Chaves e seus caças russos

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

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#76 Mensagem por Túlio » Qui Fev 08, 2007 2:59 pm

Adriano escreveu:Olha aí.... "Oposição diz que PT pretende copiar modelo de Chávez"

http://www.estadao.com.br/ultimas/nacio ... /08/68.htm

O único modelo de Chávez que o Brasil precisa copiar é o modelo de caça (Su 30MKI)... :P

De qualquer forma, é melhor ficarmos de olho no que acontece nesse congresso...
8-]

Abraços!

Adriano.



Interessantíssima essa notícia, amigo Adriano. Algumas considerações:

O Congresso acusa Lula de golpismo por querer poder convocar Plebiscito sem precisar da autorização deles. Dizem ainda que, através disso, quer seguir se reelegendo...

Cabem aqui algumas dúvidas:

:arrow: Será isso mesmo? Tenho volta e meia zoado uns deretchas no MSN com essa hipótese(Lula se reelegendo ad infinitum)...

:arrow: Por quê o Congresso tem tanto medo do Povo? Se tudo que é Plebiscito propondo aberração fosse aprovado, o das armas, PROPOSTO POR ELES E PELO LULA, também o teria sido...

:arrow: Afinal, quem teria melhor competência para decidir este assunto? Os 'honestos' e 'probos' Deputados e Senadores ou o Povo sofrido deste País?

:arrow: A quem se deve a existência de reeleição? Ao Povo ou aos Deputados e Senadores comprados a US$ 200.000 per capita? E, com este valor novamente sobre a mesa, seriam assim tão contra uma reeleição ad libitum?

:arrow: E suponhamos que o Povo queira Lula de novo e de novo e de novo, QUEM tem a competência para decidir, em última análise? Para dizer ao Povo que NÃO! QUEM É O DONO DO POVO? E DO BRASIL?




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#77 Mensagem por Morcego » Qui Fev 08, 2007 3:10 pm

tulio escreveu:
Adriano escreveu:Olha aí.... "Oposição diz que PT pretende copiar modelo de Chávez"

http://www.estadao.com.br/ultimas/nacio ... /08/68.htm

O único modelo de Chávez que o Brasil precisa copiar é o modelo de caça (Su 30MKI)... :P

De qualquer forma, é melhor ficarmos de olho no que acontece nesse congresso...
8-]

Abraços!

Adriano.



Interessantíssima essa notícia, amigo Adriano. Algumas considerações:

O Congresso acusa Lula de golpismo por querer poder convocar Plebiscito sem precisar da autorização deles. Dizem ainda que, através disso, quer seguir se reelegendo...

Cabem aqui algumas dúvidas:

:arrow: Será isso mesmo? Tenho volta e meia zoado uns deretchas no MSN com essa hipótese(Lula se reelegendo ad infinitum)...

:arrow: Por quê o Congresso tem tanto medo do Povo? Se tudo que é Plebiscito propondo aberração fosse aprovado, o das armas, PROPOSTO POR ELES E PELO LULA, também o teria sido...

:arrow: Afinal, quem teria melhor competência para decidir este assunto? Os 'honestos' e 'probos' Deputados e Senadores ou o Povo sofrido deste País?

:arrow: A quem se deve a existência de reeleição? Ao Povo ou aos Deputados e Senadores comprados a US$ 200.000 per capita? E, com este valor novamente sobre a mesa, seriam assim tão contra uma reeleição ad libitum?

:arrow: E suponhamos que o Povo queira Lula de novo e de novo e de novo, QUEM tem a competência para decidir, em última análise? Para dizer ao Povo que NÃO! QUEM É O DONO DO POVO? E DO BRASIL?


Olha por exemplo PENA DE MORTE, VAI TER ?? PQ SE TIVER SEI QUE O SIM GANHA, mas como ficariam as PASTORAIS ?? E OS DIREITUZUMANUXXXX???

Particularmente a re-eleição INFINITA, é um crime contra o estado democrático onde as forças politicas se alternam no PODER, e assim não ficam presos no passado, dando vazão as novas realidades.

é preciso observar a constituição; queremos um PRESIDENTE OU UM CZAR? o presidente não É LEGISLADOR, se o congresso votar por eleições infinitas, ou convocar tal plesbicito para que seja feito isso, muito que bem que seja, MAS EXECUTIVO É EXECUTIVO, e apartir do momento que ele legisla, obviamente que ele LEGISLA em FAVOR PRÓPRIO, e obviamente que por isso um presidente poderia calmamente fazer essa proposta, DESDE QUE ELA ENTRE EM VIGÊNCIA APARTIR DO SEGUINTE EXECUTIVO.

OBVIAMENTE NÃO SE TRATA DISSO QUE O PT QUER, ELES QUEREM É CURTIR AS BENÉCES DE SER GOVERNO, QUEREM É OS CARGOS POSI APÓS 8 ANOS VAI SER RUIM DE TER VAGA NO SINDICATO PARA TODO MUNDO.




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#78 Mensagem por Túlio » Qui Fev 08, 2007 4:01 pm

Mestre Bat, algumas considerações:


:arrow: Crime contra Estado Democrático & quetales é tentar de tudo quanto é jeito ACABAR COM A DEMOCRACIA, que é o que esse Congresso aí e os que o antecederam já fazem há tempos, ridicularizando a Instituição, por torná-la um antro de todos os tipos de safadezas! Vem cá, o Povo respeita o Congresso, melhor, o considera honesto e, portanto, RESPEITÁVEL? TU consideras? Lembro-te que, quando o DB está meio parado, releio teus posts... :twisted:

:arrow: O exemplo da Pena de Morte é excelente: como votarias? Eu no NÃO, mas tenho a mais absoluta certeza de que seria esmagadoramente aprovada. E? Seria eu executado por isso? Já monstruosidades como Viva-Crime e PASTORALEZZZZ iriam ter que enfiar a viola no saco, POWS!!!

:arrow: Reitero: o Povo é que tem que decidir! Talvez haja o tale de Plebiscito e talvez seja considerado BOM pelos Eleitores. Isso é garantia de que vão reeleger o Lula para sempre?

