O Exército que temos e o Exército que precisamos
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- Moccelin
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Pois é, solução muito simplista essa de jogar os R/1 e Ref na vala comum... Querem colocar os militares inativos no sistema previdenciário comum que joguem TODOS lá, Petrobrás, Judiciário, etc...
Ou então peguem e separem a verba da remuneração dos inativos da verba da Defesa...
Ou então peguem e separem a verba da remuneração dos inativos da verba da Defesa...
The cake is a lie...
- Guerra
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Ninguém consegue tirar nada do judiciário. eu conheço uma historia de uma associação dos magistardos que pegou uma praça publica colocou cerca e construiu uma sede. Tentaram de todas as formas tomar de volta. Quem toma?ciclope escreveu:A ideia e essa!
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- rodrigo
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Conselheiros da Petrobras
Data: 08/06/09 19:51
Deu no jornal "valor " de 11 de maio de 2009.
Ata da Assembléia Geral ordinaria da Petrobras de 8 de abril de 2009
valor para reserva para pagamento para os 9 Conselheiros:R$8.266.600,00
Valor anual para cada Conselheiro:R$918.511,11
Valor mensal:R$76.542,59
Conselheiros:
Min da Casa Civil: Dilma Vana Rousseff
Min da Fazenda: Min Mantega
Sec de Comunicaçoes: Franklin Martins
Gen Ex R1 Albuquerque- Ex Cmt do EB
R$ 76.542,59 mensais X quatro anos de mandato= R$ 3.674.044,32
Data: 08/06/09 19:51
Deu no jornal "valor " de 11 de maio de 2009.
Ata da Assembléia Geral ordinaria da Petrobras de 8 de abril de 2009
valor para reserva para pagamento para os 9 Conselheiros:R$8.266.600,00
Valor anual para cada Conselheiro:R$918.511,11
Valor mensal:R$76.542,59
Conselheiros:
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"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
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João Guimarães Rosa
- Glauber Prestes
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
O.o!
http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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-
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Conselheiros da Petrobras
[...]
R$ 76.542,59 mensais X quatro anos de mandato= R$ 3.674.044,32
Por isso que a gasolina anda tão cara!
E Dilma de guerrilheira a conselheira!
[centralizar]Mazel Tov![/centralizar]
- PQD
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
putz, que vergonha, cada ralo que aparece...rodrigo escreveu:Conselheiros da Petrobras
Data: 08/06/09 19:51
Deu no jornal "valor " de 11 de maio de 2009.
Ata da Assembléia Geral ordinaria da Petrobras de 8 de abril de 2009
valor para reserva para pagamento para os 9 Conselheiros:R$8.266.600,00
Valor anual para cada Conselheiro:R$918.511,11
Valor mensal:R$76.542,59
Conselheiros:
Min da Casa Civil: Dilma Vana Rousseff
Min da Fazenda: Min Mantega
Sec de Comunicaçoes: Franklin Martins
Gen Ex R1 Albuquerque- Ex Cmt do EB
R$ 76.542,59 mensais X quatro anos de mandato= R$ 3.674.044,32
Editado pela última vez por PQD em Qua Jun 17, 2009 1:05 pm, em um total de 1 vez.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
E depois tem gente que acha a CPI desnecessária...não que vá dá em alguma coisa, mas pelo menos a gente pode dizer que tentou.
NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
- Moccelin
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Cara, não estou falando que isso seja certo, mas quanto ganha um conselheiro de uma empresa como, hum, deixa eu ver, a Shell, ou então a... hum... Sadia... Ou então uma GM da vida... O salário não deve estar fora do valor pago pra conselheiros desse nível, mas claro, isso eu estou falando do único alí "desempregado" que é o General Albuquerque...
Os outros eu não sei, mas os dois ministros, aí sim tem um probleminha técnico, a BR contratou como uma empresa de capital misto, ou seja, como uma empresa comum, e aí vem o detalhe, é permitido esse tipo de acumulação de cargos, tipo, a Shell, se quiser, pode contratar um ministro pra ser conselheiro???
Os outros eu não sei, mas os dois ministros, aí sim tem um probleminha técnico, a BR contratou como uma empresa de capital misto, ou seja, como uma empresa comum, e aí vem o detalhe, é permitido esse tipo de acumulação de cargos, tipo, a Shell, se quiser, pode contratar um ministro pra ser conselheiro???
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- gusmano
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Pois é....
Estamos falando de umas das maiores empresas do mundo e tem gente que espera que os caras ganhem "5kk" por mês. Deve se discutir a competência deles para exercer o cargo, e não salário.
[]´s
Estamos falando de umas das maiores empresas do mundo e tem gente que espera que os caras ganhem "5kk" por mês. Deve se discutir a competência deles para exercer o cargo, e não salário.
