2 é maior realmente. Tecnologicamente menor em face que a tecnologia de uma nova arma que esta efetiva. Ainda mais que não foi respondido se teremos um caça de 5ª geração.

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 6:11 pm
por ninjanki
Quanto à matéria do Globo, só posso dizer que foi patética. O repórter se limitou a reproduzir algum comentário de um representante/lobista dos alemães na concorrência dos submarinos. Nem conta o pobre coitado sabe fazer. É claro que o grosso do contrato é a construção do estaleiro e a transferência de tecnologia de casco para submarino nuclear. Isso os alemães não podiam oferecer, e comparar os preços das duas propostas é o mesmo que comparar 5 laranjas e um espremedor manual à toda a tecnologia para produzir espremedores automáticos. No final você ainda tem suco, mas a capacidade que se obteve no processo é infinitamente superior.

Allan

Re: JAS-39 Gripen

Enviado: Dom Jul 12, 2009 7:33 pm
por Mapinguari
alex escreveu:Mapinguari não estamos nem no começo de termos VANT ainda. VANTs armados, loooonnnnge demais. tecnologia incipiente , discordo totalmente. O peso, em valor, do FX-2 é maior realmente. Tecnologicamente menor em face que a tecnologia de uma nova arma que esta efetiva. Ainda mais que não foi respondido se teremos um caça de 5ª geração.
Alex, não há como negar que a tecnologia de VANTs armados é incipiente. Conta-se nos dedos de uma mão os países que já têm alguma coisa nessa área. Se isso não é incipiente, não sei o que poderia ser. Como conceito é claro que é válido e quanto a isso a FAB e as demais FAs já estão se inteirando.
A própria Embraer tem estudos na área, mas já declarou que não pretende se dedicar a isso agora. Quando entrar, segundo fontes internas da empresa, será algo importante mesmo, algo que seja válido como arma (talvez um VANT armado). Mas isso é coisa para daqui a uns 15 ou 20 anos. Até lá, o F-X2 assume todo o seu peso, sua importância enquanto programa capital para a FAB e para o País, junto com o do KC-390.