Enviado: Qua Set 29, 2004 8:59 am
Tenho visto vários comentários sobre a utilização do F-16 pelo Brasil, que são recorrentes e de vez em quando aparecem.
Na minha opinião, o F-16 não é o avião indicado para o Brasil.
Não é, se o objectivo for utilizar o F-16 para substituir os Mirage.
Em primeiro lugar, o F-16 A/B é um modelo já antiquado, e pouco vem acrescentar (além de umas horas de voo a menos) à FAB. Na prática, entre substituir os Mirage por F-16 A/B ou por F-5BR, eu preferia os F-5.
A questão da modernização dos F-16 – Programa MLU – Mid-life update.
Podem-se fazer mil modernizações a qualquer avião, no entanto, quando se fala do programa MLU dos F-16, está-se normalmente a falar do programa de modernização começado por alguns países europeus (Holanda, Dinamarca e Noruega) para a modernização das suas frotas de F-16 A/B.
Os americanos apoiaram e incentivaram este programa, porque ele impediu estes países de se voltarem para os aviões europeus de última geração, como o Eurofighter, o Rafale e o Grippen. A táctica americana, foi liberar sistemas muito avançados para o F-16 que o tornam capaz de competir com esses aviões.
É uma tentativa de prejudicar a industria aeronáutica militar europeia.
Tenho ouvido falar de muitos “upgrades”, como por exemplo o envio de F-16 para “upgrade” na Argentina, e coisas parecidas, envolvendo Israel, por exemplo.
Ora, para o Brasil, só, repito SÓ o MLU original pode interessar, porque de resto o F-16 fica a poder disparar mísseis AMRAAM ou equivalentes e por aí afora, mas estas modernizações são apenas parciais, se comparadas com o MLU original.
O problema principal passa por coisas como o MMC “Modular Mission Computer” que é incluído no F-16 AM/BM (designação do F-16 com MLU original) e que é idêntico ao que é instalado por exemplo no F-22.
É este tipo de tecnologia os americanos não vendem nem autorizam que seja vendida para qualquer país. Todo o programa MLU que inclua estas alterações, tem que ser autorizado pelo congresso dos Estados Unidos.
Já ouvi falar na compra de F-16 A/B holandeses e belgas, sem MLU e acho isso um disparate. No entanto acho que a Holanda tem à venda um lote de 29 F-16 AM/BM.
O problema principal, do meu ponto de vista, é que o Brasil tem um problema a resolver quanto ao F/X (mesmo que um F/X) interino.
Por causa da dimensão geográfica, os F-16 só podem ser utilizados para defesa de Goiás, sem reabastecimento aéreo. O F-16 é muito limitado em termos de autonomia.
Este problema só se resolve de duas formas:
1 – Comprar aviões com grande autonomia (como os russos)
2 – Comprar aviões, mesmo modernizados como o F-16, mas ter pelo menos uns 50 deles, em regiões estratégicas.
Outra nota:
O F-16AM/BM não é muito inferior ao que os Chilenos compraram, por isso seria um bom negócio, mas naturalmente não me refiro neste post ás questões relacionadas com os armamentos e com potenciais embargos que acredito serem um problema.
Cumprimentos
PS:
Escrevi um texto sobre o MLU para a F.A.P. que está aqui, se alguém estiver interessado em ver:
http://freehost01.websamba.com/areamili ... a=Portugal
Na minha opinião, o F-16 não é o avião indicado para o Brasil.
Não é, se o objectivo for utilizar o F-16 para substituir os Mirage.
Em primeiro lugar, o F-16 A/B é um modelo já antiquado, e pouco vem acrescentar (além de umas horas de voo a menos) à FAB. Na prática, entre substituir os Mirage por F-16 A/B ou por F-5BR, eu preferia os F-5.
A questão da modernização dos F-16 – Programa MLU – Mid-life update.
Podem-se fazer mil modernizações a qualquer avião, no entanto, quando se fala do programa MLU dos F-16, está-se normalmente a falar do programa de modernização começado por alguns países europeus (Holanda, Dinamarca e Noruega) para a modernização das suas frotas de F-16 A/B.
Os americanos apoiaram e incentivaram este programa, porque ele impediu estes países de se voltarem para os aviões europeus de última geração, como o Eurofighter, o Rafale e o Grippen. A táctica americana, foi liberar sistemas muito avançados para o F-16 que o tornam capaz de competir com esses aviões.
É uma tentativa de prejudicar a industria aeronáutica militar europeia.
Tenho ouvido falar de muitos “upgrades”, como por exemplo o envio de F-16 para “upgrade” na Argentina, e coisas parecidas, envolvendo Israel, por exemplo.
Ora, para o Brasil, só, repito SÓ o MLU original pode interessar, porque de resto o F-16 fica a poder disparar mísseis AMRAAM ou equivalentes e por aí afora, mas estas modernizações são apenas parciais, se comparadas com o MLU original.
O problema principal passa por coisas como o MMC “Modular Mission Computer” que é incluído no F-16 AM/BM (designação do F-16 com MLU original) e que é idêntico ao que é instalado por exemplo no F-22.
É este tipo de tecnologia os americanos não vendem nem autorizam que seja vendida para qualquer país. Todo o programa MLU que inclua estas alterações, tem que ser autorizado pelo congresso dos Estados Unidos.
Já ouvi falar na compra de F-16 A/B holandeses e belgas, sem MLU e acho isso um disparate. No entanto acho que a Holanda tem à venda um lote de 29 F-16 AM/BM.
O problema principal, do meu ponto de vista, é que o Brasil tem um problema a resolver quanto ao F/X (mesmo que um F/X) interino.
Por causa da dimensão geográfica, os F-16 só podem ser utilizados para defesa de Goiás, sem reabastecimento aéreo. O F-16 é muito limitado em termos de autonomia.
Este problema só se resolve de duas formas:
1 – Comprar aviões com grande autonomia (como os russos)
2 – Comprar aviões, mesmo modernizados como o F-16, mas ter pelo menos uns 50 deles, em regiões estratégicas.
Outra nota:
O F-16AM/BM não é muito inferior ao que os Chilenos compraram, por isso seria um bom negócio, mas naturalmente não me refiro neste post ás questões relacionadas com os armamentos e com potenciais embargos que acredito serem um problema.
Cumprimentos
PS:
Escrevi um texto sobre o MLU para a F.A.P. que está aqui, se alguém estiver interessado em ver:
http://freehost01.websamba.com/areamili ... a=Portugal