No novo site da Brigada de Operações Especiais, (
http://www.bdaopesp.eb.mil.br/) na seção “Seja um de nós”, no item “serviço militar”, encontrei, entre várias informações interessantes e instrutivas, esses dois trechos:
9. Eu não me apresentei para a seleção no Serviço Militar. O que devo fazer?
Quem falta a Seleção Geral é considerado REFRATÁRIO. Quando se apresentar pagará uma multa em dinheiro, que aumenta à medida que se demora em regularizar a situação, passando a ter prioridade, sobre os demais, para a prestação do Serviço Militar.
10. Fui designado para servir em determinada Organização militar (quartel), e não compareci no dia marcado. O que pode acontecer comigo?
Será considerado INSUBMISSO, o que constitui um crime militar. Quando se apresentar ou for encontrado (apanhado), se julgado apto em inspeção de saúde, será, obrigatoriamente, incorporado em um quartel, numa Organização Militar da Ativa (OMA).
Mesmo um paisano como eu, com rudimentos insignificantes de conhecimento teórico sobre a vida do Exército, tem a impressão de que, algumas coisas, lá dentro, não mudam com o passar dos anos.
Na Itália, durante a guerra, uma praxe odiosa dos comandantes superiores, era de punir qualquer sargento ou praça do serviço de retaguarda, com a transferência temporária para a infantaria de linha de frente. Ou seja, se o sujeito bebia demais, desrespeitava o oficial, batia com o carro, ou outra infração do tipo, ele era mandado passar um tempo nos
bucos (os abrigos individuais dos infantes).
Evidentemente, isso era odiado pelos combatentes de linha de frente, que consideravam que suas subunidades e frações eram igualadas à penitenciárias.
Ora, o que significariam os artigos acima citados? Cada um deve ter sua avaliação. No meu modo de ver, significam a mesma coisa do comportamento na Itália. Ou seja, um elemento, de mau-comportamento (o “marinex”, digo, o “refratário”) é punido com “prioridade” para prestar o Serviço Militar. Desta forma, este último, considerado pela propaganda, desde os tempos de Olavo Bilac e cia, como “o mais alto testemunho de civismo e de amor pela Pátria”, acaba sendo convertido em medida punitiva. Igualzinho ao que acontecia na Itália.
É pra isso que os generais tanto se esforçam, com seus “lobbies” em Brasília, para impedir que esse arcaísmo que é o Serviço Militar Obrigatório seja extinto, de uma vez por todas, no Brasil?