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Izaias Maia
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Re: GEOPOLÍTICA

#661 Mensagem por Izaias Maia » Sáb Ago 15, 2009 2:10 am

Lula precisa defender democracia em nível internacional, diz ‘Economist’

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Para ''Economist'', Chávez pode
criar nova 'Guerra Fria' na região

Um editorial na edição desta semana da revista britânica The Economist afirma que chegou o momento de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazer uma opção clara pela defesa da democracia em nível internacional e “decidir quais são seus verdadeiros amigos” entre os líderes mundiais.

Segundo a publicação, a estabilização econômica, aliada à “cordialidade” e ao “instinto de conciliação” de Lula - “que faz com ele tenha amigos em todo lugar” -, fizeram do Brasil um país influente em nível internacional.

No entanto, esta influência, na opinião da publicação, não veio com o “peso da responsabilidade” que deveria acompanhá-la, o que faz com que Lula corra o risco de deixar um legado “decepcionante” e “ambíguo”.

"O Brasil precisa decidir o que realmente defende e quais são seus verdadeiros amigos, ou corre o risco de que outros façam esta escolha em seu lugar.”

Segundo a revista, o governo Lula tem mostrado uma “embaraçosa negligência com a democracia fora de suas fronteiras”.

Entre os exemplos desta postura, a publicação cita o “alinhamento do Brasil na ONU com países como China e Cuba para proteger regimes abusivos” e o fato de Lula ter comparado a crise que se seguiu às eleições presidenciais iranianas às reclamações da torcida de um time que perde uma partida de futebol.

Chávez


O editorial teve chamada de capa (no alto à dir.)
A revista também critica a postura adotada por Brasil em relação ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que classifica como “um homem que ameaça começar uma nova Guerra Fria na região”, referindo-se às desavenças em relação ao possível acordo sobre o uso de bases militares colombianas pelos Estados Unidos.

“Só um paranoico pode conceber (o acordo) como uma ameaça à Venezuela e à Amazônia. Mesmo assim, o Brasil decidiu expressar preocupação com as bases, permanecendo em silêncio em relação às evidências de que membros do governo Chávez venderam armas às Farc”, diz a revista.

A Economist finaliza dizendo que o modo de Lula evitar uma “nova guerra fria” na região é “não confundindo democratas e autocratas”.

“(Lula) deve envergonhar Chávez fazendo uma defesa pública da democracia, o sistema que permitiu que um pobre torneiro mecânico subisse ao poder e mudasse o Brasil. Por que os outros países merecem menos?”, diz a publicação.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... a_cq.shtml




A morte do homem começa no instante em que ele desiste de aprender. (Albino Teixeira)
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Marino
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Re: GEOPOLÍTICA

#662 Mensagem por Marino » Sáb Ago 15, 2009 11:00 pm

Isto É
Os caras também brigam
Bases militares e acordo com o Paraguai expõem disputa entre Obama e Lula para influenciar a América Latina

Claudio Dantas Sequeira


A insatisfação brasileira com o plano dos Estados Unidos de instalar até sete bases militares na Colômbia é apenas a face mais visível de uma agenda bilateral repleta de temas que desafiam a "boa química" ocorrida, à primeira vista, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega americano Barack Obama. Na segunda-feira 10, durante reunião da Unasul em Quito, no Equador, Lula resolveu pôr em pratos limpos a estratégia dos EUA para a região e sugeriu um encontro de Obama com os presidentes sul-americanos. "As pessoas vão ter que ouvir coisas que não gostam. Mas sabemos que é entre conquistar e ceder que nós vamos conseguir encontrar a tranquilidade que necessitamos", disse. Além da questão colombiana, Lula quer que Obama ceda à tentação de assinar um acordo de combate ao narcotráfico com o Paraguai.

Com discussão avançada no Executivo americano, a negociação também corre no Congresso, por meio do projeto de lei que propõe a inclusão dos paraguaios no chamado Pacto Andino de Erradicação das Drogas e Promoção do Comércio. Esse tipo de acordo, que seria estendido à América Latina, pressupõe o apoio militar americano a ações de combate ao narcotráfico em troca de isenções tarifárias nas transações comerciais. "Parece-me que tais projetos são resquícios da administração de George W. Bush.

