[]´sSP libera downloads de didáticos
Enviado por luisnassif, ter, 04/10/2011 - 11:32
Por foo
Comentando o post "As greves na educação"
Uma boa notícia da secretaria da educação da cidade de São Paulo está recebendo repercussão internacional:
Da Prefeitura de São Paulo
Proposta da Secretaria de liberar o uso de todo seu material didático vira decreto
Agora é regra. A Prefeitura de São Paulo publicou um decreto que determina a liberação na internet, para download livre e gratuito, de todos os materiais didáticos produzidos pela Secretaria Municipal de Educação. A pasta foi a primeira no país a aderir ao Creative Commons, um projeto mundial, mas ainda pouco conhecido e que libera o uso de conteúdos por terceiros, sem a necessidade de autorização. O decreto é uma forma de garantir que todo o material produzido futuramente também fique disponível na rede mundial.
Desde junho, todo o material didático produzido pela Secretaria já estava sob licenças Creative Commons. Isso permite que redes de ensino de outros municípios e Estados, professores, organizações não governamentais e demais interessados utilizem os conteúdos produzidos pela Rede Municipal de Ensino de São Paulo, desde que para fins não comerciais e preservados os créditos.
Quem usar o que foi elaborado em São Paulo para produzir um novo material deverá licenciá-lo e disponibilizá-lo da mesma forma. Entre os materiais disponíveis para download estão as Orientações Curriculares para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, Orientações Didáticas para a Educação de Jovens e Adultos, Programa Ler e Escrever e os manuais produzidos pelo Departamento de Merenda Escolar (DME).
O Creative Commons é considerado um projeto vanguardista. Essas licenças surgiram para acompanhar as novas necessidades criadas pela internet. O direito autoral impede a reprodução de materiais produzidos para quaisquer fins sem a devida autorização do autor. Isso dificulta o uso de dados para fins não comerciais e para a disseminação das informações.
A Secretaria Municipal de Educação entendeu que não fazia sentido manter o material produzido com recursos públicos sob direito autoral restrito, já que muitas vezes esses conteúdos são solicitados por outros municípios e Estados para fins didáticos e para a expansão de experiências educacionais bem sucedidas em uma das maiores cidades do país. “Nosso objetivo é criar uma política pública de compartilhamento. Se a Prefeitura usa recursos públicos para produzir seu material, nada mais justo que esse material poder ser compartilhado com quem tem interesse”, afirma o secretário municipal de Educação.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... ticos#more
EDUCAÇÃO
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Re: EDUCAÇÃO
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Re: EDUCAÇÃO
Muito bom, isso deveria valer também para materiais didáticos das universidades e cursos técnicos.
No site do MIT, por exemplo, é possível encontrar aulas de tudo quanto é assunto para poder assistir (já que uma certa parte dos professores na USP não gostam de dar aulas, por incrível que pareça) na sua própria casa, obviamente em inglês.
Algo deste tipo poderia ser tentado aqui também.
abraços]
No site do MIT, por exemplo, é possível encontrar aulas de tudo quanto é assunto para poder assistir (já que uma certa parte dos professores na USP não gostam de dar aulas, por incrível que pareça) na sua própria casa, obviamente em inglês.
Algo deste tipo poderia ser tentado aqui também.
abraços]
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Re: EDUCAÇÃO
O ouro do futuro.
Cristovam Buarque, professor da Universidade de Brasília e senador do PDT-DF - 8.10.11.
Senhora Presidenta, nos séculos XVIII e XIX os reis portugueses usaram o ouro do Brasil para financiar o consumo de suas Cortes, industrializando a Inglaterra. Nenhum deles merece ser responsabilizado pelo desperdício de mais de mil toneladas de ouro, porque não tinham conhecimento da revolução industrial em marcha na Inglaterra, não sabiam que o ouro se esgotaria, não tinham noções de economia, nem tinham técnica para projetar o futuro.
Dois séculos depois, o Brasil ganha na loteria outra vez: a natureza nos presenteia com reservas de um novo ouro. Dessa vez, sabemos que o petróleo se esgotará, ou ficará obsoleto, ou proibido por razões ecológicas.
Sabemos também que o Conhecimento é a base para a Nova Revolução Tecnológica em andamento e sabemos que, se não usarmos corretamente os recursos desse novo ouro, o Brasil perderá, mais uma vez, a chance de transformar os recursos naturais em desenvolvimento social, cultural e econômico.
Desta vez, nossa história não perdoará os responsáveis: em primeiro lugar, a Presidenta, depois, Governadores, Senadores e Deputados Federais.
Foi pensando nessa situação que o senador Aloysio Nunes e eu apresentamos o projeto de lei ao Senado, o PLS 594/2011, com a proposta de que o fluxo de renda dos recursos do Pré-Sal seja transformado em capital permanente e que sua rentabilidade, e só ela, seja usada para financiar o capital do futuro: o conhecimento.
Se os reis de Portugal tivessem utilizado as mil toneladas de ouro para criar um fundo como esse, o ouro poderia até hoje estar em mãos de portugueses. E se tivessem aplicado o rendimento na educação de base e na infraestrutura científica e tecnológica, Brasil e Portugal teriam uma posição completamente diferente no cenário mundial.
Senhora Presidenta, a maneira como o petróleo do Pré-Sal será usado, para gastos correntes ou para investimento na transformação radical da economia e da sociedade brasileiras, vai depender das decisões que tomarmos nos próximos dias.
Nós não seremos perdoados se queimarmos o petróleo para fazer energia e queimarmos, a cada ano, a renda que ele gera para o nosso consumo imediato.
O nosso projeto (que tem por base emenda não acatada, apresentada ao PL 16/10, com o Senador Tasso Jereissati), é uma contribuição ao futuro do Brasil. Contribui também para que os nomes de nossos dirigentes, começando pelo seu, fiquem na história do Brasil de uma maneira completamente diferente daquela dos reis de Portugal, que, então, não tinham as informações de que hoje dispomos.
