Royal Navy

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Royal Navy

#721 Mensagem por mmatuso » Seg Mar 27, 2017 1:48 pm

Túlio escreveu:
mmatuso escreveu:Diferença americana é brutal, mesmo se não adicionarem nada continuarão em vantagem por pelo menos umas 2 décadas já que ninguém fez sequer 1 super PA até hoje.

Sei não, essa diferença começa a ser contestada: Chineses e Russos desenvolvem mísseis específicos para destruir NAes, ainda mais os enormes CVNs. O Chinês é um IRBM com ogiva MARV convencional (na verdade, maciça), que ataca pelo alto (a "apenas" mach 10 por enquanto, e não há SAM conhecido que intercepte um troço desses) e desencadeia um montante brutal de energia cinética contra o alvo, mais ou menos como ser atingido por um meteoro. E isso sendo lançado de terra (VTR) e com mais que o dobro ou mesmo o triplo do alcance das aeronaves do CVN. Se este quiser lançar um ataque, terá que entrar fundo na killzone e isso não se faz com um navio que, incluindo sua Ala Aérea, sai por até uns USD 20 bi. Assim, como arma ofensiva, o NAe começa a ser contestado pelos mísseis, do mesmo modo que o Encouraçado o foi pelos NAes. A História não para...

Por outro lado, as outras grandes potências (como as citadas) também ficam sem ter como atacar os EUA, pois suas Marinhas teriam de encarar os CVNs e suas Escoltas (incluindo aí um enorme "cardume" de SSNs do tipo "hunter/killer") no meio do oceano, onde não tem míssil lançado de terra que pegue. Pior, mesmo que passassem, teriam pela frente a USAF.

Empate técnico. :lol: :lol: :lol: :lol:
A questão também é quantitativa, será que a China ou Russia teriam capacidade de dizimar 10 PA, Task force, submarinos e uma paulada de destroyers, fragatas e outros?Sem armamento nuclear claro.

Qual seria a reação da USAF ao primeiro PA ser destruído? No caso da China provavelmente viria uma resposta maciça da Coreia do Sul e Japão ao mesmo tempo que estão mais próximos e possuem base. Então China teria que se defender do ataque pelo mar dos EUA, pelo ar também saindo da china e coreia e até talvez uma invasão por terra se a CS passar pela CN sei lá. [003]

Sempre penso nessa questão dessas armas "killers" demais como bhramos, mas possuem quantidade suficiente para acabar com a quantidade gigante de meios dos EUA? Mesmo que alcancem um nível tecnologico maior quantidade eu vejo como desequilibrio a quantidade de navioes, aviões por exemplos, bombardeios e outros que os amerikas conseguiram colocar no ar atacando enquanto recebem um ataque da China nos PAs.




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Re: Royal Navy

#722 Mensagem por Túlio » Seg Mar 27, 2017 2:01 pm

Não inventei o que falei, esta discussão vai longe...

http://www.newsweek.com/2016/02/26/chin ... 27063.html




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Re: Royal Navy

#723 Mensagem por LeandroGCard » Seg Mar 27, 2017 2:06 pm

mmatuso escreveu:Qual seria a reação da USAF ao primeiro PA ser destruído? No caso da China provavelmente viria uma resposta maciça da Coreia do Sul e Japão ao mesmo tempo que estão mais próximos e possuem base. Então China teria que se defender do ataque pelo mar dos EUA, pelo ar também saindo da china e coreia e até talvez uma invasão por terra se a CS passar pela CN sei lá. [003]
Um único NAe americano hoje custa US 10 bilhões e demora 8 anos para ser construído. O que na China custa isso, demora tanto para construir e pode ser totalmente destruído além de qualquer chance de recuperação por um único ataque aéreo de quem quer que seja?

