Eu ainda estou no aguardo do atual governo vir a ter uma posição mais efetiva quanto às relações com a África, principalmente aqueles países onde a nossa presença, militar e\ou civil, fosse fator diferencial.
A maioria das missões da ONU na África estão em situação, diria, bem desagradável, mas sem muita coisa para dizer ou fazer, já que os conflitos internos se alastram e as trocas de poder acontecem quase que anualmente em muitos lugares.
Por mim, existem muitos países que penso nossa presença militar no que as ffaa's fazem de melhor aqui que é ACISO, MMI e similares, dá-nos não uma, mas muitas oportunidades de exercer este tipo de apoio naquele continente.
Este ano estão fazendo 10 anos desde que o último soldado brasileiro deixou o Haiti e, neste meio tempo, o país simplesmente negou-se ou omitiu-se de muitos convites e\ou indicações para participar de missões da ONU, principalmente na África. A missão da República Centro Africana é apenas uma delas.
Há de se pensar que, uma mudança inclusive no contexto das nossas participações tem de ser visto, no sentido de enviar não apenas infantaria, mas dispor de outros tipos de OM que possam servir de referência para cada missão. Me parece que não é nada demais nuclear as futuras missões em unidades logísticas, engenharia, saúde, etc. Pode ser, na verdade deve, ser uma diretiva do MD a fim de que se possa influir nas mudanças que se espera tais missões colaborem para assegurar.
Temos dois centros de instrução para missões de paz, e ambos são reconhecidos pela sua qualidade, tanto que recebemos todos os anos dezenas de militares de outros países, principalmente vizinhos, para realizar ali o preparo de seu pessoal. Basta dizer que estes centros, tanto no EB como CFN, não se limitam a treinar tropas de infantaria, mas asseguram que toda e qualquer OM do quadro de combate e apoio ao combate estejam preparadas para exercer sua missão sob o mandato da ONU. Oportunidades de servir e empregar tais tropas não nos faltam.
Enfim, se o governo seguir no rumo errado de manter a sua birra com Israel, bom, não me surpreenderia se uma hora dessas joguem no conselho de segurança uma missão de imposição paz no pós guerra Israel x Hamas na faixa de Gaza. Imaginem quem estaria a encabeçar a missão.