Como falei no outro tópico, era assim que se era "empresário" no Brasil naquele tempo. Há setores que evoluíram, como o
Agribusiness p ex, e mesmo assim recebeu montanhas de dinheiro do PAGADOR DE IMPOSTOS. De certo modo ainda tem uma boa quantidade no meio (EMBRAPA, p ex), mas os outros grandes produtores (os que estudei foram EUA, UE, China e Rússia) torram Himalaias de $$$ todos os anos apenas para poderem
fazer de conta que podem competir com o véio e sempre desprezado Brasil; já a grande indústria não acompanhou o campo e segue com seu vício em "dinheiro público" (mesmo incluindo estrangeiras, foi só alguém chegar pra
FORD e dizer "
free lunch is over" e de pronto começaram a fazer as malas, para gáudio dos de sempre, e como sempre
). A
GURGEL morreu por causa disso e de seu desinteresse em fomentar uma rede
preferencial de fornecedores de insumos e uma
tão exclusiva quanto possível de distribuidores, pois tendo isso escaparia (quase) ilesa quando "a viúva" fechasse sua genero$a bol$a e a VW lhe cortasse os suprimentos (fornecedores inclusos). Aliando i$$o à proibição de importações, que saída lhe restou?
Mas GURGEL é passado, o que temos no presente que poderia criar um futuro com uma marca não apenas
Made In Brazil mas principalmente
Developed in Brazil? O mais parecido é a
AGRALE, e como ela se compara com a GURGEL? Examinemos:
Se uma empresa que já está aí há décadas trata cuidadosamente de não competir com "as grandes", o que vemos pode ser representado pela imagem abaixo:
Se nem se interessa por celebrar longos e mutuamente proveito$o$ contratos com fornecedores (e hoje importar é fácil e cada vez mais barato) de qualquer parte do mundo (inclusive aqui), além de preferir (de longe) vender por atacado, especialmente para o Setor Público, vemos o abaixo:
Mas calma, antes de sair condenando a AGRALE, olhemos melhor: poucos dias atrás o próprio PR anunciou que a GM pretende investir uns BRL 10 B no Brasil. Isso pode ser visto e propagado de diferentes maneiras: a tchurma que o apoia incondicionalmente ouve e berra "EBA, MITOOOOOO" enquanto que a oposta (e também incondicional nisso) amarga "PQP, FUDEU". Mas a esmagadora maioria está no meio, e uma pequena parte dela (eu incluso) acompanha o Mercado e vai aos poucos compreendendo as Forças que o movem, e uma das primeiras constatações (um
Axioma, na verdade) é que quanto mais governo na Economia (por governo entendam a interação das três ramas), menor o espaço para a Livre Iniciativa; já a maior parte da citada maioria vai disseminar "WOW, mês que vem vai estar sobrando emprego". É o mundo em que vivemos.
E, para não espichar demais, basta dizer que o governo (os três poderes, repito) do Brasil, desde 1822 até hoje, nunca se contentou em ser
Regulator e
Law Enforcer, que é mesmo sua função, mas exige e força a barra para ser
Market Maker! Exemplo? O Brasil só teve sua primeira grande siderúrgica ali pela metade do século passado, uma
ESTATAL que o Vargas arrancou do Roosevelt, mas houve tentativas da Iniciativa Privada muito tempo antes e tudo levou fumo governamental. Na verdade tudo que sei sobre quase todas as grandes empresas BR (Taurus, p ex,
se tornou exceção, explico abaixo) sempre cai nessa continha de padaria: (1) grande empresa industrial ou mineradora + (2) BR = (3) é ou foi estatal.
E concluo: num
Business Environment onde os governantes dão as cartas e jogam de mão (o que acarreta uma baita volatilidade, pois qualquer mudança no cenário pode tanto dar lucro quanto prejuízo; e aí já não falamos mais de Investimento mas de
Especulação, ou seja,
JOGATINA), fica muito mais fácil para quem é gigante e tem sede lá fora (ou seja, pode aguentar prejuízo) competir do que quem é pequeno e tem sede aqui; não é de graça que TAURUS e EMBRAER já são mais empresas US do que BR, com a CBC/MAGTECH indo pelo mesmo caminho, e falo de três empresas muito bem sucedidas, seja por qual parâmetro forem analisadas.
Agora fica mais complicado de desancar tanto GURGEL quanto AGRALE, não?