Detalhe: o Brasil é um pouquitcho maior e, portanto, mais complexo que a Venezuela: é uma minúscula diferença entre mais de oito milhões e meio de km2 e uns 190 milhões de habitantes em relação a menos de um milhão de km2 e menos de 25 milhões de habitantes... :wink:




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#79 Mensagem por Morcego » Qui Fev 08, 2007 4:46 pm

tulio escreveu:Mestre Bat, algumas considerações:


:arrow: Crime contra Estado Democrático & quetales é tentar de tudo quanto é jeito ACABAR COM A DEMOCRACIA, que é o que esse Congresso aí e os que o antecederam já fazem há tempos, ridicularizando a Instituição, por torná-la um antro de todos os tipos de safadezas! Vem cá, o Povo respeita o Congresso, melhor, o considera honesto e, portanto, RESPEITÁVEL? TU consideras? Lembro-te que, quando o DB está meio parado, releio teus posts... :twisted:


o congresso nada mais é que um ESPELHO DO POVO, cada povo tem o GOVERNO QUE MERECE, E O CONGRESSO QUE ELEGE.

as implicações sobre o desempenho dos DEPUTADOS não inferem sobre a aplicação de como FUNCIONA O SISTEMA.

a legislação pede que o presidente mande o projeto de plesbicito para ser votado pelo simples fato de que assim É O SISTEMA, o PRESIDENTE NÃO FAZ LEIS, do contrário DEVEMOS ABANDONAR TODA A HIERARQUIA NA MÃO DE UM UNICO PODER A DITADURA.




tulio escreveu: :arrow: O exemplo da Pena de Morte é excelente: como votarias? Eu no NÃO, mas tenho a mais absoluta certeza de que seria esmagadoramente aprovada. E? Seria eu executado por isso? Já monstruosidades como Viva-Crime e PASTORALEZZZZ iriam ter que enfiar a viola no saco, POWS!!!


desde que o plesbicito siga os ritos do que rege a LEI, TUDO BEM, se a lei diz que para ter plesbicito é preciso a aprovação da camara, que se mande a proposta para a camara, ou se vote na camara PODERES como o de chavez para que ele possa pedir o PLESBICITO de forma direta.

ou sei la faz uma nova contituinte.




tulio escreveu: :arrow: Reitero: o Povo é que tem que decidir! Talvez haja o tale de Plebiscito e talvez seja considerado BOM pelos Eleitores. Isso é garantia de que vão reeleger o Lula para sempre?


Sim, JUSTO, se o POVO ASSIM DESEJAR QUE ASSIM SEJA, assim como ele tb deseja que determinados politicos estejam na camara e vc TEM QUE OS RESPEITAR INSTITUCIONALEMTNE GOSTE OU NÃO; agora NA CANETADA negativo, mande ou a LEI PERMITINDO QUE O PRESIDENTE FAÇA QUANTOS PLESBICITOS QUIZER, OU MANDE O TEMA QUE ELE DESEJA PERGUNTAR PARA A CAMARA.





tulio escreveu:Detalhe: o Brasil é um pouquitcho maior e, portanto, mais complexo que a Venezuela: é uma minúscula diferença entre mais de oito milhões e meio de km2 e uns 190 milhões de habitantes em relação a menos de um milhão de km2 e menos de 25 milhões de habitantes... :wink:


Sim Tulio, será que esta tão complicado de entender o pq o PRESIDENTE não pode passar em cima da camara se a lei diz que ele tem que mandar para a CAMARA?

POR EXEMPLO, temos uma questão que é a camara e a jsutiça determinar o próprio salário.

eu como presidente pediria a seguinte PERGUNTA para um plesbicito: ""vc QUER o indice de aumento de salario de TODO servidor público em todas as esferas de poder, seja igual ao indice de aumento do salário minimo?""

eu encaminharia essa pergunta para a CAMARA.

teria apoio popular e eu quero ver se a camara não botava em votação e não mandava o plesbicito.

agora tomemos por exemplo:

""vc é em favor de pena de morte"", com certeza não passaria na camara, principalmente pq não acho que população ficaria unida por tal motivo.

tomemos tb:

""vc deseja que o presidente tenha 18 meses para que possa alterar as leis e demais regras do pais""

se passar na camara e no plesbicito, ORAS cada um que pegue sua trouxa.




Carlos Mathias

#80 Mensagem por Carlos Mathias » Qui Fev 08, 2007 4:53 pm

O plesbicito é o melhor da democracia. Pô, os caras chegam lá pelo voto, mas na hora de decidir algo, o povo não pode votar, somente os super-dotados, super-honestos e super-isentos deputados e senaores é que decidem? Não mesmo. Quer um exemplo de como aquilo é um puteiro? A justiça redistribuiu a verba dos partidos e os grandes levaram ferro, não foi? Pois bem, HOJE eles já estão apresentando um projeto de lei e, segundo os caciques políticos declararam na TV, no máximo até o carnaval a lei estará aprovada.

Uma criança foi de 6 anos foi trucidada por bandidos aqui no Rio, na virada do ano queimaram um ônibus com os passageiros dentro, em SP queimaram uma família viva dentro de um carro, o PCC continua mandando. Cadê aquela montoeira de leis rigorosas que estavam na mesa, que iam ser aprovadas logo depois dos ataques do PCC em SP? NADA, absolutamente nada.

O povo, fudido como está, vê estas coisas e acha a democracia o quê? Acha que democracia é para os polítitcos encherem o rabão de dinheiro e foda-se o povo, é isso aí. Depois, quando surge um Chávez da vida, fica todo mundo se lamentando e chamando os EUA prá salvar o "povo". Depois vão ficar pedindo anistia, pedindo que o "povo' defenda a democracia e tal.

Amigos, hoje quando eu li e vi a notícia da criança, eu chorei, como pai que sou e como cidadão, completamente abandonado pelas nossas autoridades. Aos colegas de outros estados "sem bandidos", que não se iludam nem por um minuto, vai chegar na sua porta também. A merda vai bater no seu nariz também, é só uma questão de tempo.

Foi por isso que anulei meu voto nas últimas eleições, e assumo isso. Eu nunca mais vou compactuar com esse escárnio, essa esculhambação, esse gigantesco puteiro em que o Brasil se transformou. Os que votaram, assumam a responsabilidade de os terem colocado lá, para nos fazerem de palhaços, mais uma vez, e mais outra, mais outra...

A vida dessa criança vale mais que um milhão de leis e conceitos abstratos de democracia, de coisas escritas no papel, que aceita tudo.

Sinceramente, hoje eu tive vergonha de ser um Homem, muita vergonha mesmo.




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#81 Mensagem por Túlio » Qui Fev 08, 2007 6:02 pm

Senhores, uma proposta:

A CHARLA TÁ MUITO QUE BUENA MAS SÓ AGORA ME DEI CONTA DE QUE NÃO ESTAMOS NOS 'GERAES'.

ESTAMOS DETURPANDO UM TÓPICO SOBRE CAÇAS QUE APENAS TEM UM CONTEÚDO POLÍTICO, MAS NÃO É ESPECÍFICO SOBRE POLÍTICA.

COMO MODERADORE E MEMBRO, ESTOU EM ERRO. VAMOS CONSERTAR?

PROPONHO QUE UM DE VOCÊS ABRA UM TÓPICO SOBRE O ASSUNTO NA SEÇÃO CERTA 'GERAES' E COPIE E COLE CADA UM OS SEUS POSTS LÁ. ISSO FEITO, DELETAREI TODOS ESTES DAQUI.

AGRADEÇO ANTECIPADAMENTE A COMPREENSÃO.




