Túlio escreveu:Isso inclui as que têm linhas de montagem em outros Países, as 'montadoras'. Aqui no Brasil VW, Ford, GM e Fiat (com seu fortíssimo lobby político) mataram toda a chance de se ter um indústria automobilística genuinamente Nacional. Aliás, engraçado isso, temos nossa própria Indústria Aeronáutica, uma das maiores e mais sofisticadas do mundo, mas não fazemos um simples CARRO POPULAR Nacional. E essa barreira - com mais sócios ESTRANGEIROS agora - parece continuar: imaginem a Agrale, por exemplo, propondo uma linha de automóveis de passeio. Se até o Jipão Marruá, sonho de consumo de qualquer 'jipeiro', só é vendido às FFAA e a Troller, ao começar a fazer sucesso com seu jipe e já projetando uma pick-up, bueno, veio a Ford e...gaia escreveu:
Aparentemente pode ser tudo fácil , mas o circuito comercial , é muito importante , a concorrência é forte , o custo de desenvolvimento é elevado , IDE , só com muita unidades vendidas se pode diluir os custos de estrutura , e e os países produtores sempre defenderam as marcas nacionais .
Tirando a EMBRAER, todas as demais são empresas antigas (mesmo a EADS é um conglomerado descendente de empresas longevas) e a citada EMBRAER nasceu no CTA e foi amparada do berço aos primeiros passos pelo Estado, que a sustentou com encomendas até conseguir andar só. Quando o citado Estado já não tinha mais fôlego, privatizou-a e, solta das amarras que prendem toda criança/adolescente (os controles e veleidades dos pais), pôde se tornar adulta.gaia escreveu:Vejam só o longo percurso que a industria do calçado levou , para se afirmar nos mercados internacionais , dezenas anos .
Uma industria de aviões , é muito complexa , ou se está num nicho de mercado , mas existem poucas empresas no mundo , Dassault , EADS, Embraer ,Boing,lockheedmartin, etc.
Não é uma resposta simples. A Indústria Bélica desabou por uma série de fatores, sendo - a meu ver - o principal deles o desconhecimento pela Nação do que ela representava em si. Não é à toa que temos FFAA sucateadas, vivendo do lixo de outras, como as dos EUA, da Alemanha, França, Inglaterra, etc. Não se investiu na Indústria bélica com o que ela realmente precisava, ENCOMENDAS NACIONAIS, sustentáveis a longo prazo, claro! Restava-lhe exportar ou morrer e era o que fazia. O coup de grâce foi o fim da Guerra Fria e os montes de sobras ainda utilizáveis e avidamente disputados pelos clientes potenciais. ISSO praticamente matou o AMX e levou a própria EMBRAER a uma lenta agonia, além de quase toda a nossa Indústria Bélica! EUA e Europa mantiveram - e mantêm - as suas porque COMPRAM seus produtos e isso leva à exportação e com isso maiores dividendos às empresas, que podem então investir em P&D para melhorarem os que têm e desenvolverem novos. Aqui não, era cada um por si, desenvolvemos DOIS CCs e não adquirimos NENHUM; nos anos 90 a EMBRAER divulgava seu inédito conceito MFT-LF, para descaso governamental: hoje há vários projetos e mesmo modelos operacionais que redescobriram e seguiram aquele antigo conceito brazuca. Uma curiosidade do período foi o ASTROS, que foi exportado muito antes de ser adquirido - e em modesta quantidade - pelo EB, mas era - e é - uma conceito diferenciado, até hoje não existe sistema similar, um lança-foguetes/mísseis multicalibre e suficientemente leve e pequeno para lhe proporcionar fácil aerotransportabilidade. Seu criador, a AVIBRÁS, vive já há décadas uma lenta agonia, afundada em dívidas e só vejo falatório, um dia é o GF falando em assumir a Empresa, outro a Odebrecht mas nada se DECIDE! Produtos ainda hoje bastante modernos como o FOG-MPM (conceito similar mas bem mais antigo que o do falecido Polyphéme) e o AV-MT continuam criando poeira nas pranchetas da empresa moribunda. Até a Taurus parece estar entrando na 'lista negra' governamental - foi doloroso ver um exemplar de demonstração do 'novo' fuzil da Imbel com um obsoleto LG M203 (pump) ianque preso a ele, tendo a Taurus um moderníssimo (basculante) e muito mais capaz. Fizemos o Urutu e o Cascavel, hoje temos de contratar uma empresa ITALIANA para fazer algo similar para nós; obtivemos as famigeradas ToTs para aprender a fazer fragatas e subs e, agora que precisamos de substitutos, bueno...mais ToTs! Todo o conhecimento foi DESaprendido ao invés de DESenvolvido. Aliás, o compromisso do GF para com nosso Indústria Bélica Nacional fica praticamente no discurso apenas, na prática há é DEScompromisso. E isso vale para o Regime Militar - que a criou e expandiu mas esqueceu-se de a ALIMENTAR - tanto quanto para o Poder Civil. A EMBRAER se deu melhor porque se concentrou na Aviação Regional - e depois na Executiva - com interesse primariamente exportador, envolvendo-se com programas MILITARES - Super Tucano e KC-390, p. ex. - apenas com GARANTIAS de compras governamentais e dinheiro na mão, fora isso NECAS! Eis como está firme e sólida, a palavra-chave para sustentar uma empresa no Brasil é PRAGMATISMO e não PATRIOTISMO.gaia escreveu:Os amigos Brasileiros , ou Túlio pode dar resposta , porque motivo , a industria militar brasileira faliu , e é um país , que já tem dimensão e capacidade de atingir mercados e clientes . Só a Embraer continua .