[]´s
- Moccelin
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
O foda vai ser se essa tal CPI começar a discutir os salários, e não a competência... Corremos o risco de colocarem os cargos da Petrobrás na vala comum do serviço público (teto de 20 e poucos mil) e ocorrer uma debandada geral dos grandes executivos da empresa...
Mas que houve um aparelhamento da BR, ah, isso teve...
Mas que houve um aparelhamento da BR, ah, isso teve...
The cake is a lie...
Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
A questão é: o que Dilma e Mantega entendem do negócio da Petrobrás para tarem ganhando uma fortuna para dar "conselhos"?
Se Dilma fosse uma conselhereira de negócios tão boa assim, abria uma empresa de investimentos.
Se Dilma fosse uma conselhereira de negócios tão boa assim, abria uma empresa de investimentos.
NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
- Moccelin
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Cara, você pode até ter razão da Dilma não ser uma boa conselheira, mas a "opção" que você deu (abrir uma empresa de investimentos) é que não encaixou no argumento... Esses conselheiros não são pagos pra dizerem se é bom investir nisso, ou naquilo, cada um tem uma função. Eu não sei pra que foram contratados, então não posso dizer o porque de um ou de outro...
A ÚNICA coisa que me causou espanto é o seguinte: Pode um funcionário de alto escalão como o Mantega, ou a Dilma, serem contratados por uma empresa (de capital mixto, e não uma estatal pura)??? E as informações privilegiadas que os dois tem?
Pra mim ESSE é o ponto, e não o salário ou o gabarito dos quatro, afinal 2 são ministros, um e secretário e o outro comandou uma força armada inteirinha, ou seja, os 4 TEM gabarito! Inclusive o General Albuquerque só está dando continuidade a um histórico da BR, que é de contratar ex-generais (que possuem uma formação extremamente polivalente e diversificada) pra ocuparem postos importantes. Diga-se de passagem não é só a BR, se for pegar TODOS os Generais da reserva não é difícil achar alguns trabalhando na iniciativa privada...
O salário não é um absurdo, está dentro da realidade de cargos estratégicos desse nível em empresas do porte da BR!
Pra quem acha que o salário está fora do mercado eu sugiro dar um pulo num site que se chama www.salary.com e dar uma "navegada" por lá, pena que é em inglês e não exista um similar por aqui, mas dá pra ter uma base dos salários de executivos na iniciativa privada nos EUA, e como se trata de uma empresa de grande porte...
A ÚNICA coisa que me causou espanto é o seguinte: Pode um funcionário de alto escalão como o Mantega, ou a Dilma, serem contratados por uma empresa (de capital mixto, e não uma estatal pura)??? E as informações privilegiadas que os dois tem?
Pra mim ESSE é o ponto, e não o salário ou o gabarito dos quatro, afinal 2 são ministros, um e secretário e o outro comandou uma força armada inteirinha, ou seja, os 4 TEM gabarito! Inclusive o General Albuquerque só está dando continuidade a um histórico da BR, que é de contratar ex-generais (que possuem uma formação extremamente polivalente e diversificada) pra ocuparem postos importantes. Diga-se de passagem não é só a BR, se for pegar TODOS os Generais da reserva não é difícil achar alguns trabalhando na iniciativa privada...
O salário não é um absurdo, está dentro da realidade de cargos estratégicos desse nível em empresas do porte da BR!
Pra quem acha que o salário está fora do mercado eu sugiro dar um pulo num site que se chama www.salary.com e dar uma "navegada" por lá, pena que é em inglês e não exista um similar por aqui, mas dá pra ter uma base dos salários de executivos na iniciativa privada nos EUA, e como se trata de uma empresa de grande porte...
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- rodrigo
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Recebido por e-mail, não sei se a autoria do texto é verdadeira:
A FORÇA DOS MILITARES NA AMAZÔNIA
DRÁUZIO VARELLA
Perfilados, os soldados aguardaram em posição de sentido, sob o sol do meio-dia. Eram homens de estatura mediana, pele bronzeada, olhos amendoados, maçãs do rosto salientes e cabelo espetado.
O observador desavisado que lhes analisasse os traços julgaria estar na Ásia. No microfone, a palavra de ordem do capitão: 'Soldado Souza, etnia tucano'. Um rapaz da primeira fila deu um passo adiante, resoluto, com o fuzil no ombro, e iniciou a oração do guerreiro da selva, no idioma natal. No fim, o grito de guerra dos pelotões da fronteira: "SELVA !!"
O segundo a repetir o texto foi um soldado da etnia desana, seguido de um baniua, um curipaco, um cubeu, um ianomâmi, um tariano e um hupda.
