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Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 2:41 am
por Bourne
hades767676 escreveu:Para quem acha que em Moscou existem amadores. Prevendo a queda das ações com o conflito na Crimeia, o governo russo comprou (a preços baixos) um enorme montante de ações de várias empresas russas (inclusive Gazprom) que estavam no controle de estrangeiros aumentando o controle sobre tal empresas. O dólar subiu bastante e Moscou injetou dólares na economia a preços autos, um dia depois os preços baixaram e novamente o governo teve grandes lucros. Tudo, dizem, foi meticulosamente orquestrado por Medvedv.
Especula-se que Moscou tem a mesma ideia na Ucrânia, assim que as ações de empresas ucranianas atingirem patamares baixos (por algum motivo) Moscou pretende abocanhar boa parte das empresas ucranianas.
Antes que um certo
"alguém" diga que isso é invenção, procure por movimentações financeiras da bolsa de Moscou, até em site ocidentais é possível conferir.
http://politikus.ru/v-rossii/14197-polz ... poliy.html
Isso não é Wall Street. E nem o livro de Tom Clancy, divida de honra.
Aquilo que tu vê nos filmes de compras e recompras de empresas. Com golpes e contragolpes dos acionistas. Só funciona no mercado americano. Por que a reforma financeira dos anos 1930 tem normas que defendem o direito de propriedade dos investidores a tal ponto que eles podem tomar uma empresa. E a lei garante que seja possível devido a podem comprar o controle e ações a revelia dos donos anteriores. Era uma estratégia comum nos anos 1980s e 1990s. Hoje acredito que a legislação não permita ou imponha tantas restrições que inviabilize a operação desse estilo. O que é permitido e encorajado é derrubar executivos que fizeram besteira.
Nos demais países do mundo com tradição no mercado de ações. Por exemplo, França, Japão e até China. É impossível construir operações assim. A venda e compra de ações demanda tempo e é bem complicada. tanto que o que movimento as bolsas são operações com derivativos, hedges e títulos públicos que não tem nome e poucas restrições de trocarem de mão. Incluso sendo uma operação comum com grandes empresas para captação de recursos.
Bos países com mercado não-desenvolvidos e sem garantia legal como Brasil e Rússia. É uma zona. A bolsa da Russia serve para especular com moeda estrangeira e títulos públicos. A maior movimentação é bem enganosa ou que especuladores estão rindo e enchendo os bolsos. O suposto controle das empresas é bem questionável por que não a lei que a realmente a defenda. Pode ser apenas uma fantasia passageira e não valer nada.
Além disso, uma minoria das empresas tem ações em bolsa e, mesmo as que tem, negociam uma quantidade ridícula de ações cheia de restrições sobre controle corporativa e recebimento de dividendo. inclusive podendo não dar poder nenhuma sobre a companhia. Essa é a estratégia comum nas companhias "clássicas" brasileiras, privadas e públicas, como também na Rússia e Ucrânia.
As grandes operações e companhia tem ações e operações em wall street e city londrina. Por que lá que está o dinheiro que flui de qualquer lugar do mundo.
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 2:52 am
por Rodrigoiano
Uma pitada a mais de pimenta na região... Dizendo já estarem previstos antes da crise, os EUA estão enviando um destróier (Uss Truxton) para o Mar Negro para exercícios envolvendo a Romênia e a Bulgária.
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 7:40 am
por pt
Bourne ->
Há apenas uma questão que se coloca na sua análise, que é a da prostituição e do negócio do jogo ser para a ralé.
Quando a União Soviética entrou em colapso, dois grandes grupos lutaram entre si pelo controlo do dinheiro.
O primeiro grupo era controlado pelos grandes lideres do Partido Comunista e seus séquitos. Eram os presidentes, vice-presidentes, secretários etc. das republicas da federação russa. Aquilo a que depois chamámos de Oligarcas. Eles eram a União Soviética política.
O outro grupo, era inicialmente menos poderoso, porque não estava em contato direto com o poder e não tinha poder de decisão nenhum no periodo de Ieltsin.
Esse grupo era constituido pelas elites da policia politica, KGB, serviços de segurança. Nessa altura (década de 1990), esse grupo tem o poder que resulta de ter na mão uma estrutura com milhares de homens armados, que de repente ficaram desempregados.
Esse é o grupo de Putin.
Como esse grupo não tinha ligação ao poder e à capacidade de enriquecer miraculosamente, ele passou a controlar o sub-mundo. O jogo, a droga e a prostituição são por isso os seus campos de operação.
