A ARQUITECTURA NAVAL DOS NPO'S DE PORTUGAL:
Tratando-se de navios patrulha oceânicos, destinados a operar na área de jurisdição e responsabilidade nacional, e conhecendo-se a meteorologia e o estado de mar adverso que a caracterizam, levaram a que o comportamento dos navios no mar fosse considerado uma das variáveis mais importantes durante a elaboração do projecto e a especificação do navio. Um dos resultados directos desta ponderação foi um navio maior que o estritamente necessário para acomodar a guarnição e os sistemas e equipamentos que o constituem.
Também a forma do casco, com o pontal elevado e a borda falsa no castelo, a instalação de estabilizadores activos, robaletes e de um patilhão generoso, foram soluções adoptadas no sentido de conferir aos navios um bom comportamento no mar e satisfazer os requisitos estabelecidos.
Ainda em complemento às opções referidas, também a localização dos espaços e sistemas a bordo foi criteriosamente ponderada, dentro das limitações impostas pelo incontável número de variáveis que influenciaram o projecto do navio; a orientação seguida foi a localização dos espaços operacionais, habitacionais e de lazer o mais próximo possível de meio navio, onde as acelerações são menores e os movimentos longitudinais mais suaves.
Apesar deste esforço, o comportamento no mar destes navios não deverá superar o das corvetas, com o mar nos sectores de proa e de popa, devido ao seu menor comprimento, mas deverá ser mais favorável nos restantes rumos.
O casco e as superestruturas estão subdivididos por cinco pavimentos, dez anteparas estanques e quatro zonas L.A.5, com o propósito de aumentar a capacidade de sobrevivência do navio e confinar as avarias quando e se estas ocorrerem, em complemento à segregação e redundância dos sistemas discutida mais adiante.
Em termos de manobrabilidade, os navios deverão cumprir o critério da IMO6 e terão capacidade de efectuar a paragem de emergência em quatro comprimentos, à velocidade de 20 nós. Como não existem requisitos especiais nesta matéria, optou-se por reduzir o balanço transversal, a baixa velocidade, beneficiando a manobra das embarcações em detrimento de uma melhor capacidade de manobra. O navios têm ainda instalado à proa um impulsor transversal Jastram, com 250 kW, que lhe proporcionarão uma maior capacidade de manobra em águas restritas e os tornarão mais independentes da ajuda exter-na de rebocadores.
O casco e as superestruturas foram construídos em 30 blocos, em aço de grau A, de acordo com as regras da Sociedade Classificadora DNV7; pontualmente, recorreu-se a normas da Marinha dos Estados Unidos, ou do Reino Unido, para colmatar alguns pontos omissos nas referidas regras. A construção decorreu entre 20SET04 e 01OUT05, data em que foi efectua-da a flutuação dos dois navios.
Os NPO irão introduzir novos padrões de habitabilidade, marcados por áreas mais generosas, níveis de ruído inferiores, grande flexibilidade para alojar militares de ambos os sexos, independentemente das proporções relativas, e maior privacidade nos alojamentos e casas de banho. Os alojamentos estão segregados, estando os oficiais alojados no PAV 01, os sargentos no PAV 1 e as praças no PAV 2. As cobertas das praças, na generalidade, têm capacidade para quatro praças e são servidas por uma casa de banho dedicada.
Também os acessos foram estudados no sentido de os tornar mais fáceis. O acesso entre pavimentos efectua-se através de troncos de escadas, os corredores são amplos – normalmente com 1500 mm de largura – e as fugas de emergência são efectuadas através de troncos. O embarque de carga, tanto para os géneros e como para as munições, efectua-se para o Porão de Carga, Paiol de Géneros e Paiol de Munições, respectivamente, através de meios de elevação ou elevadores dedicados. O embarque e desembarque de equipamentos, como os GE´s, garrafas de ar de arranque e os acessórios dos motores principais, é efectuado através de acessos préviamente definidos, evitando efectuar cortes na estrutura e desmontagem de encanamentos.
Motores principais, e dos grupos electrogéneos:
Como nota, referência para a peça Boffors de 40 mm, a L-60, mais antiga e provavelmente retirada das
João Belo abatidas e a abater (2 peças por
João Belo vezes 4 fragatas, dará 8 peças, ficando a faltar 2 para perfazer as 10 unidades).
Especulou-se que os NPO's poderiam ser armados com as L-70 dos patrulhas da classe
Cacine, mais recentes, mas segundo esta informação, optou-se pelas peças mais antigas e menos sofisticadas.
Razões que a razão desconheçe
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