F-X - O Fim Definitivo - FAB Anuncia o Cancelamento

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Mateus Dias
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#76 Mensagem por Mateus Dias » Sex Mar 04, 2005 11:44 am

Na boa, péssima a entrevista do Brigadeiro. Da forma que ele falou, dá pra imaginar que ele não sabe nada de aviões de caça, o que - óbvio - não é o caso



Não foi muito esclarecedora, digamos assim. Mas é claro que ele está omitindo dados, não está querendo entrar em detalhes. ele tem que falar pouco mesmo, pois pode comprometer esse projeto de compra.




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#77 Mensagem por talharim » Sex Mar 04, 2005 12:00 pm

Mais notícias....................




Transporte & Logística

FAB já testa F-5 modernizado pela Embraer

São José dos Campos (SP), 4 de Março de 2005 - Equipe de engenheiros e pilotos da Força Aérea está fazendo os vôos de aceitação na fábrica de Gavião Peixoto (SP). A Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu, no início desta semana, dia 28, o primeiro caça F-5 de série modernizado pela Embraer em conjunto com a empresa Elbit, de Israel. O programa de modernização do caça envolve 46 aeronaves a um custo total de US$ 285 milhões. A Aeronáutica espera a conclusão de um lote de 18 aeronaves F-5 BR até o final deste ano.

Uma equipe de engenheiros, pilotos e técnicos da Aeronáutica foi deslocada esta semana para as instalações da Embraer, em Gavião Peixoto (SP) para fazer o trabalho de avaliação técnica que precede o início da operação da aeronave.

Pronto para a missão

O processo de recebimento da aeronave dura, em média, 10 dias úteis, sendo que os dois primeiros vôos estão programados para acontecer na próxima semana. Encerrada esta primeira fase e estando aprovado pela Aeronáutica, o primeiro F-5 modernizado estará pronto para desempenhar missões de defesa e ataque aéreos. A aeronave será destinada para o Primeiro Esquadrão Pampa, sediado na Base Aérea de Canoas, no Rio Grande do Sul.

O F-5 está em operação na FAB desde o início dos anos 70 e será atualizado para que sua vida útil seja estendida por mais 15 anos. A versão original do F-5 foi desenvolvida pela empresa norte-americana Northrop. O F-5BR ou F-5 M (modernizado), como é chamado na FAB, é considerado um produto nacional, desenvolvido pela Embraer e custeado pelo Ministério da Aeronáutica.

"Isto significa que o Brasil é proprietário desta versão. A Embraer também possui o RIG de integração aviônica do F-5, o que a capacitou a fazer no Brasil toda a manutenção do software operacional da aeronave", explica um especialista ligado ao Comando da Aeronáutica. Todos os armamentos (bombas e foguetes) do F-5 BR, segundo a fonte, também são nacionais, bem como os mísseis, que já foram integrados à aeronave. Um deles é o MAA-1 Piranha, fabricado pela empresa Mectron, de São José dos Campos.

A Embraer e a Elbit estão trabalhando na modernização de 12 caças F-5 entregues pela FAB. Os dois protótipos do F-5 já foram modernizados e entregues em 2003. Segundo previsão da Embraer, a cadência de entrega prevista em contrato é de duas aeronaves por mês, a partir da conclusão do recebimento da primeira.

Atualmente, as duas aeronaves protótipo realizam uma missão de avaliação dos seus sistemas de pontaria de armas, autodefesa, radar, combate e eletrônicos, na Base Aérea de Natal. A missão, que envolve 50 pessoas, foi iniciada no dia 14 de fevereiro e se estenderá até 15 de abril. Os ensaios em vôo com os protótipos, feitos por pilotos da Embraer e da FAB, tem previsão de durar 90 horas.