Lembre-se, anos e anos de bombardeio aéreo sobre o Vietnan (que é um "pouquinho menor" do que a China) não foi o suficiente para fazê-lo desistir da guerra. Mas sem seus NAe's os americanos desistiram por simples incapacidade de continuar. Claro, pode-se alegar que ainda assim os EUA não poderiam ser atacados em seu próprio território, mas se for para defender seu próprio território porque eles gastam tanto dinheiro em tantos grandes NAe's? Para isso eles seriam totalmente dispensáveis.

Sempre penso nessa questão dessas armas "killers" demais como bhramos, mas possuem quantidade suficiente para acabar com a quantidade gigante de meios dos EUA? Mesmo que alcancem um nível tecnologico maior quantidade eu vejo como desequilibrio a quantidade de navioes, aviões por exemplos, bombardeios e outros que os amerikas conseguiram colocar no ar atacando enquanto recebem um ataque da China nos PAs.
Bem, com o custo de um único NAe, quantos mísseis NAe-Killers a China ou a Rússia poderiam fabricar?

E isso pode ser só o começo. Imagine também ao invés de mísseis drones submarinos de longo alcance capazes de realizar buscas automáticas por alvos também a milhares de km de suas bases de lançamento, e uma vez detectado o alvo avançariam contra ele em alta velocidade e explodiriam logo abaixo do casco sua carga com várias toneladas de explosivos. Algo já perfeitamente concebível com a tecnologia atual.

É de se pensar no assunto.


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Re: Royal Navy

#724 Mensagem por mmatuso » Seg Mar 27, 2017 5:43 pm

LeandroGCard escreveu:
mmatuso escreveu:Qual seria a reação da USAF ao primeiro PA ser destruído? No caso da China provavelmente viria uma resposta maciça da Coreia do Sul e Japão ao mesmo tempo que estão mais próximos e possuem base. Então China teria que se defender do ataque pelo mar dos EUA, pelo ar também saindo da china e coreia e até talvez uma invasão por terra se a CS passar pela CN sei lá. [003]
Um único NAe americano hoje custa US 10 bilhões e demora 8 anos para ser construído. O que na China custa isso, demora tanto para construir e pode ser totalmente destruído além de qualquer chance de recuperação por um único ataque aéreo de quem quer que seja?

O PA Chines? A marinha deles?

Alvos civis usinas nucleares? Aquela represa gigantesca que demorou um tempo para ser construída?

10 bilhões é grana para qualquer país, ainda sim com o controle de doláres os EUA podem imprimir para gerar armamentos até acaba papel e tinta como fizeram na guerra do Vietnan e depois ficaram quebrados. [003]

Só a questão de tempo pesaria.

Ainda sim imaginemos uma situação onde a USN vai para o tudo ou nada(acredito a única forma de um ataque ter sucesso) com todos PAs ativos, escoltas, subs e tudo mais, um PA afundado fariam eles retornarem? Porque se chegasse ao ponto de colocarem TG em direção a china é porque a coisa ficou muito feia mesmo.


Lembre-se, anos e anos de bombardeio aéreo sobre o Vietnan (que é um "pouquinho menor" do que a China) não foi o suficiente para fazê-lo desistir da guerra. Mas sem seus NAe's os americanos desistiram por simples incapacidade de continuar. Claro, pode-se alegar que ainda assim os EUA não poderiam ser atacados em seu próprio território, mas se for para defender seu próprio território porque eles gastam tanto dinheiro em tantos grandes NAe's? Para isso eles seriam totalmente dispensáveis.

Mas a situação era diferente, os EUA atacaram o país inteiro e despejaram bombas e armamento quimicos até não querer mais e o país sofre até hoje com isso com inutilização de parte dele, a diferença é que a China produziria muito do que ela usaria na guerra no próprio país, enfraquecimento da produção industrial seria o declinio da produção de armamento. Vitenan não produzia muito do que usou na guerra, entrava da URSS e China, então atacar e destruir o país não era atacar e destruir a logistica da guerra deles e o enfraquecimento consequente. Na china a zona industrial será um alvo prioritário e estratégico.

