SYRIA
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Re: SYRIA
Após ataque, Assad promete "limpar" Síria de extremistas
22/03/2013 - 10h25
O ditador sírio, Bashar Assad, condenou o atentado suicida que matou um clérigo sunita pró-regime e pelo menos 42 outras pessoas em Damasco e se comprometeu a "limpar" o país dos extremistas, em uma mensagem divulgada na noite de quinta-feira.
"Dou os pêsames ao povo sírio pelo martírio do xeque Mohamad Said al-Buti, este grande personagem da Síria e do mundo islâmico", disse Assad.
"Eles o mataram acreditando que assim silenciavam a voz do islã e a fé no país (...), o mataram por ter elevado a voz contra suas ideias obscurantistas que querem destruir os princípios de nossa religião clemente", completa a mensagem.
O clérigo alauita Mohammad Said Ramadan al Buti, 84, aliado do ditador Bashar Assad, morto nesta quinta
"Juro ao povo sírio que teu sangue, o de teu neto e de todos os mártires da pátria não foram derramados em vão, porque seguiremos fiéis a tuas ideias, aniquilando o obscurantismo deles e sua incredulidade até que tenhamos limpado o país", completou Assad.
De acordo com a TV oficial síria, a explosão foi causada por "um terrorista suicida", maneira como o regime geralmente se refere aos integrantes das forças rebeldes que lutam, há dois anos, para depor o regime Assad.
De acordo com a versão do governo, o terrorista detonou a bomba dentro do templo, que estava lotado para a oração noturna. Segundo a agência oficial Sana, ao menos 84 pessoas ficaram feridas.
O discurso de Assad acontece logo depois que o Ministério de Saúde aumentou para 49 o número de mortos no ataque, depois que sete dos feridos morreram no hospital durante a noite.
As autoridades sírias decretaram luto na sexta-feira e no sábado no país.
O discurso de Assad acontece logo depois que o Ministério de Saúde aumentou para 49 o número de mortos no ataque, depois que sete dos feridos morreram no hospital durante a noite.
DIREITOS HUMANOS
O Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu nesta sexta-feira que uma comissão independente de juristas continuará investigando e documentando violações dos direitos humanos no conflito sírio, com o objetivo de que, no futuro, os responsáveis possam ser julgados.
O grupo, atualmente presidido pelo brasileiro Sergio Pinheiro, seguirá sendo responsável por acolher as denúncias sobre todos os abusos cometidos desde março de 2011, quando começou o conflito.
A resolução foi aprovada com 41 votos a favor, cinco abstenções e apenas um voto contrário, da Venezuela.
O conflito na Síria já se estende por mais de dois anos. Neste período, cerca de 70 mil pessoas foram mortas e mais de um milhão estão refugiadas em países vizinhos, segundo estimativas da ONU.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1250 ... stas.shtml
22/03/2013 - 10h25
O ditador sírio, Bashar Assad, condenou o atentado suicida que matou um clérigo sunita pró-regime e pelo menos 42 outras pessoas em Damasco e se comprometeu a "limpar" o país dos extremistas, em uma mensagem divulgada na noite de quinta-feira.
"Dou os pêsames ao povo sírio pelo martírio do xeque Mohamad Said al-Buti, este grande personagem da Síria e do mundo islâmico", disse Assad.
"Eles o mataram acreditando que assim silenciavam a voz do islã e a fé no país (...), o mataram por ter elevado a voz contra suas ideias obscurantistas que querem destruir os princípios de nossa religião clemente", completa a mensagem.
O clérigo alauita Mohammad Said Ramadan al Buti, 84, aliado do ditador Bashar Assad, morto nesta quinta
"Juro ao povo sírio que teu sangue, o de teu neto e de todos os mártires da pátria não foram derramados em vão, porque seguiremos fiéis a tuas ideias, aniquilando o obscurantismo deles e sua incredulidade até que tenhamos limpado o país", completou Assad.
De acordo com a TV oficial síria, a explosão foi causada por "um terrorista suicida", maneira como o regime geralmente se refere aos integrantes das forças rebeldes que lutam, há dois anos, para depor o regime Assad.
