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Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 10:57 am
por denilson
Tive a curiosidade de verificar a respeito do VSB-30 que teve um apogeu de 268km de altitude no lançamento de 29 de março de 2011 na Suécia e consegue superar o Mach 6, e gostaria de colocar aqui para debate com algumas perguntas.
1 - Não seria possível colocarmos um sistema de guiagem nele ou em um de seus estágios e transformando ele em um míssil antiaéreo.
2 - Para míssil solo - solo ele já serve, na verdade essa não é uma pergunta é uma afirmação.
3 - Quais sistemas de guiagem poderíamos utilizar nele para uso em AAA.
4 - Em termos de estrutura, seria necessária muita mudança para utiliza-lo como AAA.
5 - No lançamento vertical o apogeu foi de 268 km, qual seria o alcance se utilizado como um míssil solo - Ar e Solo - Solo.
Abraço
Denilson

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 11:59 am
por LeandroGCard
Brasileiro escreveu:Leandro,

Que eu saiba o 9M96 tem 40 km de alcance, mais ou menos na mesma faixa do Pechora, e é fabricado sob licensa na Coréia do Sul, em seu projeto KM-SAM, de médio alcance. Ele é o míssil leve do S-400, que também inclui um mais pesado.

O 9M96 tem um guiamento mais complexo, radar-ativo, mas o que eu havia pensado era na possibilidade de se aproveitar o corpo desse míssil, mas com um guiamento igual ao que seria utilizado no Pechora-BR, que é mais simples. E também, ele poderia ser simplificado, ter um sistema de lançamento mais simples e outras coisas feitas à nossa maneira, por exemplo envelope-motor bobinado, que já dominamos.



abraços]
Existem duas versôes do 9M96, uma com 40 Km de alcance e outra com 120Km. A diferença é o motor mais potente, embora o tamanho dos mísseis seja pouco diferente entre si. Veja a citação abaixo:

"In 1999 MKB Fakel announced development of new rocket versions 9M96E and 9M96E2. Development of these new missiles had begun in the 1980's. The missiles had, respectively, masses of 330 and 420 kg, ranges of from 1 to 40 and 1 to 120 km"

Fonte: http://www.astronautix.com/lvs/s3019m96.htm

Se for para ficar apenas com o modelo menor o desempenho é basicamente o mesmo do Pechora, a vantagem está principalmente no tamanho mais compacto e na guiagem ativa (o que neste alcance pode nem ser uma vantagem real). Já se for o modelo maior, caímos no que já comentei.

Um grande abraço,


Leandro G. Card

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 12:15 pm
por Brasileiro
Verdade, Denilson, não tinha parado para pensar nisso.

O problema é a manobrabilidade, então, estruturalmente esses componentes teriam de suportar altas cargas em manobras acentuadas, e o VSB-30 não foi projetado levando isso em conta, mas pode ser que suporte, ou possa vir a suportar. Não acho que teríamos problemas também em instalar um propelente com menor emissão de fumaça, ou mesmo um envelope bobinado, o que deixaria o míssil mais leve.

Já o guiamento, se for pela linha do Pechora, tentando baratear ao máximo a munição, coisa que é importante se considerarmos defesa anti-míssil de cruzeiro, que são disparados em massa, poderia ser telecomandada CLOS, ou radar ativo (mais cara e complexa) ou infra-vermelho, já dominada.

Interessante mesmo. Exigiria um investimento, mas nada impossível imagino eu.



abraços]

