J.Ricardo escreveu:Foi mais ou menos o que quiz dizer...
Mas tentei encontrar imagens e informações s/ o PA que a antiga Izar ofereceu para a Argentina e depois para o Brasil, não achei, mas achei muito interessante o site da Navantia:
http://www.navantia.es/cgi-bin/run.dll/extranet/jsp/home.do.
Alguem teria informações s/ esse Pa oferecido ao Brasil?
Encontrei alguma coisa na revista Tecnologia & Defesa nº 83
A reportagem é antiga, porém o assunto ainda é atual.
Os valores constantes nesta reportagem estão desatualizados.
"Esta reportagem é do tempo em que a MB sonhava em incorporar o Foch quando fosse desativado"
O FUTURO NAVIO AERÓDROMO BRASILEIRO
A aquisição no Kuwait de 23 caças-bombardeiros McDonnell Douglas A-4KU Skyhawk, pela Marinha do Brasil (MB), trouxe vida nova à sua Aviação Naval.
Pela primeira vez, desde sua incorporação na década de 60, o Navio Aeródromo Ligeiro (NAeL) Minas Gerais, de 20 mil toneladas, poderá ser usado em todo o seu potencial para prover a defesa aérea à longa distância aos navios da Esquadra e o apoio aéreo aproximado aos fuzileiros navais em operações anfíbias. No entanto, apesar de ter passado por várias modernizações e ser mantido em excelentes condições operacionais, o Minas Gerais está com seus dias contados. Já está com 56 anos de idade e não poderá ter sua vida prolongada muito além do ano 2005.
Ciente do problema, a Marinha vinha estudando a questão de sua substituição há alguns anos, mas não podia dar nenhum passo concreto enquanto persistia o impasse da aviação de asa fixa embarcada. Agora, porém, tendo reconquistado o direito de usar seus próprios aviões, a Instituição pode dar prosseguimento aos estudos de aquisição de novo navio-aeródromo, evitando assim que haja um hiato entre a desativação prevista do Minas Gerais e a entrada em serviço de seu substituto
CAPACIDADE REAL
O Minas foi protagonista de uma longa disputa, que derrubou o decreto 55.627, de 26 de janeiro de 1965, que dava exclusividade à Força Aérea Brasileira (FAB) na operação de aeronaves de asa fixa. Até então, a Marinha e o Exército podiam operar apenas helicópteros e, no caso do Minas Gerais, os aviões eram operados pela FAB.
A Marinha do Brasil era a única força marítima do mundo que não operava seus próprios aviões. A situação acabou se agravando desde dezembro de 1996, quando a FAB desativou seus Grumman P-16 Tracker, o que, na prática, transformou o navio num porta helicópteros.
Com a aquisição dos Skyhawk pela Marinha, alguns militares da Aeronáutica protestaram, argumentando que o Minas Gerais é obsoleto e não valeria o esforço de se modificar um decreto para dar à Marinha o direito de operar aviões. Outros afirmaram ainda que seria melhor desativar o navio e investir o dinheiro em mais aviões e bases aéreas. Sabe-se, porém, que, com os aviões atuais, a FAB não teria condições de fornecer o apoio aéreo de que as forças navais necessitam, principalmente, em teatros de operações distantes.
A Marinha, por sua vez, tem entre seu arrazoado o fato de que os feixes dos radares não acompanham a curvatura da Terra e, por isso mesmo, aeronaves munidas de mísseis ar-terra podem aproximar-se, voando em baixa altitude, até a distância de lançamento sem que sejam detectadas a tempo.
Para o Almirantado, contar só com a aviação com base em terra significa um virtual suicídio das forças navais, que necessitam de navios-aeródromos para protege-las, ou, ainda, que as mesmas ficariam limitadas a operar nas cercanias das bases aéreas, restringindo assim uma das principais vantagens dos navios, ou seja, a mobilidade. A MB alega também que só pode ser plenamente operacional, se os comandantes das forças navais tiverem as aeronaves embarcadas diretamente subordinadas a eles.
