Vendendo o Gripen para o Canadá
Publicado em 08/08/2014 por Giordani em Curiosidades, Militar
Com os problemas de custos e atrasos do F-35, o assunto de um outro avião para a RCAF volta a tona.
Matéria veiculada dá o porque do SAAB Gripen NG ser o avião certo para o Canadá.
Do site gripen4canada.blogspot.com
Se considerarmos que o F-35 não é adequado para as necessidades do Canadá, qual seria a alternativa? Apesar do argumento em sentido contrário, há uma abundância de opções disponíveis. É claro que cada uma dessas opções oferece uma capacidade diferente, custos e considerações políticas.
Antes de anunciar a seleção da Lockheed F-35, os canadenses podem querer reconsiderar outros projetos de combate. Um desses projetos de combate foi o sueco Saab JAS 39 Gripen NG.
Projetado nos últimos anos da Guerra Fria para a substituição do Draken e do Viggen, caças da Suécia, o Gripen foi pensado desde o início para ser um avião de fácil manutenção, facilmente empregado e um multi-função. “JAS” significa Jakt (ar-ar), Attack (ar-superfície), e Spaning (reconhecimento). Apesar da disponibilidade de caças multi-função como o F-16 e o MiG-29, a Suécia fez a escolha pelo Gripen para manter sua tradição de auto-suficiência e neutralidade. Também escolheu para entrar no mercado de vendas internacionais de aeronaves de combate, visando os muitos países que precisariam substituir suas envelhecidas frotas de aeronaves da Guerra Fria.
Embora um ajuste perfeito para a Suécia, as primeiras versõesJAS 39A/B do Gripen mostrou-se pouco adequado para as necessidades de outros países. De curto alcance, sem nenhuma capacidade de reabastecimento em pleno ar, e uma seleção de armas limitada, tornou-o impopular em comparação com outros combatentes fortemente comercializados. As versões posteriores, o JAS 39C/D, permitiu o reabastecimento em pleno ar e a capacidade de usar qualquer arma ou eletrônica da OTAN.
Em 2009 a SAAB apresentou um novo demonstrador de tecnologia como uma resposta às preocupações das versões anteriores do Gripen. Esta versão foi equipada com um motor mais potente, maior capacidade de combustível, radar AESA, mira montada no capacete e um aumento da carga paga. O Gipen NG parece ser um caça formidável, mas tem o desafio indesejável de enfrentar o marketing massivo da Lockheed que promove as vendas do F-35 aos políticos.
Com um motor atualizado, produz 20% a mais de energia do que as versões anteriores. Isto torna-o mais rápido do que o atual CF-18 ( mach 1.8 ) e muito mais rápido do que o F -35 ( mach 1.6 ). Apesar de não ser tão rápido quanto caças como o Su-35 ou o F-22, o Gripen deve definitivamente ser considerado suficientemente rápido.
Mais uma vez, a velocidade máxima é de pouca utilidade se ela só pode ser obtida por curtos períodos de tempo. A intercepção exige um corredor de maratona, não um sprinter. Com esse novo e mais potente motor, o Gripen NG será capaz de supercruzeiro, atingindo Mach 1.2 com mísseis ar-ar necessários para as funções de interceptação.
A SAAB também desenvolveu tanques alares de 450 litros, estendendo seu alcance. Isto dá ao Gripen um raio de combate de 1.300 km ao contrário dos 1.100 km do F-35. O F-35 tem a opção de tanques externos, mas compromete a sua furtividade.
Tudo dito, o Gripen seria muito mais adequado para tarefas de interceptação do que o F-35, atingindo o seu alvo muito mais rápido e a uma distância maior.
Apesar da falta de cautela no projeto, o Gripen tem um pequeno corte transversal radar frontal (RCS) em relação ao atual CF-18. O uso de materiais refletores de radar combinados com as suas reduzidas dimensões dão um RCS de 1/5 do tamanho do CF-18. Isso não chega nem perto do F-35. A detecção do inimigo não deve ser um problema para o Gripen NG, equipado com um radar AESA, sistema IRST(infra vermelho) e FLIR.
Além disso, a SAAB é pioneira no uso de data links desde a década de 1960 com o Draken. Atualmente o Gripen é compatível com o padrão Link 16 usado pela OTAN. As informações podem ser trocadas instantaneamente entre o Gripen e todas as unidades amigáveis.
Embora não seja da mesma categoria que o super caro F-22, o Gripen deve ser capaz de sobrepujar o inimigo em combate. Sendo um caça pequeno, leve, com muita potência, configuração delta canard e uma baixa carga alar, o Gripen é mais do que capaz em um duelo de curvas. A moderna estratégia de combate aéreo prefere ficar longe dos Dogfights, colocando ênfase sobre o uso de radares potentes e mísseis de longo alcance para enfrentar o inimigo a uma distância segura.