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#82 Mensagem por Morcego » Qui Fev 08, 2007 6:06 pm

tulio escreveu:Senhores, uma proposta:

A CHARLA TÁ MUITO QUE BUENA MAS SÓ AGORA ME DEI CONTA DE QUE NÃO ESTAMOS NOS 'GERAES'.

ESTAMOS DETURPANDO UM TÓPICO SOBRE CAÇAS QUE APENAS TEM UM CONTEÚDO POLÍTICO, MAS NÃO É ESPECÍFICO SOBRE POLÍTICA.

COMO MODERADORE E MEMBRO, ESTOU EM ERRO. VAMOS CONSERTAR?

PROPONHO QUE UM DE VOCÊS ABRA UM TÓPICO SOBRE O ASSUNTO NA SEÇÃO CERTA 'GERAES' E COPIE E COLE CADA UM OS SEUS POSTS LÁ. ISSO FEITO, DELETAREI TODOS ESTES DAQUI.

AGRADEÇO ANTECIPADAMENTE A COMPREENSÃO.


pow depois eu faço isso.




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#83 Mensagem por amx2000 » Seg Fev 26, 2007 2:18 pm

Venezuela já supera Irã e Paquistão em novas armas

Chávez é o maior comprador entre os latino-americanos; Rússia fornece

Militares ligados a Chávez dizem que EUA negaram a venda de peças para caças e são ameaça contra a qual Caracas precisa se defender

SIMON ROMERO
DO "NEW YORK TIMES", EM CARACAS

A encomenda de material bélico pela Venezuela, US$ 4,3 bilhões em dois anos, colocou o país como o maior comprador na América Latina e o fez superar grandes importadores tradicionais, como o Paquistão (US$ 3 bi) e o Irã (US$ 1,7 bi).

Desde 2005, Caracas encomendou 24 caças russos Suchoi, 50 helicópteros de combate e 100 mil rifles. Também está instalando em Maracay uma fábrica para a produção dos fuzis russos Kalashnikov.

Informantes venezuelanos argumentam que os contratos são necessários para compensar a suspensão das vendas americanas a Hugo Chávez e fortalecer o país diante de uma potencial agressão dos EUA.

"Washington tentou paralisar nossa Força Aérea", disse o general Alberto Muller Rojas, assessor de Chávez, ao se referir ao embargo de peças para os caças americanos F-16.

Os planos militares venezuelanos são em parte responsáveis pela deterioração das relações com Washington. O governo Bush nega que queira invadir a Venezuela, sua grande fornecedora de petróleo. Mas apoiou em 2002 o golpe de Estado que chegou por horas a desalojar Chávez do poder.

O crescimento em 12,5% das importações venezuelanas de armas em 2006 é visto pelos americanos como potencialmente desestabilizador para a América Latina e bem mais que o necessário para equipar as Forças Armadas locais.

Em depoimento no Congresso americano, o general Michael Maples, diretor da Agência de Inteligência da Defesa, disse que a prioridade de Chávez é neutralizar a influência americana no Hemisfério.

Além do material russo, a Venezuela estuda projetos em conjunto com o Irã, para a construção de uma aeronave pilotada por controle remoto. O general Raúl Isaías Baduel, ministro da Defesa, disse recentemente que 20 desses aviões seriam usados para o patrulhamento de fronteiras.

Defensores de Chávez afirmam que em seus oito anos como presidente ele gastou proporcionalmente menos em armas que os EUA ou outros países sul-americanos, como Chile e Colômbia. Números do Instituto Internacional de Pesquisas pela Paz, de Estocolmo, confirmam esse raciocínio.

Há dúvidas quanto ao poder militar efetivo que a Venezuela alcançou. Especialistas acreditam que a Aeronáutica não está apta a operar os caças russos. Os 34 mil soldados do Exército estão atrás da Argentina (41 mil) e do Brasil (200 mil).

Outro argumento é de que o atual presidente é bem mais discreto que predecessores, como Luis Herrera Campíns, que apoiou a Argentina na Guerra das Malvinas, em 1982, como meio de desviar a atenção contra a inflação crescente e o declínio das receitas do petróleo.

Críticos do presidente insistem que as despesas com armamento não são discutidas pela Assembléia Nacional, que recentemente o autorizou a governar por decreto.

Ricardo Sucre, cientista político da Universidade Central da Venezuela, afirma que a falta de transparência nos contratos de armas alimenta a preocupação de que Chávez pode estar armando milícias civis, como a Frente Francisco Miranda, grupo político que permaneceria leal a ele, em caso de divisão das forças regulares.

O assessor militar do presidente, general Muller Rojas, nega essas afirmações.



Fonte: Folha de Sao de Sao paulo




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#84 Mensagem por talharim » Seg Fev 26, 2007 2:39 pm

reequilibrio entre potenciais regionais na região?


Isto pode vir a ser um futuro foco de conflito militar na nossa região.




"I would rather have a German division in front of me than a French

one behind me."

General George S. Patton.
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#85 Mensagem por soultrain » Seg Fev 26, 2007 4:03 pm

Venezuela já supera Irã e Paquistão em novas armas


Bolas...eta meio de comunicação imparcial!

Querer comparar as FA da Venezuela com as do Paquistão e do Irão :roll:

Só no meio do texto se percebe que se compara investimentos no ano passado, para quem tinha as FA sucateadas e foi forçada a mudar de fornecedores, compreende-se não!?

[[]]'s





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
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#86 Mensagem por amx2000 » Qua Fev 28, 2007 7:41 pm

Armas da Venezuela preocupam EUA

Washington e Caracas, 28 de Fevereiro de 2007 - Para o diretor de inteligência, Michael McConnell, Chávez alimenta "corrida armamentista". O diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos , Michael McConnell, advertiu ontem que as compras de armas realizadas pela Venezuela "podem alimentar uma corrida armamentista na região." Ao se referir ao governo de Hugo Chávez, durante uma audiência perante a comissão das Forças Armadas do Senado, McConnell sustentou que "suas compras de modernos equipamentos militares da Rússia, incluindo 24 caças-bombardeiros SU-30, e medidas tomadas para o desenvolvimento de sua própria capacidade de produção de armas são preocupações crescentes para os países vizinhos."

"Os esforços de Chávez para politizar as Forças Armadas venezuelanas e criar uma ampla e bem armada Guarda Territorial, são outro sinal de que está acabando com a tendência na região de manter militares mais profissionais e menos politizados", enfatizou.

A Venezuela adquiriu no final de 2006 um total de 24 caças Sukhoi 30 da Rússia e firmou a compra de 53 helicópteros MI-24 e cem mil fuzis Kalashnikov, entre outros equipamentos. Além disso, no início de fevereiro, Chávez confirmou a compra de mísseis Top-MI da Rússia para "defender as instalações petrolíferas e estratégicas."

