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FX-2: Mais um adiamento anunciado
Celso Amorim confirma mais um adiamento do Programa F-X2
O ministro da Defesa, Celso Amorim, confirmou no final da semana passada em Brasília um novo adiamento do anuncio do vencedor do Projeto F-X2, concorrência que visa à seleção de um novo avião de combate para reequipar a frota da Força Aérea Brasileira (FAB).
Amorim atribuiu a decisão ao cenário econômico mundial. “O projeto não esta sendo abandonado. Haverá uma decisão no momento certo. Mas, hoje, eu preferiria não assinalar uma data”, disse o ministro durante entrevista. “A situação econômica tomou um rumo menos favorável do que o esperado e, naturalmente, exige cautela”, ponderou o ministro.
O Projeto F-X2, o qual se arrasta por mais de uma década, esta sendo disputado por três finalistas: A estadunidense Boeing e seus caças F/A-18E/F Super Hornet, a sueca Saab com seu Gripen NG, e a francesa Dassault Aviation, que esta promovendo o Rafale.
O governo brasileiro enviou em junho último cartas para as três companhias solicitando que estas estendam suas ofertas até dezembro do corrente ano. Amorim disse que nenhuma conversação esta sendo mantida com os concorrentes neste momento, contudo, esse fato não exclui a possibilidade de receber seus representantes, afirmou o ministro.
Em setembro de 2010, os ex-presidentes do Brasil e da França, Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, respectivamente, emitiram uma declaração conjunta especificando que o Brasil havia entrado em negociações exclusivas para a compra do Rafale. Entretanto, o governo brasileiro voltou atrás pouco tempo depois e disse que a competição ainda estava aberta. No final, Lula acabou deixando a decisão para a sua sucessora, Dilma Rousseff.
“Neste momento, não existe uma empresa favorita" disse Amorim." A questão importante é quando vamos divulgar isso e, então, voltar a olhar para as propostas. Há uma necessidade de reequipar [a FAB com novos caças], mas isso precisa ser resolvido de acordo com as possibilidades do país”, concluiu o ministro.
O Brasil vai basear a sua decisão sobre preço, qualidade e acesso à tecnologia de um dos fabricantes de jatos, mas "o peso específico que será dado a cada um deles é algo que eu não tive a oportunidade de discutir profundamente", disse Amorim. "Não há nenhuma decisão", repetiu.
Amorim disse ainda que a decisão do governo dos Estados Unidos em cancelar a encomenda de aeronaves A-29 Super Tucano da Embraer Defesa e Segurança (EDS) não pesaria contra a Boeing e o seu Super Hornet. Em fevereiro último, a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) cancelou o processo de compra do turboélice militar brasileiro e algum tempo depois, reabriu a competição Light Aircraft Support (LAS), sob a alegação de que a documentação da licitação que escolheu o Super Tucano continha algumas discrepâncias.
Donna Hrinak, presidente da Boeing Brasil, informou que a companhia esta preparada para aguardar uma decisão do governo brasileiro. Na mesma ocasião, os representantes da Saab e da Dassault não estavam acessíveis para serem ouvidos sobre o assunto.
http://tecnodefesa.com.br/materia.php?materia=388