A FAB, segundo a fonte ligada a Aeronáutica, estuda a possibilidade de utilizar o F-5 nas missões desempenhadas hoje pelos velhos Mirage III, que sairão de cena até o final deste ano. Com o fim do projeto F-X, de compra de caças supersônicos de nova geração, o modelo F-5 é visto como uma solução interina nacional e de baixo custo, para operar até que os novos caças sejam adquiridos.

Em nota interna, divulgada na semana passada, o Comando da Aeronáutica admite que já desenvolve estudos alternativos ao F-X. Um deles, segundo informações da fonte, seria a retomada da idéia de comprar outros 16 caças F-5 usados no mercado internacional, que já foi estudada antes, mas abandonada há dois anos.

A Aeronáutica chegou a negociar por um tempo a compra de F-5 usado da Suíça e de países do Oriente Médio, mas acabou optando pela abertura de licitação internacional, que também não foi levada adiante. Na época, a FAB reservou US$ 120 milhões do orçamento do seu Programa de Reequipamento para a compra de aeronaves que complementariam a atual frota de F-5 e compensariam a lacuna deixada pelo modelo ítalo-brasileiro Xavante, até há pouco usado no treinamento básico de pilotos de caça em Natal (RN).

No contrato da Embraer com a Aeronáutica, segundo outra fonte que trabalha no projeto do F-5 BR, já existe uma cláusula com a previsão de custos da modernização de cada F-5 comprado adicionalmente. Para um dos observadores do processo, o número de aeronaves F-5 existentes no acervo da FAB (43 monoplaces e 3 biplaces) é suficiente para equipar as três unidades aéreas de Canoas, Santa Cruz e Anápolis.

"Não haveria nenhum problema em alocar 12 aeronaves F-5 M para Anápolis em substituição aos Mirage III. A necessidade de aquisição de um número suplementar de aeronaves F-5 biposto independe de sua alocação à base de Anápolis", comenta a fonte.

Na opinião da fonte, a solução F-5 traria mais vantagens para o Brasil neste momento. "O desempenho operacional do F-5BR é imensamente superior aos demais modelos usados oferecidos ao Brasil: a FAB já possui os simuladores de vôo dos F-5, além de ter implantado toda a manutenção dos aviônicos da aeronave na empresa Aeroeletrônica, de Porto Alegre, recentemente comprada da gaúcha Aeromot pela israelense Elbit".

A manutenção dos motores do F-5 já é feita no Brasil pela empresa Focal, do Rio de Janeiro, formada por ex-funcionários da GE Celma. O parque de material aeronáutico de São Paulo cuida de toda a manutenção estrutural e dos demais sistemas do F-5. Os cursos de tripulantes do avião modernizado também foram instalados pela Embraer/Elbit. "É uma solução de baixo custo para o País e a única disponível a curto prazo", afirmou. A Aeronáutica também tem proposta de adquirir outros modelos usados no mercado internacional. Já recebeu oferta do americano F-16, do russo Sukhoi 27, do israelense Kfir e do Cheetah, da África do Sul.

Período de transição

Segundo o chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), brigadeiro Telles Ribeiro, existem estudos que procuram atender as necessidades da FAB durante um período (provisório), em que serão encerradas as operações com os Mirage e ainda não ativados os novos aviões.

Todos esses estudos, de acordo com o brigadeiro, estarão sendo apreciados na próxima reunião de Alto Comando, quando serão definidas as linhas de ação a ser submetidas ao Ministro da Defesa. A reunião do Alto Comando mencionada pelo brigadeiro está sendo realizada em Brasília desde a última quarta-feira. As decisões tomadas durante as discussões ainda não foram anunciadas.

A informação que circula no meio aeronáutico, no entanto, é de que algumas decisões, como a substituição dos Mirage III diante do cancelamento do programa F-X, são urgentes e precisarão ser tomadas no curto prazo.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 13)(Virgínia Silveira)




Em nota interna, divulgada na semana passada, o Comando da Aeronáutica admite que já desenvolve estudos alternativos ao F-X. Um deles, segundo informações da fonte, seria a retomada da idéia de comprar outros 16 caças F-5 usados no mercado internacional, que já foi estudada antes, mas abandonada há dois anos.