Se modernos ditames de combate aéreo utilizando avançados mísseis de longo alcance, a lógica dita que deve-se equipar com o que há de melhor. Curiosamente, o F-35 não. Concebido em torno do americano AMRAAM, um míssil de médio alcance. O F-35 não tem muito “espaço de manobra” para levar mísseis de maior alcance. O Gripen, que leva seus mísseis externamente, não tem esse problema, sendo compatível com praticamente qualquer arma ou bomba usada por países da OTAN.
Capaz de carregar qualquer coisa, desde um míssil infravermelho de curto alcance a um míssil de cruzeiro, com um canhão de 27 mm como reserva, o Gripen dispõe de poder de fogo semelhante ao F-35. Ao contrário do F-35, o Gripen oferece muito mais flexibilidade e capacidade de levar armas atuais ou futuras como o MBDA Meteor e IRIS-T.
Ao longo do século 20, a doutrina militar sueca foi um dos pilares da autossuficiência, dissuasão e manutenção da paz. Sabendo que teria pouca chance de barrar uma superpotência como a União Soviética nas proximidades, esperava-se que todas as unidades militares suecas lutassem de forma independente enquanto o país estivesse sob ocupação ativa. Isso significava que as aeronaves suecas foram projetadas para operar, se necessário, sem o luxo de uma base aérea adequada.
O SAAB Gripen pode decolar e pousar em 800 metros de pista dupla, coberta de neve. Ele pode ser reabastecido e municiado a partir de um caminhão de transporte. Em dez minutos, cinco recrutas e um técnico podem fazer todo o serviço, deixando o Gripen pronto para voar novamente. Isto significa que um Gripen canadense seria capaz de pousar em qualquer base aérea canadense, mesmo quando o tempo estivesse ruim. Um Gripen poderia pousar em pequenos aeroportos civis de todo o país.
Para emprego internacional como parte das forças de manutenção de paz da OTAN, um grupo de dez Gripens pode ser apoiado por um único C-130 Hercules, com espaço de sobra.
Para o reabastecimento aéreo o Gripen utiliza um sistema “probe-and-drogue” como o utilizado pelos CF-18, juntamente com uma grande quantidade de aliados da OTAN, incluindo a Marinha dos EUA. Embora os modelos A e B não tenham capacidade de reabastecimento em voo, ao contrario dos modelos mais recentes C/D, juntamente com o “Next Generation” E/ F.
O Gripen não apenas promete ser de baixa manutenção, ele é de baixa manutenção. Voado durante anos com a Suécia, África do Sul, Checoslováquia, e em outros países, o Gripen tem um histórico comprovado de ser uma plataforma segura e econômica. O Gripen NG usará o mesmo motor que o F/A-18E/F Super Hornet, tornando-se um motor bem provado e bem apoiado.
Durante a última eleição federal canadense, o custo de 65 F-35A subiu de US$ 9 bilhões para algo entre US$ 13 e 30 bilhões. A verdade é que nós (canadenses) não sabemos o quão caro o F-35A vai ser, até que se tenha terminado o desenvolvimento.
O que sabemos, é que a SAAB ofereceu para vender 65 caças Gripen NG para o Canadá, com 40 anos no valor de custos de manutenção, por menos de US$ 6 bilhões. Além disso, ela também ofereceu a produção sob licença pela Bombardie.
Esta oferta tem algum significado histórico para o Canadá. Em 1968, a RCAF começou a adquirir cópias do Northrop F-5 produzido localmente sob a designação CF-5. Concebido como um caça de baixo custo e baixa manutenção (soa familiar?), o F-5 foi destinado para as forças aéreas que não têm o orçamento para os caças de ponta. Em vez de simplesmente comprá-los, os CF-5 canadenses foram construídos pela Canadair sob licença. Estes F-5 canadenses não foram rigorosamente comprados só pela RCAF mas também pela Turquia, Grécia, Venezuela, Botswana e Holanda.
Em vez da simples promessa de contratos militares construindo componentes menores, o Canadá poderia encontrar-se de volta ao negócio de caças. Produzindo um caça feito em solo canadense, por canadenses, seria uma grande fonte de orgulho nacional, independentemente de onde o caça foi projetado. Melhor ainda, se a SAAB for bem sucedida no marketing do Gripen para outros países, esses caças podem acabar saindo de uma linha de montagem canadense, assim como o CF-5 fez anos atrás.
Mesmo que a promessa da SAAB de US$ 6 bi acabe ignorada, ainda seria muito pouco provável que a compra do Gripen sequer chegar perto do preço de da compra do F-35A. Com o dinheiro que pouparia, o Canadá poderia comprar mais de 65 jatos, talvez até mesmo o suficiente para substituir o envelhecido CT-114 usados por uma determinada equipe acrobacia aérea canadense.
O quê o Canadá poderia fazer com todo esse dinheiro de sobra?
