Disseste-o bem, o novo caça Sul-Africano é... deles e não nosso. Portanto temos que pensar no que vier a ser nosso, melhor para a nossa realidade.
Eu nunca neguei que o Gripen é um excelente caça na sua categoria e pode sim vir a ser o novo caça padrão do Brasil e seria um enorme avanço em relação aos raquíticos F-5 e A-1. A questão é, qual seria o mais adequado para as nossas dimensões, distâncias, acesso tecnológico amplo e acesso à armas de última geração e indepedência de operação?
Neste exemplo aí de cima poderia ser usado o Brahmos, KH-41(reconhecido como o melhor e mais temível MAN), KH-35, KH-59, KH-29TE, KH-25L, fora o nosso MAN que pode ser integrado sem restrições alguma. Que um SU-35 é mais caro de operar todos aqui já sabemos , porém o preço de compra é menor e é mais seguro de operar por ser bimotor. Os motores do gripen não tem um índice de falhas "0", portanto, alguns vão cair e cada caça destes deve também ser computado no custo final, afinal, perdeu-se dinheiro. Ainda sobre custo de hora de vôo, já sairam artigos sobre diferentes conceitos de custo de hora de vôo. No caso dos motores russos, eles são feitos para que uma vez instalados no caça, não seja necessária nenhuma manutenção até a próxima revisão, nada. No caso dos motores ocidentais, os ajustes e trocas de pequenas partes precisam ser feitos durante o uso deste e módulos são trocados até a próxima revisão geral e retirada destes. Toda este faina não é computada como custo de homem/hora, apenas quando se retira o motor todo(ou algo assim). Segundo a filosofia russa, o motor feito para a guerra deve precisar o mínimo possível de manutenção e deverá ser retirado todo e trocado a cada intervalo estabelacido para maximisar o uso do caça durante combates, necessitando o mínimo possível de pessoal qualificado. São conceitos diferentes, mas mesmo assim sabe-se hoje que adaptando-se estes motores à uma manutenção ocidentalizada, os intervalos podem ser muito estendidos em tempos de paz. Uma pequena mudança de operação, como diminuir a temperatrura de uso do motor, aumenta e muito seus intervalos de manutenção e a vida útil, afinal os russos consideram o uso de 100% de potência o tempo todo para cômputo da vida útil. Estruturalmente sabe-se também que aeronaves russas são extremamente robustas, isso ficou provado quando um SU-27 pousou de barriga, foi erguido, baixou o trem de pouso e decolou normalmente. Um F-16 faria isso? Ainda sobre custos operacionais, os indianos declararam que seus SU-30 são mais baratos de operar que os M-2000... será? Pode ser, afinal eles operam o caça sob a filosofia da gente, tem os dois para comparar, não são palavras de fabricante...
Mas afinal, qual a distância percorrida por um Gripen carregando as tais 4,5ton de armas? Eu quero saber, sério..
A questão pra mim é a seguinte: na guerra aérea moderna, que tipo e com qual freqüência seriam necessárias missões carregando 4,5 toneladas de armamentos para um caça multi-função?
Aquelas onde seriam precisos as tais 4,5 ton de armas. Se a Rússia e EUA tem caças para tal, deve ser necessário. Ou ainda, que decole com 1000kg, pode-se levar mais BVR/IR e ter um caça mais , digamos assim...mais multi função, pois que depois de despejar as armas no alvo, pelo seu alcançe sobraria ainda bom tempo de caça e muitos mísseis para uma CAP por exemplo. Fora que contar que numa guerra não vai haver necessidade de se atacar uma alvo com tal quantidade de armas é contar apenas com o otimismo.
Nas configurações indicadas, que alvos poderiam ser atacados pelos Su-35 e não pelo Gripen?
Um que precise de seis MAN e não dois... Um que esteja mais longe... Um onde seja melhor não expor dois caças ao perigo onde se pode usar apenas um... Onde precise-se do menor número possível de REVOS para não expor nossos poucos KC... Um alvo que nossos AMX nã possam atacar... Um alvo que precise de mais certeza na sua destruição...
Num ataque anti-navio a 1000Km, ambos precisariam de REVO indo e voltando. Onde está a imensa vantagem do Su-35? Levar 2 mísseis a mais?
Se um vai precisar de dois REVO, outro vai precisar de um ou nenhum dependendo da carga(retira-se 4 dos seis MAN para ficar igual e coloca-se mais comb, diminui o arrasto ou ainda + tanques subalares/ventrais). O SU-35 leva não 2, mas 4 MAN à mais. Isso é três vezes mais. Três vezes mais mísseis especializados em ataque naval, disparados fora das defesas AAer.
Ao custo de 1 Su-35 armado com 6 mísseis anti-navio, 2 Gripens levantam vôo levando, somados, 8 mísseis. São dois alvos para o inimigo se preocupar. Esse é só um exemplo
Faltou colocar aí o custo dos REVO e das tripulações à mais. Ao custo do dobro de REVO, do dobro de trip e expondo o dobro de caças ao perigo. Os alvos dos navios serão os mísseis e não os caças, isto de forem MAN, que o AGM-65 não é. Como estarão fora das AAer, vale o número de MAN lançados, então serão 4 e não 8, pois que cada gripen levaria 2 RBS. Porém, se colocarmos também 2 SU-35 teremos simplesmente 12 MAN, ou seja, até o
triplo(4 RBS-15 p/ dois gripen).
São questões simples que, deixando um poquinho de lado a má vontade, facilmente perceptíveis. O Su-35 não faz mais do que a sua obrigação levar mais armamento e mais longe que o Gripen, é praticamente 3 vezes maior.
Isso vale para os dois, né? Esse negócio de má vontade aí... vale para os dois, né? O gripen também não faz mais que sua obrigação de ser três vezes mais barato de operar(????), mas carrega também até três vezes menos armas numa missão, o que é normal também.
O Su-35 sem dúvida alguma é uma excelente aeronave, mas está longe de ser absoluta.
Certamente, mas eu ainda acho que seria melhor para nós!