Se for efetuada realmente a compra de caças usados entao que seja de + F-5s assim se padroniza toda a frota de vez.............

Se bem que se for adquirido um caça "tampao" para Anápolis podemos esquecer definitivamente um caça novo na FAB até 2020 :( :( :(

Enfim,lamentável a situaçao que se chegou...................podiam esperar até 2007 para adquirir um caça novo mas...........................a fraqueza política da FAB fez a diferença...................vamos nos contentar pelo jeito com um caça "tampao permanente"..........

Nesse caso sou totalmente a favor de se adquirir + F-5s usados e modernizá-los para o padrao BR.............nao vale a pena adquirir F-16 MLU ou M-2000 usados............que grande ganho a tecnológico a FAB teria comparando com os nossos F-5BR que valesse apena de se montar uma nova linha logística na FAB........será que a eletronica de um F-16MLU é tao absurdamente superior a de um F-5BR?

Falows,




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#78 Mensagem por Plinio Jr » Sex Mar 04, 2005 1:33 pm

Se bem que se for adquirido um caça "tampao" para Anápolis podemos esquecer definitivamente um caça novo na FAB até 2020

Enfim,lamentável a situaçao que se chegou...................podiam esperar até 2007 para adquirir um caça novo mas...........................a fraqueza política da FAB fez a diferença...................vamos nos contentar pelo jeito com um caça "tampao permanente"..........


Ainda sonhando com Typhoon 2000 em 2007 ??

Tava mais que na cara que isto iria terminar assim, infelizmente politicos e militares não souberam conduzir isto devidamente e o final era mais que o esperado. Em 2015/20 se não mudarem esta forma de pensar, iremos ficar s/ caças e defesa aérea, se bem que existe muito deputado e senador louco para ver isto.

Para satisfazer os militares, deverão adquirir mais uma dezena ou pouco mais de F-5s para complementar a frota e possivelmente aqueles F-16MLU
holandeses. A modernização BR de nossos F-5s eleva as mesma condições eletronicas de um F-16MLU que por sua vez, eleva os F-16A/B para avionica das versões C/D mais avançadas.

E um F-16 em termos de desempenho, é muito superior a um F-5,complementar a frota de F-5s , adquirir estes F-16s é algo sensato dentro daquilo que podemos, até nossos governantes terem o devido juizo de conduzir as futuras licitações de forma correta... :twisted:




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#79 Mensagem por Slip Junior » Sex Mar 04, 2005 1:54 pm

Pessoal, obrigado à todos pelas informações sobre a modernização dos Flankers russos.

Luís Henrique escreveu:Ah, o Su-35 não tem nada haver com o Su-30. :roll:
Em seguida você disse que ele possui várias semelhanças com o Su-30MKI mas nenhuma melhora dessa aeronave. :roll:
Então ele é inferior ao Su-30MKI. Tem exatamente os mesmos aviônicos, a mesma estrutura, etc etc etc.....
Só para constar, da mesma forma que o nome inicial do Su-35 era Su-27M o do Su-30 é Su-27P. É tudo da mesma família e eles tem muitas coisas em comum.

O que eu disse é que o Su-35 não é uma melhora do Su-30 mas sim uma melhora do Su-27 padrão. Em termos gerais, o Su-30MKI é uma aeronave mais capaz (devido ao fato de ser um biposto e a India, especialmente, ter investido boas somas em integrar novos sistemas - especialmente israelenses - às suas aeronaves) que o próprio Su-35 sendo, portanto, que o segundo não pode ser considerado uma melhora do primeiro, ok?

Muita gente fala que se o Su-35 fosse realmente bom a Rússia teria váriso e outros países teriam importado este vetor também. E ele deveria ser provado em combate etc......

A culpa não é minha se estão dizendo isso.

E dai?
O Rafale ainda não foi exportado. O F-22 provavelmente nunca será exportado.