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 1:10 pm
por LeandroGCard
denilson escreveu:Tive a curiosidade de verificar a respeito do VSB-30 que teve um apogeu de 268km de altitude no lançamento de 29 de março de 2011 na Suécia e consegue superar o Mach 6, e gostaria de colocar aqui para debate com algumas perguntas.
1 - Não seria possível colocarmos um sistema de guiagem nele ou em um de seus estágios e transformando ele em um míssil antiaéreo.
2 - Para míssil solo - solo ele já serve, na verdade essa não é uma pergunta é uma afirmação.
3 - Quais sistemas de guiagem poderíamos utilizar nele para uso em AAA.
4 - Em termos de estrutura, seria necessária muita mudança para utiliza-lo como AAA.
5 - No lançamento vertical o apogeu foi de 268 km, qual seria o alcance se utilizado como um míssil solo - Ar e Solo - Solo.
Abraço
Denilson
O VSB_30 mede mais de 12m de comprimento e pesa mais de 2500kg. Vocês estão falando sério mesmo em transformá-lo em um míssil AAe? Seria algo maior que o SA-2 russo e ACIMA da categoria do THAAD americano :shock: !

Precisamos mesmo de algo assim?


Leandro G. Card

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 1:18 pm
por osolamaalua
O VSB poderia ser transformado num missil tático terra-terra. Mas não num antiaéreo. O propelente, o tipo de tubeira e outros são diferentes.

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 1:32 pm
por Brasileiro
Bom, quase metade do comprimento de 12 metros dele é relativo ao módulo de carga dele.

Mas eu interpretei a proposta não como uma simples conversão do VSB-30 em míssil antiaéreo, mas a utilização do projeto dos motores S30 e S31 como base para o novo míssil. Claro que tudo poderia ser mudado, como o propelente, tubeira, comprimentos etc. Inclusive foi desenvolvido, experimentalmente, um motor S30 bobinado.
Mas o fato é que estaríamos partindo de algo que já existe, ou algo próximo disso, o que pode tornar as coisas um pouco mais fáceis, se é que passa pela cabeça dos envolvidos o desenvolvimento de um novo projétil.

http://www.jatm.com.br/papers/vol1_n2/J ... _motor.pdf

Como vemos, parece que não haveria problema algum em se desenvolver um vetor novo para um projétil novo, fixando-se um sistema de guiamento, cujo projeto poderia ser fornecido/repassado pelos russos, podendo até mesmo ser idêntico ao Pechora, só que agora aproveitando de um sistema aerodinâmico/propulsivo mais adequado, desenvolvido a custos não proibitivos, ou mesmo compatíveis ao que seria gasto num reprojeto e nacionalização do míssil russo.

Enfim, fica como brain-storm.


abraços]

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 1:43 pm
por denilson
LeandroGCard escreveu:
denilson escreveu:Tive a curiosidade de verificar a respeito do VSB-30 que teve um apogeu de 268km de altitude no lançamento de 29 de março de 2011 na Suécia e consegue superar o Mach 6, e gostaria de colocar aqui para debate com algumas perguntas.
1 - Não seria possível colocarmos um sistema de guiagem nele ou em um de seus estágios e transformando ele em um míssil antiaéreo.
2 - Para míssil solo - solo ele já serve, na verdade essa não é uma pergunta é uma afirmação.
3 - Quais sistemas de guiagem poderíamos utilizar nele para uso em AAA.
4 - Em termos de estrutura, seria necessária muita mudança para utiliza-lo como AAA.
5 - No lançamento vertical o apogeu foi de 268 km, qual seria o alcance se utilizado como um míssil solo - Ar e Solo - Solo.
Abraço
Denilson
O VSB_30 mede mais de 12m de comprimento e pesa mais de 2500kg. Vocês estão falando sério mesmo em transformá-lo em um míssil AAe? Seria algo maior que o SA-2 russo e ACIMA da categoria do THAAD americano :shock: !

Precisamos mesmo de algo assim?


Leandro G. Card
Curiosidade caro Leandro, apenas conjecturando a respeito.

