Olá Knigh7,knigh7 escreveu:Olá, Carvalho.
Vamos tentar ter uma ideia mais aproximada.
A FAB divide o Brasil em 4 RDA (Regiões de Defesa de Área). As aeronaves interceptadoras tem de cuidar dessas 4 áreas independentemente de estado belicoso (Regiões N, NE, CO e Centro Sul, cada uma representando cada Cindacta. Mas os Cindactas não se dividem pelas fronteiras dos estados). Mas não há sentido, em tempos de conflito, manter 1 esquadrão em cada.
Em tempos de conflito, 3 Regiões de Defesa Aérea ficarão praticamente sem ameaça. Basta 1 esquadrão com 12 caças para cuidar dessas 3 RDA (a região NE pode ficar com 2 e os outros 10 divididos nas outras 2 RDA).
Nós não vamos fazer CAS com o GripenNG, sendo que a gente tem 90 Super Tucanos, que estão entre os melhores do mundo para a função.
A FAB planeja permanecer com 2 esquadrões com 14 A-1 cada, sendo que a modernização está garantida para 14. Vamos permanecer com os AMX até 2030, portanto deve ser considerado.
Com os A-1M e ST, GripenNG teria a tarefa de defesa aérea, ataque estratégico, SEAD (também feita pelos A-1...). A tarefa de guerr eletrônica pode ser divida com os A-1M com os POds Skyshields. A tarefa antinavio poderia ficar com aqueles que cuidam da RDA.
Para a tarefa de Defesa Aérea teremos de considerar 2 aeronaves com CAP 24/7. Não precisa de mais. O restante fica em alerta nas bases da região do conflito. Um caça em CAP voando 4h/dia, vai precisar então de 1 esquadrão (12).
Ataque em profundidade:
Precisa-se em geral de um pacote:
-2 aeronaves ataque eletrônico/SEAD
-4 escoltas que vão varrendo a 50MN a frente
x quantidade de ataque (tá bom 4?)
(não esquecer dos caças que estão em PAC e Alerta para a retaguarda., mas já estão na outra conta)
Então são 10 caças. Vão voar 3 horas em missão/dia
Ou seja: 22 caças em missão (10+12). Considerando todos os caças voando em média 4h/dia, não iriam demorar para entrar em revisão, por segurança, seria necessário o dobro (44). Mas os 12 caças que ficariam nas 3 RDAS não necessitariam voar tanto,seguindo portanto o regime de 1/3 em manutenção. Portanto, para aquelas regiões 18. Somando com os 44= 62.
62 caças. Somando-se uns 10 por perdas por atrito e outras eventualidades=72.
É um cálculo grosseiro, mas dá uma ideia. É por isso que eu digo que cerca de 72 Gripen NG, na minha opinião, satisfaria as nossas necessidades. O A-1M quando for substituir (vai demorar) substituiríamos por UCAVs, como o nEUron, pois em 2030 estarão maduros.
A FAB tem hoje apenas 7 esquadrões de caça. Isso no papel. Serão 8 quando o GDA começar a receber os Gripen E/F encomendados e com a reativação do 1o/16o Gav. Esse é o plano.
Considere que destes 8 esquadrões, na prática, dois formam o 1o GavCa no RJ que teoricamente cobre a região centro-sul. Um será o GDA que cobriria o CO. Um quarto esquadrão está na região sul, que é o atual 1o/14o Gav, também cobrindo a região Centro-Sul. Dois esquadrões também estão no Sul, na forma do 1o e 3o/10o Gav. Ou seja, até aqui, 6 esquadrões baseados em apenas 2 RDA.
O sétimo esquadrão é o 1o/4o Gav em Manaus, cobrindo a região norte. Supõem-se que o 1o/16o Gav após a introdução dos F-39 seja enviado para uma outra região, segundo comentários da época, a CO.
Notar que a região nordeste, uma das 4 RDA não possui defesa aérea alguma desde a GM II.
Em contas toscas. uma demanda teórica para cerca de 144 caças. Isso considerando que um esquadrão seria formado por 18 caças. Se for o caso de apenas 12 aeronaves, poderíamos dispor de até 12 esquadrões de caça.