Mas o Rafale tem encomendas asseguradas em número superior à uma centena para a Força Aérea Francesa. E o F-22 também. :wink:

O Rafale também foi provado em combate com forças medíocres.

O Rafale foi provado em combate? Quando? E quanto tempo já faz os Flankers de nova geração estão em operação e quanto tempo faz o Rafale?

Agora, coloca um desses. Qualquer um dos cinco que você mencionou contra um F-16, ai depois a gente conversa...

Se eu tivesse esse poder, te garanto que faria isso, no mínimo, diariamente. :P :D

Só para constar: o Su-35 é uma excelente aeronave no patamar de seus rivais ocidentais em várias quesitos, mas nunca ter sido exportado nem testado em combate e acho que não existe ponto algum à ser questionado à essas verdades, certo? :wink:

Abraços




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#80 Mensagem por Slip Junior » Sex Mar 04, 2005 2:05 pm

Jet Crash® escreveu:Me arrisco a dizer que será mais caro de se operar que o previsto, o que tem sido a regra.

Mais caro do que o previsto, ok. Mas ainda assim substancialmente mais barato do que um caça tripulado.

O UCAV/UAV já é uma aeronave em sí, ou seja, tem desgaste, consome combustível, etc. A manutenção de toda os sistemas eletrônicos deverá ser extremamente onerosa.

Para manter as "tripulações" dos UCAV/UAV's adestradas, você não precisa gastar tanto combustível uma vez que uma enorme parte do treinamento pode ser realizado sem necessidade que as aeronaves realmente voem e sofram grandes esforços na fuselagem e gastem muito combustível.

Será necessário o treinamento de operadores, pois por mais que se diga que os serão automatizados eles estão longe de ser automatos, operando sem controle humano sobre o campo de batalha. Não será ainda nestas décadas que veremos "a revolução das máquinas".

O treinamento desses operadores será muito mais barato do que o de um piloto de caça por motivos óbvios.

Além disso, aeronaves autonômas não são nenhuma fruto de apenas ficção científica. O seu próprio computador, quando você está jogando um simulador, é capaz de processar informação suficiente para assegurar completa autonomia às outras aeronaves que voam de suas bases, atacam os seus alvos, engajam outras aeronaves em dogfights, evadem mísseis e voltam para casa.

Não posso precisar a data exata em que essas aeronaves serão os principais vetores das forças aéreas mundiais, mas essa transformação já está se iniciando e possivelmente até 2020 já terão assumido um papel importante nas principais forças aéreas.

Abraços




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#81 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Mar 04, 2005 2:24 pm

Slip Junior escreveu:Além disso, aeronaves autonômas não são nenhuma fruto de apenas ficção científica. O seu próprio computador, quando você está jogando um simulador, é capaz de processar informação suficiente para assegurar completa autonomia às outras aeronaves que voam de suas bases, atacam os seus alvos, engajam outras aeronaves em dogfights, evadem mísseis e voltam para casa.

Perae Slip não é bem assim, no seu computador as aeronaves inimigas recebem informações ja codificadas para a IA, em caso de uma aeronave autônoma as informações dos sensores precisa ser codificada (o que não é nada facil), isso exige uma capacidade de processamente que ainda não existe hoje em dia e alem do mais nenhum programa de computador (mesmo com as informações dos sensores ja codificadas) ganhou de um piloto humano, fazer aeronaves guiadas por GPS atacarem um alvo X em solo é relativamente facil, fazer essa mesma aeronave combater e vencer um piloto humano em um caça de 4a ou 5a geração é muito dificil.