É nesse campo que está Putin e é por isso que ainda hoje ele recebe dinheiro da prostituição masculina e feminina. É por causa da prostituição masculina (que Putin não controlava completamente), que foram passadas as leis anti-gay da Russia, porque o negócio estava a escapar do controlo de Putin e dos seus associados.
o outro negócio em que Putin e a KGB tinham na mão era o negócio do jogo. Os casinos passaram a ser uma autêntica praga na Russia.
Ocorre que no final da década de 1990, até o Ieltsin entendeu que a ideia que os russos tinham de economia de mercado era sucedânea do que os comunistas pensavam e por isso o capitalismo russo era uma farsa.
É aí, já num tempo de fraqueza, que entra o Putin (pelo braço do Ieltsin) como primeiro-ministro, já com o intuito de dar ao governo alguma capacidade contra os oligarcas vindos das estruturas politicas comunistas.
O resto é história...
Putin consegue chegar à presidência substituindo Ieltsin sem eleição, e a partir daí começa uma guerra contra o outro grupo que até ali tinha dominado.
Putin aparece então como o paladino contra os oligarcas, mas obviamente os seus próprios negócios de jogo, prostituição e extorsão, não são divulgados (e quando são, a KGB rapidamente resolve o problema, e é por isso que houve tantos assassinatos nas ruas de Moscovo na altura).
Os negócios de Putin passam entretanto para um outro patamar.
As casas de prostituição tornam-se mais respeitaveis, a policia é controlada e MUITO IMPORTANTE, Putin consegue alterar a legislação para acabar com a profusão de casinos, muitos eles controlados por Putin ou pelos seus aliados.
Claro que, a lei determinava que apenas em algumas cidades russas poderia haver casinos, arruinando assim a concorrência. Para conseguir novas licenças era preciso pagar a Putin, que assim passou a controlar o negócio do jogo quase na totalidade, e o da prostituição também.
Putin aparentemente não conseguiu controlar o negócio da prostituição masculina, que tinha relações com as máfias de alguns países ex-bloco soviético. É por isso que manda criar legislação para proteger o negócio dos russos.
Portanto:
Putin, vem de um meio em que não tinha capacidade para entrar nos grandes negócios, mas também tinha os seus. E eles assumiram uma dimensão grande, o que levou a que Putin chegasse a presidente.
Quando lá chegou não deixou de dar dentadinhas no dinheiro, mas não abandonou os antigos interesses. Ele modernizou, modificou e passou a controlar melhor.
Se houvesse na Russia uma revolução como a da Ucrânia, então é que veriamos a realidade do estilo de vida dos atuais governantes do Kremlin.
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 8:26 am
por FOXTROT
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 8:48 am
por FOXTROT
Resposta russa ao deslocamento de F-15 para Lituânia!
http://www.cavok.com.br/blog/?p=75534
Saudações
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 10:21 am
por Clermont
O MONSTRO PUTIN.
Andrew P. Napolitano - 6 de março de 2014 - Lewrockwell.com.
O que acontece quando o governo dos Estados Unidos participa ativamente na derrubada de governos estrangeiros em nome da difusão da democracia? Tal comportamento normalmente resulta em conseqüências imprevistas, com freqüencia produzindo desastres.
Quando os Estados Unidos invadiram o Iraque em 2003, inicialmente procurando por armas de destruição em massa - que, agora sabemos, a administração Bush tinha ciência de que não existiam lá - e, eventualmente, para mudança de regime, o EUA tiveram sucesso em mudar profundamente o governo iraquiano. Mas, no processo, perdemos 4.500 militares americanos, sofremos 45 mil feridos graves, tomamos emprestado e gastamos - e não pagamos ainda - mais de $ 2 trilhões; provocamos as mortes de 650 mil iraquianos, deslocamos 2,5 milhões de iraquianos, e abrimos o Iraque para nosso inimigo público, a al-Qaida. Ela não estava no Iraque antes de o invadirmos. Hoje, ela controla um terço do agora instável país.
Em 2010, o presidente Obama decidiu que não gostava mais do ditador favorito da América no Oriente Médio, presidente Hosni Mubarak do Egito, mesmo embora Obama e seus quatro antecessores tivessem dado cerca de $ 4 bilhões anualmente. Portanto, nossos agentes fomentaram a revolução nas ruas enquanto Obama sugeria abertamente que era tempo de Mubarak deixar o cargo. Então, as esperadas e prometidas eleições livres tiveram lugar, e o inimigo jurado do Ocidente e fanático islamista, Mohammed Morsi, tornou-se o primeiro presidente popularmente eleito na história egípcia. Então os EUA decidiram que não o queriam no poder, não importando a legalidade e legitimidade moral de sua eleição, e sendo assim, a administração Obama encorajou um golpe militar.