Mesmo tendo uma rússia na fronteira eles se posicionariam a favor dos Chines para mandar tantos armamentos assim? Seria a única fonte externa nesse quesito, isso apenas se os Russos não resolvem puxar o tapete deles também.
Sempre penso nessa questão dessas armas "killers" demais como bhramos, mas possuem quantidade suficiente para acabar com a quantidade gigante de meios dos EUA? Mesmo que alcancem um nível tecnologico maior quantidade eu vejo como desequilibrio a quantidade de navioes, aviões por exemplos, bombardeios e outros que os amerikas conseguiram colocar no ar atacando enquanto recebem um ataque da China nos PAs.
Bem, com o custo de um único NAe, quantos mísseis NAe-Killers a China ou a Rússia poderiam fabricar?

E isso pode ser só o começo. Imagine também ao invés de mísseis drones submarinos de longo alcance capazes de realizar buscas automáticas por alvos também a milhares de km de suas bases de lançamento, e uma vez detectado o alvo avançariam contra ele em alta velocidade e explodiriam logo abaixo do casco sua carga com várias toneladas de explosivos. Algo já perfeitamente concebível com a tecnologia atual.

Concordo plenamente com o seu pensamento sobre drones submarinos e outros, acredito até que poderiam ter surpresas de ambos os lados, China e EUA mostrando "brinquedos novos" que ninguém nunca viu como enxame de drones com AI e outrso. Alias sempre defendo que a nossa estratégia de dissuasão deveria ser investir nisso e não em armamento e doutrinas atrasadas o que estão perdendo uso para parecemos bonitos diante da Otan e outros em exercícios conjunto, mas com 1/10 dos equipamentos necessários.

Sobre a questão de custos, Rússia e China investem 10 bilhões em bhamos de forma a conseguir essa vantagem? Possuem gastos suficiente para produzir armamentos nessa quantidade para incomodar a USN? E mesmo que fosse a solução ambos países estão buscando Super PA, logo enxergam uma vantagem que não possuem.


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Re: Royal Navy

#725 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Mar 27, 2017 6:35 pm

Túlio escreveu:a "apenas" mach 10 por enquanto, e não há SAM conhecido que intercepte um troço desses
Essa é a função do SM-3.
Túlio escreveu:Assim, como arma ofensiva, o NAe começa a ser contestado pelos mísseis, do mesmo modo que o Encouraçado o foi pelos NAes. A História não para...

Por outro lado, as outras grandes potências (como as citadas) também ficam sem ter como atacar os EUA, pois suas Marinhas teriam de encarar os CVNs e suas Escoltas (incluindo aí um enorme "cardume" de SSNs do tipo "hunter/killer") no meio do oceano, onde não tem míssil lançado de terra que pegue. Pior, mesmo que passassem, teriam pela frente a USAF.

Empate técnico. :lol: :lol: :lol: :lol:
Nesse caso vou invocar o Super Trunfo da guerra: ICBMs

Que hipoteticamente derrota todo mundo, só nunca foi usado em uma guerra real.




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Re: Royal Navy

#726 Mensagem por Túlio » Seg Mar 27, 2017 6:52 pm

Marechal-do-ar escreveu: Essa é a função do SM-3.
Correção: deveria ser! Mas não mates o mensageiro, exprimas tuas descrenças diretamente ao US Sen John McCain, ele é um dos maiores adversários dos CVNs, não eu. Vai que ele muda de idéia... :lol: :lol: :lol: :lol:

https://www.mccain.senate.gov/public/in ... ntact-form

Marechal-do-ar escreveu:Nesse caso vou invocar o Super Trunfo da guerra: ICBMs

Que hipoteticamente derrota todo mundo, só nunca foi usado em uma guerra real.
Super Trunfo? Tô fora! Eu cá a falaire em CONCEITOS, me dou ao trabalho de fundamentar com o link (que pelo jeito nem deste uma rápida olhada) para um interessantíssimo debate e me vens com "isso"?




