Renato Grilo escreveu:pq não aproveitam o pessoal que sai da Brigada PQD e absorvem na Polícia....
Porque no Brasil, devido a nossa cultura, existe a figura do CONCURSO... Diversos especialistas já falaram sobre isso. São algumas coisas que "atravancam o pogresso" mas que existe um receio de se excluir por conta do nosso histórico cultural, são elas o concurso e o processo licitatório. Mas como eliminar isso?
O concurso, por exemplo, é uma forma de selecionar o ingresso nas carreiras do Estado sem privilegiar ninguém, se feito certinho é meritocrático, logo não tem como apadrinhamentos "burros" serem usados (indicar alguém que não tem tino pra coisa mas é amigo, parente, etc). Nos EUA é usado um mix de meritocracia e indicação, já aqui é puramente meritocracia pra evitar esse problema.
Exemplo: pra entrar na AMAN o cara tem que passar numa prova, se for bem, ok, se for mal, já era, não importa o que ele fez antes, se era atleta ou se participava do Clube de História na Escola, etc, basta passar na prova, nos exames médicos e físicos, todos devidamente balizados pelo Edital.
Já pra entrar em West Point é puramente INDICAÇÃO. Cada congressista tem uma cota, e ele preenche do jeito que quer... Como isso é feito? A princípio seleção meritocrática... Os congressistas do "baixo clero" (Deputados) são eleitos regionalmente, cada estado tem suas sub-divisões, e esses caras recebem, por exemplo, 2 vagas cada um... Aí eles recebem 70 pedidos (pra manter o mesmo nível do concurso da AMAN), vão analisar, quem tem notas boas, a participação em grupos, se é atleta (que nos EUA é visto como uma coisa extremamente positiva), se foi "presidente da turma", se fez parte da comissão de formatura, se tem indicações positivas dos professores, e por aí vai. Aí o tal Congressista indica com base nisso. Ele, a princípio, analisa quem acha ter o perfil de líder, etc. Obviamente devem existir casos de indicações burras, mas é assim que funciona. Mas claro, não posso esquecer de falar de um detalhe. NADA lá é absoluto... O cara pode ter 10 anos em qualquer instituição. Fez uma besteira grave e é RUA.
Já aqui não, como tudo na área Estatal é por CONCURSO. Não importa o perfil, não importa a experiência e o passado, não importa nada disso, importa a nota, estar apto nos exemes médicos e físicos e em alguns casos (não é o caso da AMAN) o exame psicológico ou psicotécnico (esse anda gerando graves problemas por diversos motivos que não vou me aprofundar). Mas a partir do momento que ele passa no concurso recebe uma certa estabilidade, a princípio tem que completar 10 anos se praça (sargento, mesmo de EsSA ou algum temporário estabilizado) ou ser promovido ao oficialato (Tenente, já que Aspirante ainda é praça). Mas desde a homologação do concurso já se tem uma certa segurança. No mundo civil, regido pela Lei 8112/90 a nível federal, completou 2 anos é estável!
E isso vale pras polícias também. Tem que ingressar por meio de concurso. Diga-se de passagem existia uma forma de ingresso do jeito que você fala, de ex-militares serem "aproveitados" nas polícias, mas com a Constituição de 1988 veio o absolutismo do Concurso e essa porta se fechou.
Qual daria mais certo e levaria os mais capazes para os cargos certos eu não sei... Sinceramente não sei...
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