25 de janeiro de 2015
Portugal também interessado no navio-doca ‘Siroco’
Na hipótese de o Brasil considerar inviável a aquisição do navio de assalto anfíbio “Siroco”, o navio, que será aposentado da esquadra francesa no fim do primeiro semestre, poderá continuar em atividade na Europa.
De acordo com o jornal “Correio da Manhã”, de Lisboa, no segundo semestre de 2014 a Marinha portuguesa fez uma sondagem junto à Marine Nationale, e obteve a informação de que, após sua desincorporação, a embarcação estará à venda por 80 milhões de euros – valor 30% maior que o pedido pela mesma Marinha francesa, em 2011, para vender o “Foudre”, irmão-gêmeo do “Siroco”, à Armada chilena.
A compra do “Siroco” permitiria que a Marinha portuguesa economizasse cerca de 500 milhões de dólares na construção, em seu país, do chamado “Navio Polivalente Logístico”, cujos requisitos técnicos e esboços preliminares estão prontos. O conceito do projeto é o de uma embarcação multipropósito, mas fortemente vocacionada para as operações anfíbias; dotada de helicópteros de porte médio e lanchas de desembarque, com a capacidade de transportar um batalhão de fuzileiros.
O problema é que a Armada de Portugal priorizou a renovação de sua flotilha de submarinos, e forçou o governo de Lisboa a assumir o compromisso de pagar 973 milhões de euros – cerca de 2,9 bilhões de Reais –, durante 20 anos, pelos seus dois novos submersíveis tipo U-209PN.
A encomenda obrigou os almirantes lusos a cancelarem até investimentos relativamente pequenos, como os 150 milhões de dólares que seriam necessários à construção de dois navios-patrulha tipo Vianna do Castelo.
Esses barcos, também conhecidos como pertencentes à classe NPO2000, são unidades pequenas (1.700 toneladas) e pobremente armadas. No início de 2014 a indústria naval portuguesa esforçou-se, sem sucesso, por oferecê-los à Marinha do Uruguai – juntamente com dois helicópteros Lynx usados, que seguiriam de brinde para a Bacia do Prata.
Última travessia – Mês que vem o “Siroco” parte da base naval de Toulon para render o porta-helicópteros “Tonerre”, que desde a segunda quinzena de novembro de 2014 colabora no patrulhamento do Golfo da Guiné, no âmbito da chamada Mission Corymbe.
Será a sua última viagem arvorando o pavilhão tricolor da República Francesa.
De acordo com um planejamento preparado pelos chefes navais franceses em 2007, o “Siroco”, que está em operação desde dezembro de 1998, deveria permanecer na ativa até 2022 – caso uma vistoria a ser feita no navio em 2020 assim autorizasse. Mas, em 2013, restrições orçamentárias forçaram os almirantes locais a concordar com uma redução do número de plataformas estratégicas de superfície.
Esse agrupamento de navios ficou, então, reduzido ao navio-aeródromo “Charles De Gaulle” e aos três porta-helicópteros classe Mistral (“Mistral”, “Tonerre” e “Dixmude”).
Na travessia para a costa ocidental africana, além da sua dotação normal de helicópteros e de munição real, o navio transportará material de apoio logístico destinado às equipes civis e militares francesas que auxiliam no combate ao vírus Ebola em território guineense.
A Marinha francesa mantém uma força naval em caráter permanente defronte ao litoral da Guiné, um dos pontos mais visados pelos piratas que, a partir de esconderijos nas margens do rios nigerianos, assaltam cargueiros e sequestram petroleiros e suas tripulações para pedir resgate.
http://www.naval.com.br/blog/2015/01/25 ... ca-siroco/
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