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Re: Royal Navy

#727 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Mar 28, 2017 5:21 am

Túlio escreveu:Correção: deveria ser! Mas não mates o mensageiro, exprimas tuas descrenças diretamente ao US Sen John McCain, ele é um dos maiores adversários dos CVNs, não eu. Vai que ele muda de idéia... :lol: :lol: :lol: :lol:
Por que deveria ser? O SM-3 não funciona por acaso?

E não me sinto na obrigação de convencer o McCain a nada por dois motivos:
1) Ele não é brasileiro, se ele quer fuder com a defesa do país dele problema deles, não meu.
2) Já existem almirantes muito bem pagos tentando fazer isso.
Túlio escreveu:Super Trunfo? Tô fora! Eu cá a falaire em CONCEITOS, me dou ao trabalho de fundamentar com o link (que pelo jeito nem deste uma rápida olhada) para um interessantíssimo debate e me vens com "isso"?
Ok, eu li o link.

E me parece o maior exemplo de Super Trunfo que já vi nesse forum. E depois ainda reclamam quando tentamos usar dados reais em alguma discussão!

Olha só, estão dizendo que um míssil que nunca foi usado em combate real seria capaz de destruir porta-aviões e que não poderiam ser interceptados pelos mísseis que foram projetados exclusivamente para interceptar os primeiros e que também nunca foram usados em combate real. Caramba! Cadê os dados? Cadê fatos? Cadê alguma coisa material que possa ser discutida? Quem vai gritar Super Trunfo primeiro?

E tudo isso acaba com a hipótese: É só mandar um ICBM dos EUA para Pequim, quem precisa de porta-aviões ou de mísseis anti-navio?

E se o fundamento é o link que você passou, deixa eu colar um trecho aqui:
Asked recently by Newsweek if China’s anti-ship missiles had made U.S. carriers obsolete, Chief of Naval Operations Admiral John Richardson emphatically answered: “No!” He says the Navy’s newest warships have advanced missile defense systems to counter the Chinese threat, as well as sensors and targeting technology that provide data to commanders, pilots and ship crews in real time.
Por que o SM-3 "deveria"? Por que a opinião do Hendrix e do McCain são as corretas e do Richardson é a errada?




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Re: Royal Navy

#728 Mensagem por Túlio » Ter Mar 28, 2017 10:26 am

Marechal-do-ar escreveu:
Por que deveria ser? O SM-3 não funciona por acaso?
Porque jamais foi disparado contra uma ameaça do tipo. Mesmo o SM-6, que eu nem conhecia (tks!!!), é mencionado em termos bem vagos como tendo "interceptado um míssil balistíco 'complexo'", que entusiastas logo atribuem a uma MARV, mas sem qualquer detalhe adicional que confirme isso. Também é dito que "bateu seu próprio recorde de interceptação de aeronave a longa distância" mas sem citar qual era o tale de "recorde". Voltando ao SM-3, ele nunca abateu nada em combate. E seu antecessor estava a bordo da Fragata Stark e nem foi disparado quando ela foi atacada. É um ponto negativo? Não. O problema foi humano, sequer tentaram disparar, mesmo tendo condições.
Marechal-do-ar escreveu: E não me sinto na obrigação de convencer o McCain a nada por dois motivos:
1) Ele não é brasileiro, se ele quer fuder com a defesa do país dele problema deles, não meu.
2) Já existem almirantes muito bem pagos tentando fazer isso.
Ué, encontrarias um antagonista interessado e muito melhor conhecedor do que eu - e é um POLÍTICO, PUTZ!!! - sobre o tema. Ele defende sua posição tão ferozmente no Senado lá deles que me dá inveja de não haver qualquer um que eu conheça ou tenha ouvido falar no Mercado Livre daqui.

Marechal-do-ar escreveu: Ok, eu li o link.