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#82 Mensagem por Slip Junior » Sex Mar 04, 2005 3:11 pm

Marechal, você está certo quando afirma que os sinais já estão processados no caso do simulador de vôo que possuimos em casa, no entanto, os DSP's (Digital Signal Processor) são hoje bastante "poderosos" e relativamente baratos. O processo de barateamento desses dispositivos está ocorrendo devido à cada vez maior popularização no uso dos mesmos e a evolução de sua velocidade de processamento é um reflexo do desenvolvimento da microeletrônica. Já existe hoje, tecnologia para se produzir processadores com frequência de processamento da ordem de terahertz (!!) o que ainda impede a sua utilização na prática é o problema da dissipação do calor gerado que certamente será resolvido em não muito tempo.

Você também está certo quando afima que fazer um UCAV combater e vencer um piloto humano em um caça de 4a ou 5a geração é muito dificil, mas é bom lembrar que a vasta maioria (senão, a totalidade) dos UCAV's atualmente em desenvolvimento são destinados a realizar missões de ataque. Apesar de ainda estarmos longe do dia em que um computador será capaz de vencer o melhor de todos pilotos em um dogfight, os confrontos WVR tem se tornado cada vez mais raro e a tendência para o futuro é de praticamente desaparecerem. Além disso, os UCAV's serão ainda mais dificeis de se detectar pelos radares devido ao emprego de novas tecnologias e também às suas menores dimensões.

Abraços




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#83 Mensagem por Mateus Dias » Sex Mar 04, 2005 4:50 pm

Sumário

A Força Aérea Brasileira(FAB), anunciou recentemente, que o programa de US$700 milhões para comprar 12 caças( Programa F-X) estava cancelado, porque o avião estaria tecnologicamente obsoleto, entre o tempo da compra e as entregas. Mas é mais provável, que o negócio tenha sido encerrado por razões financeiras e políticas.

Análise

A Força Aérea Brasileira emitiu uma nota, em 24 Fevereiro, que cancelava o processo de US$ 700 milhões, para a compra de 12 caças avançados. A explicação era de que foi encerrado porque os caças estariam obsoletos, entre o tempo da compra e quando da entrega. Entretanto, há somente três caças em desenvolvimento que estão na fronteira tecnologicamente, e dois sob a consideração: o caça americano F-22 Raptor, o JSF e o europeu Eurofighter. O Brasil provavelmente não está pretendendo estes aviões. Os Estados Unidos não recompensam, em geral, os países que se opõem as suas iniciativas políticas -- tais como Brasil -- com seus armamentos avançados, e abrir caminho para o Eurofighter, significaria forjar um novo relacionamento com o consorcio formado pelos países: Reino Unido, Alemanha, Itália e Espanha.

Stratfor acredita que a compra foi cancelada porque o governo do Presidente Luiz Inácio "Lula" da Silva, não tem os recursos financeiros ou a sustentação política no Congresso necessária para a transação. Stratfor pensa também que a Força Aérea Brasileira foi forçada a suspender o programa porque o Exército -- que é politicamente mais poderoso -- está promovendo uma doutrina da defesa nacional, que tornará a compra de aviões caça tecnologicamente avançados desnecessária.

A Força Aérea Brasileira é a maior na América Latina, com uma frota de aviões com capacidade de combate que consiste nos equipamentos: A/T-29 Super Tucano avião de ataque produzido no Brasil,no avião de ataque e de interceptação aérea, o americano F-5BR/M ( Defesanet sendo modernizado no Brasil) , e no caça francês Mirage IIIEBR. A Força Aérea Brasileira tinha planejado comprar o novo caça, desde 1999, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, como a última fase de seu plano de modernização. Fontes da Força Aérea Brasileira afirmaram que a decisão de escolha tinha se estreitado a dois modelos: o Mirage BR 2000 do consórcio Franco/Brasileiro e o russo Sukhoi Su-35.

Quando Luiz Inácio "Lula" da Silva assumiu como presidente, em janeiro 2003, adiou o processo com a afirmação, "os fundos seriam necessários para trabalhos sociais". Após dois anos sem progresso ou decisões aparentes, o programa foi cancelado -- apesar do status da França e da Rússia, serem considerados aliados estratégicos e econômicos, do governo "da Silva" .