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 2:04 pm
por denilson
Uma demonstração de que temos tecnologia em todas as (entendo eu) áreas de conhecimento necessários para termos o nosso sistema de AAA, temos tecnologia de Radar, mísseis, sistemas de guiagem, lançadores, integração de sistemas e propelentes.
Sitei o VSB-30 porque é uma grande demonstração de que temos capacidade de fazer um objeto de 2.500 kg a uma altitude de 268 km e que alcança uma velocidade maior que Mack 6.
Ai nos vemos comprando (e felizes) um sistema da década de 60, não estou desmerecendo a capacidade do sistema, mas acho que temos condições de fazer algo, se não igual, melhor.
Numa viagem a Lima Peru, vi um desses mísseis "espetado" na frente de um quartel do exército peruano, da mesma forma que temos um Xavante "espetado" na frente da BASM na entrada de Santa Maria/RS, querendo ou não esse míssil é literalmente peça de museu e é isso que estamos por participar do desenvolvimento.
Mas é complicado, pois não temos nem um fuzil próprio, metralhadora então nem pensar.
Abraço
Denilson

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 2:23 pm
por osolamaalua
Pessoal, não acreditem muito nesse negócio de Pechora. Os Russos quando sentem que existe dinheiro no ar eles começam a querer inventar negócios. Porém as coisas estão bem delineadas dentro do que se precisa. Se o EB começar a desviar muito o foco vai acontecer igual ao ROLAND. Não acredito que eles vão errar novamente. Acho que será Pantsyr e mais Iglas. Depois talvez até pode ser, mais não um sistema da guerra do Vietnam.
Acho que se vier mesmo o que já está encaminhado será muito bom. Um passo de cada vez, não sabe andar e já quer correr!!

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 6:54 pm
por BrasilPotência
Eu acho que o Pantsir vai azedar.

Ao iniciar a LAAD a frustração da delegação da Federação da Rússia era grande com o avanço, se pudermos dizer assim, nas negociações referentes aos sistemas de Defesa Antiaérea Pantsir-S1 e Igla-S .

http://www.defesanet.com.br/laad2013/no ... -Antiaerea

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 7:35 pm
por Luiz Bastos
ninjanki escreveu:Acho importante lembrar que, depois de integrar e atualizar o Pechora, abre-se caminho para melhorar partes e princípios, ou seja, pode-se aumentar a capacidade de combustível, ou incluir diferentes tipos de guiagem terminal, ou ainda motorizar o segundo estágio com ramjet, entre outras idéias. Mas se não tivermos uma base para trabalhar e experiência com a integração/modernização de um sistema do tipo, estaremos começando do zero, e do zero qualquer coisa leva 3 década no ritmo Brasil...

Perfeito e com palavras proféticas no final. Fui :D

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 7:58 pm
por Brasileiro
BrasilPotência escreveu:Eu acho que o Pantsir vai azedar.

Ao iniciar a LAAD a frustração da delegação da Federação da Rússia era grande com o avanço, se pudermos dizer assim, nas negociações referentes aos sistemas de Defesa Antiaérea Pantsir-S1 e Igla-S .

http://www.defesanet.com.br/laad2013/no ... -Antiaerea
Não creio que azedará.

Apenas parece que os russos estão frustrados com a morosidade do andamento das negociações. Estão acostumados a tratarem com ditaduras e republiquetas, que não dão satisfação a sociedade, assinam contratos bilionários sem a menor consulta e muitas vezes com dinheiro sendo desviado. Por isso assinam rapidinho, em questão de dias, e isso frustra as expectativas russas aqui no nosso país, onde o defeito é tudo ser muito devagar, mas ao menos é mais transparente e, queiramos ou não, menos susceptível a trambiques do que os países com quem a Rússia é acostumada a tratar em sua esfera de influência.




abraços]

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 8:09 pm
por Luiz Bastos
Pelo que eu entendi a briga entre a Embraer e Odebrecht para ceder o radar nacional causaria o cancelamento do negocio de um dispositivo necessário para a defesa do país e aprovado pela PR, MD e CE, é isso? To achando estranha esta prosa. Alguém comenta isto? Leo , esta é pra voce, osolamalua e o Brasileiro também, alem dos demais, é claro. Fui