Morsi foi detido por seus próprios comandantes militares e, atualmente está sob julgamento por permitir que seus soldados, sob esses mesmos comandantes, matassem nove pessoas que estavam resistindo ao golpe, mesmo embora os conspiradores apoiados pelos americanos - que agora governam o Egito e estão processando Morsi - tenham matado milihares de civis egípcios que tentaram resistir à remoção de Morsi do cargo. O resultado é uma ditadura militar e uma mortífera resistência de longe mais odiosa do que nos anos Mubarak.
E, na Ucrânia em 2004, a administração Bush fomentou a chamada Revolução Laranja. Esta, também, foi feita por nossos diplomatas e a comunidade de informações, cujos agentes insuflaram manifestantes nas ruas e liberalmente distribuiram dólares americanos para eles. Isso resultou numa eleição livre, que resultou em subseqüentes eleições livres, até a mais recentes destas produzir um presidente que - sendo um ex-comunista - era mais atraído pela Rússia do que pelos EUA ou Europa.
Quando o governo da Ucrânia precisou de dinheiro e a Rússia ofereceu um acordo melhor do que a União Européia, nossos diplomatas imperiais e gurus sem lei das informações ficaram embaraçados. Portanto, os EUA fomentaram outra revolução nas ruas de Kiev. Uma de nossas diplomatas, Victoria Nuland, reconheceu muito disso numa reveladora gravação (completa com palavrões) de uma conversa por telefone celular que se tornou viral. Então, Viktor Yanukovych, o presidente eleito popular e legalmente, foi derrubado e fugiu para Moscou. O novo presidente não-eleito da Ucrânia recebeu reconhecimento e auxilío americanos. No início desta semana, os EUA ofereceram-lhe imediatos $ 1 bilhão.
Aí entra Vladimir Putin. Ele é o presidente popularmente eleito da Rússia que tem anseios de reconstruir a velha União Soviética. Putin é também um ex-agente do KGB; ele é um torturador, um assassino, um tirano e um monstro. Ele, com freqüência, se lamenta pelo fim da antiga União Soviética. A Ucrânia era parte desta união até que o império do mal dissolveu-se em 1991. Ela era parte mais economicamente produtiva daquela união. Hoje, goza de um mercado em sua maior parte livre e é altamente empresarial, embora, em parte, um estado de bem-estar social. Aproximadamente dois terços da Ucrânia identificam-se com a Europa e um terço com a Rússia.
Após Yanukovych bater na porta de Putin em Moscou, este flexionou seus músculos enviando 16 mil soldados russos, em uniformes sem insígnias e usando máscaras negras (você não pode ocultar isso), através da fronteira para ocupar a Criméia, uma província da Ucrânia, que havia sido parte da Rússia e da União Soviética até 1954.
A invasão de Putin é profundamente ilegal, já que constitui a introdução de tropas armadas em território soberano sem convite ou consentimento governamental, e a ausência de insígnias de identificação coloca esta invasão fora das proteções das Convenções de Genebra e das regras da guerra. Portanto, as tropas russas são, legalmente, uma caça livre para as tropas e as milícias ucranianas. Mas não espere que isso aconteça. A Rússia tem o dobro de tanques da Ucrânia, dez vezes mais soldados e doze vezes mais poder aéreo.
Da mesma forma, não espere que os russos vão embora. A maioria dos residentes da Criméia é de fala russa e, realmente, deu boas vindas aos invasores (de novo, você não pode ocultar isso). E o registro de invasões estrangeiras de Putin mostra um padrão de reter os territórios conquistados. Quando invadiu a Geórgia em 2008, ele manteve as duas províncias, que ainda estão ocupadas com mais de 40 mil ociosos e custosos soldados russos.
Os Estados Unidos e a Europa não estão em posição nenhuma para resistir à invasão russa, e nem deveriam. A Europa recebe, aproximadamente, 30 porcento de seu petróleo, gás natural e carvão da Rússia. Se os EUA apertarem as tenazes econômicas sobre a Rússia, os bancos americanos sofrerão, e os oligarcas e o povo russo sofrerão, mas nenhum grupo sofrerá tanto quanto os europeus, que ficaram dependentes do combustível russo. E Putin não se comove com embaraços pessoais ou sofrimento humano.