De acordo com a versão do governo, o terrorista detonou a bomba dentro do templo, que estava lotado para a oração noturna. Segundo a agência oficial Sana, ao menos 84 pessoas ficaram feridas.
O discurso de Assad acontece logo depois que o Ministério de Saúde aumentou para 49 o número de mortos no ataque, depois que sete dos feridos morreram no hospital durante a noite.
As autoridades sírias decretaram luto na sexta-feira e no sábado no país.
O discurso de Assad acontece logo depois que o Ministério de Saúde aumentou para 49 o número de mortos no ataque, depois que sete dos feridos morreram no hospital durante a noite.
DIREITOS HUMANOS
O Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu nesta sexta-feira que uma comissão independente de juristas continuará investigando e documentando violações dos direitos humanos no conflito sírio, com o objetivo de que, no futuro, os responsáveis possam ser julgados.
O grupo, atualmente presidido pelo brasileiro Sergio Pinheiro, seguirá sendo responsável por acolher as denúncias sobre todos os abusos cometidos desde março de 2011, quando começou o conflito.
A resolução foi aprovada com 41 votos a favor, cinco abstenções e apenas um voto contrário, da Venezuela.
O conflito na Síria já se estende por mais de dois anos. Neste período, cerca de 70 mil pessoas foram mortas e mais de um milhão estão refugiadas em países vizinhos, segundo estimativas da ONU.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1250 ... stas.shtml
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Re: SYRIA
xiita , sunita mas que porra esse povo vive em guerra a seculos nao se desenvolvem !
Eu sou da etnia ''birita'' e vivo em paz com minha cachacinha .
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Re: SYRIA
Mas mesmo nesta etnia já tem uma divisão sectária entre pinga e cachaça...talharim escreveu:xiita , sunita mas que porra esse povo vive em guerra a seculos nao se desenvolvem !
Eu sou da etnia ''birita'' e vivo em paz com minha cachacinha .
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Re: SYRIA
Otan não tem intenção em intervir em confronto na Síria
26/03/2013 - 11h44
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) informou nesta terça-feira (26) que não tem intenção em intervir na Síria, após o apelo da oposição síria, que via Moaz Khatib pediu aos EUA para usar mísseis implantados na Turquia para defender as "áreas" do país.
"[A Otan] não tem nenhuma intenção em intervir na Síria", disse um representante da organização ao saber do pedido de Khatib. Khatib disse que os EUA deveriam desempenhar um papel maior para ajudar a acabar com o conflito de dois anos na Síria, culpando o governo de Assad por não resolver a crise.
"Eu pedi a Kerry para estender a proteção dos mísseis Patriot para o norte da Síria e ele disse que estudaria o assunto", afirmou Khatib, referindo-se às baterias de mísseis Patriot da Otan, enviados para a Turquia para proteger o espaço aéreo turco.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... -siria.htm
26/03/2013 - 11h44
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) informou nesta terça-feira (26) que não tem intenção em intervir na Síria, após o apelo da oposição síria, que via Moaz Khatib pediu aos EUA para usar mísseis implantados na Turquia para defender as "áreas" do país.
"[A Otan] não tem nenhuma intenção em intervir na Síria", disse um representante da organização ao saber do pedido de Khatib. Khatib disse que os EUA deveriam desempenhar um papel maior para ajudar a acabar com o conflito de dois anos na Síria, culpando o governo de Assad por não resolver a crise.
"Eu pedi a Kerry para estender a proteção dos mísseis Patriot para o norte da Síria e ele disse que estudaria o assunto", afirmou Khatib, referindo-se às baterias de mísseis Patriot da Otan, enviados para a Turquia para proteger o espaço aéreo turco.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... -siria.htm
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Re: SYRIA
Recusa a pedido de mísseis ajuda Assad, diz líder da oposição síria
Reuters - 27/03/2013 07h23
DOHA, 27 Mar (Reuters) - A recusa das potências internacionais em fornecer mísseis Patriot para defender áreas controladas pelos rebeldes do norte da Síria envia uma mensagem ao presidente Bashar al-Assad "para fazer o que quiser", disse o líder da oposição síria, Moaz Alkhatib, nesta quarta-feira.
