Wardog escreveu:Carlos Lima escreveu:O que acontece é que ao colocar armas, sensores, cabides, tanques de combustível, etc tudo isso contribuí negativamente para o RCS, além de aumentar a assinatura infravermelho da aeronave.
No fim das contas o que os caças de 4 geração farão é o que já é feito faz tempo que é depender enormemente de transmissão de dados e estações de comando e controle e táticas de 'bait' para tentar ter alguma vantagem. E isso tudo depende da missão ser defensiva ou ofensiva.
Sendo assim uma nação com uma aeronave como o Gripen E, mas sem toda a parafernália necessária para Comando e Controle trabalhando em conjunto não terá praticamente nenhuma vantagem contra uma nação operando o Gripen C com a devida infraestrutura de comando e controle operando em conjunto.
Já uma nação com aeronaves de desempenho maior e outra categoria (tipo F-15 e Su-35 da vida) tem a alternativa do uso da "Força bruta", fazendo uso dos radares dessas aeronaves que tem um alcance muito grande e grande quantidade de mísseis/por vetor para em salvas (tática normalmente utilizada) aumentar a chance de disparar antes e acertar antes seus mísseis de longo alcance. E se tais nações ainda contarem com a devida estrutura de commando e controle (o que normalmente é o caso) a vantagem dessas aeronaves aumenta ainda mais.
Somando isso ao fato dessas aeronaves terem aceleração e altitude de operação superior o que também pode ser usado como elemento de vantagem.
Claro que táticas importam bastante assim como conhecimento e experimentos em combate aéreo para extrair o máximo possível da aeronave que você possui (algo que cada país com um mínimo de organização guarda para si e não divide por mais que achemos que sim).
Esse é o aspecto que não tenho dúvidas que a FAB vai fazer e vai tirar leite de pedra do vetor que comprou, desde quando ela percebeu que estava muito antiquada nesse sentido e até aonde eu entendo isso se tornou uma grande preocupação desde as Cruzex.
Mas até aonde consta não dá para enganar a física e as restrições que o uso de 'coisas penduradas' impoe nas aeronaves, sendo que para uma aeronave menor, a coisa é um pouco pior ainda.
Eu sei que o pessoal não gosta de ler isso, mas a realidade é que estaremos operando algo um pouco melhor em termos de desempenho de dogfight do que o F-16B52 (por conta do AESA e sem aqueles tanques grandões nas costas) lá por 2020 e poucos.
"Teremos sensores que fazem A, B, C que estão sendo desenvolvidos"... Sim... eu sei... isso na linguagem do F-16/F-18, etc se chama "Blocks" e todo mundo vem fazendo isso.
Quem não fizer o seu dever de casa em termos de upgrades, e investimento em estrutura de C&C, nesse caso, sem dúvidas terá uma aeronave inferior a o nosso Gripen E.
"Contra" 5 geração então... é um outro 'ball game'.
[]s
CB_Lima
Mesmo sendo um entusiasta do Gripen, admito que vi muita lógica no seu post.
Até que ponto um menor RCS vai fazer diferença se os armamentos dos caças 4G estão todos pendurados? Somando isso à capacidade de carga e autonomia do Gripen, entendo completamente a análise de que se trata de um caça de porte menor do que outros concorrentes 4G (ou 4G+, como queiram) e, portanto, sairia em desvantagem em um possível embate (acredito que aqui estamos focando predominantemente em embates de superioridade aérea).
Aguardo a resposta do Kirk para poder sopesar os argumentos.
Alguns colegas já responderam, mas se me permite gostaria de responder principalmente o início do seu texto.
E faço isto com a seguinte fórmula:
R1/R2 = (RCS-1 /RCS-2)^(1/4)
Esta é uma fórmula matemática que mostra a alteração no alcance radar devido a redução da RCS do alvo.
Claro que é uma formula simplificada. Claro que no mundo real, uma chuva, uma neve altera o alcance de um radar. Claro que existem N variáveis.
Mas da para termos uma ideia do que ocorre a medida que diminuímos a RCS.
Portanto, respondendo sua pergunta:
Existem informações na internet que o radar PS-05 do Gripen C possui capacidade máxima de detecção de alvos aéreos a até 120 km.
Não tenho dados sobre o AESA, mas os franceses informaram que o alcance do RBE foi ampliado em 50% com a incorporação do AESA>
Imagine que o Gripen consiga o mesmo feito, teria então 180 km de alcance de detecção com o radar AESA.
Agora imagine que o Gripen E consegue um RCS frontal de 0,3m².
10 x menor que o padrão 3m² considerado para um caça.
O Su-35 com o radar IRBIS-E detecta alvos com RCS de 3m² a distância de 400 km.
Coloque na fórmula:
400/R2 = (3 /0,3)^(1/4)
R2 = 225 km
Ou seja, se o Gripen consegue um RCS frontal de apenas 0,3m² (algo que é muito difícil, ainda mais ARMADO), o IRBIS-E teria seu desempenho degradado devido à baixa RCS do Gripen (0,3m²) e em vez de detectá0lo a 400 km de distância, só poderia detectá-lo a 225 km de distância.
Se o Su-35 consegue um RCS frontal de 2m², o Gripen consegue detectá-lo a 162 km de distância.
Os dados que tenho do Su-35 é que o RCS frontal está entre 0,5 e 2m².
Se fossemos considerar 0,5m² ai o Gripen só o detectaria a 115 km.
Mas, veja que mesmo que considerássemos que os russos não conseguiram reduzir a RCS do Su-35, mesmo assim a capacidade máxima do AESA do Gripen estaria limitada a 180 ou talvez 200 km.
Mesmo sem degradar o radar do Gripen com baixo RCS, o IRBIS-E detecta primeiro.
Outras conclusões que tiramos da fórmula: uma redução de 10x na RCS, significa uma redução de apenas 1,77x no alcance.
Ou melhor, uma redução de 1.000% na RCS, significa uma redução de 44% na detectabilidade por radar.
Faz diferença? Claro que sim. Mas quando comparamos um caça pesado que possui um radar MUITO mais capaz, a diferença não é o suficiente.
Para ser suficiente teria que ocorrer uma redução BEM mais significativa na RCS, ou seja, teria que ser FURTIVO.
Um caça furtivo, carregando armamento apenas internamente, poderia ter uma RCS frontal de 0,01m².
Vamos imaginar o F-35 contra o Su-35:
O F-35 com rcs = 0,01m²
Ai sim, utilizando a fórmula o IRBIS-E o detectaria a 96 km.
Imagine que o APG-81 tenha alcance de detecção similar ao Rafale e Super Hornet.
Portanto, 200 km de alcance de detecção.
Se o Su-35 possui RCS frontal de 2m² o F-35 o detectaria a aproximadamente 180 km.
Se o Su-35 possui RCS frontal de 0,5m² o F-35 o detectaria a aproximadamente 128 km.
Conclusão, mesmo o Su-35 tendo radar bem mais potente, o F-35 levaria vantagem pois é FURTIVO.
Agora contra caças DISCRETOS como Rafale e Gripen, o Su-35 leva a vantagem neste quesito. Pois a redução da RCS tem que ser muito grande para impactar o alcance de detecção radar de forma significativa, e como o radar do Su-35 é substancialmente mais capaz, mesmo considerando Rafale e Gripen com RCS 10x menor que o do Su-35, ainda assim não é suficiente.
Espero que tenha ajudado.
Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.