Este PLS 594/2011 está ancorado em dois pilares. Primeiro, o dinheiro dos royalties e da participação especial formariam o FUNPEI - Fundo do Petróleo para Formação de Poupança para Educação Básica e Inovação. O Funpei não criará perda para os entes federativos, em relação à arrecadação que eles tiveram em 2010. Caso as projeções da exploração do Pré-Sal se concretizem, a capitalização acumulada do Fundo deve chegar aproximadamente a R$ 115 bilhões em 2020, sendo R$ 40 bilhões só de aporte novo, no mesmo ano.
O segundo pilar sustentará a Educação de Base e a Inovação Tecnológica, fazendo do Brasil um país com elevada qualificação educacional e capacidade de competição no mundo da economia do conhecimento.
Para isso, os gastos originados do Fundo serão complementares - não substituem os gastos em Educação Básica determinados pela Constituição Federal – e cria um comitê gestor específico formado pelos Ministérios da Educação, Fazenda, Planejamento e Ciência e Tecnologia.
A Lei 12.351/10 que cria o Fundo Social não evita a exaustão que virá com o fim das reservas de petróleo e pulveriza os recursos, uma vez que são destinados a vários setores. Pode-se prever que os resultados não serão mais expressivos do que aqueles deixados pelo ouro no passado.
Sobretudo, depois do veto ao parágrafo segundo do artigo 47, da Lei 12.351/10, que destinava 50% dos recursos do Fundo Social para a "educação pública, básica e superior, sendo o mínimo de 80% (oitenta por cento) destinado à educação básica e infantil".
Este novo PLS, que estamos apresentando, é a alternativa capaz de transformar o petróleo em Conhecimento.
Senhora Presidenta, temos a chance de evitar o erro dos dirigentes portugueses e promover a transformação do petróleo em inteligência e capacidade inovativa. É uma poupança de longo prazo para fazer do Brasil um centro criador do ouro do futuro: a inteligência inovadora, científica e tecnológica do nosso povo.
Cristovam Buarque, professor da Universidade de Brasília e senador do PDT-DF - 8.10.11.
Senhora Presidenta, nos séculos XVIII e XIX os reis portugueses usaram o ouro do Brasil para financiar o consumo de suas Cortes, industrializando a Inglaterra. Nenhum deles merece ser responsabilizado pelo desperdício de mais de mil toneladas de ouro, porque não tinham conhecimento da revolução industrial em marcha na Inglaterra, não sabiam que o ouro se esgotaria, não tinham noções de economia, nem tinham técnica para projetar o futuro.
Dois séculos depois, o Brasil ganha na loteria outra vez: a natureza nos presenteia com reservas de um novo ouro. Dessa vez, sabemos que o petróleo se esgotará, ou ficará obsoleto, ou proibido por razões ecológicas.
Sabemos também que o Conhecimento é a base para a Nova Revolução Tecnológica em andamento e sabemos que, se não usarmos corretamente os recursos desse novo ouro, o Brasil perderá, mais uma vez, a chance de transformar os recursos naturais em desenvolvimento social, cultural e econômico.
Desta vez, nossa história não perdoará os responsáveis: em primeiro lugar, a Presidenta, depois, Governadores, Senadores e Deputados Federais.
Foi pensando nessa situação que o senador Aloysio Nunes e eu apresentamos o projeto de lei ao Senado, o PLS 594/2011, com a proposta de que o fluxo de renda dos recursos do Pré-Sal seja transformado em capital permanente e que sua rentabilidade, e só ela, seja usada para financiar o capital do futuro: o conhecimento.
Se os reis de Portugal tivessem utilizado as mil toneladas de ouro para criar um fundo como esse, o ouro poderia até hoje estar em mãos de portugueses. E se tivessem aplicado o rendimento na educação de base e na infraestrutura científica e tecnológica, Brasil e Portugal teriam uma posição completamente diferente no cenário mundial.
Senhora Presidenta, a maneira como o petróleo do Pré-Sal será usado, para gastos correntes ou para investimento na transformação radical da economia e da sociedade brasileiras, vai depender das decisões que tomarmos nos próximos dias.
Nós não seremos perdoados se queimarmos o petróleo para fazer energia e queimarmos, a cada ano, a renda que ele gera para o nosso consumo imediato.
O nosso projeto (que tem por base emenda não acatada, apresentada ao PL 16/10, com o Senador Tasso Jereissati), é uma contribuição ao futuro do Brasil. Contribui também para que os nomes de nossos dirigentes, começando pelo seu, fiquem na história do Brasil de uma maneira completamente diferente daquela dos reis de Portugal, que, então, não tinham as informações de que hoje dispomos.
Este PLS 594/2011 está ancorado em dois pilares. Primeiro, o dinheiro dos royalties e da participação especial formariam o FUNPEI - Fundo do Petróleo para Formação de Poupança para Educação Básica e Inovação. O Funpei não criará perda para os entes federativos, em relação à arrecadação que eles tiveram em 2010. Caso as projeções da exploração do Pré-Sal se concretizem, a capitalização acumulada do Fundo deve chegar aproximadamente a R$ 115 bilhões em 2020, sendo R$ 40 bilhões só de aporte novo, no mesmo ano.
O segundo pilar sustentará a Educação de Base e a Inovação Tecnológica, fazendo do Brasil um país com elevada qualificação educacional e capacidade de competição no mundo da economia do conhecimento.
Para isso, os gastos originados do Fundo serão complementares - não substituem os gastos em Educação Básica determinados pela Constituição Federal – e cria um comitê gestor específico formado pelos Ministérios da Educação, Fazenda, Planejamento e Ciência e Tecnologia.
A Lei 12.351/10 que cria o Fundo Social não evita a exaustão que virá com o fim das reservas de petróleo e pulveriza os recursos, uma vez que são destinados a vários setores. Pode-se prever que os resultados não serão mais expressivos do que aqueles deixados pelo ouro no passado.