O presidente dos EUA mudou, mas os EUA de Obama não mudaram, como ele talvez desejasse", avalia o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, autor do livro "Formação do Império Americano". No caso paraguaio, o incômodo do Itamaraty tem antecedentes: em 2005, o presidente Nicanor Duarte Frutos, antecessor de Fernando Lugo, autorizou a entrada no país de 400 soldados americanos, com imunidade, para ocuparem a base de Mariscal Estigarríbia. Localizada no Chaco paraguaio, perto da fronteira com Bolívia, Argentina e Brasil, a unidade tem capacidade para 16 mil soldados.

Duarte Frutos foi criticado ao tentar negociar com os EUA um tratado de livre comércio. Mas o que dizer de Lugo? Segundo o deputado democrata Eliot Engel, autor do projeto de lei, o ex-bispo "já é um bom amigo e um importante aliado". Para o Itamaraty, ao mirar no Paraguai os EUA querem atingir a Tríplice Fronteira, onde alegam existir atividades de financiamento do terrorismo islâmico. Não há evidências, mas outro projeto que também tramita no Congresso americano prevê a criação de uma iniciativa regional antiterror. O plano prevê até a instalação de Centros de Coordenação Regional do Hemisfério Ocidental, como bases operacionais para "a coordenação de esforços e inteligência para conter as ameaças emergentes e prevenir a proliferação de armas nucleares, químicas e biológicas."

O projeto pavimenta, do ponto de vista do Legislativo, ações do Executivo, como a instalação da base da Força Aérea em Palanquero e a ampliação de outras seis unidades militares em território colombiano. Para Moniz Bandeira, a medida visa a conter o avanço da influência brasileira no continente. "A restauração da IV Frota e a ampliação das bases militares na Colômbia visam contrapor-se ao Brasil, bloquear sua preeminência política e militar". Quem lê a exposição de motivos para o plano antiterror se assusta. Além de críticas quanto à relação do Irã com países da região, sobram acusações contra o programa nuclear brasileiro.

Sobre as centrífugas de enriquecimento de urânio em Resende (RJ), alegam que podem ser "reconfiguradas para produzir urânio altamente enriquecido em quantidade suficiente para produzir uma série de armas nucleares anualmente". "Se querem criar restrições à proliferação, que seja global. Ao fazer algo assim só para a América do Sul, está claro que o alvo é o Brasil", avalia o almirante Mario César Flores, ex-ministro da Marinha. No plano diplomático, a percepção é de que os problemas se acumulam, sem avanço prático em questões antigas, como as barreiras tarifárias à entrada do etanol brasileiro nos EUA e a resistência americana na Rodada Doha. Agora é esperar para ver com que cara Obama vai olhar para Lula no próximo encontro que tiverem.




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Re: GEOPOLÍTICA

#663 Mensagem por Centurião » Sáb Ago 15, 2009 11:16 pm

Problemas de um lado ("hermanos") e do outro. Não podemos descuidar de nada. Estamos sozinhos, sempre foi assim e sempre será.

Os americanos parecem ter escolhido o jogo da confrontação ao invés do da confiança e cooperação. Talvez seja pior para nós no curto prazo, mas será pior para eles no longo. Nos afastaremos deles e nos aproximaremos de outros.




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Re: GEOPOLÍTICA

#664 Mensagem por Marino » Dom Ago 16, 2009 11:55 am

Globo:
'A missão nada tem a ver com a Amazônia'

Subsecretário-assistente de Defesa dos EUA diz que acordo militar com a Colômbia terá foco nas Farc e no narcotráfico

WASHINGTON. Ex-professor de estratégias de segurança nacional e estudos latino-americanos do Colégio de Guerra da Universidade de Defesa Nacional dos EUA, Frank O. Mora é hoje subsecretário-assistente para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Defesa e um dos principais responsáveis pelas estratégias militares do país nas Américas. Também faz parte da equipe que negociou o acordo militar entre EUA e Colômbia, que tanta polêmica vem causando. Alegando que há muitos mal-entendidos a respeito do tema na região, Mora afirma que a missão americana na Colômbia - o Plano Colômbia - se manterá focada no combate ao narcotráfico e ao terrorismo. O subsecretário não quis comentar os temores dos vizinhos da Colômbia, mas afirma que nem os EUA nem a Colômbia podem conversar sobre a renovação de um acordo militar que ainda está em andamento. E disse que não é intenção dos EUA aumentar a presença de militares na Colômbia e que os números devem se manter ao redor dos cerca de 300 militares hoje em território colombiano, apesar da autorização do Congresso para que o Plano Colômbia envolva até 800 militares. E frisou: a missão não tem nada a ver com Amazônia.