O programa do caça da Força Aérea não está alinhado com a doutrina militar do Brasil, que olha não somente às ameaças externas, mas também ameaças internas. A Lei Complementar no. 69, do Brasil, indica que a missão das forças armadas é defender o país e cooperar no desenvolvimento nacional e na defesa civil. Isto dá às forças armadas um foco em ações de segurança internas, incluindo a segurança na região de Amazônia -- já comentada anteriormente por Stratfor, deverá ser o foco da ação militar do Brasil. O Exército ressaltou a necessidade ao desenvolver "Projeto Calha Norte", uma prioridade do governo para fornecer a segurança e promover o desenvolvimento econômico na região da Amazônia.

A segurança da Amazônia é em termos militares "um conflito da baixa intensidade" ( low intensity conflict)-- que na selva requer um grande número de forças em terra, com suprimento aéreo. Para manter-se dentro dessa doutrina militar, as necessidades do Brasil são: mais barcos de patrulha, helicópteros, aviões de transporte, caças subsônicos e mais forças no terreno para garantir a segurança da Amazônia, onde: os contrabandistas de madeira, garimpeiros de diamantes e metais preciosos e os grupos ilegais do narcotráfico vagueiam livremente, às vezes lutam contra os camponeses sem terra pobres.

O orçamento militar anual de Brasil é aproximadamente US$10 bilhões, de acordo com os dados do Departamento de Estado, dos Estados Unidos . Entretanto, a maior parte desse orçamento vai para o pagamento do pessoal militar e a manutenção de equipamentos em geral. As Forças Armadas, não têm a disposição um orçamento que permita a aquisição de novos equipamentos; assim a a obtenção de fundos deve passar através do Congresso, obter fundos para novos equipamentos militares é uma tarefa dura frente aos políticos brasileiros.

Cada serviço das Forças Armadas tem tentado proteger a prioridade de seus projetos -- Exército, defesa da Amazônia; a Marinha, seu submarino de propulsão nuclear; e a Força Aérea os caças avançados. Mas dado ao poder político do Exército, que supera ao da Força Aérea e da Marinha --na importância na execução da defesa nacional do Brasil e nos planos de segurança -- é provável que os investimentos favoreçam o Exército, sobre as listas de equipamentos high-tech, desejados pela Marinha e da Força Aérea.

Apesar da nota da Força Aérea Brasileira, o programa do caça foi cancelado para razões financeiras, políticas e estratégicas. Brasil não tem o orçamento militar para suportar a aquisição de caças avançados tecnologicamente, e a Força Aérea não tem o poder político para tal compra.

As despesas de defesa do Brasil focalizarão equipamentos que apóiem "operações de conflito da baixa intensidade", tais como veículos blindados, helicópteros e barcos de patrulha produzidos no Brasil. Os equipamentos adicionais que o Brasil poderá comprar de outros países: helicópteros de ataque, da Rússia, da França ou dos Estados Unidos; equipamentos de sensoriamento remoto dos Estados Unidos; e os barcos de patrulha fluvial da Suécia , irão servir à doutrina militar de defesa do país, que não inclui a necessidade aviões de alta tecnologia.



É o texto que o Vinicius colocou traduzido




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#84 Mensagem por talharim » Sex Mar 04, 2005 10:15 pm

Plinio Jr escreveu:
Ainda sonhando com Typhoon 2000 em 2007 ??


A esperança é a última que morre 8-]

O "tranche 4" vai pra FAB.




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#85 Mensagem por Plinio Jr » Sex Mar 04, 2005 11:09 pm

A esperança é a última que morre

O "tranche 4" vai pra FAB.


Tomara...Mas do jeito que vão as coisas, infelizmente tão cedo não..

E se ocorrer, a Dassault/Embraer oferece o Rafale, que dificilmente perderá esta barbada...o que venhamos ...seria uma ótima...

Que venham os F-16MULA...OPS.... MLU 8-] 8-]




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