Rui Elias Maltez escreveu:Olá, Walter.
Boa tarde Rui Maltez.
Você percebe mais de submarinos do que eu, e das suas doutrinas de uso, pressupostos, etc.
Mas diga-me:
Um país como o Brasil só poderá aspirar a ter no máximo 2 ou 3 unidades nucleares.
A MB se refere a uma pequena flotilha de SSN, cerca de 4, sendo produzidos em um horizonte de 12 anos a partir do lançamento da primeira unidade.
Se um conflito houvesse com um país que possuisse um CVN, como os Nimitz, que como vcê referiu têm enorme mobilidade e velocidade, alta manobrabilidade, etc, como é que o Brasil poderia arriscar a perda de um dos poucos submarinos que possui para tentar furar a escolta desse CVN americano, porque tirando os EUA, só a França possui um PA nuclear, pelo menos para já)?
Esse seu comentário é muito pertinente, especialmente pelo termo "arriscar".
Bem.
Não sei se o sr. já foi militar, pois acho quie esta questão se aplica com precisão ao conceito de investir a própria vida qdo. assim for exigido etc. Uma questão intimamente ligada ao empenho de meios, sejam eles valiosos em termos de capital investido, ou em valor tático.
Mas essa é justamente a questão implícita em todo o processo que se convencionou chamar de dissuassão.
Essa sem dúvida é a questão que deve pertubar qualquer inimigo. Já que a possibilidade de ser atacado furtivamente (bem um ataque de torpedos, não é aalgo furtivo propiamente, óbvio, mas a proximação do alvo o é/pode e deve ser) por um meio de altíssima mobilidade, que ofereceria um altíssimo grau possibilidade de sucesso.(pelo menos de evasão, após desfechado o ataque)
Está aí o temo-chave da questão dissuasão. A INCERTEZA.
O dano potencial de um NAe de 90.000t fora de combate(repare que não menciono afundar, mas neutralizar sua capacidade de combate), é por demais terrível e crível para não ser levado em conta para qualquer adversário.
Se assim o fosse, os Americanos não destacariam em suas CVW esquadrões completos de aeronaves ASW em seus porta-aviões em operação nos mares adjacentes a costa chinesa...
E olha que nós(pelo menos achamos que é assim) atribuímos à China comunista, um grande grau de obsolência à sua frota submarina.
Já para o Iraque que não possui esses meios...
È válido arriscar submarinos convencionais ou nucleares, contra objetivos que valham o esforço, uma vez que atingidos/neutralizados essa deficiência no esforço de guerra inimigo seria de pronto notada.
Não seria válido, portanto, partindo da premissa acima, que se utilizassem SSNs para interceptar e neutralizar um comboio de reabastecimento... A não ser em um contexto de ação diversionista. Ou em uma emboscada.(as duas ações não são excludentes)
Portanto se vc tem sua bala de prata, vc teria de arrisca-la sim, mesmo admitindo que suas chances de sucesso sejam remotas(e não estou dizendo que neste caso específico seriam). Pois aí está a própria idéia norteadora da doutrina de emprego da arma submarina.
Que outorga á seus operadores uma independência em termos de mobilidade tática(no caso dos subs convencionais) ou estratégica(no caso dos nucleares) estupenda.
Não seria melhor que esse "golpe" fosse furtivo, de mansinho, quando a task-force inimiga (suponhamos que era a americana) constituida pelos seus Tico's, e AB's estivesse a navegar em mares calmos e sem esperar por esse ataque furtuito?
Não consegui entender a expressão "em mares calmos e sem esperar por esse ataque furtuito?" e a expressão " de mansinho"
-O que seriam mares calmos?(sem ameaça inimiga?)
-O que seria de mansinho( abaixa velocidade?)
Pode explicar melhor.
Ora em combate aberto, o Brasil perderia sempre, nem que fosse pela quantidade de meios que cada um possui.
Rui, veja. Não estou contestando a superioridade tecnológica americana, nem tampouco sua superioridade numérica.
Mas é para equacionar esse tipo de assimetria que as flotilhas de submarinos são conformadas mundo afora.
O SUBMARINO É A ARMA DO MAIS FRACO.
Diz uma máxima clássica das marinhas mundo a fora.
O Submarino é a maior força interditora dos mares.
É CHATO, mas devemos admitir, que uma chance de vitória acachapante sobre a USNavy atualmente talvez, nem a Rússia seria capaz de oferecer. Mas não falo de derrotar a USNavy, mas de oferecer uma possibilidade de danos tão grandes, que até mesmo essa força, mesmo que tendo um vitória quase garantida ficaria desestimulada a niciar o ataque, ou mesmo a prosseguir com ele, caso as hostilidade ja tenham sido deflagradas.
Sds. Walter