TROPAS DAS Farc participam de uma cerimônia na zona de San Vicente del Caguán: EUA garantem manter foco na guerrilha e no tráfico

FRANK MORA: "Mal-entendidos"

Gilberto Scofield Jr.



O prolongamento do acordo militar que está sendo fechado entre os Estados Unidos e a Colômbia vem causando mal-estar entre os países latino-americanos e há muita desconfiança e informações truncadas...

FRANK MORA: O acordo não deve ser fechado agora e acho que as negociações ainda levarão algumas semanas. Mas há muito mal-entendido, como você mesmo disse. Não é justo dizer que não há transparência nesta história porque eu não conheço o caso de nenhum país do mundo que se apresse a dar detalhes de um acordo militar que ainda está sendo negociado com seu parceiro. Além disso, a renovação do acordo tem poucas novidades de fato. O novo acordo apenas suplementa e aperfeiçoa as práticas e atividades que já vêm acontecendo hoje em território colombiano. O que deverá haver de novo é o investimento, já aprovado pelo Congresso, de US$46 milhões na melhora e renovação da base militar de Palanquero, que manterá as suas mesmas funções atuais.

Mas teme-se que a missão possa evoluir para ações em países vizinhos...

MORA: A missão não muda. Sempre foi e sempre será contra o narcotráfico e contra o terrorismo, dois assuntos ligados diretamente às atividades das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), especialmente. Qualquer equipamento militar ou pessoal permanecerá em território colombiano somente.

O senhor pretende aumentar o número de militares em território colombiano?

MORA: Temos hoje cerca de 300 militares na Colômbia, é uma média desde o início do plano. O Congresso nos autoriza a enviar para o país até 800 militares, mas não é nossa intenção aumentar este efetivo. Bem, amanhã você descobre que estamos com cerca de 400 militares em solo colombiano e vai me cobrar isso. Pode ser que tenhamos que aumentar temporariamente o pessoal por uma eventualidade, mas não é esse o objetivo e devemos manter a média de 300 militares.

É verdade que o acordo incluirá a ampliação das bases militares na costa para a atracação de navios militares americanos de forma regular no continente?

MORA: Todos os aviões e navios militares que param na base de Barranquilla são usados exclusivamente para transporte de material militar, equipamento e soldados no trabalho de suporte técnico para a missão, como os veículos semi-submersíveis para atividades em rios. Isso não vai mudar.

Muitos analistas políticos americanos acharam o episódio um erro de relações públicas e que o Pentágono poderia ter conversado informalmente com os países da região, incluindo o Brasil...

MORA: Eu não quero aqui julgar a estratégia de comunicação do Pentágono. Mas como já disse, temos uma boa relação com a Colômbia e não seria conveniente conversar com outros países sobre um acordo militar na medida em que estamos negociando este acordo.

Mas a presença militar dos EUA na América do Sul é um tema sensível. Há muita especulação, por exemplo, sobre uma possível ampliação das ações na Amazônia colombiana para a Amazônia brasileira...

MORA: Eu quero deixar uma coisa bem clara para os brasileiros: essa missão não tem nada a ver com a Amazônia brasileira. Tudo o que se discute entre o Pentágono e os militares colombianos é sobre Colômbia. É somente sobre a Colômbia.




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Re: GEOPOLÍTICA

#665 Mensagem por Marino » Dom Ago 16, 2009 12:02 pm

ELIANE CANTANHÊDE

Bem-vindo ao time



BRASÍLIA - Barack Obama está enrolando, mas, na verdade, não dá a menor bola para a América Latina. E está na hora de dar.

Venezuela, Bolívia e Equador recuperam a retórica antiamericanista sob o impulso (seja ele só pretexto ou não) da ampliação do acordo militar EUA-Colômbia.

Brasil, Argentina e Chile, que ocupam a posição de centro, de equilíbrio e moderação, já chamam Obama "para uma conversa", como disse Lula, num tom que qualquer brasileiro compreende bem.

E Colômbia e Peru, os tradicionais aliados de Washington, parecem cada vez mais ilhados nesse oceano de ataques, por uns, ou de queixas, por outros.

É nesse contexto que o presidente do México, Felipe Calderón, visita o Brasil, onde terá encontros com Lula hoje à noite e amanhã.

Megapaís, com uma rica história e mais de 110 milhões de habitantes, o México foi um dos países mais atingidos pela crise econômica, ou por crises variadas.

A economia tremeu, as remessas dos nacionais que vivem nos EUA minguaram, o narcotráfico chegou com tudo, a criminalidade urbana disparou. O país finalmente acordou para o óbvio: pendurar a economia e a energia política num único país é arriscado. E custa caro.