Sobretudo, depois do veto ao parágrafo segundo do artigo 47, da Lei 12.351/10, que destinava 50% dos recursos do Fundo Social para a "educação pública, básica e superior, sendo o mínimo de 80% (oitenta por cento) destinado à educação básica e infantil".
Este novo PLS, que estamos apresentando, é a alternativa capaz de transformar o petróleo em Conhecimento.
Senhora Presidenta, temos a chance de evitar o erro dos dirigentes portugueses e promover a transformação do petróleo em inteligência e capacidade inovativa. É uma poupança de longo prazo para fazer do Brasil um centro criador do ouro do futuro: a inteligência inovadora, científica e tecnológica do nosso povo.
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Re: EDUCAÇÃO
Adoro Cristovam Buarque, votei nele em 2006. Um cara sério e comprometido verdadeiramente com a educação. Um dos melhores nomes do PDT, senão, o melhor.
Sds.
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Diplomata Alemão: "- Como o senhor receberá as tropas estrangeiras que apoiam os federalistas se elas desembarcarem no Brasil??"
Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"
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Re: EDUCAÇÃO
O fundo vai ser constituído como ? Com os royalties que vão pra União ?
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Re: EDUCAÇÃO
Os Estados estão fazendo um lobby terrível pra tirar outro pedaço da União. Desse jeito não vai sobrar dinheiro pra fundo nenhum. É a gula!!
Sds.
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Re: EDUCAÇÃO
E todos sabem como os Estados e municípios usam bem o dinheiro dos royalties.
Principalmente os que já recebem bastante, como no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
Principalmente os que já recebem bastante, como no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
- marcelo bahia
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Re: EDUCAÇÃO
Cara, o que a ex-prefeita de Magé fazia com o dinheiro dos royalties eu não vou nem te contar, viu!
Abraço.
Abraço.
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Re: EDUCAÇÃO
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/paineldole ... ente.shtmlAluno de universidade de classe média está sem freio, diz docente
DO LEITOR ARI MACEDO
DE OSASCO (SP)
Estou indignado com os jovens estudantes brasileiros. Sou professor de uma universidade privada, que atende universitários de classes C, D e E, há nove anos e vejo, que a cada semestre, uma legião deles está menos preocupada com o conhecimento.
O que importa mesmo é o diploma. Não sou tão velho assim, tenho 36 anos, mas nunca desrespeitei um professor --seja na universidade, seja no próprio colégio.
Por mais que prepare as aulas com dedicação, permanentemente preciso chamar a atenção dos alunos.
Certo dia, lecionando em uma sala com microfone, um grupinho fala mais alto do que eu. Imagine.
Lula Marques-11.nov.2009/Folhapress
Vai botar um cilicone fia...
Alunos ficam pelados durante protesto na sala da reitoria da UnB (Universidade de Brasília), em Brasília (DF)
Conversas paralelas em tom alto, intervenções grosseiras, atendimento de celular em sala, são recorrentes no ensino superior. Vejo que a indignação não é só minha, mas de vários colegas da mesma universidade e de outras.
Quando o professor pede que o aluno saía da sala por indisciplina, são recorrentes dizeres como "eu pago e você dá aula" ou "sai você".
E se o professor sair da sala, é bem provável que os alunos recorram à ouvidoria da universidade.
Na segunda-feira, uma aluna me chamou de "cavalo" só porque chamei a sua atenção durante a aplicação da prova, pois ela tentava "colar".
Outro aluno da mesma sala me disse, ainda durante a prova: "Se você reprovar mais de 70% da classe, o problema não é mais dos alunos, é do professor".
A juventude brasileira está sem freios. Não sabem mais a distinção do certo ou errado. Isso me desanima.
Escolhi lecionar porque acreditava que poderia transmitir o conhecimento. Digo, agora com mais certeza, de que nós professores somos uma classe em extinção e sem mérito nenhum.
*
Para ter seu comentário em destaque na Folha, basta enviar e-mail para os seguintes endereços: leitor@uol.com.br ou leitor.online@grupofolha.com.br. O leitor deve informar nome completo, telefone e os dados residenciais
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: EDUCAÇÃO
Nos últimos três meses tivemos 18 universidades em greve estudantil por melhorias na educação.
Segue a lista:
UFU (Universidade Federal de Uberlândia)
http://barricadas.org/2011/08/26/inform ... ve-na-ufu/
UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
http://www.thaisagalvao.com.br/2011/09/ ... z-barulho/
Unifap (Universidade Federal do Amapá) - Indicativo de greve
http://www.amapadigital.net/noticia_view.php?ID=5579
Ufersa (Universidade Federal Rural do Semi-Árido)
http://www.thaisagalvao.com.br/2011/09/ ... z-barulho/
UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco)
http://www.averdade.org.br/modules/news ... oryid=1005
UERN (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte)
http://www.sedufsm.org.br/index.php?sec ... ias&id=163
UFV (Universidade Federal de Viçosa)- Indicativo de greve
http://tetracorde.blogspot.com/2011/08/ ... acoes.html
UEM (Universidade Estadual de Maringá)
http://www.aen.pr.gov.br/modules/notici ... ria-da-UEM
UFT (Universidade Federal do Tocantins)
http://www.ogirassol.com.br/pagina.php? ... icia=28770
UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso)
http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=398606
UFES (Universidade Federal do Espírito Santo)
http://g1.globo.com/espirito-santo/noti ... toria.html
UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5774637
UFBA (Universidade Federal da Bahia)
http://www.tricotados.com/939/melhorias ... a-da-ufba/
UFPE (Universidade Federal de Pernambuco)
http://daraenfufpe.blogspot.com/2011/08 ... da_25.html
UFF (Universidade Federal Fluminense)
http://www.jb.com.br/rio/noticias/2011/ ... ia-da-uff/
UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
http://noticias.terra.com.br/educacao/n ... +UFSC.html
UFPR (Universidade Federal do Paraná)
http://noticias.terra.com.br/educacao/n ... greve.html
UFAL (Universidade Federal de Alagoas)
http://www.primeiraedicao.com.br/notici ... ia-da-ufal
Depois tem gente que fala que o ensino superior está uma maravilha.