A Esquadra Brasileira sempre teve uma péssima limitação quanto à defesa antiaérea de área. Isso significa que em operação numa região com alguma ameaça aérea, a MB não tinha condições de abater aviões que sobrevoassem os navios à grande altitude ou que os acompanhassem visualmente, fora do alcance dos canhões e dos mísseis antiaéreos de defesa de ponto. Sem aviação de asa fixa embarcada, até uma força inimiga de helicópteros armados com mísseis seria uma séria ameaça aos navios brasileiros. Com a entrada em operação dos Skyhawk, a Marinha passa a dispor de capacidade de defesa aérea à longa distância.
ALTERNATIVAS
A idéia original seria projetar e construir um novo navio-aeródromo (NAe) no Brasil. Já na década de 80, a Marinha deu início a um ambicioso estudo para a construção no País de um navio de cerca de 35 mil toneladas, com convés em ângulo, catapultas e aparelho de parada, para operar um grupo aéreo de 35 a 40 aeronaves.
A fim de se visualizar o tamanho de um NAe e calcular seu custo, aplica-se a proporção de 1.000t para cada aeronave embarcada. Um navio com capacidade para 20 aeronaves deslocará cerca de 20.000ton para 30 aeronaves, deslocará 30.000t, e assim por diante.
Se não for dotado de catapultas, sua propulsão poderá ser COGAG (turbinas a gás) ou CODOG (turbinas a gás e motores diesel), pois não haveria necessidade de se produzir vapor. Caso tenha catapultas convencionais, o que é mais provável, a propulsão deverá empregar a tradicional configuração de caldeiras e turbinas a vapor
Desde o princípio a MB desejou um NAe que operasse aeronaves CTOL (Conventional Take-Off and Landing decolagem e pouso convencionais), com catapultas e aparelho de parada usando cabos de retenção.
Agora que a MB pretende operar por alguns anos o A-4 Skyhawk, a tendência seria a aquisição de um navio-aeródromo que também pudesse operar esse tipo de avião, pelo menos por algum tempo, até que um novo tipo de caça viesse a entrar em operação.
A aquisição de um NAe CTOL trará mais opções no futuro para a seleção de aeronaves de asa fixa, do que um NAe STOVL (Short Take-Off and Vertical Landing - Decolagem Curta e Pouso Vertical), do tipo "Harrier Carrier".
Uma solução híbrida seria dotar o navio de "ski-jump" (semelhante ao do NAe russo KuznetsoV) e usar o sistema STOBAR (Short Takeoff But Arrested Recovery - Decolagem curta e pouso com gancho) para caças que possam decolar sem auxílio de catapulta, como o Sukhoi Su-33 russo, o F/A-18 Hornet norte-americano e o Rafale M francês.
Segundo estudos recentes, um pequeno grupo aéreo composto por cerca de 25 aeronaves de caça de porte médio (AV-8B Harrier 11, F/A-18 Hornet ou MiG-29K) é suficiente para dar a uma Marinha considerável capacidade de ataque e de resposta a um amplo espectro de ameaças.
A Espanha é o único país a ter construído desde o início um navio aeródromo para exportação: o Chakri Naruebet, para a Tailândia. Esse navio é um "Porta-Harrier", baseado no Príncipe de Astúrias da Armada Espanhola, cujo preço de construção estaria em torno de US$300 milhões por unidade.
Seu projeto estaria sendo oferecido pelo Estaleiro Bazán ao Brasil por menos de US$6 milhões para construção local, mas isso limitaria a Marinha a adquirir somente o McDonnell Douglas AV-8B Harrier 11 Plus que ainda está em produção. Seu custo unitário chega a US$25 milhões.
Como comparação, o custo de aquisição de um esquadrão de 12 aeronaves AV-8B Harrier 11 Plus para equipar um "Porta-Harrier" seria similar ao valor pago pela MB por 14 helicópteros Westland Super Lynx.
O AV-8B Plus é equipado com o mesmo radar APG-65 do F / A-18 Homet e pode cumprir uma vasta gama de missões, inclusive a de superioridade aérea equipado com mísseis ar-ar AMRAAM para engajamentos BVR (Beyond Visual Range- além do alcance visual).
O Estaleiro Bazán também oferece um projeto "esticado" do Príncipe de Astúrias, um NAe CTOL. Este navio é o novo projeto designado BSAC 220, que teria sido oferecido à China.