O México é, assim, um caso exemplar do que a América do Sul não quer ser. Mas, de outro lado, de que adianta o México sair da órbita de uma potência em crise para se aproximar de uma Unasul dividida, belicosa e, ainda por cima, pobre?

A resposta pode esperar. Por ora, Brasil e México querem ampliar as relações bilaterais, e nem será surpresa um acordo de livre comércio entre os dois. É do interesse estratégico dos governos, que defendem maior integração, e do interesse comercial de seus empresários, ávidos por aumentar os negócios.

O Brasil, sem inimigos e sem estridência, é a porta de entrada para o México voltar para de onde ele nunca deveria ter saído. À América Latina o que é da América Latina.




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Re: GEOPOLÍTICA

#666 Mensagem por Marino » Dom Ago 16, 2009 12:04 pm

Presença na Colômbia é ínfima perto de ação militar global dos EUA

Forças Armadas americanas usam 761 instalações de cerca de 40 países e têm 300 mil homens atuando no exterior

Na Colômbia, EUA já usam hoje 45 instalações, às quais se somariam as sete bases que detonaram uma crise regional na América do Sul

RICARDO BONALUME NETO

DA REPORTAGEM LOCAL



Se dependesse da retórica do líder venezuelano Hugo Chávez, a ampliação do número de militares americanos na Colômbia, de cerca de 250 para no máximo 800, e impedidos pelo Congresso dos EUA de atuar em missões de combate, seria o início da invasão da América do Sul pelos "gringos".

Os EUA têm em torno de 1,5 milhão de homens nas Forças Armadas. Desse total, cerca de 300 mil estão no exterior, cerca de metade dos quais em dois países em conflito -Iraque e Afeganistão. A outra metade, porém, está espalhada por praticamente todos os países do planeta, se forem contados adidos militares, observadores em missões de paz e fuzileiros navais servindo como guardas de embaixadas.

Há "instalações" usadas pelos militares dos EUA em cerca de 40 países, algumas das quais merecem ser chamadas de bases militares. O termo pode significar desde um pequeno grupo tomando conta de um radar meteorológico no oceano Ártico como uma enorme base aérea, naval ou do Exército com milhares de soldados, dezenas de aviões e capacidade de apoiar uma esquadra.

Os EUA não são apenas o "policial" do mundo e responsáveis por 43% ou 44% dos gastos militares globais. Suas Forças Armadas são também grandes proprietárias de imóveis. O Pentágono, convém lembrar, é o edifício de cinco lados que serve de sede ao Departamento da Defesa, localizado em Arlington (Virgínia), cidade vizinha a Washington. Trata-se do maior conjunto de escritórios do planeta. Ali trabalham 26 mil pessoas circulando por 28,2 km de corredores.

Essa enorme burocracia adora relatórios. Um deles, não confidencial, é o "Base Structure Report" (relatório da estrutura de bases). A última edição informa que os militares americanos têm à sua disposição o uso de 316.238 prédios ou estruturas em 5.429 instalações pelo planeta -incluindo as sete temidas por Chávez, de um conjunto de 761 instalações no exterior.

Apesar de estarem há longos anos ajudando a Colômbia a combater a guerrilha de esquerda narcotraficante das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), os americanos compraram apenas 45 edifícios no país para seus militares e civis se alojarem e trabalharem.

Já no país recordista de instalações americanas, a Alemanha, o Departamento da Defesa é proprietário de 859 edifícios -além de alugar outros 182, e utilizar outros 1.116 de outras formas. Há 55.147 militares dos EUA na Alemanha.

Os números são imprecisos, pois o pessoal que trabalha nas instalações flutua ao longo do ano e por conta de decisões políticas. Acessos a bases estrangeiras fecham e abrem de acordo com múltiplas variáveis. Foi justamente o fechamento da base em Manta (Equador) que motivou o aumento da presença na Colômbia.

O número total tem diminuído nos últimos tempos. Eram 5.543 instalações em todo o mundo, segundo o relatório de 2004 -114 a mais do que atualmente. Caíram principalmente nos países que eram os principais anfitriões de tropas americanas na Guerra Fria -de 306 para 268 na Alemanha, de 158 para 124 no Japão e de 105 para 87 na Coreia do Sul.




