#6877
Mensagem
por FCarvalho » Qui Dez 08, 2022 7:28 pm
A julgar pelo que é exposto na matéria, a escolha foi política e de prateleira, como vem sendo os últimos negócios australianos na área de defesa, e sempre a favor das indústrias norte americanas.
Mas o detalhe importante que não se pode deixar passar é como a comissão aponta o fato de que o militar não fornecer informações mais precisas e concretas sobre o processo de escolha, de forma que se levantou dúvidas sobre sua isonomia. E isto ao menos em países sérios é uma questão severa e que não pode deixar brechas nos processos públicos.
Isto posto, a própria falta de visitas in loco aos demais candidatos, a fim de prover as avaliações devidas em relação aos 22 requisitos mencionados, também causou estranheza. Ou seja, a avaliação teria sido meramente retórica e, para bridar a coisa toda, um senador faz uma contraparte a decisão da RAAF quando observa que o C-390 foi escolhido por outros países, está plenamente operacional, inclusive como REVO, e que a Holanda escolheu o modelo tendo como base menor preço, melhor relação custo benefício e desempenho e operacionalidade superiores quando comparado ao próprio C-130J. E isto o oficial não quis ou não soube responder.
A RAAF neste processo está comprando mais de 30 C-130J-30 que seriam em partes fabricados na Austrália. Mas se por um acaso destes da vida o Senado por lá resolver ir mais a fundo na questão da escolha do Hércules, eles podem, se quiserem, facilmente melar o negócio, como foi observado quando se cita a questão da revisão estratégica da defesas australiana e a "pressa" da força aérea para trocar os atuais aviões, que teriam vida útil ainda para gastar até 2030. Tempo mais que suficiente para fazer um processo de escolha realmente equitativos entre os diferentes candidatos, e não um negócio a boca pequena como parece ter sido. O governo australiano e seu MD vai ter que responder algumas perguntas a mais nos próximos dias sobre esta decisão.
Agora, a Embraer alega sobre o KC-390, que um único avião dela faz o serviço de dois Hércules. Ou seja, hipoteticamente, a RAAF poderia cumprir a mesma gama de missões, e quiçá mais ainda, com apenas metade da frota que ela se propôs comprar dos norte americanos, e isso quem sabe até pagando menos, com menores custos, e operacionalidade de frota muito superior. Mas o governo australiano preferiu puxar o sado dos norte americanos.
E FMS é bom, mas, como cito na matéria, também não é lá isso tudo que dizem por aí. Principalmente para quem tem indústrias desenvolvidas a resguardar.
Carpe Diem
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