Treinamento. Dar ao nosso pessoal militar instrução e prática necessária para ser o melhor. Manter um elenco bem e bem treinado é de extrema importância.
Melhores armas. Armar o RCAF Gripen com mísseis de ponta que oferecem a maior precisão e alcance.
UAVs. Comprar UAVs para complementar o Gripen, juntamente com o resto da frota da RCAF.
A parte de treinamento é auto-explicativo. Parte da razão para o domínio aéreo dos Estados Unidos no Iraque, Vietnã e Coréia era simplesmente devido aos seus pilotos serem mais bem treinados do que seu inimigo.
O Canadá é um país grande com, espaço aberto para monitorar. A fim de manter a sua soberania, o Canadá deve manter algum tipo de presença e manter um olhar atento sobre a sua terra. Voando alto sobre quilômetros de tundra congelada não parece ser o melhor uso de um avião de caça caro, não é? Em vez disso, vamos dar esse trabalho a um UAV.
Num futuro próximo, os UAV continuarão a se tornar UCAVs armados. Embora eles ainda não sejam, e nunca poderão substituir completamente as aeronaves tripuladas, são agora parte do poder aéreo. O Canadá precisa manter suas opções em aberto. A promessa de UCAV de ser mais barato, mais furtivo, e com um ciclo de desenvolvimento muito mais rápido, trazendo tecnologia de ponta para o campo de batalha mais cedo. UCAVs futuros prometem ser mais barato e mais furtivos que o F-35. Sendo não-tripulado, eles também são uma escolha muito mais lógico para enviar em áreas de alto risco. Ao Canadá é melhor deixar algum dinheiro nos cofres para adquirir UCAVs no futuro, ou correr o risco de ficar para trás.
Conclusão:
Mais rápido do que o F-35, mais feroz, mais flexível, com a opção de construir nossos próprias Gripens em nosso próprio solo. Claro, podemos decepcionar o complexo industrial militar norte-americano, e alguns lobistas da Lockheed Martin, mas parece ser um pequeno preço a pagar.
No final, devemos estar olhando para obter o melhor investimento para o nosso dinheiro. Se o dinheiro não era problema, por que não convenceram os EUA para nos vender o F-22? Se tudo o que precisamos é de novos aviões para voar, podemos amarrar metralhadoras nos Cessnas. O Canadá precisa é de “bang-for-the-buck”(algo como melhor relação custo/benefício – nota do Editor). O SAAB Gripen NG é a escolha certa.
E o melhor de tudo, através da compra de um caça verdadeiramente acessível, a RCAF teria dinheiro sobrando no orçamento para melhorar não só o treinamento de pilotos, mas comprar alguns multiplicadores de força, como mais mísseis avançados e adicionar algumas aeronaves UAV muito útil para a frota.
FONTE: gripen4canada.blogspot.com – Tradução e Edição: CAVOK
http://www.cavok.com.br/blog/?p=78300
TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
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Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Câmara debate transferência de tecnologia e nacionalização de produtos de defesa
http://www.fab.mil.br/notimp#n78165
Objetivo é fazer atualização sobre programas da área de Defesa, como submarino de propulsão nuclear e desenvolvimento dos caças
Parlamentares e oficiais das Forças Armadas participaram de audiência pública sobre transferência de tecnologia e nacionalização de produtos de defesa na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (6). O evento, realizado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), teve o objetivo de atualizar os presentes acerca do andamento de programas estratégicos da área de Defesa, como o do submarino de propulsão nuclear e o desenvolvimento dos caças Gripen NG de 4ª geração.
As discussões foram iniciadas após a exibição de vídeo explicativo sobre o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil.
O projeto da Força Naval prevê o desenvolvimento de cinco submarinos, sendo quatro convencionais (diesel-elétrico) e um a propulsão nuclear. A expectativa é de que esse projeto resulte na geração de 9 mil empregos diretos e mais de 32 mil indiretos.
Para viabilizar tais tecnologias, em 2010, iniciou-se a construção do Estaleiro e da Base Naval, em Itaguaí (RJ). Também já está pronta a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), local para produção de algumas partes do submarino. A construção dessa unidade foi feita com 95% de material de fabricação nacional.
O primeiro a falar foi o coordenador-geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, almirante Max Hoffé Hirschfeld, que traçou um panorama da situação atual do PROSUB. “Costumo sempre dizer que o submarino é de propulsão nuclear. Não existe equipamento nuclear nele”, explicou.
O almirante disse que o programa é baseado no tripé transferência de tecnologia, capacitação e nacionalização. Hirschfeld detalhou os oito contratos que compõem o processo de desenvolvimento.
“No caso do submarino a propulsão nuclear, todo o projeto será feito no Brasil. São 950 mil componentes e estamos na segunda fase do cronograma, até agora sem atraso”, afirmou.