Alkhatib também disse à Reuters em uma entrevista que ele não vai recuar da renúncia como líder da principal coalizão de oposição síria, mas que ainda vai exercer funções de liderança, por enquanto.
A Otan disse na quarta-feira que não tem qualquer intenção de intervir militarmente na Síria, após Alkhatib ter pedido aos Estados Unidos o uso de mísseis Patriot posicionados na Turquia para proteger áreas controladas pelos rebeldes do poder aéreo Assad.
"Ontem eu fiquei realmente surpreso com o comentário emitido a partir da Casa Branca de que não era possível aumentar o alcance dos mísseis Patriot para proteger o povo sírio", disse ele.
"Estou com medo que isso seja uma mensagem para o regime sírio dizendo: 'Faça o que quiser'."
Perguntado sobre sua renúncia, no domingo, como líder da coalizão rebelde --que ele disse ter sido motivada principalmente pela frustração com a relutância do Ocidente em aumentar o apoio à oposição-- ele disse: "Eu entreguei minha renúncia e não desisti. Mas tenho que continuar com meus deveres até que o comitê geral encontra (um substituto)."
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... -siria.htm
Reuters - 27/03/2013 07h23
DOHA, 27 Mar (Reuters) - A recusa das potências internacionais em fornecer mísseis Patriot para defender áreas controladas pelos rebeldes do norte da Síria envia uma mensagem ao presidente Bashar al-Assad "para fazer o que quiser", disse o líder da oposição síria, Moaz Alkhatib, nesta quarta-feira.
Alkhatib também disse à Reuters em uma entrevista que ele não vai recuar da renúncia como líder da principal coalizão de oposição síria, mas que ainda vai exercer funções de liderança, por enquanto.
A Otan disse na quarta-feira que não tem qualquer intenção de intervir militarmente na Síria, após Alkhatib ter pedido aos Estados Unidos o uso de mísseis Patriot posicionados na Turquia para proteger áreas controladas pelos rebeldes do poder aéreo Assad.
"Ontem eu fiquei realmente surpreso com o comentário emitido a partir da Casa Branca de que não era possível aumentar o alcance dos mísseis Patriot para proteger o povo sírio", disse ele.
"Estou com medo que isso seja uma mensagem para o regime sírio dizendo: 'Faça o que quiser'."
Perguntado sobre sua renúncia, no domingo, como líder da coalizão rebelde --que ele disse ter sido motivada principalmente pela frustração com a relutância do Ocidente em aumentar o apoio à oposição-- ele disse: "Eu entreguei minha renúncia e não desisti. Mas tenho que continuar com meus deveres até que o comitê geral encontra (um substituto)."
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... -siria.htm
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Re: SYRIA
Apesar do Assad ser inegavelmente um ditador, a oposição síria perdeu significativo apoio da população em consequencia de sua radicalização religiosa. Hoje o FSA precisa trazer para suas fileiras milhares de combatentes estrangeiros para continuar a luta; o que desagrada mais ainda os sirios e leva os antes descontentes com o governo ditatorial de Assad a uma dúvida sobre se é melhor apoiar uma ditadura nacional ou um governo fortemente influenciado por alienígenas religiosamente radicais. A possibilidade de degradação do país sob uma oposição descoordenada a exemplo da Líbia, também é um fator que influencia grande parte dos sírios a preferirem estabilidade mesmo que sob um regime ditatorial.
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Re: SYRIA
Não se trata de uma divisão étnica, trata-se de uma divisão religiosa.
A divisão entre xiitas e sunitas é como a soma da divisão entre cristãos do ocidente e do oriente (ortodoxos) com a divisão entre católicos e protestantes.
Eles matam-se desde o século VIII. E desde essa altura que há confrontos entre as fações ultra-conservadoras e as fações mais liberais.
Durante o periodo islâmico a peninsula ibérica foi palco de autênticos massacres. Foi essa divisão que facilitou a reconquista cristã.
A divisão do médio oriente entre franceses e ingleses sem estabelecer uma ligação entre as fronteiras politicas e as fronteiras étnicas ou religiosas, tem criado problemas sem fim.