O navio desloca 27.000t e é basica¬mente uma ampliação do casco sem "ski-jump", com duas catapultas e capacidade para até 21 aeronaves do porte do F / A-18 Hornet, mais 4 helicópteros. Este projeto se encaixa perfeitamente dentro das especificações da MB. O custo de aquisição de um navio dessa classe não foi divulgado, mas pode-se calcular em tomo de US$700 a 800 milhões, sem contar as aeronaves.
Tem sido noticiado que a MB estaria interessada na aquisição do NAe francês Foch de 32.000t, que será desativado em breve devido a entrada em serviço do novo NAe Charles De Gau//e.
O Foch estaria sendo oferecido à MB por apenas US$60 milhões, como parte de um negócio que também envolveria a compra do estaleiro brasileiro Verolme pelo consórcio DCN International francês. Foi noticiado também que estaria sendo oferecido como parte do negócio o projeto de um NAe de 28.000t, provavelmente uma versão de propulsão convencional do Charles De Gaulle.
Apesar de ter mais de 30 anos de idade, o Foch encontra-se em bom estado de conservação e poderia operar na MB por pelo menos mais dez anos, tempo que seria suficiente para a construção de um novo Nae.
Juntamente com seu irmão Clemenceau (já desativado), o Foch ajudou a defender por muitos anos os interesses da França em vários lugares do mundo, mais recentemente nas operações sobre a Bósnia e Iugoslávia.
O Foch tem duas catapultas para lançamento de aviões até 20 toneladas, possui dois elevadores e pode levar um máximo de 40 aeronaves.
E OS AVIÕES?
A versão do Skyhawk adquirida pela MB (AF-l) é uma das melhores do tipo e o avião mais usado tem apenas 1.600h de vôo. Nenhum deles foi exposto ao desgaste de pousos em NAe, portanto suas células ainda têm uma longa vida pela frente. O "galinho de briga" é rápido, ágil e difícil de acertar por causa de sua pequena assinatura visual.
Para tirar proveito de todo o potencial do Skyhawk nas missões de defesa aérea, a MB terá de modernizá-lo, equipando-o com um radar multifunção do tipo APG-66 ou similar. A aquisição de mísseis ar-ar mais modernos e de maior alcance também é desejável.
Se a MB optar por construir ou adquirir um NAe CTOL, o caça McDonnell Douglas F / A-18 Hornet parece ser o substituto natural do A-4KU Skyhawk, mas existem outros caças de porte médio, embarcados, como o Rafale M francês, e os russos MiG-29K (que está sendo produzido para a Marinha da Índia) e Sukhoi Su-33.
Há alguns anos, a MB teria solicitado à Embraer o orçamento para o desenvolvimento de uma versão naval do AMX (AMX-N), cujo custo do "reprojeto" ficou em torno US$200 milhões, considerado, na ocasião, um valor proibitivo.
Uma eventual possibilidade de se produzir um AMX "navalizado" permitiria ao Brasil avançar por conta própria no domínio pleno da Aviação Naval, diminuindo a dependência da Marinha com relação a outros países para o fornecimento de aeronaves de asa fixa e tecnologia.
Além dos caças, a MB terá de adquirir aeronaves embarcadas de asa fixa para transporte e AEW. A aquisição de algumas aeronaves S-2 Tracker remotorizadas com turboélice e também equipadas com sensores modernos parece ser a solução mais econômica a curto e médio prazo.
A possibilidade de aquisição do NAe francês Foch certamente vai influenciar a opção pela construção de um novo NAe CTOL. Embora com custos mais elevados, um navio deste tipo daria ao País a possibilidade de escolha de diferentes modelos de aviões e até um avião de fabricação nacional, no caso do AMX "navalizado" ou de uma versão naval do caça que vier a ser selecionado para o Programa FX da FAB.
UMA NECESSIDADE
De qualquer forma, a construção de um NAe convencional demandará grandes investimentos por parte da Marinha, o que pode vir a comprometer outros programas fundamentais, levando-se em conta o limitado orçamento anual brasileiro destinado à Defesa.
As últimas décadas têm demonstrado que o caminho natural para as marinhas mais modestas é adquirir um NAe STOVL, ou adotar a "opção zero", simplesmente desistindo de operar um navio-aeródromo, como fizeram o Canadá, a Argentina e a Austrália. No caso do Brasil, porém, o custo de tal decisão pode ser alto demais em longo prazo.