Segundo o coordenador-geral, o Prosub é importante para a defesa da Amazônia Azul – cuja área corresponde a aproximadamente 3,6 milhões de quilômetros quadrados. “Nosso país é cobiçado internacionalmente pelas nossas riquezas.”
Max Hirschfeld falou, ainda, que todo o processo de desenvolvimento dos submarinos conta com tecnologia dual. “Pretendemos ser irradiador desse conhecimento para exportação.” E finalizou: “várias Marinhas de outros países já entraram em contato para ter acesso ao projeto”.
Força Aérea Brasileira
Na sequência, a palavra foi dada ao presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac), brigadeiro José Augusto Crepaldi Affonso. “Hoje nossos pilotos começam a carreira voando em aeronaves produzidas no Brasil. Isso é um privilégio que poucos países têm”, disse.
De acordo com Crepaldi, em todos os projetos da Força Aérea Brasileira (FAB) são feitos estudos de viabilidade e é exigido OFF-SET (processo de contratação onde um dos requisitos é a compensação comercial).
O brigadeiro citou os programas em andamento, como o A-1 AMX (caça subsônico) desenvolvido com a Itália, o A-29 Super Tucano e a modernização dos F-5.
Ele ainda lembrou do míssil de 5ª geração A-Darter, infravermelho, construído conjuntamente com a África do Sul. E do projeto H-XBR, de médio e longo prazo, que envolve a produção de 50 helicópteros para as Forças Armadas. “A gente prevê que a indústria seja capaz de gerar asas rotativas e o projeto está sendo bem-sucedido nesse sentido.”
Por fim, falou das aeronaves KC-390 e dos caças Gripen NG. Sobre o primeiro, afirmou que o projeto envolve a geração de mais de 1,4 mil empregos diretos e mais de 7 mil indiretos.
Assinado em maio deste ano, o contrato com a Embraer é de aquisição de 28 unidades do KC-390. Entre os benefícios, serão 21 milhões de dólares em exportações em 20 anos. “Estamos desenvolvendo a tecnologia. A Embraer vai vender muito avião. Futuramente não vamos pedir OFF-SET, mas repassar.”
Acerca do Gripen NG, atualizou os presentes de que a aeronave vai substituir toda a frota da FAB com foco na transferência de tecnologia e cooperação industrial. Além disso, a manutenção do ciclo de vida da aeronave foi garantida no contrato assinado.
Para chegar a esse patamar, Crepaldi explicou que as indústrias nacionais licitaram as necessidades de tecnologia e treinamento para futuramente desenvolver um caça de 5ª geração – o que é previsto pela Estratégia Nacional de Defesa. “As indústrias não seriam capazes de dar o salto tecnológico que deram sem o incentivo governamental que tiveram”, afirmou.
Defesa
Por fim, o gerente do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa (MD), coronel Álvaro Koji Imai, detalhou algumas das iniciativas em curso na pasta. Para ele, a lei 12.598, de 2012, possibilitou que empresas de defesa participassem de licitações específicas, desenvolvendo, assim, a cadeia produtiva do País.
“A normatização é um instrumento hoje para que a gente consiga nacionalizar. A lei criou a Comissão Mista da Indústria de Defesa (CMID), com a participação de outros ministérios, além do Regime Especial Tributário para Indústria de Defesa e o acesso a financiamentos.”
O coronel também fez um convite aos parlamentares para visitar a 3º Mostra BID-Brasil, a ser realizada entre os dias 2 e 5 de setembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A feira recebe estandes de empresas que compõem a Base Industrial de Defesa.
http://www.fab.mil.br/notimp#n78165
Objetivo é fazer atualização sobre programas da área de Defesa, como submarino de propulsão nuclear e desenvolvimento dos caças
Parlamentares e oficiais das Forças Armadas participaram de audiência pública sobre transferência de tecnologia e nacionalização de produtos de defesa na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (6). O evento, realizado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), teve o objetivo de atualizar os presentes acerca do andamento de programas estratégicos da área de Defesa, como o do submarino de propulsão nuclear e o desenvolvimento dos caças Gripen NG de 4ª geração.
As discussões foram iniciadas após a exibição de vídeo explicativo sobre o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil.
O projeto da Força Naval prevê o desenvolvimento de cinco submarinos, sendo quatro convencionais (diesel-elétrico) e um a propulsão nuclear. A expectativa é de que esse projeto resulte na geração de 9 mil empregos diretos e mais de 32 mil indiretos.
Para viabilizar tais tecnologias, em 2010, iniciou-se a construção do Estaleiro e da Base Naval, em Itaguaí (RJ). Também já está pronta a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), local para produção de algumas partes do submarino. A construção dessa unidade foi feita com 95% de material de fabricação nacional.
O primeiro a falar foi o coordenador-geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, almirante Max Hoffé Hirschfeld, que traçou um panorama da situação atual do PROSUB. “Costumo sempre dizer que o submarino é de propulsão nuclear. Não existe equipamento nuclear nele”, explicou.
