Jacobs escreveu:
Thor, explique uma coisa.
Para um caça em "alerta", que esteja conecado ao GPU, recebendo energia elétrica e pneumática, quanto tempo em média ele demora pra fazer o ramp e decolar?
Basicamente existem três tipos de "prontidão" de alerta:
1- uma éspecie de sobreaviso, quando o piloto fica em casa com rádio e telefone e tem alguns minutos para se dirigir a aeronave, prepará-la e informar um novo pronto para decolar... isso pode levar cerca de 30 min, a depender da localidade e necessidade de se manter tripulação nesse estado.
2- alerta a tempo definido, quando o piloto e equipe ficam em local próximo à aeronave, porém a mesma foi ajustada pelo piloto (cintos, suspensórios, traje anti-g, teste dos rádios, etc), toda desligada e com as fonte elétrica e pneumática conectadas, porém desligadas. Ao soar a sirene, o piloto corre pra aeronave, se amarra, ajeita capacete, conexões, faz a inspeção interna para partida, enquanto os mecânicos ligam fontes, auxiliam amarração do piloto, checam armamento, etc... isso, por questões de segurança de vôo e limitações de alinhamento final do INS, em alguns casos, pode levar de 5 a 10 min. Uma vez uma aeronave de alerta acionada, esta tem prioridade total para decolagem, se for necessário a twr desvia ou segura aeronaves para pouso/dep, deixando o alerta passar a frente.
3- piloto a postos, com o piloto amarrado, fontes ligadas, capacetes checados, rádios ligados, INS semi-alinhado, aguardando acionamento para girar motores, taxiar e decolar - isso pode-se imaginar que leva poucos minutos.
O tempo de alerta também é calculado em função da ameaça esperada, pois uma vez sabida a posição do alvo, ingressando numa LDA (linha de defesa áerea) calculada, aciona-se o alerta para engajamento no ponto ideal de interceptação. Então, pode não ser necessário deixar o piloto com adrenalina a mil, suando como doido, estressado na cabine amarrado a postos, quando se sabe o momento em que será acionado... principalmente quando se tem uma boa cobertura de radares, que é o caso do Brasil (comparando com AS, por favor), em que temos vários radares da era antiga, complementados por vários modernos do SIVAM, alguns GCC que podem ser desdobrados para áreas de interesse para complemento da cobertura e as aeronaves R-99A, que realmente fazem a diferença na detecção de possíveis aeronaves incursoras, inclusive à baixíssima altura... Posso estar enganado, mas duvido que nossos hermanos fizeram em um ano, por exemplo, treinamento em operações do vulto da Centro Oeste 1 e 2, TAC, FAEX, Poraquê, Sudeste (Atlântico), UNITAS, Red Flag, e que tenham capacidade de gerenciar uma operação multinacional como a Cruzex.
Abraços