Os acordos com a Rússia contemplam também a instalação na Venezuela de duas fábricas, uma para fuzis e outra para munições. Também em 29 de janeiro o ministro da Defesa, Raúl Isaías Baduel, confirmou os planos para a construção com o Irã de "aviões não tripulados" e a recuperação dos caças F-5 de fabricação norte-americana , para os quais Washington se nega a fornecer manutenção.

Há um ano os Estados Unidos negaram para a Espanha a licença de venda à Venezuela de 12 aviões militares com equipamentos americanos.

McConnell se referiu às relações da Venezuela com os países da região. Segundo o funcionário, o líder cubano Fidel Castro continua sendo "o aliado mais próximo" de Caracas. "A debilidade física de Fidel privará Chávez de um valioso mentor e conselheiro estratégico", acrescentou .

"Indivíduos que criticam a economia de livre comércio e tem um relacionamento amistoso com o presidente Hugo Chávez da Venezuela conquistaram a presidência em dois dos países mais pobres da América Latina , Equador e Nicarágua, ambos - Rafael Correa e Daniel Ortega respectivamente - após a vitória de Evo Morales na Bolívia , em dezembro de 2005", resumiu.

Venezuela e Bolívia, continuou McConnell, são os países das Américas onde a democracia mais corre perigo. "A democracia está ameaçada na Venezuela e Bolívia, os dois países onde os presidentes Chávez e Morales, respectivamente, se aproveitam de sua popularidade para enfraquecer a oposição e eliminar o controle sobre sua autoridade", enfatizou.

Diante de sua vitória eleitoral quando foi reeleito em 3 de dezembro, Chávez "incrementou os esforços para aprofundar sua autodenominada Revolução Bolivariana, enquanto mantém a luta contra o "imperialismo" norte-americano ", alegou o funcionário, que apresentou ao Congresso sua Avaliação Anual sobre Ameaças.

No relatório, onde lembra a negativa de Chávez em renovar a concessão da emissora de televisão RCTV, que deverá deixar de transmitir em maio, assim como as nacionalizações de empresas anunciadas por Caracas - e concretizadas mediante compras de ações - indica que o mandatário venezuelano "está entre os mais extremados líderes anti-Estados Unidos no mundo."

"E continuará tentando enfraquecer a influência dos EUA na Venezuela , no resto da América Latina , e em qualquer lugar internacional", acrescentou .

Fonte Gazeta Mercantil




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#87 Mensagem por Clermont » Qua Fev 28, 2007 7:56 pm

Rapaz! Não tinha visto esse tópico antes! Como diria o Sr. Spock, "Fascinante!"

Realmente, um belíssimo conjunto de textos. De deixar neguinho catatônico, de pura admiração.

Parabéns aos autores.


Imagem

Koslova escreveu:Em alguns lugares do mundo, existem alguns caldos de cultura que são possíveis causadores de conflitos armados.

No oriente médio, temos a questão religiosa, e o “estado religioso” como forma de pressão e possível geradores de conflitos.

Na Europa, apesar de bastante estável politicamente, podemos ter questões étnicas ou energéticas / separatistas como fontes de tensões.

Na Ásia temos questões relativas ao equilíbrio de poder entre potenciais regionais, ou questões isoladas como a Coréia do Norte

Na África temos questões tribais, e estados de guerra civil.

E na América do Sul?

Na América do Sul temos questões relativas a atividades de narcotráfico em alguns paises e questões relativas a pequenos conflitos de fronteiras entre alguns paises.

A pergunta teria que ser refeita.

Existem questões de natureza religiosa, étnicas ou um reequilibrio entre potenciais regionais na região?

A resposta é não.

E se a resposta é não.

Qual a conseqüência disto então?

Que nenhum líder sul-americano tem pressões internas, de natureza sejam elas étnicas, territoriais, religiosas para uma declaração de guerra com um outro pais.

Por mais que criaturas como Chaves, Morales, ou qualquer outro populista caricato no continente, possa parecer em “el loco”, na verdade jogam para a torcida, isto é, vestem a fantasia de pai dos pobres, mas guardam uma elevada dose de racionalidade na preservação de seu regime, seus privilégios financeiros, políticos e de toda a sua facção política.

Esta dose de racionalidade, vai de criaturas como Chaves até Saddan Hussein, em ultima analise sempre trabalham para a preservação de seu regime.

Depois de preso, perguntaram a Saddan porque ele teria invadido o Kuait em 1990. Ele disse que precisava manter suas FA´s ocupadas com algo.

Tinha uma alta dose de racionalidade nisto, afinal com o fim do conflito com o Irã, Saddan sabia que um reequilibrio de forças dentro do seu regime poderia ameaçá-lo. Teria errado apenas no calculo da reação, mas a sua decisão obedecia a uma lógica.

Hoje Chaves também tem a sua lógica.

Ele calcula que militarmente não existe prioridade para qualquer resposta militar ao seu regime, também calcula que os EUA dependem do seu petróleo, assim como o delicado equilíbrio financeiro de Brasil e Argentina levam os dois paises a uma postura low profile, sempre preocupados em colocar panos quentes em qualquer tensão, e vender a América do Sul, como um lugar estável e seguro, para que seus títulos de divida publica vendam no exterior.

Se ninguém pode lhe ameaçar militarmente e seus vizinhos mais influentes tem que se manter low profile, então surgiu uma ótima oportunidade para mostrar o que a cultura política da América latina tem de melhor.

A corrupção, o populismo, o desrespeito a instituições democráticas, o assistencialismo social baseado na demagogia, as bravatas contras as elites, sejam elas internas ou externas.

Chaves é exatamente isto, um cacareco que RACIONALMENTE transita entre o imobilismo de EUA. Brasil e Argentina cada um dos 3 com a sua razão, mantendo assim o seu regime.

Qual o erro de Chaves que derrubaria o seu regime?

Se envolver em qualquer conflito de natureza militar, que de a seus inimigos, o pretexto para acata-los.

Chaves vai cometer este erro?

Não, ele é racional, não é um “El loco”, isto é apenas na sua fantasia.

E as compras de caças, helicópteros e demais armamentos da Venezuela?

Existem algumas abordagens.

1) A primeira delas é que Chaves tem que trocar de fornecedores, como, Egito, Irã, Israel, em alguns momentos da sua historia também tiveram que trocar por peculiaridades políticas. Os Su-30 são o caça russo de exportação, não fosse ele seria o Mig-29, como custo beneficio vieram os Su-30, não entendam ele como uma compra pelo melhor caça no mercado, entendam ele como UMA COMPRA PELO ÚNICO CAÇA NO MERCADO, para os venezuelanos.

2) A segunda abordagem é que em regimes não democráticos e corruptos a compra de armas é uma ótima chance de desvio de recursos e enriquecimento do regime, vide Iraque, Arábia Saudita, na Venezuela esta pode ser uma das explicações.