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Re: GEOPOLÍTICA

#667 Mensagem por Marino » Dom Ago 16, 2009 12:06 pm

ANÁLISE

Bases sepultam "América do Sul para os sul-americanos"

Países da região vão ser forçados a aceitar uma atuação conjunta com os EUA no combate ao tráfico ou terão de isolar a Colômbia, maior fonte da cocaína americana

CLÓVIS ROSSI

COLUNISTA DA FOLHA



Todo o imbróglio em torno do uso pelos EUA de bases militares na Colômbia serviu até agora só para implodir uma paráfrase da Doutrina Monroe, aquela que diz "a América para os americanos", cunhada pelo presidente James Monroe (1817-25), como repúdio a um eventual neocolonialismo europeu nas Américas.

Quando foi criada a Unasul (União de Nações Sul-Americanas), seu espírito, claramente expresso pelos principais líderes, inclusive Luiz Inácio Lula da Silva, era "a América do Sul para os sul-americanos", inclusive na guerra ao narcotráfico.

Com o acordo Colômbia/ EUA, Washington é inexoravelmente parte dessa guerra. Para presidentes viciados em antiamericanismo, como Hugo Chávez e Rafael Correa, as bases servirão para ir além da guerra contra o tráfico e o terrorismo, alvos oficiais do pacto.

Pior, do ponto de vista da "doutrina Monroe sul-americana": os EUA não são o único país norte-americano a envolver-se nessa batalha.

Na visita que fez na quinta-feira à Colômbia, o presidente mexicano, Felipe Calderón, acertou com seu colega Álvaro Uribe intensificar a cooperação entre os dois países na luta contra o narcotráfico. A Colômbia vai treinar 10 mil agentes federais mexicanos em táticas de combate ao crime organizado -muitíssimos mais, portanto, do que os 800 militares americanos que terão acesso às bases na Colômbia. Além disso, México e Colômbia vão compartilhar informações e treinamento de unidades antissequestro.

Tudo somado, os países da Unasul agora veem-se diante de um fato consumado: ou aceitam a presença dos EUA em um assunto que queriam reservar apenas para eles ou excluem a Colômbia do combate ao narcotráfico. Seria um total contrassenso, dado que a Colômbia é a fonte de 80% da cocaína que os EUA consomem.

Mas incluir a Colômbia -e o acordo com os EUA- tampouco é sinal de eventual êxito. Já está em execução há dez anos o Plano Colômbia, financiado pelos EUA. Resultado, segundo Rafael Pardo, ex-ministro colombiano, e Juan Gabriel Tokatlian, argentino da Universidade San Andrés e o maior especialista no assunto na América Latina, em artigo para o jornal "Christian Science Monitor":

"Bogotá passou os últimos dez anos erradicando plantações ilícitas, extraditou mais de 600 colombianos para os EUA, desmantelou os grandes e brutais cartéis de Medellín e Cali, criminalizou todas as fases desse negócio ilícito e lançou um ataque aos empórios ligados à droga tanto das guerrilhas como dos paramilitares. E, ainda assim, a produção de cocaína na Colômbia na realidade aumentou, e as redes de drogas permanecem intactas".

À Folha Tokatlian acrescentou que a proposta de os sul-americanos tomarem conta do assunto "pode ser resumida como mais do mesmo, mas apenas entre nós". Não funcionará "se vier a operar com a mesma lógica punitiva, mas regional, ou seja, sem os EUA".

Para esse respeitado especialista, "é essencial superar em primeiro lugar o debate proibição x legalização, polêmica que não levou a nada e dificilmente conduzirá a bom porto".

O correto, acha Tokatlian, é levar a discussão para "o estabelecimento de regimes regulatórios modulados, cobrindo o amplo espectro de atividades e fases do fenômeno das drogas, desde a demanda até a oferta, incluindo outros componentes direta e indiretamente ligados a tal fenômeno".

Seria "regulatório porque se requer uma forte intervenção dos Estados em geral, para estabelecer as regras, os procedimentos, os mecanismos e as normas para manejar melhor esse fenômeno". E seria "modulado porque é preciso desagregar cada droga de acordo com seu dano e seu risco, e estabelecer o regime regulatório específico, e não genérico como se se tratasse de produtos idênticos".

Essa pauta talvez permitisse salvar a cúpula de emergência da Unasul, no próximo dia 28.




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Re: GEOPOLÍTICA

#668 Mensagem por Marino » Ter Ago 18, 2009 10:07 am

BRASIL & CHINA
A agência estatal Xinhua deu ontem, de Pequim, que "a China e o Brasil concordam em ampliar laços militares, especialmente a cooperação entre suas forças terrestres". Segundo o texto, assim como as relações diplomáticas e econômicas, as relações militares vêm se desenvolvendo "rapidamente" e devem, cada vez mais, "aprofundar a parceira estratégica sino-brasileira".