Todos repetiram o ritual do passo à frente e da oração nas línguas de seus povos; em comum, apenas o grito final: "SELVA !!!"
Depois, o pelotão inteiro cantou o hino nacional em português, a plenos pulmões.
Ouvir aquela diversidade de indígenas, característica das 22 etnias que habitam o extremo noroeste da Amazônia brasileira há 2.000 anos, cantando nosso hino no meio da floresta, trouxe à flor da pele sentimentos de brasilidade que eu julgava esquecidos.
Para chegar à Cabeça do Cachorro é preciso ir a Manaus, viajar 1.146 quilômetros Rio Negro acima até avistar São Gabriel da Cachoeira, a maior cidade indígena do país.
De lá, até as fronteiras com a Colômbia e a Venezuela, pelos rios Uaupés, Tiquié, Içana, Cauaburi e uma infinidade de rios menores, só Deus sabe.
A duração da viagem depende das chuvas, das corredeiras e da época do ano, porque na bacia do Rio Negro o nível das águas pode subir mais de dez metros entre a vazante e o pico da cheia.
É um Brasil perdido no meio das florestas mais preservadas da Amazônia. Não fosse a presença militar, seria uma região entregue à própria sorte. Ou, pior, à sorte alheia.
O Comando dos Pelotões de Fronteira está sediado em São Gabriel. De lá partem as provisões e o apoio logístico para as unidades construídas à beira dos principais rios fronteiriços: Pari-Cachoeira, Iauaretê, Querari, Tunuí-Cachoeira, São Joaquim, Maturacá e Cucuí.
Anteriormente formado por militares de outros estados, os pelotões hoje recrutam soldados nas comunidades das redondezas. Essa opção foi feita por razões profissionais: 'O soldado do sul pode ser mais preparado intelectualmente, mas na selva ninguém se iguala ao indígena'.
Na entrada dos quartéis, uma placa dá idéia do esforço para construí-los naquele ermo: 'Da primeira tábua ao último prego, todo material empregado nessas instalações foi transportado nas asas da FAB'.
Os pelotões atraíram as populações indígenas de cada rio à beira do qual foram instalados: por causa da escola para as crianças e porque em suas imediações circula o bem mais raro da região: salário.
Para os militares e suas famílias, os indígenas conseguem vender algum artesanato, trocar farinha e frutas por gêneros de primeira necessidade, produtos de higiene e peças de vestuário.
No quartel existe possibilidade de acesso à assistência médica, ao dentista, à internet e aos aviões da FAB, em caso de acidente ou doença grave.
Cada pelotão é chefiado por um tenente com menos de 30 anos, obrigado a exercer o papel de comandante militar, prefeito, juiz de paz, delegado, gestor de assistência médico-odontológica, administrador do programa de inclusão digital e o que mais for necessário assumir nas comunidades das imediações, esquecidas pelas autoridades federais, estaduais e municipais.
Tais serviços, de responsabilidade de ministérios e secretarias locais, são prestados pelas Forças Armadas sem qualquer dotação orçamentária suplementar.
Os quartéis são de um despojamento espartano. As dificuldades de abastecimento, os atrasos dos vôos causados por adversidades climáticas e avarias técnicas e o orçamento minguado das Forças Armadas tornam o dia-a-dia dos que vivem em pleno isolamento um ato de resistência permanente.
Esses militares anônimos, mal pagos, são os únicos responsáveis pela defesa dos limites de uma região conturbada pela proximidade das Farc e pelas rotas do narcotráfico. Não estivessem lá, quem estaria? "SELVA !!!"
Lema do soldado da Amazônia:
"Senhor, tu que ordenastes ao guerreiro de Selva, sobrepujai todos os vossos oponentes, dai-nos hoje da floresta, a sobriedade para resistir, a paciência para emboscar, a perseverança para sobreviver, a astúcia para dissimular, a fé para resistir e vencer, e daí-nos também senhor a esperança e a certeza do retorno, mas , se, defendendo essa brasileira Amazônia, tivermos que perecer, oh Deus, que façamos com dignidade e mereçamos a vitória, Selva!!!"
A FORÇA DOS MILITARES NA AMAZÔNIA
DRÁUZIO VARELLA
Perfilados, os soldados aguardaram em posição de sentido, sob o sol do meio-dia. Eram homens de estatura mediana, pele bronzeada, olhos amendoados, maçãs do rosto salientes e cabelo espetado.
O observador desavisado que lhes analisasse os traços julgaria estar na Ásia. No microfone, a palavra de ordem do capitão: 'Soldado Souza, etnia tucano'. Um rapaz da primeira fila deu um passo adiante, resoluto, com o fuzil no ombro, e iniciou a oração do guerreiro da selva, no idioma natal. No fim, o grito de guerra dos pelotões da fronteira: "SELVA !!"