Segue a lista:
UFU (Universidade Federal de Uberlândia)
http://barricadas.org/2011/08/26/inform ... ve-na-ufu/
UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
http://www.thaisagalvao.com.br/2011/09/ ... z-barulho/
Unifap (Universidade Federal do Amapá) - Indicativo de greve
http://www.amapadigital.net/noticia_view.php?ID=5579
Ufersa (Universidade Federal Rural do Semi-Árido)
http://www.thaisagalvao.com.br/2011/09/ ... z-barulho/
UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco)
http://www.averdade.org.br/modules/news ... oryid=1005
UERN (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte)
http://www.sedufsm.org.br/index.php?sec ... ias&id=163
UFV (Universidade Federal de Viçosa)- Indicativo de greve
http://tetracorde.blogspot.com/2011/08/ ... acoes.html
UEM (Universidade Estadual de Maringá)
http://www.aen.pr.gov.br/modules/notici ... ria-da-UEM
UFT (Universidade Federal do Tocantins)
http://www.ogirassol.com.br/pagina.php? ... icia=28770
UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso)
http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=398606
UFES (Universidade Federal do Espírito Santo)
http://g1.globo.com/espirito-santo/noti ... toria.html
UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5774637
UFBA (Universidade Federal da Bahia)
http://www.tricotados.com/939/melhorias ... a-da-ufba/
UFPE (Universidade Federal de Pernambuco)
http://daraenfufpe.blogspot.com/2011/08 ... da_25.html
UFF (Universidade Federal Fluminense)
http://www.jb.com.br/rio/noticias/2011/ ... ia-da-uff/
UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
http://noticias.terra.com.br/educacao/n ... +UFSC.html
UFPR (Universidade Federal do Paraná)
http://noticias.terra.com.br/educacao/n ... greve.html
UFAL (Universidade Federal de Alagoas)
http://www.primeiraedicao.com.br/notici ... ia-da-ufal
Depois tem gente que fala que o ensino superior está uma maravilha.
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Re: EDUCAÇÃO
“As crianças estão precisando de tapa na bunda”, diz terapeuta infantil.
Para Denise Dias, que lança livro favorável à adoção de formas físicas de punição, falta de limites cria “geração de delinquentes”.
Rafael Bergamaschi, iG São Paulo - 21/10/2011.
Desde 1998 o conselho da União Europeia está em campanha contra as palmadas. Ao todo, 22 países europeus, como Suécia, Áustria e Alemanha, criminalizaram punições físicas. Publicada em abril de 2010, uma pesquisa realizada com crianças entre três e cinco anos por cientistas da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, constatou que aquelas cujos pais costumavam disciplinar com tapas tinham 50% mais chances de desenvolver agressividade. No Brasil, tramita no congresso desde 2002 um projeto de lei que visa proibir as palmadas. Apoiado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por estrelas como Xuxa, o assunto ganhou notoriedade.
Com mais de dez anos atendendo crianças e adolescentes, inclusive em instituições dos Estados Unidos, Denise, no entanto, não vê problemas na adoção da palmadas educativas. “As crianças estão precisando de tapa na bunda”, diz a terapeuta. Ela vê a carência na imposição de limites às crianças como um dos principais problemas da geração atual: “virou uma bagunça tão grande que hoje nós temos uma geração de delinquentes adolescentes”. Confira a entrevista que ela concedeu ao Delas.
iG: Qual a ideia central do livro?
Denise Dias: Eu vejo que as palmadas que os pais dão nos filhos, de vez em quando, não têm mal nenhum. “Monstrualizaram” a educação doméstica. Não se pode mais falar em tapa ou em castigo. Não se pode mais falar que os pais mandam nos filhos. Virou uma bagunça tão grande que hoje nós temos uma geração de delinquentes adolescentes. Podemos até falar que é uma geração drogada e prostituída também. A quantidade de jovens usuários de drogas só cresce ano após ano, isso não é falta de informação, é falta de limite. O que é, muitas vezes, imposto com um tapa na bunda.
Qual a diferença entre palmada e agressão?
Não existe um “tapômetro” para mensurar isso quantitativamente. No Reino Unido, quando um pai é julgado (por algum tipo de agressão ao filho), eles observam se foi deixada alguma marca na criança. Esta seria uma forma mais palpável de medir.
Um capítulo do seu livro fala sobre “criar monstros”. Você pode explicar essa ideia?
Em uma escada de hierarquia, onde ficam os pais? No topo. Onde ficam os filhos? Lá embaixo. Os pais possuem autoridade indiscutível perante os filhos. Para uma criança crescer saudavelmente, ela precisa de um adulto seguro que diga o que pode e o que não pode ser feito. Hoje em dia, ao invés de colocar limites, eles (os pais) estão filosofando excessivamente com as crianças. Costumo dizer que os pais ficam com “teses de doutorado”, explicando demais para uma criança de quatro, cinco anos de idade cujo cérebro não está formado adequadamente para formar abstração, formar filosofia. Por isso que um pai que mora no décimo andar não tenta explicar para a criança que ela pode cair da varanda. O que ele faz? Coloca rede em todas as janelas. É só uma criança, ela paga para ver.
Você acha que a palmada é a melhor forma de exercer autoridade?
Não. Acho que é uma das alternativas e, muitas vezes, é o que resolve. Tem crianças que nunca precisam levar uma palmada, a mãe olha e ela já obedece. Tem criança, no entanto, que faz alguma coisa errada e, por mais que a mãe coloque-a de castigo e tire privilégios, continua mexendo onde não deve mexer. O que adianta? O que ela está pedindo? Tapa na bunda. As crianças estão precisando de tapa na bunda.
