Luís Henrique escreveu:
Tulio, suas observações são muito interessantes.
Se o EB continuar com os Leo 1A5, seria muito bom ver upgrades, principalmente a aplicação de ERA.
Inicialmente, apresento minhas desculpas (NUNCA pensei que fosse escrever isso, mas teve neguim que, à falta de argumentação, começou a reclamar disso, dizendo que era para desqualificar; não é teu caso mas...) por recortar teu post, mas creio que estou escrevendo textos longos demais para serem compreendidos na íntegra.
Bueno, antes de qualquer update ou upgrade, eu preferiria um bem mais simples e barato retrofit completo em toda a frota. Tipo entrar na oficina todo véio e sair "zero bala", novinho.
Luís Henrique escreveu:Mas, do jeito que estão eles apresentam uma blindagem muito fraca.
Existem munições de 20 mm como a M197: M383 HE que penetra 71 mm de blindagem RHAe.
O Leo 1A5 possui 70 mm de blindagem frontal e 20 mm de blindagem lateral.
Existem munições de 25 mm como a M919 APFSDS-T que penetra 100 mm de blindagem RHAe.
Imagine as novas munições de 30 mm e 40 mm.
Nossos Leo 1A5 viram peneira, dependendo da distância.
É esse o principal ponto da minha crítica.
E é um ponto crucial: como já mencionei, não tem como comparar a munição 20 mm dos anos 60 com as de hoje. Tem até APDS no calibre e não é para se brincar. Não discuti nem o farei sobre algo que todos devemos ter como FATO: a blindagem do Leo1 - qualquer versão - é uma piada de mau gosto! Compares com a do T-72 (sem ERA) da mesma época em que quase 2 mil Leo1 de vários modelos mais antigos viraram Leo1A5, a partir da metade dos anos 80, os soviéticos já botavam composites & quetales, acabava dando umas 4 vezes a resistência da do Leo e o MBT ficava ainda assim pesando menos, POWS!!!
Com ERA então...
Luís Henrique escreveu:Um MBT não enfrenta apenas outros MBTs, existem muitas ameaças.
Para um MBT moderno as ameaças se resumem à outros MBT modernos, mísseis modernos e RPGs modernos.
Para um MBT com a blindagem do Leo 1A5 as ameças são estendidas para qualquer blindado com um 30 mm, se bobear até menos.
FATO! Só que os Alemães não permitem a instalação de ERA em Leo2 (demonstrei isso no post anterior), ou seja, prejudicado em capacidade contra cargas HEAT. Resta saber se esta proibição se estende ao Leo1 também. Provavelmente NÃO, eis que é um carro há décadas fora de produção e, portanto, sem maiores esforços
de fábrica na modernização.
Luís Henrique escreveu:O ponto crucial do debate são as seguintes referências de valores:
1) Brasil pagou U$ 500 mil por cada Leo 1A5
2) Chile pagou U$ 880 mil por cada Leo 2A4
OU seja, não é wishful thinking, é uma PEQUENA diferença de preço para uma GRANDE diferença de capacidades, principalmente a grande diferença na capacidade de sobrevivência, devido à blindagem, mas não apenas essa, também uma capacidade bem maior de poder de fogo.
Concordo apenas SE levarmos como premissa que estamos de novo no final do século XX e MBT algum foi comprado (ou seja, ainda estamos de M-41), nenhuma infraestrutura foi montada para ele, nada de Doutrina, treinamento, simuladores, peças, nada, tudo é M-41. De outro modo, praticamente TUDO o que temos (incluindo conhecimentos) teria que ir pro lixo e ser adquirido novo para Leo2 (ou seja, revejas tuas análises de custos, e BEM para cima
). Um
restart radical, em suma. E com o detalhe de contratualmente NÃO PODERMOS instalar ERA nos 2A4, QED. E sem isso, as maiores ameaças do campo de batalha, como tu mesmo disseste, RPGs e Msls AT, teriam vida mansa contra a blindagem passiva do citado MBT.
Luís Henrique escreveu:Sobre sua pergunta, minha resposta é: Ficaria com o Leo 2A4.
Porque?
Simplesmente porque mesmo com um canhão mais moderno e munição moderna, a capacidade de penetrar 530 mm RHAe de blindagem (de um Leo 1A5 MODERNIZADO) pode ser suficiente para destruir um Leo 2A4 pela lateral, mas o canhão de 120 mm L44 do Leo 2A4 pode usar a munição DM-53 com capacidade de penetrar 750 mm RHAe.