3) Chaves é ex militar, um ex golpista, assim como Saddan, sabe da importância de manter suas FA´s “ocupadas”, como não pode seguir o exemplo de Saddan e se envolver em um conflito, tem procurado manter uma relação de transformação de suas FA´s

Finalmente é bastante tentador imaginar o que seriam as FA´s Venezuelanas em ação. Sim, elas merecem respeito, afinal, paises como Brasil, Colômbia, Equador, Peru tem FA´s de baixa qualidade, tão baixa quando as venezuelanas, na media nivelando por baixo, existe um equilíbrio de forças na região.

Mas é histórico, que FA´s associadas a regimes não democráticos, acabam por se tornar ruins operacionalmente, uma vez que parte de seus aparatos não são focados na função operacional verdadeira da FA que é a dissuasão externa, ao contrario passam a ser aparelhos do regime, perdendo a sua capacidade real de combate.

Foi assim na Argentina, a melhor FA sul americana no começo dos anos 80, e totalmente inapropriada para o combate como o conflito de 1982 demonstrou, foi assim com o Brasil durante o regime militar, provavelmente uma das priores FA´s do mundo pelo orçamento que tem, era assim na URSS, é assim na China.

Com a Venezuela e seu governo de ex golpistas, dificilmente serão caças Su-30 que tornaram a FAV uma força moderna, embora repito, como os vizinhos da Venezuela são tão ruins quanto em cultura militar, sim, temos que olhar com alguma atenção as compras de Chavez.



Sintra escreveu:Bom tópico Koslova (como de costume, aliás)

Visto de onde eu estou sentado (Califado de Sintra, como diria o nosso colega P44) é verdadeiramente surpreendente como é que um País com um PIB per capita de 6900 Dólares\ano (por comparação, o Brazil está nos 9000 dólares\ano e Portugal nos 20000 dólares\ano) se enfia a comprar uma pazada de caças, submarinos, armas automáticas, etc, etc, etc... E ainda por cima não tendo uma real ameaça externa (a não ser que alguém considere os EUA como sendo uma ameaça, se assim for as compras Venezuelanas são de uma incompetência tático\estratégica completamente surreal).

Para quem se diz Socialista o sr Chavez talvez fizesse melhor em gastar aquele dinheiro em escolas e hospitais...


Sintra escreveu:Carlos, o povo da Venezuela já passa fome e miséria, isto não é uma questão de esquerda ou direita, eu sou de esquerda... Isto é uma questão de bom senso, a Venezuela anda a armar-se em potência regional quando não tem condições para isso... As duas potênciais regionais naturais são o Brasil, primeiro e a Argentina em segundo, devido ao tamanho, população, etc, etc. Se isto se passa-se na Colômbia eu diria a mesmissima coisa, é perfeitamente estúpido gastar uma pipa de massa (dinheiro) em armas quando o país é pobre. E não venham com a ameaça dos EUA, não é com AMUR´s e Flanker´s que se impõe respeito ao Pentágono, isso eles comem ao pequeno almoço, é precisamente esse o tipo de ameaça para a qual as forças armadas norte americanas foram desenhadas. Mas o pior é que essa ameaça não é realista, depois do fiasco que é o Iraque e em que o Afeganistão se está a tornar, os Americanos a ultima coisa que querem é um conflito com um qualquer país da AL. O Chávez sabe disto, isto é o tipo a brincar às potências, a fantochada que foi a eleição para o lugar de membro não permanente do conselho de segurança foi um clarissimo exemplo disso, "eu quero dar nas vistas, e quero ser o (um) lider Sul Americano", e nada melhor do que insultar pessoalmente e PUBLICAMENTE o lider da maior potência mundial (por muito asno que este seja)... No final quem se fo... é o mexilhão, neste caso o povo da Venezuela...


César escreveu:Olá,

Bem, como havia dito, segue a minha mensagem sobre este tema.

Gostaria de dizer que achei o tema do tópico criado pela Koslova extremamente oportuno, pois ele me dá a possibilidade de, finalmente, falar sobre algumas das minhas impressões sobre a discussão de assuntos militares, que ocorre aqui e em outros fóruns.

Pois bem. A Koslova levanta a questão do porquê Chavez está comprando caças russos, e faz algumas conjecturas a este respeito com grande maestria.

O realmente importante deste tópico, para mim, não é o tema em si(compra dos caças russos), mas sim algo mais profundo: Análise de políticas externas, internas e de defesa. Não, eu não pretendo atacar ou defender o Chavez, mas quero deixar claro uma coisa: A indississobilidade de uma análise militar de uma análise política, ou mesmo de análises econômicas ou culturais.

Vou falar algo meio off-topic, mas que me parece importante. Em várias mensagens que eu vejo, de análises de equipamentos, de compras de vetores e etc..., acho que percebo que, em muitas delas, as pessoas encaram o meio militar como se fosse um mundo próprio, separado dos outros. É uma visão bastante comum e, ao meu ver, bastante simplificada.

Por que Chavez compra caças russos? Por que, aliás, ele se arma tanto? Muitos estariam tentados em dizer uma resposta simples: "Por que o Su-30 tem mais autonomia; Por que ele é mais barato e de entrega mais rápida; Por causa do embargo dos EUA para equipamento militar; Devido a coleirinha de produtos ocidentais, etc..."

Estas podem ser respostas satisfatórias(não estou dizendo que são), se levarmos em conta apenas a esfera militar, e a analisarmos isoladamente. Mas ela simplesmente não atinge o cerne da questão, que necessita de uma abordagem no mínimo no campo político.

Afinal, Chavez poderia, simplesmente, não comprar caça ou arma alguma. Ou, melhor ainda, poderia comprá-las numa quantidade mais condizente com a triste realidade venezuelana em termos sociais e econômicos.

Portanto, a explicação da compra dessas armas passa por uma análise mais profunda da política venezuelana; e isso nos leva a possíveis análises da economia ou da cultura da Venezuela. Uma análise militar, como geralmente ocorre, nunca conseguirá explicar isso.

Então, vejamos: Temos um típico caudilho latino-americano, que conta com o apoio das massas através de um discurso anti-americano. Isso agrada muita gente, que gosta de colocar a culpa de sua pobreza em uma terceira pessoa. O discurso de Chavez é agradável, pois exime a responsabilidade da Venezuela pela sua pobreza. A culpa é dos EUA e de seus agentes ou representantes no país("A direita", "os burgueses" ou o raio que o parta).

Para permanecer no poder, Chavez precisa de popularidade. E ela se consegue através de programas assistencialistas, e de um discurso inflamado, aos berros, de anti-americanismo. Quanto mais gritar, melhor.

Mas, para que tenha mais chances de união ao seu redor, o nosso amigo precisa que o povo tenha medo deste inimigo. Do contrário, os EUA seriam uma ameaça distante; maligna de qualquer jeito, mas que não representa ameaças. Por isso ele pode adotar um discurso de que "Os EUA querem invadir a Venezuela pelo Petróleo".