Não existem outras formas de exercer a autoridade, como saber dizer “não”?
Com certeza. Isso eu abordo com clareza no meu livro. O tapa na bunda é um último recurso, mas muitas vezes ele é necessário.
Como saber quando ele é necessário?
Quando você já chamou a atenção da criança, já tentou fazê-la parar de fazer o que não deveria estar fazendo, já tentou colocar de castigo e mesmo assim ela continua. O que essa criança está pedindo? Limites. Tem criança para as quais basta dizer algo como “vai ficar sem o cinema hoje”, que ela aprende. Ela não gosta daquilo, então se comportará, em uma próxima vez, para que não aconteça de novo. Mas existem crianças que testam incansavelmente os pais. São esses adolescentes que crescem e queimam um índio, atropelam skatistas...
Bater nas crianças não pode ser considerado um pouco primitivo?
De forma alguma. Uma coisa é a palmada, depois que já tiveram vários outros tipos de punições que não deram certo. Outra coisa é um pai que chega estressado do trabalho, a criança faz algo como derrubar suco na mesa, por exemplo, e o pai, na sua ignorância, lasca um tabefe na criança. São situações muito diferentes.
Qual a sua opinião sobre o projeto de lei que visa proibir a palmada?
Eu sou contra. Ele não é necessário. O Estatuto da Criança e do Adolescente já protege contra a violência. Vamos definir “violência”. A criança brasileira está prostituída na rua, está na cracolândia... A criança brasileira está chegando ao quinto ano do ensino público sem saber fazer uma conta de subtração. Isso é violência. Agora o congresso quer criminalizar uma palmada que um filho que olha para o pai e fala “cala a boca, seu idiota” toma? O pai que não coloca limites no filho está criando um monstro.
O que levou você a escrever este livro agora, na contramão de diversos estudos e correntes pedagógicas que pregam justamente o fim das palmadas?
Para dizer a verdade, no meu convívio profissional o que eu mais conheço, graças a Deus, são profissionais a favor de umas palminhas para educar. Eu vinha escrevendo o livro desde 2009. Quando deu o boom sobre o assunto, por conta do projeto de lei, comecei a correr para terminar o livro.
Para Denise Dias, que lança livro favorável à adoção de formas físicas de punição, falta de limites cria “geração de delinquentes”.
Rafael Bergamaschi, iG São Paulo - 21/10/2011.
Desde 1998 o conselho da União Europeia está em campanha contra as palmadas. Ao todo, 22 países europeus, como Suécia, Áustria e Alemanha, criminalizaram punições físicas. Publicada em abril de 2010, uma pesquisa realizada com crianças entre três e cinco anos por cientistas da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, constatou que aquelas cujos pais costumavam disciplinar com tapas tinham 50% mais chances de desenvolver agressividade. No Brasil, tramita no congresso desde 2002 um projeto de lei que visa proibir as palmadas. Apoiado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por estrelas como Xuxa, o assunto ganhou notoriedade.
Com mais de dez anos atendendo crianças e adolescentes, inclusive em instituições dos Estados Unidos, Denise, no entanto, não vê problemas na adoção da palmadas educativas. “As crianças estão precisando de tapa na bunda”, diz a terapeuta. Ela vê a carência na imposição de limites às crianças como um dos principais problemas da geração atual: “virou uma bagunça tão grande que hoje nós temos uma geração de delinquentes adolescentes”. Confira a entrevista que ela concedeu ao Delas.
iG: Qual a ideia central do livro?
Denise Dias: Eu vejo que as palmadas que os pais dão nos filhos, de vez em quando, não têm mal nenhum. “Monstrualizaram” a educação doméstica. Não se pode mais falar em tapa ou em castigo. Não se pode mais falar que os pais mandam nos filhos. Virou uma bagunça tão grande que hoje nós temos uma geração de delinquentes adolescentes. Podemos até falar que é uma geração drogada e prostituída também. A quantidade de jovens usuários de drogas só cresce ano após ano, isso não é falta de informação, é falta de limite. O que é, muitas vezes, imposto com um tapa na bunda.
Qual a diferença entre palmada e agressão?
Não existe um “tapômetro” para mensurar isso quantitativamente. No Reino Unido, quando um pai é julgado (por algum tipo de agressão ao filho), eles observam se foi deixada alguma marca na criança. Esta seria uma forma mais palpável de medir.
Um capítulo do seu livro fala sobre “criar monstros”. Você pode explicar essa ideia?
Em uma escada de hierarquia, onde ficam os pais? No topo. Onde ficam os filhos? Lá embaixo. Os pais possuem autoridade indiscutível perante os filhos. Para uma criança crescer saudavelmente, ela precisa de um adulto seguro que diga o que pode e o que não pode ser feito. Hoje em dia, ao invés de colocar limites, eles (os pais) estão filosofando excessivamente com as crianças. Costumo dizer que os pais ficam com “teses de doutorado”, explicando demais para uma criança de quatro, cinco anos de idade cujo cérebro não está formado adequadamente para formar abstração, formar filosofia. Por isso que um pai que mora no décimo andar não tenta explicar para a criança que ela pode cair da varanda. O que ele faz? Coloca rede em todas as janelas. É só uma criança, ela paga para ver.
Você acha que a palmada é a melhor forma de exercer autoridade?
Não. Acho que é uma das alternativas e, muitas vezes, é o que resolve. Tem crianças que nunca precisam levar uma palmada, a mãe olha e ela já obedece. Tem criança, no entanto, que faz alguma coisa errada e, por mais que a mãe coloque-a de castigo e tire privilégios, continua mexendo onde não deve mexer. O que adianta? O que ela está pedindo? Tapa na bunda. As crianças estão precisando de tapa na bunda.
Não existem outras formas de exercer a autoridade, como saber dizer “não”?
Com certeza. Isso eu abordo com clareza no meu livro. O tapa na bunda é um último recurso, mas muitas vezes ele é necessário.
Como saber quando ele é necessário?