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Re: GEOPOLÍTICA

#669 Mensagem por U-27 » Ter Ago 18, 2009 10:23 am

vou ser sincero
tenho dó do mexico
desde o começo da sua historia ele sofre com intervenções americanas, e, não consigo considerar ele uma nação realmente soberana, é mais um estado titere americano, infelizmente é a verdade.

ele depende totalmente dos eua e o que podem fazer? nada, até seu governo é vendido aos americanos, a cultura, o povo, tudo.

uma amiga minha passou um ano la e relatou que eles usam ingles direto, ja denotando uma total alteração cultural la.




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Re: GEOPOLÍTICA

#670 Mensagem por FOXTROT » Ter Ago 18, 2009 2:05 pm

Se os EUA interferem na longínqua Somália, imaginem no vizinho México, o Brasil como maior potência da América Latina deve se preocupar em qualificar as suas forças amadas, assim estará preparado para qualquer eventualidade.




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Re: GEOPOLÍTICA

#671 Mensagem por U-27 » Ter Ago 18, 2009 2:11 pm

FOXTROT escreveu:Se os EUA interferem na longínqua Somália, imaginem no vizinho México, o Brasil como maior potência da América Latina deve se preocupar em qualificar as suas forças amadas, assim estará preparado para qualquer eventualidade.

exatamente, eu sei que é meio que loucura, porem, deviamos nos armar vizando um conflito com os eua, é caro, é, mas deviamos ao menos ter uma força militar a altura de deter uma ofensiva americana




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Re: GEOPOLÍTICA

#672 Mensagem por Paisano » Ter Ago 18, 2009 5:13 pm

U-27 escreveu:
FOXTROT escreveu:Se os EUA interferem na longínqua Somália, imaginem no vizinho México, o Brasil como maior potência da América Latina deve se preocupar em qualificar as suas forças amadas, assim estará preparado para qualquer eventualidade.

exatamente, eu sei que é meio que loucura, porem, deviamos nos armar vizando um conflito com os eua, é caro, é, mas deviamos ao menos ter uma força militar a altura de deter uma ofensiva americana
Pobre México!!! Longe de Deus e perto dos EUA.




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Re: GEOPOLÍTICA

#673 Mensagem por Luiz Bastos » Ter Ago 18, 2009 9:57 pm

Desculpem mas não ha como deter a maquina de guerra americana, depois que esta se coloca em movimento. Somente a dissuasão pode evitar isto, seja com sub nuclear ou artefato nuclear. De resto, nada pode detê-los. A infiltração yanque já começou, seja com bases ao redor do Brasil, seja pela imprensa internacional divulgando mentiras e também pela "imprensa marronzista juramentada" daqui a serviço deles. Infelizmente o "Brasil potencia do seculo XXI" vai ter que esperar mais algumas décadas. Fui :evil:




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Re: GEOPOLÍTICA

#674 Mensagem por Bolovo » Ter Ago 18, 2009 11:40 pm

U-27 escreveu:vou ser sincero
tenho dó do mexico
desde o começo da sua historia ele sofre com intervenções americanas, e, não consigo considerar ele uma nação realmente soberana, é mais um estado titere americano, infelizmente é a verdade.

ele depende totalmente dos eua e o que podem fazer? nada, até seu governo é vendido aos americanos, a cultura, o povo, tudo.

uma amiga minha passou um ano la e relatou que eles usam ingles direto, ja denotando uma total alteração cultural la.
Mas eles usam aqueles chapéus grandões e criaram a Tequila. Do que mais eles precisam?




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Re: GEOPOLÍTICA

#675 Mensagem por U-27 » Ter Ago 18, 2009 11:58 pm

Bolovo escreveu:
U-27 escreveu:vou ser sincero
tenho dó do mexico
desde o começo da sua historia ele sofre com intervenções americanas, e, não consigo considerar ele uma nação realmente soberana, é mais um estado titere americano, infelizmente é a verdade.

ele depende totalmente dos eua e o que podem fazer? nada, até seu governo é vendido aos americanos, a cultura, o povo, tudo.

uma amiga minha passou um ano la e relatou que eles usam ingles direto, ja denotando uma total alteração cultural la.
Mas eles usam aqueles chapéus grandões e criaram a Tequila. Do que mais eles precisam?

a é verdade, esqueci isso ja é tudo necessario para a felicidade :mrgreen:




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