Sem contar com pelo menos um NAe, as forças navais brasileiras não poderão operar contra uma força que conte com aviação embarcada de asa fixa, nem poderão fornecer proteção ao tráfego marítimo em áreas situadas fora do alcance da aviação baseada em terra.
Pelo Atlântico Sul respira a economia brasileira e a cada ano aumenta a sua dependência comercial e econômica em relação ao mar. Com o crescente envolvimento de tropas brasileiras em operações de paz da ONU e a presença de brasileiros em países de risco, a disponibilidade de um navio-aeródromo para operações de apoio será cada vez mais vital.
A Marinha está analisando cuidadosamente o problema da substituição do Minas Gerais. Espera-se que a decisão a ser tomada pelo Ministério da Defesa seja compatível com o grau de desenvolvimento econômico e com as necessidades do País. A posse de pelo menos um navio aeródromo dará ao Brasil, além de um razoável poder dissuasório, o "status" necessário para que possa assumir seu lugar de direito no cenário mundial que se apresenta desafiador
NAVIOS-AERÓDROMOS EM "US$"
Basicamente, o custo do casco de um navio de guerra atinge cerca de US$20 mil por tonelada, sem contar o armamento, os sensores e o sistema propulsor. Cada motor diesel gira em torno de U$l milhão e uma turbina a gás de três a cinco milhões, dependendo da configuração.
Mas é no sistema de armas e de auto defesa do navio que os custos realmente começam a subir: um sistema anti-míssil como o Vulcan Phalanx ou o Goalkeeper custam de US$12 a 17 milhões por peça. Na parte de sensores, um radar de busca aérea não sai por menos de US$15 milhões; um radar de busca de superfície cerca de US$8 milhões; cada radar de direção de tiro, US$10 milhões; alças eletroótkas, US$5 milhões. Um bom sistema de comando e controle integrado pode custar entre US$l a US$70 milhões, dependendo da sofisticação.
Percebe-se através desses valores que a construção de um NAe dentro das especificações da Marinha do Brasil poderia alcançar facilmente os US$800 milhões, sem contar as aeronaves embarcadas.
Ainda com relação à plataforma, o NAe poderia ser projetado no país ou aproveitando-se um desenho estrangeiro, para economia de recursos.Utilizando-se do mesmo expediente que os britânicos adotaram nos navios da classe lnvencible, a MB poderia usar especifkações da Marinha Mercante para baratear mais ainda o custo da plataforma.
Quanto custa um navio-aeródromo hoje? Para ajudar a responder a pergunta, seguem-se alguns dados:
Um NAe CTOL da Classe Nimitz de 90 mil toneladas, capaz de levar de 90 aeronaves, custa cerca de US$4 bilhões, sem contar o grupo aéreo.
O novo NAe CTOL francês Charles De Gaulle, de 36 mil toneladas e capacidade para 45 aeronaves, custou cerca de US$1,8 bilhão.
O NAe STOVL italiano Giuseppe Garibaldi, de 11 mil toneladas e 20 aeronaves, custou cerca de US$350 milhões, sem contar os aviões. Como comparação, cada corveta brasileira da Classe lnhaúma custa um total de US$170 milhões.
Do ponto de vista econômko, um NAe STOVL de 10. OOOt, capaz de operar doze caças Harrier II Plus, não custaria mais que US$400 milhões (fora o grupamento aéreo). Nos dias atuais, uma boa escolta (fragata ou destróier) de 4.000/5. OOOt custa algo muito próximo desse valor. É incontestável a relação custo/benefício de um NAe STOVL em comparação com apenas uma escolta.
A princípio, a melhor solução para a MB talvez fosse construir um ou dois NAe STOVL Classe Príncipe de Astúrias e comprar 24 caças AV-8B Harrier Il
A Marinha passaria a dispor de dois NAe, mantendo sempre um na ativa e dois esquadrões embarcados com 12 caças cada um. O maior problema nesse caso seria a aeronave de asa-fixa empregada, cujo único modelo disponível atualmente é o AV8B Harrier Il A situação nos próximos dez anos poderia se complicar quando a produção do avião for descontinuada e começar a faltar peças de reposição