Quando você já chamou a atenção da criança, já tentou fazê-la parar de fazer o que não deveria estar fazendo, já tentou colocar de castigo e mesmo assim ela continua. O que essa criança está pedindo? Limites. Tem criança para as quais basta dizer algo como “vai ficar sem o cinema hoje”, que ela aprende. Ela não gosta daquilo, então se comportará, em uma próxima vez, para que não aconteça de novo. Mas existem crianças que testam incansavelmente os pais. São esses adolescentes que crescem e queimam um índio, atropelam skatistas...
Bater nas crianças não pode ser considerado um pouco primitivo?
De forma alguma. Uma coisa é a palmada, depois que já tiveram vários outros tipos de punições que não deram certo. Outra coisa é um pai que chega estressado do trabalho, a criança faz algo como derrubar suco na mesa, por exemplo, e o pai, na sua ignorância, lasca um tabefe na criança. São situações muito diferentes.
Qual a sua opinião sobre o projeto de lei que visa proibir a palmada?
Eu sou contra. Ele não é necessário. O Estatuto da Criança e do Adolescente já protege contra a violência. Vamos definir “violência”. A criança brasileira está prostituída na rua, está na cracolândia... A criança brasileira está chegando ao quinto ano do ensino público sem saber fazer uma conta de subtração. Isso é violência. Agora o congresso quer criminalizar uma palmada que um filho que olha para o pai e fala “cala a boca, seu idiota” toma? O pai que não coloca limites no filho está criando um monstro.
O que levou você a escrever este livro agora, na contramão de diversos estudos e correntes pedagógicas que pregam justamente o fim das palmadas?
Para dizer a verdade, no meu convívio profissional o que eu mais conheço, graças a Deus, são profissionais a favor de umas palminhas para educar. Eu vinha escrevendo o livro desde 2009. Quando deu o boom sobre o assunto, por conta do projeto de lei, comecei a correr para terminar o livro.
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Re: EDUCAÇÃO
Até que enfim.
Edgar Flexa Ribeiro - 28.11.2011.
Foi necessário decisão de um tribunal de Pernambuco para corrigir mais uma barbaridade que o Ministério da Educação pretendia praticar contra brasileiros: proibir que crianças com menos de seis anos completados até o dia 31 de março pudessem ser matriculadas na 1ª série do ensino fundamental.
Se a criança tivesse nascido em 5 de abril não poderia fazê-lo, mesmo que preparada. Ficaria retida na Classe de Alfabetização se já estivesse numa escola, ou esperaria mais um ano para começar seus estudos no ensino fundamental.
Diz a Constituição que o ensino é obrigatório a partir dos seis anos. Mas nada impede que um brasileiro comece a ir para a escola antes dessa idade. Não é proibido.
Uma criança brasileira que tenha ido cedo para a escola, no Jardim de Infância ou Classe de Alfabetização, e estiver preparada aos cinco anos e dez meses de idade para iniciar o processo de alfabetização, deve ser impedida de fazê-lo?
Pois o Conselho Nacional de Educação diz que sim! Que não, não pode não. Tem que ficar retida na etapa do pré-escolar, porque faz aniversário depois de 31 de março.
O argumento não tem qualquer fundamento pedagógico. Desse ponto de vista, é absolutamente estapafúrdio. Fica então o problema: por que cargas d’água as mais altas esferas da educação brasileira se prestam a produzir uma decisão dessas?!
Dizem elas: porque é muito perigoso forçar crianças a se alfabetizar sem estarem preparadas! E é verdade, pode mesmo ser prejudicial à criança.
Como também será desestimulante impedi-la de ir adiante caso esteja preparada antes de completar a idade que eles acham boa.
Então por que não pode? E aí ninguém diz. Desfiam razões desconexas, e não encontram nada de claro a sustentar. Tribunais são chamados a esclarecer e decidir.
Fica que o Ministério da Educação não quer que alunos em geral sejam vistos e avaliados conforme as características e potencialidades de cada um.
Não, segundo o MEC isso não é bom. Temos que ter critérios universais conforme a circunstância: para ir à universidade tem que passar no ENEM; para ir ao 1º ano do fundamental tem que ter seis anos completos.
O critério não importa, contanto que seja universal e atropele qualquer circunstância pessoal. O indivíduo – o aluno ou a escola, o candidato ou a universidade – não merece ser diferenciado. A fôrma é uma, e tudo tem que caber nela, numa uniformidade perfeitamente soviética.
Isso é coisa de um Estado violento. Mas nós não ficaremos todos igualados, nem trancados em um “gulag” qualquer...
Porém isso custa vidas, tempo e sofrimento. Este MEC...
___________________________________
Edgar Flexa Ribeiro é educador, radialista e presidente da Associação Brasileira de Educação.
Edgar Flexa Ribeiro - 28.11.2011.
Foi necessário decisão de um tribunal de Pernambuco para corrigir mais uma barbaridade que o Ministério da Educação pretendia praticar contra brasileiros: proibir que crianças com menos de seis anos completados até o dia 31 de março pudessem ser matriculadas na 1ª série do ensino fundamental.
Se a criança tivesse nascido em 5 de abril não poderia fazê-lo, mesmo que preparada. Ficaria retida na Classe de Alfabetização se já estivesse numa escola, ou esperaria mais um ano para começar seus estudos no ensino fundamental.
Diz a Constituição que o ensino é obrigatório a partir dos seis anos. Mas nada impede que um brasileiro comece a ir para a escola antes dessa idade. Não é proibido.
Uma criança brasileira que tenha ido cedo para a escola, no Jardim de Infância ou Classe de Alfabetização, e estiver preparada aos cinco anos e dez meses de idade para iniciar o processo de alfabetização, deve ser impedida de fazê-lo?
Pois o Conselho Nacional de Educação diz que sim! Que não, não pode não. Tem que ficar retida na etapa do pré-escolar, porque faz aniversário depois de 31 de março.
