Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
Enviado: Qua Jan 28, 2009 6:50 pm
por soultrain
felipexion,
Não são motivo de piada? Meu caro todos são motivo de piada, quer que eu lhe diga os estereótipos pelo que são conhecidos os Brasileiros em Portugal e na Europa?
Estereótipos são uma M... com M grande mesmo, normalmente quem os usa esquece-se que tambem pode sofrer do mesmo.
Mas quanto a acreditar que os Judeus são o povo escolhido, aliás só achar que alguem por viver em determinado sitio ou professar certa religião é o escolhido por Deus, está tudo dito, faz parte daquela minoria de radicais, que causam as desgraças do mundo, sempre foi assim, sempre o será.
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO
Enviado: Qua Jan 28, 2009 7:26 pm
por Clermont
GAZA – ESTRADA PARA LUGAR ALGUM: A questão prática, concernente à recente invasão israelense de Gaza não é “Quem está certo?”, mas, “Poderá Israel agüentar?”.
Por Fred Reed – 28 de janeiro de 2009.
Enquanto escrevo, Israel está utilizando forças armadas desenhadas para o enfrentamento com países hostis, para enfrentar uma população hostil. No mundo moderno isto, raramente, tem funcionado. Para derrotar um país, você destrói as forças armadas dele e captura seu território. Mas, Gaza tem poucas forças armadas, para se destruir, nenhum tanque ou avião, e Israel já possui seu território. As FDI podem invadir, mas, a população continuará lá, e ainda será hostil. Esfaquear gelatina não leva você a lugar algum.
Israel permanece um pequeno estado numa região que, intensamente, não o quer. Os certos e os errados não mudam nada. De novo e de novo, Israel espanca e espanca de novo, inimigos que podem ser derrotados, mas nunca decisivamente. E, portanto, as bombas caem sobre Gaza, sobre a Síria, sobre Beirute, talvez, sobre o Irã. Cada guerra garante a próxima: 1948, 1956, 1967, 1973, 1982, 2006, 2009, até o fim do mundo.
Israel, hoje, não é o país que sonhava ser, no qual professores de Heidelberg, fugidos da Europa, iriam trabalhar o solo, com suas mãos, em kibbutzim, jogar xadrez e tocar violino à noite. Ele mais parece com aquilo do qual os professores fugiram. Conflitos brutais, gerando um povo brutal. Atrocidades engendrando contra-atrocidades, extremistas tomam à frente, e soluções militares parecem ser as únicas soluções.
Onde isto vai levar? Quanto tempo pode continuar? Outros cinqüenta anos? Cem? Ou o país encontra a paz com seus vizinhos, ou vai pelo mesmo caminho dos Reinos Cruzados. Nós podemos achar que os israelenses são as melhores pessoas do mundo, ou as piores. Isso não importa. Você pode morrer com razão, ou sem razão.
Os israelenses parecem estar encurralando a si próprios, com suas próprias políticas. Eles continuam com a anexação da Margem Ocidental. Os assentamentos são, agora, tão numerosos e tão populosos que, desmantelá-los, provavelmente, será impossível, politicamente, para qualquer governo israelense, o que descarta uma solução de dois-estados. Para controlar uma grande população hostil, você precisa de métodos duros, o que mantém a população hostil. Os árabes procriam mais do que os israelenses, portanto, um proporcionalmente declinante número de israelenses governa uma, lentamente ascendente, onda de árabes. Pense: África do Sul. Como isto vai funcionar? Por quanto tempo?
Israel, também, tem uma grande minoria interna de árabes. Estes, também, procriam mais do que os israelenses. Se isto continuar, e os árabe internos puderem votar, Israel, algum dia, se tornará um estado islâmico. Mais cedo, ou mais tarde, a questão será: democrático ou judaico?
A América inglesa matou sua população indígena, a América espanhola casou com a sua, mas Israel não pode fazer, nem um, nem outro. E, então, o quê?
Já que Israel não tem desejo de se entender com seus muçulmanos internos, as escolhas serão, cassação política, ou limpeza étnica. Cassação política irá, novamente, deixar uma população de judeus, em diminuição, governando, mais e mais, muçulmanos. Pense: Alabama em 1930.
A cassação política, aparentemente, está começando. Israel acabou de banir seus partidos árabes das próximas eleições, e, então, as cortes suspenderam o banimento.