E me parece o maior exemplo de Super Trunfo que já vi nesse forum. E depois ainda reclamam quando tentamos usar dados reais em alguma discussão!

Olha só, estão dizendo que um míssil que nunca foi usado em combate real seria capaz de destruir porta-aviões e que não poderiam ser interceptados pelos mísseis que foram projetados exclusivamente para interceptar os primeiros e que também nunca foram usados em combate real. Caramba! Cadê os dados? Cadê fatos? Cadê alguma coisa material que possa ser discutida? Quem vai gritar Super Trunfo primeiro?
Notes que a interpretação é por tua conta. Não fiz uma declaração exigindo que concordassem comigo, tipo "eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida", não sou melhor do que ninguém aqui; fiz foi uma proposição sobre um tema atualíssimo, destinada ao debate. Se eu estivesse interessado em ST já começaria dizendo - sem mentir - que nenhum NAe esteve em combate real contra um inimigo à altura desde a 2GM. E daí? Só porque não apareceu ninguém capaz de posar como ameaça séria isso invalida o próprio conceito de NAe? Claro que NÃO! Só que a questão não é essa, como veremos mais abaixo.
Marechal-do-ar escreveu: E tudo isso acaba com a hipótese: É só mandar um ICBM dos EUA para Pequim, quem precisa de porta-aviões ou de mísseis anti-navio?
ICBMs jamais foram usados e provavelmente jamais o serão, dentro do conceito de MAD. Eles, ao contrário de NAes e Msls anti-Naes, existem para não serem usados.
Marechal-do-ar escreveu: E se o fundamento é o link que você passou, deixa eu colar um trecho aqui:
Asked recently by Newsweek if China’s anti-ship missiles had made U.S. carriers obsolete, Chief of Naval Operations Admiral John Richardson emphatically answered: “No!” He says the Navy’s newest warships have advanced missile defense systems to counter the Chinese threat, as well as sensors and targeting technology that provide data to commanders, pilots and ship crews in real time.
Por que o SM-3 "deveria"? Por que a opinião do Hendrix e do McCain são as corretas e do Richardson é a errada?
Sobre o SM-3 creio já ter respondido. Sobre o Admiral Richardson, minha razão se baseia no fato de que OGs são conservadores e tradicionalistas, especialmente os acostumados a vencer. É tipo "se estamos vencendo desde mil novecentos e guaraná de rolha deste jeito, por que iríamos querer mudar? Negócio é aperfeiçoar o que já temos para melhorar nossa capacidade de lutar do mesmo jeito e seguir vencendo". O Alto Comando da Inglaterra e o da França pensavam igualzinho, nas cabeças (ocas) deles a 2GM seria igualzinha á anterior, até melhor porque tinham agora a impenetrável Linha Maginot. Esqueceram apenas que quem perde (Alemanha) trata de rever seus conceitos e, dentro desta linha "não-conservadora", lançou sua Blitzkrieg, que resultou no esmagamento do Exército da França e um baita corridão nos Ingleses que foram para lá, achando que tudo ia ser novamente em torno de trincheiras e canhões.

Assim em terra, assim, no mar. No começo do século passado o Encouraçado reinava absoluto e incontestável. Os Almirantes os adoravam e as lições da 1GM não mudaram isso. Então, entre as poucas vozes discordantes, surgiu um General chamado Billy Mitchel nos EUA que, após debater publicamente até com o Presidente dos EUA (pagou caro por isso, como todos os visionários), provou em definitivo que não havia Encouraçado capaz de resistir a um ataque de Bombardeiros. Curiosamente, uma de suas frases bombásticas (dita perante o Congresso dos EUA em 1920) é usada hoje pelos anti-NAes:

"Mil Bombardeiros podem ser construídos e operados pelo preço de um só Encouraçado" (basta trocar Encouraçado por CVN e Bombardeiro por ASBM), acrescentando que "basta um esquadrão destes Bombardeiros para afundar um Encouraçado, o que seria um uso muito mais eficiente do orçamento".