O argumento não tem qualquer fundamento pedagógico. Desse ponto de vista, é absolutamente estapafúrdio. Fica então o problema: por que cargas d’água as mais altas esferas da educação brasileira se prestam a produzir uma decisão dessas?!
Dizem elas: porque é muito perigoso forçar crianças a se alfabetizar sem estarem preparadas! E é verdade, pode mesmo ser prejudicial à criança.
Como também será desestimulante impedi-la de ir adiante caso esteja preparada antes de completar a idade que eles acham boa.
Então por que não pode? E aí ninguém diz. Desfiam razões desconexas, e não encontram nada de claro a sustentar. Tribunais são chamados a esclarecer e decidir.
Fica que o Ministério da Educação não quer que alunos em geral sejam vistos e avaliados conforme as características e potencialidades de cada um.
Não, segundo o MEC isso não é bom. Temos que ter critérios universais conforme a circunstância: para ir à universidade tem que passar no ENEM; para ir ao 1º ano do fundamental tem que ter seis anos completos.
O critério não importa, contanto que seja universal e atropele qualquer circunstância pessoal. O indivíduo – o aluno ou a escola, o candidato ou a universidade – não merece ser diferenciado. A fôrma é uma, e tudo tem que caber nela, numa uniformidade perfeitamente soviética.
Isso é coisa de um Estado violento. Mas nós não ficaremos todos igualados, nem trancados em um “gulag” qualquer...
Porém isso custa vidas, tempo e sofrimento. Este MEC...
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Edgar Flexa Ribeiro é educador, radialista e presidente da Associação Brasileira de Educação.
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Re: EDUCAÇÃO
Matrículas custeadas pelo Fies podem ser suspensas em 2012
28 de dezembro de 2011 • 11h44 • atualizado às 11h55
ELOISA LOOSE
Alunos que contam com o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) para custear a graduação em universidades privadas podem ficar fora das salas de aula em 2012. Em entrevista ao Terra, a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pácios, disse que a entidade cogita recomendar às instituições o veto de novas matrículas que seriam pagas pelo governo em função de cerca de R$ 500 milhões que ainda não teriam sido repassados às universidades privadas.
A redução da adesão ao Fies não é uma decisão oficial - os representantes das universidades privadas deverão se reunir no dia 13 de janeiro para averiguar quais medidas serão tomadas. Além disso, a presidente da federação afirmou que, mesmo que o fórum vote pela recomendação às escolas para que não recebam novos beneficiários até que o problema seja sanado, caberá a cada universidade decidir sobre a redução e suspensão de alunos assistidos pelo programa.
"Em momento algum queremos prejudicar os alunos. Se houver cortes, as instituições deverão conversar com seus alunos e encontrar uma solução", disse Amábile. Segundo ela, as intenções do governo e dos empresários que participam voluntariamente do Fies são as melhores, porém é preciso que haja regularização nos repasses para evitar falências.
A presidente da entidade informou que o repasse da verba está atrasado desde o segundo semestre de 2010 e que a Fenep conversa com o governo desde o início deste ano. Amábile explica que não ocorreram avanços nas negociações e houve momentos em que o ministério disse desconhecer o fato dos valores não estarem em dia. De acordo com ela, o MEC alega que o problema aconteceu em função do processo que envolve o cadastro e a liberação do dinheiro; já a federação aponta falhas na gestão do programa.
O Fies é um programa do MEC destinado a custear a graduação de estudantes matriculados em instituições não gratuitas. Criado em 1999, o financiamento é concedido aos estudantes matriculados em cursos presenciais com avaliação positiva nas avaliações federais.
http://noticias.terra.com.br/educacao/n ... as+em.html
28 de dezembro de 2011 • 11h44 • atualizado às 11h55
ELOISA LOOSE
Alunos que contam com o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) para custear a graduação em universidades privadas podem ficar fora das salas de aula em 2012. Em entrevista ao Terra, a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pácios, disse que a entidade cogita recomendar às instituições o veto de novas matrículas que seriam pagas pelo governo em função de cerca de R$ 500 milhões que ainda não teriam sido repassados às universidades privadas.
A redução da adesão ao Fies não é uma decisão oficial - os representantes das universidades privadas deverão se reunir no dia 13 de janeiro para averiguar quais medidas serão tomadas. Além disso, a presidente da federação afirmou que, mesmo que o fórum vote pela recomendação às escolas para que não recebam novos beneficiários até que o problema seja sanado, caberá a cada universidade decidir sobre a redução e suspensão de alunos assistidos pelo programa.
"Em momento algum queremos prejudicar os alunos. Se houver cortes, as instituições deverão conversar com seus alunos e encontrar uma solução", disse Amábile. Segundo ela, as intenções do governo e dos empresários que participam voluntariamente do Fies são as melhores, porém é preciso que haja regularização nos repasses para evitar falências.
A presidente da entidade informou que o repasse da verba está atrasado desde o segundo semestre de 2010 e que a Fenep conversa com o governo desde o início deste ano. Amábile explica que não ocorreram avanços nas negociações e houve momentos em que o ministério disse desconhecer o fato dos valores não estarem em dia. De acordo com ela, o MEC alega que o problema aconteceu em função do processo que envolve o cadastro e a liberação do dinheiro; já a federação aponta falhas na gestão do programa.
O Fies é um programa do MEC destinado a custear a graduação de estudantes matriculados em instituições não gratuitas. Criado em 1999, o financiamento é concedido aos estudantes matriculados em cursos presenciais com avaliação positiva nas avaliações federais.
http://noticias.terra.com.br/educacao/n ... as+em.html
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: EDUCAÇÃO
Salvem os alunos!
Murillo de Aragão - 6.01.12.
Caco Antibes, o inesquecível personagem da série Sai de baixo interpretado por Miguel Falabella, um dos mais brilhantes atores e autores de sua geração, dizia, sem mais nem menos: “Salvem as professorinhas!”