O almirante disse que o programa é baseado no tripé transferência de tecnologia, capacitação e nacionalização. Hirschfeld detalhou os oito contratos que compõem o processo de desenvolvimento.
“No caso do submarino a propulsão nuclear, todo o projeto será feito no Brasil. São 950 mil componentes e estamos na segunda fase do cronograma, até agora sem atraso”, afirmou.
Segundo o coordenador-geral, o Prosub é importante para a defesa da Amazônia Azul – cuja área corresponde a aproximadamente 3,6 milhões de quilômetros quadrados. “Nosso país é cobiçado internacionalmente pelas nossas riquezas.”
Max Hirschfeld falou, ainda, que todo o processo de desenvolvimento dos submarinos conta com tecnologia dual. “Pretendemos ser irradiador desse conhecimento para exportação.” E finalizou: “várias Marinhas de outros países já entraram em contato para ter acesso ao projeto”.
Força Aérea Brasileira
Na sequência, a palavra foi dada ao presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac), brigadeiro José Augusto Crepaldi Affonso. “Hoje nossos pilotos começam a carreira voando em aeronaves produzidas no Brasil. Isso é um privilégio que poucos países têm”, disse.
De acordo com Crepaldi, em todos os projetos da Força Aérea Brasileira (FAB) são feitos estudos de viabilidade e é exigido OFF-SET (processo de contratação onde um dos requisitos é a compensação comercial).
O brigadeiro citou os programas em andamento, como o A-1 AMX (caça subsônico) desenvolvido com a Itália, o A-29 Super Tucano e a modernização dos F-5.
Ele ainda lembrou do míssil de 5ª geração A-Darter, infravermelho, construído conjuntamente com a África do Sul. E do projeto H-XBR, de médio e longo prazo, que envolve a produção de 50 helicópteros para as Forças Armadas. “A gente prevê que a indústria seja capaz de gerar asas rotativas e o projeto está sendo bem-sucedido nesse sentido.”
Por fim, falou das aeronaves KC-390 e dos caças Gripen NG. Sobre o primeiro, afirmou que o projeto envolve a geração de mais de 1,4 mil empregos diretos e mais de 7 mil indiretos.
Assinado em maio deste ano, o contrato com a Embraer é de aquisição de 28 unidades do KC-390. Entre os benefícios, serão 21 milhões de dólares em exportações em 20 anos. “Estamos desenvolvendo a tecnologia. A Embraer vai vender muito avião. Futuramente não vamos pedir OFF-SET, mas repassar.”
Acerca do Gripen NG, atualizou os presentes de que a aeronave vai substituir toda a frota da FAB com foco na transferência de tecnologia e cooperação industrial. Além disso, a manutenção do ciclo de vida da aeronave foi garantida no contrato assinado.
Para chegar a esse patamar, Crepaldi explicou que as indústrias nacionais licitaram as necessidades de tecnologia e treinamento para futuramente desenvolver um caça de 5ª geração – o que é previsto pela Estratégia Nacional de Defesa. “As indústrias não seriam capazes de dar o salto tecnológico que deram sem o incentivo governamental que tiveram”, afirmou.
Defesa
Por fim, o gerente do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa (MD), coronel Álvaro Koji Imai, detalhou algumas das iniciativas em curso na pasta. Para ele, a lei 12.598, de 2012, possibilitou que empresas de defesa participassem de licitações específicas, desenvolvendo, assim, a cadeia produtiva do País.
“A normatização é um instrumento hoje para que a gente consiga nacionalizar. A lei criou a Comissão Mista da Indústria de Defesa (CMID), com a participação de outros ministérios, além do Regime Especial Tributário para Indústria de Defesa e o acesso a financiamentos.”
O coronel também fez um convite aos parlamentares para visitar a 3º Mostra BID-Brasil, a ser realizada entre os dias 2 e 5 de setembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A feira recebe estandes de empresas que compõem a Base Industrial de Defesa.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
gripen4canada.blogspot.com
O que não se escreve para tentar vender um produto...![Rolling Eyes :roll:](./images/smilies/icon_rolleyes.gif)
O que não se escreve para tentar vender um produto...
![Rolling Eyes :roll:](./images/smilies/icon_rolleyes.gif)
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Ricardo,J.Ricardo escreveu:gripen4canada.blogspot.com
O que não se escreve para tentar vender um produto...
Talvez seja importante registrar que a Saab não apresentou proposta no RFP canadense abrindo mão da concorrência por acreditar que seja jogo de cartas marcadas para o F-35 ... aliás tem aberto mão de concorrer em todos os países "participantes" do programa JSF, assim como fez na Dinamarca.