Ponto para o rearmamento: A justicativa é extremamente simples, compreensível por qualquer um, mas, ao mesmo tempo, extremamente atraente ao cidadão comum. Afinal, os EUA invadiram o iraque por petróleo. Podem nos invadir também. Ponto para o rearmamento.

Todos a aceitam, e o medo é jogado. Mas, junto com o medo vem o ódio e o orgulho. "Juntos superaremos isso".

A necessidade de se defender contra uma ameaça aparentemente real, joga o país numa corrida armamentista. Boa parte da compra desse impressionante arsenal(para padrões venezuelanos) pode ser justificada com está argumentação.

Bem, mas por que caças russos? Aliás, para quê caças?

Vamos supor que, realmente, o alto-comando Venezuelano sentou, analisou, e se deparou com um grande risco de invasão do país pelos EUA. Para isso, eles precisam elaborar uma estratégia de defesa, consonante com esta ameaça. Simples assim.

Por exemplo, as políticas de defesa dos EUA e da URSS eram plenamente lógicas em face da ameaça que enfrentavam na Guerra fria. Ambos, por exemplo, tinham enormes frotas de bombardeiros pesados, e gigantesco arsenal de ICBMs, que operavam em consonância com a doutrina MAD(Mutual Assured Destruction - Destruição Mútua Assegurada).

Essa política de defesa não seria adeqüada, por exemplo, ao Brasil, caso este se visse ameaçado, lá pelos idos de 80, pela Argentina. Temos que enfrentar a Argentina, e para isso não precisamos de Bombardeiros ou ICBMs, e sequer podemos conseguí-los.

Ok, voltando ao Chavez. Ele teoricamente precisa enfrentar os EUA. Tal tarefa é impossível, mas, se ele realmente quisesse defender-se contra isso, teria que adotar inúmeras medidas. Poderia comprar vetores, mas eles teriam que estar organizados dentro de uma doutrina de defesa mais ampla.

Assim, em uma estratégia de defesa contra uma invasão, ele poderia, por exemplo, investir pesadamente em MANPADS, mísseis anti-tanque lançados por infantaria, alguns sistemas anti-aéreos mais complexos, apoiados por uma aviação de caça provavelmente voltada para missões de interdição naval(para proteção da costa e pontos de extração de petróleo).

Mas o que vemos é um Chavez comprando 24 caças de superioridade aérea(ou seja, ele quer disputar abertamente os céus com os americanos, que podem jantar esses aviões numa noite) e, além disso, me faz uma compra absolutamente sem sentido de helicópteros de ataque Mi-35(é esse mesmo?). Num cenário de guerra com os EUA, não é difícil prever o domínio dos céus por estes. Como, então, esses helicópteros irão operar, num céu completamente dominado? E operarão para que? Apoio a colunas blindadas? Como alguma coluna blindada irá sobreviver com o inimigo obtendo supremacia aérea?

Estas são algumas perguntas, talvez errôneas, que me levam a crer que o programa de reaparelhamento militar Venezuelano não segue uma lógica militar de quem pretende enfrentar os EUA.

Ei, mas a Venezuela não diz estar se preparando para uma invasão americana, e por isso está se armando? Se assim for, por que essa compra fora de lógica? Existem três respostas possíveis: 1) A minha análise está errada, 2) Os militares Venezuelanos fizeram uma análise errada, 3) Os militares Venezuelanos não estão se preparando para uma invasão americana.

Dado que estes caças foram comprados, e jogados dentro do sistema de defesa Venezuelano, sem apoio de AEW & C, sem mudanças no C2, e foram equipados para tarefas de combate aéreo na aerena BVR supostamente contra aeronaves americanas Stealth(contra as quais estes Su-30 não tem a menor chance sem apoio), acho que a opção três é mais provável.

Bem, isso nos leva a conclusão de que uma compra tão grande de armas sem significação numa guerra contra os EUA, só podem servir para manter o medo dos EUA ativo, e que estas armas sejam usadas para objetivos geopolíticos regionais.

Isso ainda não ajuda a explicar o porquê dos caças russos. A política de discurso anti-americano isolou os EUA da Venezuela, e o acesso desta a armamento militar estadunidente ficou comprometido.

A Koslova deu algumas opiniões bastante sensatas, neste trecho de seu post:


Koslova escreveu:E as compras de caças, helicópteros e demais armamentos da Venezuela?

Existem algumas abordagens.

1) A primeira delas é que Chaves tem que trocar de fornecedores, como, Egito, Irã, Israel, em alguns momentos da sua historia também tiveram que trocar por peculiaridades políticas. Os Su-30 são o caça russo de exportação, não fosse ele seria o Mig-29, como custo beneficio vieram os Su-30, não entendam ele como uma compra pelo melhor caça no mercado, entendam ele como UMA COMPRA PELO ÚNICO CAÇA NO MERCADO, para os venezuelanos.

2) A segunda abordagem é que em regimes não democráticos e corruptos a compra de armas é uma ótima chance de desvio de recursos e enriquecimento do regime, vide Iraque, Arábia Saudita, na Venezuela esta pode ser uma das explicações.

3) Chaves é ex militar, um ex golpista, assim como Saddan, sabe da importância de manter suas FA´s “ocupadas”, como não pode seguir o exemplo de Saddan e se envolver em um conflito, tem procurado manter uma relação de transformação de suas FA´s


Reparem que em nenhuma de suas justificativas a Koslova faz uma análise militar. Ela faz uma análise política.

Concordando com a justificativa número 1 dela(e também a 2, mas é só conjectura), e a três faz sentido. Chavez comprou caças russos por falta de opção e, como a Koslova disse, "necessidade de mudar de fornecedor por peculiaridades políticas".

A aliança militar de Caracas com Moscou vai muito além desses Su-30. Temos os helos de ataque(já mencionados), os 100.000 fuzis AK-103, a fabrica contruída conjuntamente, e boatos de compra de submarinos russos.

A Rússia tem uma vantagem dupla: Não só é praticamente a única fornecedora, como também é uma imagem eternamente associada ao socialismo que Chavez prega. O socialismo é contrário ao capitalismo. O representante do capitalismo é os EUA. Comprar armas de um fornecedor associado com o socialismo(Rússia) é dar um sinal político claro de que armas socialistas vencerão o representante do Capital.

Isso é uma conjectura. E acho que ajuda a explicar por que Chavez não comprou armamento europeu, particularmente armamento Francês, onde existem poucos ou nenhum componente americano. Poderão justificar o preço muito caro de um Rafale, e podem estar certos. Mas, de qualquer jeito, a compra de um Rafale não teria o impacto político da compra de um Su-30, descendente de uma arma(Su-27) criado pelo comunismo soviético.

