Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.
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vplemes
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#677
Mensagem
por vplemes » Sex Nov 30, 2018 10:41 am
Não tenho nada contra a MB, mas simplesmente não consigo ver viabilidade financeira para este programa. Quando digo financeira, não é apenas dinheiro para desenvolver e homologar, e sim comprar quantidade de unidades suficientes para viabilizar financeiramente o programa (nem relógio trabalha mais de graça). Quantos misseis a MB pode/vai comprar? Com uma pequena escala, como viabilizar condições financeiras para que o valor do míssil fique dentro de um patamar que o torne viável para exportação? Lembrando que o mercado está atulhado de misseis de categoria igual e até superior ao MANSUP. Sem contar a nossa crônica falta de protagonismo politico/militar, que tanto influi na hora de exportar armamentos. Será que vale a pena desenvolver um míssil para no final comprar/produzir 40 ou 50 unidades? Pois, caso não haja exportações, dificilmente a produção chegará nas 100 unidades (duvido que passe das 50).
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gusmano
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#678
Mensagem
por gusmano » Sex Nov 30, 2018 11:26 am
vplemes escreveu: ↑Sex Nov 30, 2018 10:41 am
Não tenho nada contra a MB, mas simplesmente não consigo ver viabilidade financeira para este programa. Quando digo financeira, não é apenas dinheiro para desenvolver e homologar, e sim comprar quantidade de unidades suficientes para viabilizar financeiramente o programa (nem relógio trabalha mais de graça). Quantos misseis a MB pode/vai comprar? Com uma pequena escala, como viabilizar condições financeiras para que o valor do míssil fique dentro de um patamar que o torne viável para exportação? Lembrando que o mercado está atulhado de misseis de categoria igual e até superior ao MANSUP. Sem contar a nossa crônica falta de protagonismo politico/militar, que tanto influi na hora de exportar armamentos. Será que vale a pena desenvolver um míssil para no final comprar/produzir 40 ou 50 unidades? Pois, caso não haja exportações, dificilmente a produção chegará nas 100 unidades (duvido que passe das 50).
Qualquer opção , que não a fabricação própria, é muito pior.
abs
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J.Ricardo
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#679
Mensagem
por J.Ricardo » Sex Nov 30, 2018 11:46 am
Se investe em P&D de um produto BR reclamam, se não investem, reclamam, ainda bem que a MB segue em frente enquanto ladram...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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alex
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#680
Mensagem
por alex » Sex Nov 30, 2018 1:02 pm
Se a primeira versão deste míssil for igual ao MM40 já é uma vitória e se houver versões lançadas de meios aéreos será excelente. Já é uma arma que que dará trabalho a qualquer força naval contraria a MB. Para contrabalançar misseis que podem ser lançados 24h de aeronaves ou drones,acreditem ou não, exigirá meios navais e aéreos de uma força adversária que resultam em muito, muito dinheiro a ser empregado por esta marinha adversária.
E pode ser desenvolvida novas versões de maior alcance futuramente. Um dos poucos projetos de P & D acertados da marinha.
Mas se preferirem ver dinheiro jogado fora há várias opções : KC2, submarino nuclear, etc...
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FCarvalho
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#681
Mensagem
por FCarvalho » Sex Nov 30, 2018 6:07 pm
O mercado interno da MB para o MAN atualmente é de cerca de 4 CCT em perspectiva, 1 corveta, 3 Niterói no médio prazo e 2 Inhaúma.
Cada navio desse em tese pode operar até com 8 mísseis/lançadores no convés. Isso significa em torno de 80 mísseis.
Como cada navio leva também uma carga de reposição igual a do número de lançadores, via de regra geral, então seriam 160 mísseis.
Óbvio que isso é tomando-se como referencia uma marinha voltada para o seu efetivo preparo para a guerra e não apenas mostrar bandeira como nós costumamos fazer.
Então, mercado na teoria existe. Exportações são também possíveis.
O que não é possível é saber se mais esse projeto renderá os frutos desejados.
A ver.
abs.
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#682
Mensagem
por knigh7 » Dom Dez 02, 2018 2:19 am
J.Ricardo escreveu: ↑Sex Nov 30, 2018 11:46 am
Se investe em P&D de um produto BR reclamam, se não investem, reclamam, ainda bem que a MB segue em frente enquanto ladram...
Depende do produto. O MAN tem as características de um Exocet MM40 Block I.
E precisaria de uma boa carga de desenvolvimento para tira-lo dessa obsolecência tremenda: alterações na carenagem nas aletas, no sistemas de controle de voos, no computador de guiamento, etc.
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#683
Mensagem
por knigh7 » Dom Dez 02, 2018 2:41 am
alex escreveu: ↑Sex Nov 30, 2018 1:02 pm
Se a primeira versão deste míssil for igual ao MM40 já é uma vitória e se houver versões lançadas de meios aéreos será excelente. Já é uma arma que que dará trabalho a qualquer força naval contraria a MB.
Imagina. O MAN é um míssil que voa a ~500kt e que adquirindo o alvo vai direto nele, sem movimentos pré-programados. Desde que um navio não tenha sistemas antimísseis obsoletos, não é difícil interceptá-lo.