O segundo a repetir o texto foi um soldado da etnia desana, seguido de um baniua, um curipaco, um cubeu, um ianomâmi, um tariano e um hupda.
Todos repetiram o ritual do passo à frente e da oração nas línguas de seus povos; em comum, apenas o grito final: "SELVA !!!"
Depois, o pelotão inteiro cantou o hino nacional em português, a plenos pulmões.
Ouvir aquela diversidade de indígenas, característica das 22 etnias que habitam o extremo noroeste da Amazônia brasileira há 2.000 anos, cantando nosso hino no meio da floresta, trouxe à flor da pele sentimentos de brasilidade que eu julgava esquecidos.
Para chegar à Cabeça do Cachorro é preciso ir a Manaus, viajar 1.146 quilômetros Rio Negro acima até avistar São Gabriel da Cachoeira, a maior cidade indígena do país.
De lá, até as fronteiras com a Colômbia e a Venezuela, pelos rios Uaupés, Tiquié, Içana, Cauaburi e uma infinidade de rios menores, só Deus sabe.
A duração da viagem depende das chuvas, das corredeiras e da época do ano, porque na bacia do Rio Negro o nível das águas pode subir mais de dez metros entre a vazante e o pico da cheia.
É um Brasil perdido no meio das florestas mais preservadas da Amazônia. Não fosse a presença militar, seria uma região entregue à própria sorte. Ou, pior, à sorte alheia.
O Comando dos Pelotões de Fronteira está sediado em São Gabriel. De lá partem as provisões e o apoio logístico para as unidades construídas à beira dos principais rios fronteiriços: Pari-Cachoeira, Iauaretê, Querari, Tunuí-Cachoeira, São Joaquim, Maturacá e Cucuí.
Anteriormente formado por militares de outros estados, os pelotões hoje recrutam soldados nas comunidades das redondezas. Essa opção foi feita por razões profissionais: 'O soldado do sul pode ser mais preparado intelectualmente, mas na selva ninguém se iguala ao indígena'.
Na entrada dos quartéis, uma placa dá idéia do esforço para construí-los naquele ermo: 'Da primeira tábua ao último prego, todo material empregado nessas instalações foi transportado nas asas da FAB'.
Os pelotões atraíram as populações indígenas de cada rio à beira do qual foram instalados: por causa da escola para as crianças e porque em suas imediações circula o bem mais raro da região: salário.
Para os militares e suas famílias, os indígenas conseguem vender algum artesanato, trocar farinha e frutas por gêneros de primeira necessidade, produtos de higiene e peças de vestuário.
No quartel existe possibilidade de acesso à assistência médica, ao dentista, à internet e aos aviões da FAB, em caso de acidente ou doença grave.
Cada pelotão é chefiado por um tenente com menos de 30 anos, obrigado a exercer o papel de comandante militar, prefeito, juiz de paz, delegado, gestor de assistência médico-odontológica, administrador do programa de inclusão digital e o que mais for necessário assumir nas comunidades das imediações, esquecidas pelas autoridades federais, estaduais e municipais.
Tais serviços, de responsabilidade de ministérios e secretarias locais, são prestados pelas Forças Armadas sem qualquer dotação orçamentária suplementar.
Os quartéis são de um despojamento espartano. As dificuldades de abastecimento, os atrasos dos vôos causados por adversidades climáticas e avarias técnicas e o orçamento minguado das Forças Armadas tornam o dia-a-dia dos que vivem em pleno isolamento um ato de resistência permanente.
Esses militares anônimos, mal pagos, são os únicos responsáveis pela defesa dos limites de uma região conturbada pela proximidade das Farc e pelas rotas do narcotráfico. Não estivessem lá, quem estaria? "SELVA !!!"
Lema do soldado da Amazônia:
"Senhor, tu que ordenastes ao guerreiro de Selva, sobrepujai todos os vossos oponentes, dai-nos hoje da floresta, a sobriedade para resistir, a paciência para emboscar, a perseverança para sobreviver, a astúcia para dissimular, a fé para resistir e vencer, e daí-nos também senhor a esperança e a certeza do retorno, mas , se, defendendo essa brasileira Amazônia, tivermos que perecer, oh Deus, que façamos com dignidade e mereçamos a vitória, Selva!!!"
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
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João Guimarães Rosa
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Re: O Exército que temos e o Exército que precisamos
Começou agora: daqui até o final do ano, em todos os quartéis, haverá um dia de folga por semana. Por falta de grana.
"O correr da vida embrulha tudo,
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