Túlio escreveu:Marechal-do-ar escreveu:
Tem razão, a Bundeswehr usa outros tamanhos de GC, com o Boxer (que para eles é um APC) eles usam 8 homens, mas estávamos falando da infantaria blindada, dos Panzergrenadiere, não é mesmo? Nesse caso são 6 homens contra 9 do US Army e 13 dos Marines.
Alias, a Bundeswehr é uma exceção aqui, quase todos os países tem um GC maior na infantaria blindada, e isso mesmo usando um IFV que não comporta todo o GC, cheguei até a ler um autor que dividia a infantaria média/pesada (quer dizer, tudo o que não é leve) em três:
1) Infantaria mecanizada;
2) Infantaria blindada;
3) Panzergrenadiere.
E devo lembrar mais uma vez que os Panzergrenadiere com seu GC de 5 ou 6 homens já existia desde antes de inventarem o IFV.
E sabe de uma coisa, eu gostaria muito de acreditar que a Bundeswehr está certa e que praticamente todo o resto do mundo está errado, mas tenho maturidade suficiente para entender que isso é wishful thinking, e que não há evidencias de que esse tamanho do GC foi escolhido por razões puramente técnicas.
E uma evidência muito forte é de que o exército mais experiente do mundo na atualidade usa um GC de 9 homens com um IFV que comporta apenas 7, em sua infantaria blindada, o melhor que posso fazer é admitir que, talvez, esses também não tenham se baseado apenas em razões técnicas.
Muito interessante, de fato. Recorda-me de um estudo que li na década passada (CAC-TRADOC) onde era referido que o US Army havia testado GCs de 7 a 13 Infantes sem encontrar maiores diferenças na eficácia, servido isso como justificativa para manter como o mais comum o de 9.
Mas esta parte que quotei do teu post é tão instigante - não há piada aqui, é
sério - que não vou responder levianamente, preciso pesquisar mais, charlar com mais gente, pensar mais.
Assim, não vai haver realmente uma resposta. Não agora, ao menos. No que tiver algo mais concreto, te quoto por uma razão qualquer e posto.
Tks.
Promessa é dívida. Vamos começar analisando a composição do PG (Panzergrenadier Gruppe) de 6 homens, 3 PGs por Pzg Zug (Pel Inf Bld):
A da foto é a mais básica, composta por:
A - 1 Gruppenführer com Fz (comanda o grupo);
B - 2 Soldaten com Fz (proporcionam segurança e apoio aos demais);
C - 1 Soldat com Mtr Lv, normalmente MG-4 5,56 (fogo supressivo);
D - 1 Soldat com Fz com LG acoplado (granadeiro);
E - 1 Soldat com Panzerfaust/Bunkerfaust 3 (capaz de destruir blindados, fortificações e ainda atacar tropas desmontadas inimigas).
(É impressionante o que se pode concentrar de poder de fogo com pouca gente. Comparar com o que há de melhor na nossa Inf Bld; ademais, é normal que um dos 2 Soldaten com Fz seja dotado de DMR, para melhor precisão no fogo)
A variação (Grupo de Comando do Pel ou ZurführerGruppe) se compõe de:
F - 1 Zugführer com Fz;
G - 1 Soldat com Panzerfaust/Bunkerfaust 3, podendo optar por ATGM;
H - 1 Soldat com Fz + LG;
I - 1 Soldat com Mtr (era a MG-3, hoje não tenho mais certeza, mas o calibre continua 7,62);
K - 1 Funker (comunicações) com rádio e Fz.
J - 1 Soldat com Fz;
(Notar que o Operador de RPG/ATGM e um dos Fuzileiros podem ser substituídos por uma dupla Scout/Sniper com Barret ou outro Fz de alta potência ou mesmo um Mrt 60, p ex)
Por fim, a unidade de transporte e combate se compõe de 4 IFVs (no momento, Marder e Puma), com seus respectivos Motoristas, Atiradores e Comandantes. São portanto 4 IFVs e 36 Militares por Pelotão. Passemos então a uma avaliação simples:
Ao contrário dos APCs da nossa Inf Bld, os IFVs lutam junto com os MBTs, provendo mútua proteção e apoio. E aí entra uma característica interessantíssima dos Pzg: eles não se limitam a uma função secundária (principalmente apoio à defesa das VTRs contra a Inf In e exploração de brechas, que é o que conhecemos) mas atuam ativamente; notar que num IFV Alemão há
dois comandantes, um responsável pela VTR, que permanece a bordo, e outro responsável pelos Pzg: quando desmontados, estes podem cumprir suas próprias missões, tornando-se o
terceiro elemento operativo da unidade (e não um subproduto do segundo). Assim, enquanto o comandante do IFV, em contato direto com o do PG, lhes provê, sempre que preciso, apoio de fogo próximo, este pode focar na missão, que pode ser defensiva, ofensiva, reconhecimento, etc. Sempre em contato direto com os MBTs, naturalmente.
Outra diferença importante para o APC é que o desmonte é muito mais frequente, aproveitando eventos durante o desenrolar do combate em que os Pzg podem tomar, manter, aprofundar ou mesmo recuperar a Iniciativa já que, bem treinados globalmente (operação conjunta entre todos os elementos blindados e humanos da unidade), podem até usar a movimentação e ação das VTRs para encobrir seus movimentos e disfarçar suas intenções, assestando golpes inesperados, executando flanqueamentos, etc. O importante é manter sempre (e otimizar quando der) o
momentum do ataque blindado.
Assim, não vejo comparação entre os PGs e os GCs citados que favoreça a estes últimos. Uma tropa completa (pessoal, armamento e equipamento) e bem treinada será efetiva mesmo que menos numerosa, depende apenas de a missão corresponder às suas características (emprego correto) e, principalmente, da capacidade de lutar em rede (NCW), com todos os integrantes da Força sabendo quem está fazendo o que e por qual razão. E claro, no que isso pode ajudar a alcançar a vitória.
Por enquanto era isso, continuo pesquisando.