A existência da Ucrânia como Estado significa uma guerra indefinida contra a Rússia
Portanto, a única opção aceitável para a Rússia para a conclusão da Operação Militar Especial(*) continua sendo o desaparecimento da Ucrânia como um estado do mapa político do mundo.
Alexandre Vladimirov
MOSCOU, 29 de junho de 2022, Instituto RUSSTRAT(***).
Um dos resultados da cúpula dos "
Big Seven", realizada no sul da Alemanha, no Castelo de Ellmau, na Bavária, foi a declaração final dos países do G7 sobre o apoio à Ucrânia em 27 de junho de 2022.
Eis algumas citações deste documento:
"Continuaremos a fornecer apoio financeiro, humanitário, militar e diplomático à Ucrânia
pelo tempo que for necessário. Ao fazê-lo, comprometemo-nos a demonstrar responsabilidade global e solidariedade trabalhando para enfrentar as consequências internacionais da agressão russa, especialmente para os (creio que Países) mais vulneráveis."
"Continuaremos a coordenar os esforços para atender às necessidades urgentes da Ucrânia para equipamentos militares e de defesa. Também continuaremos a coordenar os esforços para fornecer à Ucrânia material, treinamento, logística, inteligência e apoio econômico para (re)construir suas forças armadas."
Em termos de apoio financeiro e econômico em 2022, a Ucrânia receberá até 29,5 bilhões de dólares americanos "para eliminar a defasagem de financiamento e continuar a fornecer serviços básicos ao povo ucraniano". O comunicado observou que o apoio econômico à Ucrânia de 2014 a 2021 excedeu 60 bilhões de dólares americanos (**).
O apoio adicional planejado às empresas estatais ucranianas e ao setor privado através do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (BERD/EBRD, sediado em Londres - tinha que ser, né? - e do qual a própria Rússia faz ou fazia parte) e da International Finance Corporation (IFC, sediado em Washington DC - nem tenho que dizer nada - e que faz parte do Banco Mundial, sendo peça-chave na tale de "onda verde") será de 3,5 bilhões de dólares americanos. Uma das medidas que os ministros do comércio do G7 desenvolverão será a suspensão de tarifas sobre as exportações ucranianas (claro, são basicamente
COMIDA E CARVÃO - para a UE).
Em 27 de junho de 2022, ocorreu outro evento interessante. O assistente do presidente dos Estados Unidos para a Segurança Nacional, Jake Sullivan, em uma conversa com a imprensa anunciou a conclusão esta semana do desenvolvimento do próximo pacote de assistência militar à Ucrânia. Ele incluirá "recursos avançados de defesa antiaérea de médio e longo alcance, bem como outros itens que são urgentemente necessários, incluindo munição de artilharia, sistemas de contra-bateria e radar".
Mais cedo, o regime de Kiev solicitou o fornecimento de sistemas de mísseis antiaéreos NASAMS. Aparentemente, estamos falando sobre sua entrega. O complexo foi desenvolvido pela empresa norueguesa Kongsberg Defence & Aerospace em conjunto com a empresa americana Raytheon. O seu alcance depende do tipo de mísseis fornecidos e varia de 20 a 120 quilômetros. Um míssil com alcance de até 180 quilômetros também está sendo desenvolvido para ele.
Um detalhe importante. A formação de especialistas ucranianos para o uso desses equipamentos complexos não foi realizada antes e leva, via de regra, até seis meses. Portanto, ou a entrega será em seis meses, ou em um futuro mais próximo, mas inicialmente com operadores estrangeiros.
A propósito, o complexo está a serviço não só dos Estados Unidos e da Noruega, mas também com a Lituânia, Finlândia, Espanha, Holanda e outros países. Levando em conta a deterioração das Forças Armadas da Ucrânia nas frentes de Donbass,
provavelmente, os sistemas de defesa aérea NASAMS aparecerão em território ucraniano em um futuro próximo, operados por estrangeiros (mercenários, claro, ou possivelmente membros da ativa de forças Ocidentais mas "desligados a pedido").
Outro evento importante em termos de fornecer assistência militar potencial à Ucrânia, em 17 de junho de 2022, membros da Câmara dos Representantes dos EUA (Congresso) Adam Kinzinger e Chrissy Houlahan apresentaram um projeto de lei para treinar tripulações ucranianas de caças em instalações da Força Aérea dos EUA.