Curiosamente, ele (Aviador terrestre) não era um entusiasta dos NAes mas, à medida que suas teses começaram a influenciar oficiais mais jovens da USN e estes foram assumindo os postos principais de comando e planejamento, o NAe começou a ser mais e mais aperfeiçoado e valorizado tendo, por fim - e sem qualquer dúvida por parte da Marinha - substituído em definitivo o uma vez "Rei dos Oceanos".

E chegamos aos dias atuais. O NAe/CVN está, queiras admitir ou não, cada vez mais ameaçado, agora não apenas por seus eternos inimigos, o submarino com seus torpedos e minas e a Aviação Terrestre (com seus mísseis cada vez mais sofisticados, uns indo pelo caminho da furtividade, outros da alta velocidade supersônica, além dos convencionais que até nós temos) mas surge um novo: o ASBM, como o citado DF-21D e o novíssimo DF-26. Estas munições estão ainda recém entrando na adolescência mas um dia estarão maduras. Apostam os anti-CVN que este dia chegará ainda na próxima década. E eu concordo com eles.

Enquanto a meta for lançar bomba inteligente em mendigo, o CVN/NAe estará seguro; no dia em que tiver que enfrentar quem tenha meios de se defender à altura, o CVN ou passa a operar drones de ataque (UCAVs) com alcance ainda maior do que os ASBMs (ou isso ou vão ter que dobrar de tamanho, no mínimo) ou será substituído por misileras do porte de um destróier e capazes de lançar enormes cruise missiles com grande precisão e poder destrutivo CONVENCIONAL (lembres, MAD se forem nukes) e com vários milhares de km de alcance. A alternativa NAVAL? SSBN/SSGN!

Pois, parafraseando o Gen Mitchel, por que iriam China e Rússia gastar o que não têm para fazer uma frota de uma dúzia de CVNs (e respectivas Escoltas) para enfrentar a USN se com o preço de UM SÓ podem afundá-la inteirinha?

NOTA - Até nós, aqui na Terra do Nunca, bem que poderíamos olhar mais de perto o motor do SONDA IV ou, melhor ainda, seu sucessor, o VS-40M, capaz de levar uma carga de meia tonelada a uma altitude de uns 650 km. Uma versão Militar (móvel) aperfeiçoada poderia interditar quase metade do Atlântico Sul. Mas, como é a Terra do Nunca, adivinhes QUANDO isso vai acontecer... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




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Re: Royal Navy

#729 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Mar 28, 2017 10:50 am

Mas Túlio, os Chineses estão a apostar em força nos seus PA. Neste momento é apenas um, mas em breve serão já três.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: Royal Navy

#730 Mensagem por Túlio » Ter Mar 28, 2017 11:06 am

cabeça de martelo escreveu:Mas Túlio, os Chineses estão a apostar em força nos seus PA. Neste momento é apenas um, mas em breve serão já três.
Só sei de dois, convencionais e que mesmo juntos pouca impressão causariam a um único CVN. Para mim é mais questão de prestígio regional e, claro, uma pressãozinha a mais sobre Taiwan.




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Re: Royal Navy

#731 Mensagem por pmicchi » Ter Mar 28, 2017 11:21 am

Túlio escreveu:
cabeça de martelo escreveu:Mas Túlio, os Chineses estão a apostar em força nos seus PA. Neste momento é apenas um, mas em breve serão já três.
Só sei de dois, convencionais e que mesmo juntos pouca impressão causariam a um único CVN. Para mim é mais questão de prestígio regional e, claro, uma pressãozinha a mais sobre Taiwan.
os PA chineses são armas ofensivas para projeção de poder, assim como os americanos. A China também quer ser uma potencia imperialista um dia. Não acho que são pensados para enfrentar os EUA mas sim para "bombardear mendigo", como o Tulio pontuou de maneira genial.