A divisão entre xiitas e sunitas é como a soma da divisão entre cristãos do ocidente e do oriente (ortodoxos) com a divisão entre católicos e protestantes.
Eles matam-se desde o século VIII. E desde essa altura que há confrontos entre as fações ultra-conservadoras e as fações mais liberais.
Durante o periodo islâmico a peninsula ibérica foi palco de autênticos massacres. Foi essa divisão que facilitou a reconquista cristã.
A divisão do médio oriente entre franceses e ingleses sem estabelecer uma ligação entre as fronteiras politicas e as fronteiras étnicas ou religiosas, tem criado problemas sem fim.
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Re: SYRIA
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
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Re: SYRIA
Headshot!!
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Re: SYRIA
"É impossível unir a oposição síria", diz filho de ex-presidente do país
Ele não gosta de falar de seu pai. Chamava-se Nuredin el Atassi e era presidente da Síria havia quatro anos quando Hafez el Assad, do mesmo partido Baath, deu um golpe de Estado para tomar o poder no país, hoje governado por seu filho Bashar. Era o ano de 1970. Nuredin el Atassi passou 22 anos na prisão sem julgamento nem acusações contra ele. "Eu sou jornalista, documentarista, mas não tenho nada a ver com política", responde taxativo Mohamed Ali Atassi (nascido em Damasco em 1967). Ele reconhece que seu pai passou mais de duas décadas trancado em uma prisão. E pouco mais. "Essa é uma história muito pessoal", insiste. O que ele não relata é que o ex-presidente morreu de câncer em um hospital em Paris pouco depois de ser libertado.
Para exercer sua liberdade, exatamente, Ali Atassi escolheu Beirute (Líbano) como residência, o local de onde expressar-se. Política ele não faz, é verdade, mas sobre a atual revolução síria opina, e muito. "É preciso parar de pedir que a oposição se una com uma só voz. Isso é impossível, por que é preciso fazê-lo?", afirma, justamente um dia depois de o líder eleito da Coalizão Nacional Síria, Moaz al Khatib, apresentar sua demissão. "Querer reunir toda a oposição em um só homem", continua Atassi, "é um pouco absolutista."
Mas ele acredita em um homem, não mais como referência única para as fileiras revolucionárias, senão como o "pai moral" de uma nova Síria democrática. Chama-se Riad el Turk (nascido em 1930 em Homs), também passou mais de duas décadas entre as grades, foi um símbolo da Primavera de Damasco (2000) e protagoniza grande parte da obra de Atassi como cineasta. No último documentário, "Ibn al Am Online", Ali Atassi se conecta via Skype com o ancião El Turk, escondido em algum canto da Síria. E se fosse ainda hoje o pai moral da revolução? "É preciso escutar os jovens", resolve El Turk.
Porque não houve uma só revolução na Síria. Atassi lembra a repressão contra os islâmicos de Hama em 1982, a lei do silêncio imposta em 2000 depois da morte de Hafez el Assad e a surpreendente ascensão de Bashar... "Os sírios acumularam muita frustração, pobreza, corrupção", salienta Atassi, que visita Madri a convite do Instituto Francês e da Casa Árabe, "mas não sei o que fez que tudo explodisse em Deraa."
Da explosão da revolta à guerra - que ele resiste a chamar de "civil" - e ao atual governo da violência e indecisão das potências ocidentais. "Reclamar a união da oposição ou dizer que nem todos estão integrados na Coalizão ou que não enviam armas porque há islâmicos", intervém o cineasta, "é um pretexto, sobretudo dos americanos, para não se envolverem mais." Não há então um líder que conduza a uma possível transição?
"Nem Tunísia, nem Egito nem Líbia", responde Atassi, "tiveram esse líder ou figura carismática. Por que na Síria? Eles conseguiram ter êxito. Mas a ideia de um partido organizado, centralizado e que faça a revolução como os comunistas, isso acabou com a Primavera Árabe. Não existe um Mandela e não é necessário." Desculpa ou não, o que existe hoje é medo da ascensão islâmica na frente rebelde. "É verdade que os islâmicos pegaram em armas e estão na linha de frente", afirma o jornalista sírio, "mas não creio que depois terão o mesmo papel político; o Estado islâmico acabou com a Primavera Árabe."