Limpeza étnica? Arrebanhar uma grande minoria e expulsá-la exigiria uma brutalidade horrenda. Esta é a menos moral, mas, talvez, a mais prática solução. É quase possível que o Congresso dos Estados Unidos ficasse contra, mas, suspeito, não até que fosse tarde demais, para fazer diferença. Se Israel atomizasse Chicago, o Congresso apoiaria.
Os indicadores de longo prazo apontam para baixo. A posição militar de Israel não é tão boa, como alguns poderiam pensar. Ele tinha, pelo menos, quando eu fazia cobertura de tais coisas, uma esplêndida força aérea, um bom exército de milícias, armas nucleares, e inimigos inferiores. Nenhum destes é, particularmente, útil contra populações enfurecidas.
Parece provável que países islâmicos, eventualmente, tenham armas nucleares. O perigo não é que um país muçulmano vá, espontaneamente, lançá-las contra Israel, já que isto constituiria suicídio nacional. Mas, você não tem de utilizar armas nucleares para que elas sejam eficazes.
Hoje, a Bomba é o trunfo de Israel. Se, digamos, a Síria atacasse e (improvavelmente) começasse a ganhar, suas cidades se tornariam vidraçarias esverdeadas, e Damasco sabe disso. Assim, Israel tem, exatamente, risco-zero de derrota convencional. Mas, se países árabes tiverem armas nucleares, o trunfo perderia seu valor. Você precisa ter muito cuidado ao bombardear países que podem vaporizar suas cidades.
E mais além, Israel depende, inteiramente, de um país estrangeiro chamado América, para sua sobrevivência. Os EUA fornecem o armamento, a ajuda financeira, e seus vetos na ONU, e o apoio militar de último recurso, que surge quando Israel está com problemas (1973, por exemplo). Sem este apoio, Israel não pode agüentar. Países pequenos, sem petróleo, não podem sustentar maciças forças armadas.
Se eu fosse israelense, estaria intranqüilo sobre isto. O apoio americano depende, crucialmente, se não inteiramente, sobre os lobbies israelenses. Se estes cederem, então, Israel também cederá. Não é que os Estados Unidos estejam fermentando com anti-semitismo reprimido, aguardando sua oportunidade. Não está. Mas, os americanos não se importam muito sobre o mundo exterior, conhecem pouco sobre história e menos ainda de geografia. O Congresso é leal, apenas, à si mesmo.
Hoje, pode-se ler sobre o recentemente avassalador voto, no Congresso, em apoio à Israel, mas este número é, altamente, artificial. O fato é que, hoje é hoje, mas, sempre há uma amanhã. O Congresso apóia qualquer um que o pague ou o intimide, e hoje, o Lobby pode cobrar um preço alto pela oposição. Se os ventos soprarem em outra direção, o Congresso poderá se curvar para outra direção. O quê poderia criar um vento semelhante? Não sei. Eu observo que Israel não tem petróleo, seus inimigos tem e o consumo do mundo está crescendo rápido. Pense: Taiwan.
E mais, eu duvido que o apoio público para Israel seja tão forte como nos é dito. Entre os conservadores, não um pequeno grupo, há considerável hostilidade contida contra os judeus, e um muito mais forte descontentamento com Israel. Eu não estou certo do quanto é sério tal antagonismo. Estar descontente é uma coisa, mas desejar ver o país cair, com os, quase garantidos, resultados hediondos, é outro. Mas as pessoas, raramente, pensam tão longe. Muitas, se tanto, vão dar com os ombros e dizer, “Seja o que for. É problema deles.” Um dar de ombros nacional será o fim de Israel.
Eu sinto um leve cheiro de juízo final pairando sobre Tel Aviv. O poder americano parece estar em declínio, o resultado de suas guerras islâmicas está em dúvida, seu controle sobre os estados-clientes islâmicos é incerto. Nada que Israel, provavelmente, fará parece funcional no longo prazo. A demografia é terrível, a hostilidade árabe regional, assegurada, o equilíbrio militar, apenas se deteriorará, o empreendimento inteiro, pendendo por um lobby. Eu lembro de pensar sobre a União Soviética, “Isso não pode durar.” Entretanto, eu não era capaz de ver como aquilo pararia. Mas, parou. A não ser que alguma coisa mude, e eu não tenho qualquer idéia brilhante, não vejo final feliz.