Também temos o estreitamento das relações entre Teerã e Caracas, que segue a velha lógica de "O inimigo do meu inimigo é meu amigo". A reforma dos VF-5 da FAV pelo Irã é um indício do início da cooperação militar das duas nações. Apoiar o Irã ajuda a aumentar as tensões e o preço do petróleo, o que significa mais dinheiro pra Venezuela. Ambos(Irã e Venezuela) se beneficiam de aumento das tensões, até certo limite.

Assim, podemos sistematizar essa lógica da seguinte forma:

:arrow: O discurso de Chavez é anti-americanista;

:arrow: Para manter a popularidade e unir o país ao seu redor, o nosso amigo precisa de um inimigo real; maligno e ameaçador. Para tal usa o discurso de que os EUA pretendem invadir o país por causa do petróleo;

:arrow: O povo acredita e, para se defender, é necessário se armar, e o armamentismo é endossado por esta ameaça;

:arrow: A compra de armas russas, associadas ao antigo regime comunista anti-capitalista, serve mais como arma política para Chavez do que ameaça militar aos EUA.

:arrow: Por não ter sentido algumas compras dentro de um programa de defesa contra os EUA, podemos dizer que estas armas servem a política de liderança regional de Chavez. Portanto, teriam utilidade regional.

Bem, este ponto eu ainda não havia abordado adeqüadamente. Como vimos, a compra de algumas destas armas não faz sentido se a ameaça for os EUA. Mas, também sabemos que Chavez quer ser um líder regional. Popularmente ele já consegue isso, pois seu discurso é aplaudido em grande parte do continente.

Vejam que essas armas, embora não possam enfrentar os EUA, podem causar sérios problemas aos vizinhos do Chavito. O Su-30 é uma aeronave só rivalizada pelos F-16C block 50/52 chilenos aqui na AL. E os Chilenos estão longe. Com os Sukhoi, a FAV pode obter superioridade aérea contra boa parte das Forças Aéreas do continente.

O alcance e capacidade de armas do SU-30, aliado a uma débil defesa de seus vizinhos, também é uma grande ameaça militar. Este alcance permite ataques a toda a Colômbia, boa parte do Norte do Brasil, toda a Guiana, e intervenções na América Central, composta, a exceção do México, por pequenos países com defesa pífia.

Estes Su-30 são um fator desestabilizante do equilíbrio de forças regionais. São um trunfo nas mãos de Chavez, e ele pode usar este potencial para angariar ainda mais influência e poder.

A compra dos helicópteros de ataque também faz muito mais sentido dentro de um contexto regional. Eles poderiam causar sérios problemas às forças blindadas da Colômbia, servir para apoiar a FARC em operações(caso estoure guerra entre Venezuela e Colômbia), e pode pulverizar a pequena força blindada que o Brasil mantém em Roraima. E neste cenário, quem teria superioridade aérea local, ao menos durante algum tempo, seria a Venezuela(graças aos Su).

Não estou dizendo que ele vá usar estas armas. Ele não faria isso ao menos que estivesse em desespero, pois seu uso implica em intervenção dos EUA e derrubada de seu regime. Estou falando que elas servem para aumentar a sua influência, seu poder, e sua dissuasão contra vizinhos. Estas armas, efetivamente, o ajudam a obter liderança regional, pois podem enfrentar até que bem a maioria de seus vizinhos(talvez apenas não o Brasil).

Em suma, estas armas estão defendendo o regime Chavista, e não o Estado Venezuelano. É uma grande diferença.

Bem, o que quero dizer: A compra dessas armas serve a um interesse por liderança regional de um líder particular, e não tanto para defesa da Venezuela contra ameaças. A justificativa para a sua compra vem de um perigo provavelmente pequeno de ataque americano. A compra dos Sukhoi provavelmente foi feita por motivos políticos, e não necessariamente técnicos.

Ocorre que toda esta análise não foi militar. A compra das armas, os objetivos do Chavez, só podem ser compreendidos por análise política, e até cultural(anti-americanismo faz sucesso, e etc..).

Peço desculpas pelo longo post, mas está é a minha mensagem: Toda análise puramente militar é falha. As forças armadas servem a objetivos nacionais, de origem econômica e política/cultural. Analisar suas compras sem analisar estes objetivos não é suficiente.

Posso ter errado em minha análise, mas isso é irrelevante. O relevante é essa mensagem final.

Gostaria, por fim, para sintetizar esta minha idéia final, de colocar um post do Túlio, que de tão bom tenho que repetí-lo inteiro. Toda a análise magistral que ele faz(influência de ditaduras na eficácia militar), nos leva a uma conclusão interessante. É uma mostra indubitável da necessidade de se analisarem meios militares como suborndinados a meios políticos, sofrendo os efeitos desta política(democracia, ditadura, anti ou pró-americanismo, populismo etc..).


Túlio escreveu:Bueno, iniciarei referindo-me a um dos mitos da 2GM: o Soldado Italiano era o que de pior havia na época.

Segundo depoimentos de Soldados Ingleses - estes sim, sempre descritos, e com justiça, como sendo dos melhores que havia - que enfrentaram os Italianos na África do Norte, estes lutavam brava e ferozmente, em que pese serem mal treinados e equipados. Principalmente, eram MUITO mal comandados. A distância entre Praças e Oficiais era intransponível. Um verdadeiro sistema de castas. Consta de uma antiga Revista Commando um episódio em que Tropas Inglesas capturaram um ônibus Italiano. Dentro, devidamente protegidas por um padre, dezenas de belas e elegantes signoras acompanhavam a marcha dos maridos, Oficiais do Exército Italiano. Parece história das guerras medievais, mas aconteceu em meados do século XX...

O fato é que, dada a longa permanência dos fascistas no poder, o Estado e, por extensão, as FFAA, se partidarizou: ou é fascista de carteirinha e tem pistolão dos buenos ou vai lamber sabão. Então, cada vez menos se ascendia na Carreira Militar por MÉRITO PROFISSIONAL do que por PRESTÍGIO POLÍTICO: o comando não era dado ao melhor, mas ao mais apadrinhado. Não se tinha como nem por quê granjear respeito profissional entre a tropa, ou porque não se tinha qualidades a mostrar, ou porque não se precisava fazê-lo. Normalmente, ambos. Tinha-se apenas o Regimento Disciplinar.

Interessante é que no mesmo texto, a que recorro de memória, dizia o autor que a Alemanha ia no mesmo caminho, só não se havia deteriorado ainda por ser seu regime dez anos mais novo que o da Itália: quanto começou a 2GM, o nazismo estava no poder faziam apenas 6 anos (1933/1939). Mussolini ascendera ao poder em 1922.

Cito, ainda de memória, outro fato interessante, referente a isso, e que uso agora à guisa de exemplo: à medida que a guerra prosseguia, o Me-109 mostrava sinais cada vez mais claros de obsolescência, sendo praticamente ofuscado pelo FW-190. Foi então postulada a padronização deste último em detrimento do Me-109. E...? Bueno, Willy Messerschmitt era membro fundador do Partido e amigo pessoal do Führer, daí, sacumé, né?