É possível que a matéria seja elaborada por canadenses que se posicionaram contra a decisão pelo F-35, e não uma tentativa de vender um produto.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Seria isso:Brasil quer negociar prazo de 15 anos e carência até 2023 para pagar caça sueco
Os governos de Brasil e Suécia estão concluindo as negociações para o financiamento da compra dos 36 novos caças Gripen NG pela Aeronáutica, um negócio de US$ 4,5 bilhões, cujas condições são consideradas bastante satisfatórias pelas autoridades brasileiras. A expectativa da administração Dilma Rousseff é que a linha de crédito seja feita de governo a governo, com taxa de juros de 3% ao ano, prazo de 15 anos e início de pagamento só a partir da entrega de todos os aviões pela empresa Saab. Ou seja, carência até 2023 e um potencial impacto fiscal somente no longo prazo.
O modelo do financiamento deveria ser definido na visita ao país da ministra da Defesa da Suécia, Karin Enström, prevista para esta semana. Mas a viagem foi adiada e em breve será remarcada para uma nova data. Como é responsável pelas operações de combate a um incêndio florestal que já destruiu 15 mil hectares e desalojou mil moradores, a ministra decidiu não sair da Suécia. Chegou a ser cogitada a possibilidade de o vice-ministro Carl von der Esch representá-la, mas a ideia também foi deixada de lado devido ao incêndio. O desastre natural virou uma pauta da política local.
A empresa sueca Saab foi declarada vencedora da disputa no chamado projeto FX-2 em dezembro de 2013, batendo o Rafale da francesa Dassault e o F-18 da americana Boeing. Desde então, vêm sendo discutidos os detalhes do contrato de aquisição dos caças, o qual deve ser assinado até o fim do ano.
O projeto FX-2 tem como objetivo a substituição dos caças de combate F-5 e Mirage, o que engloba também logística, treinamento, simuladores de voo e projetos de transferência de tecnologia e cooperação industrial. A Embraer já assinou um memorando de entendimento com a Saab para que as duas empresas façam a gestão conjunta do projeto. Procurada, a companhia não quis se pronunciar.
Duas iniciativas são articuladas entre os países. Uma é o desenvolvimento e a aquisição dos 36 caças novos, os quais devem começar a ser entregues em 2018. O outro é a oferta da Suécia para que o Brasil receba dez Gripen na sua versão atual como solução temporária até a chegada das novas aeronaves. Esses modelos são usados hoje pela África do Sul, por exemplo, para onde a Aeronáutica enviou recentemente uma comitiva a fim de conhecer a operação dos equipamentos e testá-los.
A FAB deve mandar militares para a Suécia em 2015 para treinamento, e os suecos também têm enviado ao Brasil representantes para que o projeto avance. Uma comitiva da Saab, por exemplo, visitou pela primeira vez em abril a Base Aérea de Anápolis, onde os novos caças ficarão. Dois meses antes, a agência de exportação de equipamentos militares do governo sueco fez o mesmo.
Em abril, durante visita à Suécia do ministro da Defesa, Celso Amorim, os dois países assinaram acordos para viabilizar a cooperação na área de defesa e a proteção de informações sigilosas.
http://fab.mil.br/notimp#n78287
![Imagem](http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads//2013/03/Gripen-NG-para-F-X2-cronograma-de-entregas-e-de-pagamentos-imagem-via-apresenta%C3%A7%C3%A3o-Saab-em-Bras%C3%ADlia-6mar2013-580x400.jpg)
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Essa carência me parece meio exagerada (supondo que eu seja sueco), mas não sei se isso é regra nesse tipo de negócio ou se efetivamente é algo que seja fator de embate com nossos amigos do norte.
Alguém?
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Wagner, bom dia.wagnerm25 escreveu:Essa carência me parece meio exagerada (supondo que eu seja sueco), mas não sei se isso é regra nesse tipo de negócio ou se efetivamente é algo que seja fator de embate com nossos amigos do norte.
Alguém?
No meu entender, carência é útil quando se deseja investir em algo produtivo e não se tem dinheiro para pagar antes que a produção tenha sido iniciada.
É claro que serão pagos os juros e todas as demais taxas durante o período em que houve disponibilização dos recursos mas nenhum pagamento.
Eu acho que, para um governo, essa carência significa apenas fazer a dívida hoje e empurrar a dívida (ainda maior) para mandatos posteriores.
Estaremos iniciando o pagamento da aquisição quando já deveríamos estar comprando lotes suplementares e gastando com a operação dos aviões.
Existe um tal de "orçamento" e qualquer projeto de prestação de serviço de ordem regular (como defesa externa) deveria ser suportado dentro dessas despesas correntes.
Alguém deve achar que comprar hoje e começar a pagar daqui a uma década vai dar certo.
Mas eu não entendo de economia. Deve ser por isso que não considero essa opção um bom negócio para o Brasil.