Em "Ibn al Am Online", Ali Atassi fala da "sociedade do silêncio" imposta pelos Assad. Voltará? "Khalas!", responde em seu idioma. E se um árabe diz "khalas" é um não definitivo. "O preço que se pagou foi muito alto", continua em francês.
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... a-diz.html
Ele não gosta de falar de seu pai. Chamava-se Nuredin el Atassi e era presidente da Síria havia quatro anos quando Hafez el Assad, do mesmo partido Baath, deu um golpe de Estado para tomar o poder no país, hoje governado por seu filho Bashar. Era o ano de 1970. Nuredin el Atassi passou 22 anos na prisão sem julgamento nem acusações contra ele. "Eu sou jornalista, documentarista, mas não tenho nada a ver com política", responde taxativo Mohamed Ali Atassi (nascido em Damasco em 1967). Ele reconhece que seu pai passou mais de duas décadas trancado em uma prisão. E pouco mais. "Essa é uma história muito pessoal", insiste. O que ele não relata é que o ex-presidente morreu de câncer em um hospital em Paris pouco depois de ser libertado.
Para exercer sua liberdade, exatamente, Ali Atassi escolheu Beirute (Líbano) como residência, o local de onde expressar-se. Política ele não faz, é verdade, mas sobre a atual revolução síria opina, e muito. "É preciso parar de pedir que a oposição se una com uma só voz. Isso é impossível, por que é preciso fazê-lo?", afirma, justamente um dia depois de o líder eleito da Coalizão Nacional Síria, Moaz al Khatib, apresentar sua demissão. "Querer reunir toda a oposição em um só homem", continua Atassi, "é um pouco absolutista."
Mas ele acredita em um homem, não mais como referência única para as fileiras revolucionárias, senão como o "pai moral" de uma nova Síria democrática. Chama-se Riad el Turk (nascido em 1930 em Homs), também passou mais de duas décadas entre as grades, foi um símbolo da Primavera de Damasco (2000) e protagoniza grande parte da obra de Atassi como cineasta. No último documentário, "Ibn al Am Online", Ali Atassi se conecta via Skype com o ancião El Turk, escondido em algum canto da Síria. E se fosse ainda hoje o pai moral da revolução? "É preciso escutar os jovens", resolve El Turk.
Porque não houve uma só revolução na Síria. Atassi lembra a repressão contra os islâmicos de Hama em 1982, a lei do silêncio imposta em 2000 depois da morte de Hafez el Assad e a surpreendente ascensão de Bashar... "Os sírios acumularam muita frustração, pobreza, corrupção", salienta Atassi, que visita Madri a convite do Instituto Francês e da Casa Árabe, "mas não sei o que fez que tudo explodisse em Deraa."
Da explosão da revolta à guerra - que ele resiste a chamar de "civil" - e ao atual governo da violência e indecisão das potências ocidentais. "Reclamar a união da oposição ou dizer que nem todos estão integrados na Coalizão ou que não enviam armas porque há islâmicos", intervém o cineasta, "é um pretexto, sobretudo dos americanos, para não se envolverem mais." Não há então um líder que conduza a uma possível transição?
"Nem Tunísia, nem Egito nem Líbia", responde Atassi, "tiveram esse líder ou figura carismática. Por que na Síria? Eles conseguiram ter êxito. Mas a ideia de um partido organizado, centralizado e que faça a revolução como os comunistas, isso acabou com a Primavera Árabe. Não existe um Mandela e não é necessário." Desculpa ou não, o que existe hoje é medo da ascensão islâmica na frente rebelde. "É verdade que os islâmicos pegaram em armas e estão na linha de frente", afirma o jornalista sírio, "mas não creio que depois terão o mesmo papel político; o Estado islâmico acabou com a Primavera Árabe."
Em "Ibn al Am Online", Ali Atassi fala da "sociedade do silêncio" imposta pelos Assad. Voltará? "Khalas!", responde em seu idioma. E se um árabe diz "khalas" é um não definitivo. "O preço que se pagou foi muito alto", continua em francês.
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Re: SYRIA
NettoBR escreveu:Headshot!!
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