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Re: Royal Navy

#732 Mensagem por LeandroGCard » Ter Mar 28, 2017 2:14 pm

pmicchi escreveu:
Túlio escreveu: Só sei de dois, convencionais e que mesmo juntos pouca impressão causariam a um único CVN. Para mim é mais questão de prestígio regional e, claro, uma pressãozinha a mais sobre Taiwan.
os PA chineses são armas ofensivas para projeção de poder, assim como os americanos. A China também quer ser uma potencia imperialista um dia. Não acho que são pensados para enfrentar os EUA mas sim para "bombardear mendigo", como o Tulio pontuou de maneira genial.
Também acho que é por aí mesmo.

Não consigo imaginar marinhas modernas lançando seus NAe's para o meio de um oceano coberto por satélites e outros meios avançados de reconhecimento, cheios de submarinos e cercados por aeronaves e mísseis de longo alcance para tentar enfrentar outros NAe's. A força tarefa seria detectada e rastreada antes mesmo de sair do seu porto, e atacada quando menos esperasse, múltiplas vezes. E isso vale para todo mundo e não só para os EUA.

Grandes NAe's de ataque são para forçar a barra contra nações menores, e não para enfrentar quem tem realmente "tamanho" no campo militar. E ainda mais hoje, com o preço pela hora da morte que custam os aviões.


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Re: Royal Navy

#733 Mensagem por P44 » Ter Mar 28, 2017 4:08 pm

Túlio escreveu:
cabeça de martelo escreveu:Mas Túlio, os Chineses estão a apostar em força nos seus PA. Neste momento é apenas um, mas em breve serão já três.
Só sei de dois, convencionais e que mesmo juntos pouca impressão causariam a um único CVN. Para mim é mais questão de prestígio regional e, claro, uma pressãozinha a mais sobre Taiwan.
O Liaoning (Ex-Varyag), o irmao "Liaoning v2.O", e um terceiro que já estará em construçao:

http://www.dn.pt/mundo/interior/china-t ... 96474.html
https://www.rt.com/news/377332-china-th ... t-carrier/




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Re: Royal Navy

#734 Mensagem por Túlio » Ter Mar 28, 2017 4:24 pm

P44 escreveu: O Liaoning (Ex-Varyag), o irmao "Liaoning v2.O", e um terceiro que já estará em construçao:

http://www.dn.pt/mundo/interior/china-t ... 96474.html
https://www.rt.com/news/377332-china-th ... t-carrier/

Li os dois links, sendo o segundo de longe mais interessante, pois menciona CATAPULTAS! Isso sim, seria uma senhora reviravolta mas fica meio que tipo RUMOR, ao menos EU não conheço nenhum projeto de catapultas Chinesas ou mesmo Russas. De qualquer forma, os números citados não fogem ao que foi escrito pelos Colegas Pmicchi e Leandro, sempre é bom ter alguns para descer o cacete na mendingada.

Agora, atacar CVN? Eles (os chinas) já têm coisa muito melhor para isso... 8-]




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Re: Royal Navy

#735 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Mar 28, 2017 6:27 pm

Túlio escreveu:Porque jamais foi disparado contra uma ameaça do tipo.
Ele já foi testado, não em combate, claro, mas já foi testado contra um míssil balístico sem ogiva, mas até ai, todo tipo de equipamento passa por algum tipo de teste.

Mas o que eu quero dizer é que nem ICMBs, nem MARV, nem o SM-3 e nem ASBM foram testados em combate, acho que não faz o mínimo sentido assumir que algum deles vai funcionar e outros não.
Túlio escreveu:ICBMs jamais foram usados e provavelmente jamais o serão, dentro do conceito de MAD. Eles, ao contrário de NAes e Msls anti-Naes, existem para não serem usados.
Se ICBMs existem para não serem usados por tabela, os mísseis projetados para intercepta-los, também existem para não serem usados, e eu penso o mesmo dos Msls anti-Naes.