Aliás, Heinkel apresentou um caça bimotor a jato, o Heinkel He-280, bem antes do Me-262. Mas Ernst Heinkel não era muito querido por Göering...

Sintomático...

Então, ditaduras tendem a se perpetuarem à custa do de melhor há num País, não importa onde seja.

O monopartidarismo inerente a elas sepulta as chances dos capazes e competentes em prol dos apadrinhados, gerando então desprezo e rancor. Ademais, o ditador não está lá apenas por seus méritos: é mantido no poder pelos que o desfrutam à sua sombra. Assim, o Estado perde gradualmente suas capacidades mais importantes pela constante dilapidação/malversação de seus recursos pela camarilha & apaniguados.




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#88 Mensagem por Clermont » Qua Fev 28, 2007 8:24 pm

Túlio escreveu:Consta de uma antiga Revista Commando um episódio em que Tropas Inglesas capturaram um ônibus Italiano. Dentro, devidamente protegidas por um padre, dezenas de belas e elegantes signoras acompanhavam a marcha dos maridos, Oficiais do Exército Italiano. Parece história das guerras medievais, mas aconteceu em meados do século XX...


Também já tinha ouvido falar dessa história. Só que, na minha versão, ela ocorreu na África do Norte, e não era só um ônibus, mas parte de um comboio. E, dentro dele, não havia esposa de ninguém.

Era um comboio cheio de "Brunas Surfistinhas", com as viaturas marcadas:

"Para uso exclusivo de oficiais."

Os italianos faziam questão de ir à guerra com conforto...




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#89 Mensagem por Morcego » Qua Fev 28, 2007 11:57 pm

Clermont escreveu:
Túlio escreveu:Consta de uma antiga Revista Commando um episódio em que Tropas Inglesas capturaram um ônibus Italiano. Dentro, devidamente protegidas por um padre, dezenas de belas e elegantes signoras acompanhavam a marcha dos maridos, Oficiais do Exército Italiano. Parece história das guerras medievais, mas aconteceu em meados do século XX...


Também já tinha ouvido falar dessa história. Só que, na minha versão, ela ocorreu na África do Norte, e não era só um ônibus, mas parte de um comboio. E, dentro dele, não havia esposa de ninguém.

Era um comboio cheio de "Brunas Surfistinhas", com as viaturas marcadas:

"Para uso exclusivo de oficiais."

Os italianos faziam questão de ir à guerra com conforto...


isso me deu uma idéia quando for pro paint ball.

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#90 Mensagem por EDSON » Sex Mar 02, 2007 11:12 am

02/03/2007
Kirchner ratifica aliança com a Venezuela e defende a indústria nuclear pacífica para a Argentina
O presidente não esclarece, no entanto, se será candidato à reeleição

Jorge Marirrodriga
em Buenos Aires

Com olhar posto nas eleições presidenciais do próximo outono e com duras críticas aos governos anteriores, ao Fundo Monetário Internacional e à imprensa, o presidente argentino, Néstor Kirchner, dirigiu-se nesta quinta-feira (1/3) ao Congresso no que seria seu último discurso à instituição antes das eleições. Kirchner aproveitou para ratificar sua aliança com a Venezuela e explicar a inclusão da Argentina na corrida nuclear pacífica.


Ao Congresso, Kirchner detalhou exaustivamente as conquistas econômicas do seu governo

O nacionalismo predominou na intervenção do presidente, que inaugurava o período de sessões do Poder Legislativo argentino e na qual não revelou seu futuro imediato: se tentará a reeleição ou cederá a candidatura a sua mulher, a senadora Cristina Fernández, presente no plenário.

Descontraído e desviando-se várias vezes do discurso distribuído, Kirchner salientou a existência de um "modelo argentino" de desenvolvimento, "sem copiar receitas enlatadas". E assim dedicou a maior parte de suas duas horas de intervenção para detalhar exaustivamente as conquistas econômicas de seu governo, em uma avalanche de números que iam desde dados de comércio exterior ao número de roupas fabricadas em programas sociais ou à porcentagem de crianças escolarizadas com 5 anos de idade. Uma chuva de números que rivalizava com o temporal que nessa hora se abateu sobre Buenos Aires e os milhares de simpatizantes do presidente mobilizados até as portas do Congresso pela máquina peronista.

Kirchner foi muito claro na hora de defender sua relação privilegiada com Hugo Chávez, e enfatizou que a Venezuela está comprando títulos da dívida argentina. "É hora de cultivarmos nossas relações com os países do sul", salientou, para acrescentar em seguida que a Argentina "é e sempre será um país latino-americanista".

A oposição argentina criticou fortemente a progressiva aproximação de Kirchner do mandatário venezuelano, com quem assinou na semana passada, em Caracas, uma aliança e que deverá visitar Buenos Aires enquanto o presidente americano, George W. Bush, estiver no Uruguai, na próxima semana. Também preocupa a identificação do presidente venezuelano com o regime iraniano e, nesse contexto, como poderá ser interpretado o reinício da corrida nuclear argentina. Kirchner salientou ontem seus compromissos com a Agência Internacional de Energia Atômica, ao mesmo tempo em que confirmou os planos argentinos de implantar seu terceiro reator nuclear, uma usina de enriquecimento de urânio e o projeto de uma quarta central nuclear.

Em tom pré-eleitoral, Kirchner repassou toda a sua gestão e referiu-se constantemente, sem citá-lo pelo nome, ao ex-presidente peronista Carlos Menem (1990-1999), contra o qual verteu suas mais duras críticas. Também não faltaram referências a outros dois demônios do presidente: o FMI e a imprensa crítica. "Já não temos a ditadura do FMI manipulando o destino dos argentinos", afirmou Kirchner entre os aplausos do grupo oficial e o silêncio dos congressistas de oposição - entre os quais se destacava o centro-direitista Mauricio Macri -, conscientes de que o presidente estava aproveitando ao máximo a tribuna de uma transmissão ao vivo e sem limite de tempo pela maioria dos canais de TV do país.

"Não sei por que escrevem tantas coisas sem ter um minuto de reflexão", "não tenho medo dos que escrevem" ou "precisam estudar", foram algumas frases dedicadas aos jornalistas. Das tribunas, os seguidores do presidente haviam atirado pouco antes sobre o auditório centenas de papéis com a bandeira argentina e a frase "Força Kirchner".

O presidente também acusou o Uruguai de não ter vontade negociadora no conflito das fábricas de papel e de ter violado unilateralmente o Tratado do Rio Uruguai, ao mesmo tempo em que agradeceu ao rei da Espanha e ao embaixador espanhol na ONU, Juan Antonio Yañez, sua mediação no conflito.


Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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