O bordão alertava todos os que assistiam ao programa sobre a urgente necessidade de se valorizar a profissão e, sobretudo, de se recolocar o professor – seja ele de que nível for – no seu devido lugar dentro da sociedade.
Infelizmente, não são apenas os professores que devem ser salvos. O problema é mais grave, e o bordão de Caco Antibes poderia ser complementado com o título desta coluna.
Pois bem, o Brasil de 2012 vai se iniciar com um déficit de 300 mil professores. Faltam-nos, principalmente, professores de matemática, química e física.
Para um país de quase 200 milhões de habitantes, existem somente 2 milhões de professores nas redes estaduais e municipais. É muito pouco.
Há escolas na Finlândia que têm três professores por classe, cada qual com apenas 16 alunos! Algo surreal de ser imaginado no Brasil de hoje.
Enquanto o governo discute comprar milhões de tablets para serem distribuídos aos alunos, não temos professores suficientes para eles!
Pior: os que resistem na profissão – já que ensinar na rede pública é um ato de resistência – ganham um salário humilhante frente à responsabilidade exercida.
O piso nacional no magistério é de R$ 1.187 por 40 horas de aula por semana. No DF, o salário é de R$ 3.472. No entanto, outros profissionais com formação similar ganham muito mais, por exemplo, os policiais.
Nada contra, pelo contrário: policiais devem ser muito bem pagos. Mas os professores também. E as razões são mais do que óbvias.
No Rio, de acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino, pelo menos um professor pede exoneração por dia. Não é para menos.
As greves na rede pública, embora sejam uma constante, resultam em poucas medidas práticas. No ano passado, em pelo menos sete estados houve greves e paralisações que afetaram mais de 2 milhões de estudantes.
Em agosto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) convocou uma paralisação nacional na rede pública para reivindicar o cumprimento da lei que estabelece o piso salarial para a categoria.
De acordo com a CNTE, professores de diversas localidades do país sequer recebiam o piso nacional. A entidade pedia ainda que o governo federal reajustasse seu valor: de R$ 1.187 para R$ 1.597.
Além da carência de professores e do seu salário desestimulante, nossos alunos – alunos da quinta economia do planeta – ainda têm que lidar com uma educação obsoleta e inadequada para os nossos tempos.
Infelizmente, a rede pública, outrora motivo de grande orgulho no país, foi desmantelada e relegada aos que não têm dinheiro para pagar escolas privadas.
Lamentavelmente, os filhos dos políticos e dos ricos não frequentam as escolas públicas nem são afetados pelas sucessivas greves.
O que fazer? É um desafio imenso para uma sociedade que quer se modernizar e precisa, urgentemente, melhorar a educação de sua juventude.
__________________________________________
Murillo de Aragão é cientista político.
Murillo de Aragão - 6.01.12.
Caco Antibes, o inesquecível personagem da série Sai de baixo interpretado por Miguel Falabella, um dos mais brilhantes atores e autores de sua geração, dizia, sem mais nem menos: “Salvem as professorinhas!”
O bordão alertava todos os que assistiam ao programa sobre a urgente necessidade de se valorizar a profissão e, sobretudo, de se recolocar o professor – seja ele de que nível for – no seu devido lugar dentro da sociedade.
Infelizmente, não são apenas os professores que devem ser salvos. O problema é mais grave, e o bordão de Caco Antibes poderia ser complementado com o título desta coluna.
Pois bem, o Brasil de 2012 vai se iniciar com um déficit de 300 mil professores. Faltam-nos, principalmente, professores de matemática, química e física.
Para um país de quase 200 milhões de habitantes, existem somente 2 milhões de professores nas redes estaduais e municipais. É muito pouco.
Há escolas na Finlândia que têm três professores por classe, cada qual com apenas 16 alunos! Algo surreal de ser imaginado no Brasil de hoje.
Enquanto o governo discute comprar milhões de tablets para serem distribuídos aos alunos, não temos professores suficientes para eles!
Pior: os que resistem na profissão – já que ensinar na rede pública é um ato de resistência – ganham um salário humilhante frente à responsabilidade exercida.
O piso nacional no magistério é de R$ 1.187 por 40 horas de aula por semana. No DF, o salário é de R$ 3.472. No entanto, outros profissionais com formação similar ganham muito mais, por exemplo, os policiais.
Nada contra, pelo contrário: policiais devem ser muito bem pagos. Mas os professores também. E as razões são mais do que óbvias.
No Rio, de acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino, pelo menos um professor pede exoneração por dia. Não é para menos.
As greves na rede pública, embora sejam uma constante, resultam em poucas medidas práticas. No ano passado, em pelo menos sete estados houve greves e paralisações que afetaram mais de 2 milhões de estudantes.
Em agosto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) convocou uma paralisação nacional na rede pública para reivindicar o cumprimento da lei que estabelece o piso salarial para a categoria.
De acordo com a CNTE, professores de diversas localidades do país sequer recebiam o piso nacional. A entidade pedia ainda que o governo federal reajustasse seu valor: de R$ 1.187 para R$ 1.597.
Além da carência de professores e do seu salário desestimulante, nossos alunos – alunos da quinta economia do planeta – ainda têm que lidar com uma educação obsoleta e inadequada para os nossos tempos.
Infelizmente, a rede pública, outrora motivo de grande orgulho no país, foi desmantelada e relegada aos que não têm dinheiro para pagar escolas privadas.
Lamentavelmente, os filhos dos políticos e dos ricos não frequentam as escolas públicas nem são afetados pelas sucessivas greves.
O que fazer? É um desafio imenso para uma sociedade que quer se modernizar e precisa, urgentemente, melhorar a educação de sua juventude.
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Re: EDUCAÇÃO
marcelo bahia escreveu:Adoro Cristovam Buarque, votei nele em 2006. Um cara sério e comprometido verdadeiramente com a educação. Um dos melhores nomes do PDT, senão, o melhor.
Sds.
O melhor com toda certeza.