Concordo com praticamente tudo que você, Galina. Vou só comentar as discordâncias:Galina escreveu:AbraçosBolovo escreveu:De inicio, eu discordo com veemência desses estudos e simulações que ditam que o combate BVR é a regra do combate aéreo atual.Mas o duro é que é... IFF e muitas outras cositas dificultavam. Não mais Esse panorama é baseado nos últimos combates aéreos que ocorreram, especialmente na experiência do AIM-120 durante os anos 90. Mas vamos analisar melhor isso. O AIM-120 tem nove vitórias em combate, são elas seis MiG-29, um MiG-25, um MiG-23 e um J-21 Soko. Absolutamente 100% desses aviões eram obsoletos e contavam com nenhum tipo de dispositivo de guerra eletrônica, jammer, contramedidas ou o que for. Sim, concordei com isso. Bateram em bêbadoAlém disso, eram aviões de países sob embargo, com falta de peças, deficiência de manutenção etc. Como já disse, os MiG-29 sérvios voavam cegos, sem RWR etc. O J-21 é literalmente um Xavante sérvio. É esse tipo de experiência que querem usar? Por favor. É um cenário muito favorável, quase ideal. É isso que eu questiono, a efetividade e essa crença no combate BVR. Eu pensava exatamente como vc. Vá por mim, não é assim mais. Tem um texto Bolovo, do Defesanet, que comentou a participação dos F-5EM na Red Flag. É um panorama legal para termos em mente. Ainda que os alcances máximos lá citados sejam maiores dos que os que acontecem na prática... Então, reafirmando: um bom percentual dos combates acaba descambando para o dogfight. Se for ver sob esta ótica, aí vc tem razão. Mas a regra é o BVR - numa arena mais curta do que se comenta, mas ainda um BVR.
Um combate aéreo moderno de fato conta com guerra eletrônica, equipamentos atualizados, tripulações treinadas etc. Esse é um cenário que acredito ser muito mais próximo do que o Brasil possivelmente vá enfrentar no futuro. Há uma distância em que a EW não faz mais efeito. Tem um conceito, inclusive, que se chama "burn through range", que é a distância em que as medidas de ECM (jamming) não são mais suficientes para impedir que o radar trabalhe adequadamente.O F-22 apesar de ser sensacional, tem um grande calcanhar de aquiles: o seu armamento, que é o mesmo de 20 anos atrás. Sim, mas mesmo assim tem uma vantagem monstruosa. Imagina com a integração do AIM-120D...A EW talvez não vença o radar do Raptor, mas com certeza absoluta vai afetar o desempenho do AIM-120, apesar deste contar com capacidade HOJ (Home-On-Jam). Foi o que eu falei na mensagem anteriorOs russos, por exemplo, estão desenvolvendo o RVV-MD (R-77-1), que será o AAM padrão russo, com um radar AESA. Continuará tendo limitações, menores quem sabe, em razão das próprias limitações de espaço e potência de um míssil.Os japoneses já tem um AAM com radar AESA também. É o mesmo que vc disse. Pra mim o combate do futuro será assim e vai vencer o mais perseverante, que leve mais armamento, que seja mais rápido, que voe mais alto, mais manobrável etc, porque todo mundo vai acabar se aproximando e somente os mais fortes vão sobreviver. É o darwinismo aéreo. Pra mim isso é claro como água, e um caça como o F-22 foi desenhado nesse pensamento.
Quanto a declaração aí do general indiano, eu não vi. Mas desde já não acredito que seja verdade. É... tem uma diferença entre a Gazeta de Pau Grande afirmar uma coisa, e a afirmação de uma fonte como uma Reuters da vida... Não que seja incorruptíveis ou que não cometam erros, mas... não há comparação. Essa traquitana russa não voa operacionalmente tão cedo. Aliás, pelos otimistas russos, já era para estar operacional. Concorda comigo que se houvesse um horizonte realista, que os indianos não estariam correndo atrás de Rafale (e provavelmente do Gripen !!) para cobrir o gap ?? [/color]Pra mim é daquelas matérias contra que existem aos montes.
Vou procurar esse texto sobre a Red Flag. Mas concordo que o BVR seja imperativo, mesmo num alcance menor que o propagado. Só não acho que seja essa facilidade toda de "disparou, derrubou" que pintam nesses exercícios e que lemos em revistas etc.
Com certeza o F-22 tem vantagem em 99% dos cenários, isso não há dúvida. Estou questionando sua validade contra um alvo igual, imagine F-22 contra F-22, ambos apoiados por EW etc. Nunca li se a USAF já fez um exercício desses, deve ser interessantíssimo de ler, pois é o mais próximo da guerra aérea moderna que possa existir. O ponto é que a USAF não projetou o F-22 para derrubar MiG-29 capenga, mas sim para voar num cenário de alta intensidade, coisa que até hoje não enfrentaram. Sei que a EW não tem mais eficacia a certa distância, mas pra mim ela já vai ter cumprido sua missão, obrigando o inimigo a se aproximar e numa arena de curto alcance, onde vai imperar os sensores de infravermelho e o antigo e bom olho, ser stealth talvez não seja mais vantagem alguma. Tudo isso que eu disse me faz lembrar daquele famoso kill mark num Glower da USN.
Reconheço que o PAK-FA esteja um pouco atrasado, mas isso é normal, é um avião totalmente novo, que promete entregar algo muito grande. A questão indiana é uma coisa de escala, que estamos pouco acostumados por aqui. A FAB tem no total 7 esquadrões de caças de alta performance, sendo 3 de A-1, 3 de F-5M e 1 de Mirage 2000 (hoje inativo, esperando o Gripen). Na Índia são 36 esquadrões: 3 de Mig-29, 3 de Mirage 2000, 6 de Jaguar, 5 de MiG-27, 11 de MiG-21 e 8 de Su-30. Boa parte desses aviões, como os MiG-29, Mirage 2000 e Jaguar, estão sendo modernizados e ficarão na ativa por muito tempo ainda. Porém há muitos caças velhos, na iminência da aposentadoria. Essa modernização está sendo programada em duas fases. Na chamada Fase 1, que começa agora em 2015 e vai até 2022, irão substituir os MiG-21 de 5 esquadrões de os MiG-27 de outros 3, sendo esses os caças mais velhos, não-modernizados da IAF. Na Fase 2, que é de 2022 até 2027, irão substituir os MiG-21 modernizados de 6 esquadrões e os MiG-27 modernizados de 2 esquadrões. Resumindo, nos próximos 12 anos os indianos precisam de 16 esquadrões de novos caças, mais do que o dobro da atual frota total de caças da FAB. Pelo menos até 2022, os indianos esperam substituir 6 desses esquadrões pelos Su-30, 2 pelo Tejas e 1 pelo Rafale. Por isso a corrida pelo Rafale, que na minha opinião, serão mais do que 36. São centenas de caças. É uma demanda muito alta. O PAK-FA poderia estar sendo fabricado hoje em dez lugares diferentes que não daria conta das necessidades indianas. Por isso tudo isso, o problema não é o PAK-FA, é iminente buraco que vai surgir na IAF nos próximos anos.