Não é tão diferente daqui, como explicado acima. Com a diferença que CAPITAL HÁ, já CAPACIDADE (para sustentar a renascente Indústria Naval temos de importar SOLDADORES, POWS!!!) e VONTADE...gaia escreveu:Portugal , nessa época e actualmente não tem capacidade , e capital para , para abalançar nessas industrias, tem é filiais das grandes marcas , mas curiosamente já tem crescimento em muitos sectores nas empresas a montante e fornecedoras .
gaia escreveu:O grande sucesso da Alemanha , é o sucesso da sua industria , e a qualidade dos seus produtos , e competitividade , desde 1995 conseguiram baixar o seu custo unitário de trabalho hora para 0.95 e Portugal subiu para 1.45.
A porsche tem a maior margem do sector , 20%, este é o melhor ano de sempre em vendas , com uma crise , que não é mundial .
O caso da Alemanha não é tão simples, tipo "meu Povo é melhor que o teu": eles têm um mercado praticamente exclusivo, a ZE, onde podem vender à vontade sem a desvantagem de ter de encarar disparidades monetárias. Num mundo onde tenham de enfrentar o Dólar, o Real, o Yuan, o Ien, bueno, aí seus produtos têm de estar MUITO acima da qualidade dos demais ou serem subsidiados de algum modo, direto ou indireto. Aposentadoria quase aos 70 anos, por exemplo...
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Mas, acompanhando essa charla e vendo nos tugas mais jovens a manifestação de idéias cripto-fascistas/saudosismos de ditaduras que não vivenciaram (Eu, Túlio, nasci um ano antes e vivi toda a infância, adolescência e parte da vida adulta sob o Regime Militar) para saberem como era realmente o dia-a-dia, não posso deixar de imaginar como seria se o DB existisse em meados dos anos 90, receio que muitos BRAZUCAS estariam falando mais ou menos o mesmo (na verdade, mesmo com o recente 'boom' econômico, temos nossos próprios saudosistas também)...
É a minha opinião.
Obrigado Túlio .
Há anos estive no museu de Saumur , lá estava um Cascavel.
O Brasil está actualmente economicamente bem , estive no Brasil em 1992, ai vi um a crise complicada . Mas estão a cometer os mesmos erros , que se cometeram em Portugal , só que é um país auto suficiente , e com a descoberta do petróleo e há pouco tempo reservas de gás . Com a subida de preço das matérias primas , o país dá um salto . Um sector agrícola fabuloso , não haja dúvida que foi abençoado por Deus .
A opinião que eu tenho , já começa ser de uma parte , muito significativa da população do tal chamado saudosismo, e muitos que foram contra o Salazar, e até na Televisão , em debates a opinião está a mudar, há anos houve um concurso televisivo , e ganhou , como sendo o maior português de sempre .
Actualmente está haver uma comparação entre o actual regime que levou á actual situação de falência , e o antigo regime .
O antigo regime , embora autoritário , não era corrupto , agora ,uma parte dos políticos são sérios , mas a outra são oportunistas , corruptos e incompetentes , e todos dias , são conhecidos casos de corrupção , e as pessoas sabem que é um a pequena ponta do iceberge .
Quando as pessoas , começam a ter medo do futuro , os impostos não param de subir, empresas a falirem todos os dias , desemprego a subir , jovens a fugirem do país , a democracia falhou , mas por culpa do povo , e dos políticos.
A única esperança que existe é esta nova geração de jovens se organizem, e tornem o país viável e competitivo, e varrerem de uma vez por todas muito parasita da politica .
Há pouco tempo a Ferreira Leite, disse que Portugal tinha de ir temporariamente para uma ditadura , e foi ela que avisou da situação económica perigosa do país, já há 7 anos, e ninguém ligou , as negocitas das parcerias público privadas , não podiam parar ...
A questão principal é um país que nunca parou de crescer , e o descalabro de 37 anos de democracia , e que vai hipotecar gerações futuras .
Há senhores que não concordam comigo , mas quando quiserem receber a reforma , e lhes disserem só tem direito a metade ,ou um terço , aí quero ver cara