Abraço,
Justin
- Olinda
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
O que voçê diz vai de encontro com o meu pensamento, de que não haverá ganho no desenvolvimento do Gripen F . Se fosse realmente um processo que nos permitisse recuperar o que perdemos com o desenvolvimento do Gripen E, os custos seriam muito altos para apenas 8 unidades.Luís Henrique escreveu:Engraçado que para alterar totalmente a cabine, acrescentando uma segunda cabine, aviônicos, parte elétrica, do Gripen C para o D são 0,70 m de diferença no comprimento da aeronave, etc. etc. etc. É relativamente simples e para APENAS 8 UNIDADES a Embraer fará com o apoio da SAAB e ninguém vê problema nisso.Olinda escreveu:Além disso, a EMBRAERr e a SAAB serão responsáveis pelo desenvolvimento completo da versão biposto do Gripen NG, ao mesmo tempo em que as duas empresas estudam a formação de uma parceria estratégica para promoção e vendas das duas versões, monoposto e biposto, no mercado global.
Grande é a expectativa quanto à conclusão dos entendimentos e arranjos produtivos para que se chegue à assinatura do contrato com a Força Aérea Brasileira. As análises em geral, tanto no meio especializado aeronáutico e militar, e econômico e industrial, são convergentes ao avaliar que a decisão brasileira tem uma ascendência importante no futuro do mercado global de aeronaves de combate, e impacta profundamente (e positivamente) nos rumos da SAAB, sendo assim, de maior relevância estratégica para a Suécia, que propriamente ao Brasil.
http://www.defesanet.com.br/fia/noticia ... ough-2014-–-A-Brazuca-que-faz-gol----a-nosso-favor-/
Sobre o trecho destacado.
Quando é dito "desenvolvimento completo".
O que seria isto se a versão biplace é a versão mono "esticada". O que tem para desenvolver, que a Embraer não saberia fazer sozinha?
Mas para fazer uma versão naval, que precisa mudar o trem de pouso e adicionar um gancho de parada alguns acreditam que tais modificações ESTRUTURAIS custariam bilhões de dólares e que nem 24 e nem mesmo 48 unidades justificariam o investimento......
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Justin,Justin Case escreveu:Wagner, bom dia.wagnerm25 escreveu:Essa carência me parece meio exagerada (supondo que eu seja sueco), mas não sei se isso é regra nesse tipo de negócio ou se efetivamente é algo que seja fator de embate com nossos amigos do norte.
Alguém?
No meu entender, carência é útil quando se deseja investir em algo produtivo e não se tem dinheiro para pagar antes que a produção tenha sido iniciada.
É claro que serão pagos os juros e todas as demais taxas durante o período em que houve disponibilização dos recursos mas nenhum pagamento.
Eu acho que, para um governo, essa carência significa apenas fazer a dívida hoje e empurrar a dívida (ainda maior) para mandatos posteriores.
Estaremos iniciando o pagamento da aquisição quando já deveríamos estar comprando lotes suplementares e gastando com a operação dos aviões.
Existe um tal de "orçamento" e qualquer projeto de prestação de serviço de ordem regular (como defesa externa) deveria ser suportado dentro dessas despesas correntes.
Alguém deve achar que comprar hoje e começar a pagar daqui a uma década vai dar certo.
Mas eu não entendo de economia. Deve ser por isso que não considero essa opção um bom negócio para o Brasil.
Abraço,
Justin
Também não entendo de economia porém acredito, e espero, que a SEFA e a STN entendam.
O que existe na mesa é uma oferta de financiamento com condições de pagamento e repagamento extremamente favoráveis ao tomador.
Porém, não é uma imposição, é uma oferta. E excepcionalmente boa em relação a outros países que recentemente emprestaram ao Brasil. Como a França, por exemplo.
Caso a STN queira fazer o repagamento em um menor prazo de carência, é livre para fazê-lo. Quem pode o mais, pode o menos.
A grande vantagem dessa oferta é que ela permite que a SEFA possa adequar o seu perfil de endividamento ao planejamento de aquisições do Comaer. Para isso serve a carência.
E como você bem sabe, os valores desse tal de "Orçamento" não permite aquisições desse vulto.
Abs,
Sabre
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Olá, Sabre.Sabre escreveu:Justin,Justin Case escreveu: Wagner, bom dia.
No meu entender, carência é útil quando se deseja investir em algo produtivo e não se tem dinheiro para pagar antes que a produção tenha sido iniciada.
É claro que serão pagos os juros e todas as demais taxas durante o período em que houve disponibilização dos recursos mas nenhum pagamento.
Eu acho que, para um governo, essa carência significa apenas fazer a dívida hoje e empurrar a dívida (ainda maior) para mandatos posteriores.
Estaremos iniciando o pagamento da aquisição quando já deveríamos estar comprando lotes suplementares e gastando com a operação dos aviões.
Existe um tal de "orçamento" e qualquer projeto de prestação de serviço de ordem regular (como defesa externa) deveria ser suportado dentro dessas despesas correntes.