Para definir estes números a FAB leva em conta vários aspectos como disponibilidade do vetor, recursos material e financeiro, horas de voo disponíveis, quantidade de pilotos, e assim vai.
De qualquer forma, é possível observar que a região norte, mais da metade do país, possui apenas um único esquadrão para a defesa aérea. Não obstante, também é onde se concentra os nossos maiores problemas com controle, defesa e integração do nosso espaço aéreo, com a região centro-oeste em segundo lugar. Para estas duas RDA temos apenas um único esquadrão operacional hoje, e hipoteticamente um segundo no longo prazo. Ou seja, as duas RDA com maiores problemas com foco nas missões primárias destacadas hoje pela FAB são as que possuem menos recursos empenhados para realizá-las. Ponto. Este quadro não tende a alterar-se em prazo previsível.
A FAB indicou sua demanda como sendo para até 108 caças, o que cobriria os 7 esquadrões hoje existentes, em três lotes distintos de encomenda do caça vencedor do FX-2. Com o quadro econômico do país se degradando há vários anos, todos são unânimes em dizer que levaremos uma década para voltar a patamares de capacidade de investimento de 10 anos atrás. Isso na teoria. Nos planos da FAB, com a conversão em Alas, várias bases aéreas e outras OM's serão deslocadas, extintas e/ou diminuídas em termos estruturais. Uma delas será a BABLM, hoje ocupada pelo 1o/8o Gav e 1o ETA. Ambas undes serão transferidas para Natal, com o ETA sendo extinto e seus meios sendo integrados ao do 2o ETA de Recife. Ou seja, a única base aérea da FAB com caças na região norte será o 4o Gav em Manaus, que com alguma sorte poderá vir a contar com 18 F-39. Uma melhora e tanto para quem hoje opera apenas 6.
Nos planos da FAB para 2041, se seguirmos o escript lá orientado, mais da metade do país, justamente a mais problemática em termos de defesa, integração e controle irá dispor de menos recursos ainda do que já não dispõe hoje. E não estou falando só de caças. O 2o/8o Gav também deverá voltar para o NE. Ficam aqui apenas dois esquadrões de A-29 e quiçá um de F-39. Nada animador para quem mora aqui e vê costuma acompanhar os problemas diários da região. Por outro lado, 2 RDA's irão continuar concentrando a maior parte dos meios humanos e materiais da FAB, com cerca de 6 esquadrões e 108 caças. Tudo isso supondo que os 2o e 3o lotes de Gripen E/F se concretizem. Novamente notar que a RDA nordeste seguirá sem nenhuma defesa aérea concreta.
Se levarmos em conta que o 1o/16o Gav vá para CG, uma das seis bases aéreas operacionais que a FAB pretende manter, teremos uma RDA com um esquadrão - N, uma RDA sem nada - NE, e duas RDA - CO e Centro-Sul com 7 esquadrões em menos da metade do território nacional.
Agora me diz, é sério que a FAB pretende fazer controle, defesa e integração em todo o território nacional continuando a estar onde sempre esteve?
Eu tenho sérias dúvidas, e queixas, sobre esta "visão". Com 36, 72, 108 ou 144 caças.
Se formos um pouco honestos, eu espero que os esquadrões hoje equipados com A-1 em SM sejam realocados, pelo menos, para o NE ou mesmo CO caso o Adelphi não volte mais. Não vejo qualquer lógica em se manter 3 esquadrões de caça espremidos no RGS em pleno século XXI enquanto o CO e N tem que se virar com apenas 2, ou na pior das hipóteses, apenas um, e o nordeste sem nada.
Se a FAB quer realmente fazer o papel dela vai ter que se virar nos trinta para conseguir algo mais que 72 caças. UCAV's por aqui não acredito. Não antes de 2050. Um caça de 5a G será uma exigência operacional se quisermos entrar os anos de 2030/2040 com alguma validade operacional e tecnológica em relação ao que de mais moderno existir lá fora.
E a mulambice militar dos nossos vizinhos não pode contar, outra vez. como desculpa para deixar pra lá ou arrumar soluções de compromisso para a defesa aérea. Não estamos sós na AS. Aliás, há tempos vários atores de peso no cenário mundial redescobriram-nos no mapa mundi.
Falta apenas nós percebermos isso. Os vizinhos já notaram.
abs