Mas, vamos supor, que alguém aperte o botão vermelho e dispare um ICBM, ai descobriríamos se o SM-3 funciona de fato e se o "A" de MAD realmente significa "assured".
Túlio escreveu:Curiosamente, ele (Aviador terrestre) não era um entusiasta dos NAes mas, à medida que suas teses começaram a influenciar oficiais mais jovens da USN e estes foram assumindo os postos principais de comando e planejamento, o NAe começou a ser mais e mais aperfeiçoado e valorizado tendo, por fim - e sem qualquer dúvida por parte da Marinha - substituído em definitivo o uma vez "Rei dos Oceanos".
E os NAes eram tão ou mais caros que os encouraçados, custavam tanto quanto "mil bombardeiros", mesmo assim os substituíram.
Túlio escreveu:E chegamos aos dias atuais. O NAe/CVN está, queiras admitir ou não, cada vez mais ameaçado, agora não apenas por seus eternos inimigos, o submarino com seus torpedos e minas e a Aviação Terrestre (com seus mísseis cada vez mais sofisticados, uns indo pelo caminho da furtividade, outros da alta velocidade supersônica, além dos convencionais que até nós temos) mas surge um novo: o ASBM, como o citado DF-21D e o novíssimo DF-26. Estas munições estão ainda recém entrando na adolescência mas um dia estarão maduras. Apostam os anti-CVN que este dia chegará ainda na próxima década. E eu concordo com eles.
O que eu acho é que ainda não existem alternativas aos NAes (fora ICBMs), por mais armas que existam contra eles não há arma ofensiva equivalente.
Túlio escreveu:o CVN ou passa a operar drones de ataque (UCAVs) com alcance ainda maior do que os ASBMs (ou isso ou vão ter que dobrar de tamanho, no mínimo)
Acho essa hipótese um total absurdo, por vários motivos:
1) Aumentar o alcance não é só fazer "Unmaned", é preciso fazer uma aeronave maior, para um avião com mais de 900nm de raio de combate pouca diferença faz a presença do piloto, a presença do piloto faz uma grande diferença em aeronaves pequenas, mas não aqui;
2) Em um ambiente carregado de ECM drones estão por conta própria, e a inteligência aritficial ainda não está no nível de oferecer risco a um oponente com mesmo nível tecnológico mas auxiliado por um cérebro humano;
3) É muito fácil para os chineses extender o alcance dos mísseis deles, porra, existem ICBMs que atacam qualquer lugar do mundo! Esse míssil anti-NAe é basicamente um mini-ICBM não nuclear com radar de busca.
Túlio escreveu: ou será substituído por misileras do porte de um destróier e capazes de lançar enormes cruise missiles com grande precisão e poder destrutivo CONVENCIONAL (lembres, MAD se forem nukes) e com vários milhares de km de alcance. A alternativa NAVAL? SSBN/SSGN!
Ficou um pouco confuso aqui, destróiers não são tão mais baratos que NAes para que os mísseis que funcionem contra os últimos não possam ser usados contra os primeiros, a menos que você esteja falando de submarinos com mísseis assim, mas aqui ainda tem um problema, submarinos são cegos e com comunicação limitada.
Túlio escreveu:Pois, parafraseando o Gen Mitchel, por que iriam China e Rússia gastar o que não têm para fazer uma frota de uma dúzia de CVNs (e respectivas Escoltas) para enfrentar a USN se com o preço de UM SÓ podem afundá-la inteirinha?
Por que não enfrentariam CVNs?

CVNs são muito boms para projetar poder, controlar regiões imensas e outras funções, em grande parte, ofensivas, mas não são armas defensivas, nos dias atuais só vejo alguém atacar um NAe com outro NAe no caso de todas as outras alternativas terem falhado.

Mesmo no caso de conflito entre essas três potências, se a terra mãe for atacada a coisa parte para os ICBMs, a única possibilidade de conflito convencional é por proxies como Vietnã ou Coréia, Rússia e China estão próximas das terras que os interessam, os EUA não.




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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