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 8:58 pm
por Brasileiro
O que já li algumas vezes é que o SABER M-60 é totalmente inadequado para um sistema como o Pantsyr, tanto porque sua velocidade de varredura é baixa, segundo porque só enxerga até 5 km de altura, e também porque não é muito resistente a ambientes pesados de guerra eletrônica. O verdadeiro lugar do M-60 é ao lado de MANPDAS e VSHORAD, dando apoio a eles.
Talvez (opinião minha) a EDS tenha vetado o uso desse radar porque poderia ser ruim para a reputação do produto, e todos os problemas que poderiam decorrer disso, diante de todos os riscos de se instalar um radar onde não lhe é apropriado.
O que poderia se encaixar seria uma adaptação do M-200, mas este só chega depois de 2015.

Lendo essa matéria, não sei como conseguem interpretar que o negócio está melando ou que será cancelado. O que ficou explícito de fato foi que a Rússia está frustrada com a velocidade das coisas, mas isso não é novidade nenhuma e nem quer dizer nada em se tratando de Brasil.




abraços]

Re: O futuro da AAAe no Brasil

Enviado: Qui Abr 25, 2013 10:12 pm
por gabriel219
denilson escreveu:Tive a curiosidade de verificar a respeito do VSB-30 que teve um apogeu de 268km de altitude no lançamento de 29 de março de 2011 na Suécia e consegue superar o Mach 6, e gostaria de colocar aqui para debate com algumas perguntas.
1 - Não seria possível colocarmos um sistema de guiagem nele ou em um de seus estágios e transformando ele em um míssil antiaéreo.
Gosto de sua ideia.
Em uma distância de uns 5-10 Km, o ultimo estágio poderia se desprender do foguete principal(2 ou 3 estágio, dependendo do alcance que chegou),se transformaria em um míssil guiado de alta manobrabilidade.
Há um projeto sendo desenvolvido, pela Mectron e Britanite, de um foguete-míssil, que será, em seu primeiro estágio, foguete(ou seja, em trajetória balística) e, quando perto do alvo, se "desprenderá" de seu ultimo estágio e se tornará um míssil guiado por GPS, Glonass ou Galileo, e há um estudo de uma guiagem alternativa, para para garantir a precisão da arma mesmo se o acesso a esses sistemas for negado pelos países de origem na ocasião de algum conflito.
Essa ideia poderia ser usada em uma ideia(meio confuso, mas dá para entender, pelo menos, acho que dá :mrgreen:)
O sistema de guia, não sei ao certo qual seria melhor, mas contra um míssil balístico, possa ser por radar ativo.
Como não entendo muito disso, vou deixar para os colegas mais entendedores do assunto.

2 - Para míssil solo - solo ele já serve, na verdade essa não é uma pergunta é uma afirmação.
Sim, é só colocar uma boa cabeça-de-guerra.
3 - Quais sistemas de guiagem poderíamos utilizar nele para uso em AAA.
4 - Em termos de estrutura, seria necessária muita mudança para utiliza-lo como AAA.
Se for um sistema contra mísseis balístico, creio que só implantar um míssil em seu ultimo estágio, porque saberíamos a sua rota, mas contra uma aeronave, me arrisco a falar que talvez não seria possível, por que se for colocar um míssil em seu ultimo estágio de uns 10 Km, teríamos que saber a rota desta aeronave e nos assegurar de que ela seria mantida, se não, eles poderiam pegar uma rota oposta e seria difícil de ser interceptado. Isso por causa de que ele não seria guiado em seus primeiros estágios, e apenas(minha sugestão) se separaria, do foguete, há uns 10 Km, talvez até poderia ser 15 Km, assim atiraríamos a ermo.
Como uma arma anti-míssil balístico, seria ótimo, mas como contra aeronaves, não sei ao certo se teria sucesso ou não.

5 - No lançamento vertical o apogeu foi de 268 km, qual seria o alcance se utilizado como um míssil solo - Ar e Solo - Solo.
Abraço
Se ele chega a essa altitude, pode ultrapassar 400 Km, a nível do solo.
Denilson