O propósito declarado da invasão russa é proteger os russos étnicos, predominantes na Criméia, do destino imposto a Yanukovych pelas turbas. Num primeiro exame, isso parece uma absurdidade. Mas, considere a situação do ponto de vista de Moscou de uma expulsão, impulsionada pelos americanos, de um presidente da Ucrânia, popularmente eleito e de inclinação russa. E então, considere isto: o que os Estados Unidos fariam se os chineses fomentassem uma revolução no México e instalassem um governo amigo de chineses que então solicitasse destes, empréstimos e os convidassem para ajudar a governar? Os americanos protegeriam os americanos ao longo da fronteira México-Texas?
E como alguém nos Estados Unidos está prejudicado pela ilegalidade de Putin? Deveria o governo dos Estados Unidos vagar pelo mundo procurando monstros para destruir, ou deveria aprender de seus recentes graves erros? Quase dois séculos atrás, o presidente John Quincy Adams preveniu seus sucessores contra as políticas externas que se manifestariam nos anos Bush/Obama.
"Os americanos não devem ir ao ultramar para destruir dragões que não compreendem, em nome da difusão da democracia."
Mas o governo é um cachorro velho que não pode aprender novos truques.
______________________________________
Andrew P. Napolitano, um ex-juiz da Corte Suprema de Nova Jérsei, é o analista judicial da Fox News Channel.
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 10:36 am
por FCarvalho
Se fossem alguns Su-35S a mais para Kaliningrado, aí eu ia achar que seria uma resposta a altura.
Os turcos sabem, e podem, tomar conta, e bem, de si mesmos. Já alguns países do báltico, mesmo depois de mais de 20 anos de independência, não, e sabe-se lá porque...
abs.
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 11:37 am
por cabeça de martelo
Talvez porque são países pequenos e sem Força Aérea própria?!
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 11:51 am
por FCarvalho
Cabeça, tempo e condições é o que mais tiveram para organizar uma força aérea. Até o Paraguai consegue ter uma.
abs.
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 12:04 pm
por hades767676
Os falcões de Washington estão loucos da vida por existir um país que se coloca novamente no caminho deles e que eles não possuem opção algum do ponto de vista militar. Comércio entre EUA e Rússia é quase insignificante e os americanos não possuem influência alguma na Rússia. Resta espernear e tentar desqualificar o adversário (tática muito velha por sinal). Putin é certamente um dos maiores estadistas dos últimos 20 anos. Se alguém tiver oportunidade leia matérias antigas sobre a Rússia da década de 90. Para qualquer especialista ocidental Moscou estava acabado, condenando a se tornar um país irrelevante e insignificante do ponto de vista político e militar; e a depender da caridade dos EUA. Em menos de 10 anos Putin mudou a história e colocou pra correr os puxa-sacos do ocidente e os anti Rússia. Muitos deles estão em Londres com mandados de prisão emitidos por Moscou e ignorados por Londres (que por dinheiro ignora qualquer coisa, inclusive a ética).
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 12:18 pm
por cabeça de martelo
Hades, um pouco de pesquisa, por favor!
Os principais parceiros comerciais da Rússia são a Alemanha, os Estados Unidos da América, a Itália e a China.
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 12:20 pm
por cabeça de martelo
FCarvalho escreveu:Cabeça, tempo e condições é o que mais tiveram para organizar uma força aérea. Até o Paraguai consegue ter uma.
abs.
Quais são os caças usados pelo Força Aérea do país em questão? Esses países são protegidos pela OTAN já que pertencem a essa organização, na verdade a FAP já fez uma missão de patrulhamento do espaço aéreo desses países.
http://en.wikipedia.org/wiki/Baltic_Air_Policing
http://www.operacional.pt/lituania-a-ca ... rca-aerea/
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 12:22 pm
por hades767676
EUA são apenas o 11º parceiro comercial de Moscou . E alguém sabe de onde vem 70% do titânio que a Boeing usa em seus aviões?! Ah é, da RÚSSIA!
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 12:26 pm
por cabeça de martelo
E? Mas afinal, eles são ou não parceiros comerciais? É que segundo disse não são...
Re: Ucrânia
Enviado: Sex Mar 07, 2014 12:28 pm
por cabeça de martelo
http://atlas.media.mit.edu/profile/country/rus/
Os dados não batem certo.
5 USA Estados Unidos $26,404,649,266.56
15 USA Estados Unidos $5,284,274,032.34
Pelos vistos os EUA são mais importantes para a Russia que vice-versa.