Não são mais produzidos há cerca de 2 décadas mísseis antinavios assim. Se eles não fazem movimentos pré-programados de evasão, eles são supersônicos. Se são transônicos, fazem movimentos terminais para dificultar a eficácia das medidas antimísseis do navio adversários.
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#684
Mensagem
por FCarvalho » Dom Dez 02, 2018 10:42 am
Uma coisa de cada vez Manuel. A MB já fez muito conseguindo trazer esse programa até aqui.
Os inputs gerados servirão com certeza na versão anti navio que a Avibras planeja desenvolver do AV - MT.
A coisa não vai parar por aí.
O mais importante agora é fazer com que o investimento gere retorno financeiro e tecnológico para poder seguir adiante.
Só o fato de não depender de terceiros para armar os navios da MB, já é um grande passo.
As lições de 82 aparentemente não foram esquecidas.
De vagar e sempre. Esse é o nosso mote em defesa.
Viva-se com isso.
Abs
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#685
Mensagem
por alex » Dom Dez 02, 2018 11:33 am
Há opções de todos os tipos. Um caminho mais longo suando a camisa, quebrando a cabeça, tendo inúmeras decepções, almejando um sonho e obtendo um produto real ainda longe do ideal mas sabendo que no dia seguinte voce pode tentar se novo usando o que vc aprendeu. O outro caminho mais fácil eh comprar via FMS e tudo estará resolvido.
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#686
Mensagem
por FCarvalho » Ter Dez 04, 2018 1:55 pm
Se a MB conseguir alocar uma quantidade mínima de mísseis pelo menos para equipar as 4 CCT (4 x 4 = 16) já vai ser uma grande vitória.
Embora essa quantidade seja meramente representativa e/ou ilustrativa, nada a ver com operacionalidade real.
Se colar, pode-se tentar substituir os atuais MM-40 Block I / II de parte da frota das Niterói e da Barroso (3 + 1). enquanto as CCT não saem do papel. Talvez ao menos isso pagasse os custos de investimento, industrialização e comercialização do projeto. E claro, provaria que ele funciona e é efetivo para eventuais exportações.
Então poderíamos pensar em pequenas evoluções até um MAN block II para as CCT lá para 2025 em diante. E assim vamos.
E quando e se um belo dia a Avibrás chagar a conseguir desenvolver um míssil anti navio a partir da plataforma do AV-MT, então quem sabe teremos aí sim um produto adequado e equivalente em desempenho e capacidade aos seus contemporâneos.
Sonhar ainda não paga imposto.
abs
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#687
Mensagem
por pmicchi » Seg Dez 10, 2018 8:15 pm
Mesmo sendo um missel inferior a outros do mercado, traz um certo grau de independencia num tipo de arma muito importante para o Brasil que, de verdade, tem pouco a temer dos vizinhos que tem fronteiras e tem que garantir a sua soberania olhando para o Atlantico Sul.
Usar uma arma construida por alguem que pode ser, um dia, seu inimigo tem vários problemas e Argentina sentiu isso em 1982. Isso explica tantos MANs diferentes sendo construídos pelo mundo afora.
Além disso, nao dava para esperar um MAN com o desempenho do Rbs-15 logo de largada. Se for um missel de custo acessivel, com uma versao ar-mar integrada ao Gripen e a um KC-390 MPA, vai ser de grande valia para MB. Um desenvolvimento futuro poderia combinar o missel de cruzeiro AV-MT com o sistema de guiagem do MAN-SUP para um MAN de longo alcance.
Além das escoltas, eu consideraria a instalaçao de dois lançadores singelos para NaPaOc Amazonas e outros navios patrulha que possam vir a ser construídos.
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#688
Mensagem
por Túlio » Ter Dez 11, 2018 5:34 pm
Posso me arrepender do que vou dizer mas me parece que a MIRJ já gastou tanto tempo e dinheiro nesse treco que o chamado point of no return já foi alcançado e ultrapassado; agora é fazer quantos der, testar, botar o que sobrou em uso operacional e rezar para ter verba e poder desenvolver o que falta, e não é pouco, tipo "cold" VL, manobrabilidade terminal, furtividade, turbina (VT?) em lugar do foguete, eletrônica avançada incluindo responsividade física/eletrônica a ECM/ECCM & quetales. Vai que de repente dá e o limão vira mesmo limonada...
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#689
Mensagem
por FCarvalho » Ter Dez 11, 2018 8:32 pm
Este projeto não tem volta. Pra frente é que se anda.
No nosso caso, devagar e quase sempre.
ps: se der certo mesmo, ao menos 4 versões do Man serão necessárias: sup-sup, ar-superfície (helo e aeronaves) sub-superficie, terra-mar.
Abs
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#690
Mensagem
por Túlio » Ter Dez 11, 2018 9:26 pm
FCarvalho escreveu: ↑Ter Dez 11, 2018 8:32 pm
Este projeto não tem volta. Pra frente é que se anda.
No nosso caso, devagar e quase sempre.
ps: se der certo mesmo, ao menos 4 versões do Man serão necessárias: sup-sup, ar-superfície (helo e aeronaves) sub-superficie, terra-mar.
Abs
Falta a LIGHT CRUISER AS, possivelmente a ser cumprida pelo RBS-15, longe do ideal...
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