Alguém deve achar que comprar hoje e começar a pagar daqui a uma década vai dar certo.
Mas eu não entendo de economia. Deve ser por isso que não considero essa opção um bom negócio para o Brasil.
Abraço,
Justin
Também não entendo de economia porém acredito, e espero, que a SEFA e a STN entendam.
O que existe na mesa é uma oferta de financiamento com condições de pagamento e repagamento extremamente favoráveis ao tomador.
Porém, não é uma imposição, é uma oferta. E excepcionalmente boa em relação a outros países que recentemente emprestaram ao Brasil. Como a França, por exemplo.
Caso a STN queira fazer o repagamento em um menor prazo de carência, é livre para fazê-lo. Quem pode o mais, pode o menos.
A grande vantagem dessa oferta é que ela permite que a SEFA possa adequar o seu perfil de endividamento ao planejamento de aquisições do Comaer. Para isso serve a carência.
E como você bem sabe, os valores desse tal de "Orçamento" não permite aquisições desse vulto.
Abs,
Sabre
Concordo que as condições ofertadas são excelentes, considerado o mercado.
A minha objeção era apenas quanto ao conceito de buscar financiamento externo para o cumprimento das funções regulares do Estado.
Qualquer financiamento gera acréscimo no valor a ser pago. Alguns dizem que captar recursos para pagar as contas pode ser mais caro do que bancar o financiamento. Mas, daqui a dez ou quinze anos, não terão que ser captados recursos para efetuar o repagamento?
Então minha objeção é apenas no campo do ideal, do conceitual.
Voltando ao mundo real, o financiamento do projeto do Gripen provavelmente é a única maneira de viabilizar sua aquisição no momento, considerado o cenário político e financeiro atual.
Precisamos do F-X e acho que devemos aproveitar toda a chance que surja para implementar o projeto, mesmo que, conceitualmente e no cenário de longo prazo, eu deseje sempre aproximar a realidade daquilo que considero o ideal. Acho que o idealismo pode, pelo menos, tentar dar rumo ao pragmatismo, ou não?
Abraço,
Justin
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
O governo não financia pois não tem condições de pagar, e sim pois financiando não precisa desembolsar este montante neste projeto, libertando recursos para outras atividades. Suponha que todo dinheiro que seria desembolsado para pagar os Gripen à vista fosse investido em uma ferrovia, e esta ao longo de 5 anos de operação resultasse no crescimento do PIB em alguma fração percentual, com consequente aumento de arrecadação, seria um ótimo negócio, pois esses impostos ajudariam a pagar os próprios aviões daqui a alguns anos. Essa lógica ajuda a explicar o porque geralmente os governos/empresas optam por financiar suas aquisições.
Abraços
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Afinal, qual foi o prazo de pagamento e a carência dos estádios da Copa, que custaram mais do que estes caças?Justin Case escreveu:Wagner, bom dia.wagnerm25 escreveu:Essa carência me parece meio exagerada (supondo que eu seja sueco), mas não sei se isso é regra nesse tipo de negócio ou se efetivamente é algo que seja fator de embate com nossos amigos do norte.
Alguém?
No meu entender, carência é útil quando se deseja investir em algo produtivo e não se tem dinheiro para pagar antes que a produção tenha sido iniciada.
É claro que serão pagos os juros e todas as demais taxas durante o período em que houve disponibilização dos recursos mas nenhum pagamento.
Eu acho que, para um governo, essa carência significa apenas fazer a dívida hoje e empurrar a dívida (ainda maior) para mandatos posteriores.
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Alguém deve achar que comprar hoje e começar a pagar daqui a uma década vai dar certo.
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Abraço,
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
A dúvida, se é que já não foi explicado, é quando começam a contar os juros, carência para pagamento é uma coisa, data base dos juros é outra...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Geralmente no momento da assinatura do contrato, Ricardo, mas pode ser negociado.J.Ricardo escreveu:A dúvida, se é que já não foi explicado, é quando começam a contar os juros, carência para pagamento é uma coisa, data base dos juros é outra...
Amigos,
Em termos bem simples, o financiador é o mesmo fundo de investimentos que tem maioria das ações da Saab liderada por uma família suéca.
Contrato assinado, o garantidor dos pagamentos é o Gov. brasileiro, que tem rating AA, assim o fundo "vende" esses papéis com juros de no máximo 1% a.a. no mercado e recebe do Brasil 3% a.a. e adianta o dinheiro inteiro à Saab ... pro fundo é excelente (papéis de alta liquidez e baixo risco) para Saab é excelente recebe à vista, pro Brasil é excelente tem o impacto fiscal pulverizados ao longo de 15 anos ... enfim bom pra todo mundo.
sds
kirk
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Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.
“Quando encontrar um espadachim, saque da espada: não recite poemas para quem não é poeta”
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
GRIPEN NG PERFORMANCE, FACTS AND FIGURES
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