Portanto um poder de fogo ainda bem superior e o melhor NÃO PRECISA TROCAR O CANHÃO NEM REALIZAR MODERNIZAÇÃO.
Aqui uma dúvida: que eu saiba a DM-53 é para o Rh 120 L55 do 2A6/7, não para o L44 do 2A4. E repito, há espaço para aumentar em 20% a potência da Mecar M1060 sem mexer na peça nem no mecanismo de recuo. Não vejo vantagem crítica para o Leo2A4 nem em Proteção nem em Poder de fogo; aliás, em Proteção vejo é DESVANTAGEM, pela proibição do uso de ERA e a consequente vulnerabilidade a ogivas HEAT.
Luís Henrique escreveu:E pela vida útil e capacidade de melhorar o MBT ao longo desta.
O Leo 1A5 está no final de sua vida útil. Nos próximos anos o EB será obrigado a aposentá-lo.
Como disse acima, não é bem assim. Há sempre o retrofit (que aliás
também teria de ser feito no 2A4)...
Luís Henrique escreveu:Já um Leo 2A4 poderá ser modernizado por MUITO MAIS TEMPO e com capacidades nem sonhadas para um Leo 1.
Exceto ERA e o que mais os Alemães proibirem.
Luís Henrique escreveu:Por exemplo, se o Brasil realizasse uma modernização em seus Leo 1A5, como a proposta por você, teríamos poder de fogo para destruir um Leo 2A4 pela LATERAL, pela frente NÃO.
Então mexeram na blindagem frontal, pois me consta que sua capacidade contra munição cinética é de menos de 700 mm
considerando zero grau de inclinação, enquanto a munição da Mecar penetra 530 mas a 60 graus (2 km de distância), ou seja, se rebaixarmos a zero o valor aumenta e muito.
Luís Henrique escreveu:Qualquer vizinho, como o Chile, poderia realizar uma modernização em seus Leo 2A4 ELEVANDO sua blindagem para o padrão do 2A6M, e voltaria a ter capacidade de sobrevivência pela LATERAL, mesmo contra o novo canhão e a nova munição.
E não precisaria trocar o canhão para o L55, pois com munição moderna o Leo 2A4 destrói completamente um 1A5 a longa distância e o atingindo em qualquer parte, não precisando ser na lateral.
Acho que te atrasaste, até onde me consta o Chile
já trocou suas peças L44 por L55 & quetales:
Chile:
132 Leopard 2A4s were purchased in 2007 and later upgraded to the 2A4CHL standard (and 8 for spares), all from German stocks. In April 2013, after negotiations, Chile began to acquire 100 Leopard 2A5s from surplus German stocks and modernization kits for its 2A4s. The 2A4CHL is basically an upgraded 2A4, with new electronics, better sighting, sensors, data and battlefield digital management, up to the level of Leopard 2A6. In addition the suspension system is improved and the L55 version of the gun is also adopted as well as two remote weapon stations over the gunner and commander hatches (MG3 & HK GMG). The roof and side turret armour is improved.
http://www.tanks-encyclopedia.com/coldw ... pard-2.php
EDIT - Não consegui confirmar esta info, assim, tomar cuidado com a
fuente. Até assisti à Parada Militar do Chile de 2017 e só vi Leo2A4 com Rh 120 L44, necas de L55 nem 2A5.
Luís Henrique escreveu:e tenho sérias dúvidas de que a aplicação ERA por si só, resolva totalmente esta questão.
De qualquer forma, o valor paga aplicar ERA em um Leo 1A5 não deve ser muito diferente de fazer o mesmo em um Leo 2A4.
A rigor, ERA e blindagem passiva têm ambas a mesma qualidade/defeito: dão uma
segunda chance para o MBT. E só, ninguém vai ficar tomando canhonaço como se não houvesse amanhã. Até porque a tremenda descarga de energia cinética e a consequente vibração vão danificar um monte de sensores e equipamentos, além de deixar a tripulação bem boleada.
Luís Henrique escreveu:Então eu pergunto: Imagine um Leo 1A5 do jeito que você disse, imagine o CUSTO dessa modernização.
E imagine um Leo 2A4 com uma modernização bem mais simples, apenas de aplicação de um sistema ERA.
Novamente te convido a considerares os custos de trocar TUDO o que se tem e a arranjar argumentos que justifiquem isso para quem tem a caneta que a$$ina...