De acordo com legisladores americanos, essa iniciativa permitirá que os Estados Unidos comecem a treinar pilotos ucranianos e
outros membros da tripulação (provável referência a pessoal de terra) em F-15, F-16 e outras plataformas aéreas, enquanto o governo continua a considerar a possibilidade de fornecer à Ucrânia tais armas.
Em meados de março de 2022, o chefe da Força Aérea Ucraniana, Yuri Ignat, declarou: "se nos forem entregues aeronaves americanas, para começar, pelo menos dois esquadrões de 12 unidades cada, então suas armas ajudarão a lutar no céu tendo alguma capacidade de lidar com um número predominante de aeronaves russas. Há jovens pilotos graduados com experiência em aeronaves de combate; além disso, há muitos pilotos reservistas que constantemente reclamam que não são chamados pelos escritórios de recrutamento militar."
Além disso, a
permissão oficial para treinar pilotos ucranianos nos Estados Unidos torna real o emprego de
pilotos militares estrangeiros na Ucrânia, que podem se passar por ucranianos já treinados. O caça F-16 americano está em serviço com cerca de 25 países, então há muitos pilotos que dominam esta aeronave. O único fator dissuasivo é o poder da defesa antiaérea russa, que por direito ocupa o primeiro lugar no mundo em termos de sua eficácia (curioso não mencionarem seus próprios caças).
Quanto à transferência de caças americanos para a Ucrânia no futuro,
isso é bem possível. Já o regime de Kiev está secretamente recebendo peças de reposição e aeronaves soviéticas dos antigos países do Pacto de Varsóvia, agora membros da OTAN.
É o que dizem os números. De acordo com o Ministério da Defesa da Federação Russa, a Força Aérea Ucraniana no início da operação militar especial tinha 152 aeronaves de combate e transporte; de acordo com outras fontes, 175 aeronaves. Até as 15h de 27 de junho, as Forças Armadas russas haviam destruído 215 aeronaves.
Onde o regime de Kiev conseguiu pelo menos mais 40 aviões?
Outro dia foi relatado que a Eslováquia está pronta para fornecer à Ucrânia 12 caças MiG-29, imediatamente após a Polônia e a República Tcheca concordarem em proteger seu espaço aéreo até receberem os caças F-16 comprados dos Estados Unidos.
Qual será a diferença entre o fornecimento de caças MiG-29 fabricados pelos soviéticos por um país membro da OTAN para a Ucrânia e o fornecimento de caças F-16 americanos?
Quase nada. A única coisa é que a transferência de armas feitas pelos EUA para terceiros exigirá a
permissão oficial do governo dos EUA (pelo que entendi, aí está uma senhora "linha vermelha").
O fornecimento de armas para o regime nazista de Kiev está aumentando pouco a pouco, e agora em um volume cada vez maior. Quem em fevereiro de 2022 poderia imaginar que a partir do fornecimento de armas de pequeno porte, RPGs, ATGMs, MANPADS, o Ocidente gradualmente se moveria para o fornecimento de tanques, BMP, APCs, artilharia autopropulsada e rebocada de tubo, UAVs de reconhecimento e ataque, MLRS, mísseis anti-navio e aeronaves de combate de fabricação soviética?
As conclusões do acima são as seguintes:
A declaração do G7 sobre prestar indefinidamente assistência militar e financeira à Ucrânia, seu conteúdo quantitativo e qualitativo indicam que a estratégia de "
guerra até o último ucraniano" está se tornando um imperativo. Não haverá outra estratégia.
Esta abordagem não implica um
empate: uma das partes do conflito deve sofrer uma derrota esmagadora.
É uma guerra de vida ou morte.
A ajuda militar e financeira com término indefinido concedida pelo Ocidente à Ucrânia significa uma guerra com término indefinido contra a Rússia. Portanto, a única opção aceitável para a Rússia para completar sua operação militar especial
continua sendo(****) o desaparecimento da Ucrânia como um estado do mapa político do mundo.
https://russtrat.ru/comments/29-iyunya-2022-0010-10912