Immortal Horgh escreveu:orestespf escreveu:
Pensava da mesma forma, Sniper, até ouvir n-vezes a entrevista do Jobim lá nos EUA. Ele só falou deste vetor e nenhum mais. Por que então??? Ele não falaria dele se ao menos tivesse sido oferecido, ele não diria que este caça precisa ser analisado para saber se serve aos interesses propostos no Plano de Defesa, ele não falaria em valores (de onde ele tirou isso? Ele não entende do assunto!).
Acredito que haja fundo de verdade sim, talvez uma verdade maior do que a que imaginamos aqui. Mas tenho lido sobre exageros aqui também, entre eles os valores do caça em si.
Talvez um pouco mais de tempo possa nos esclarecer tudo isso, mas uma coisa é certa, pelo menos a imagem do Rafale junto ao NJ ficou um pouco "arranhada", isso é o mínimo que pode ser lido de toda esta estória.
Grande abraço,
Orestes
Prezado Professor Orestes, não pensastes que ficarias incólume, mesmo com tantos bons ventos soprando pelas bandas de cá, então gostaria de saber (e aliás outro nosso grande amigo em comum também, e já o havia avisado que lhe faria este questionamento
) vossa opinião sobre o F-35 na FAB, afinal de contas, sempre dissestes que não gostavas do avião. Será que quando da chegada dele aqui, o "mesmo" lhe diria: "Terás que me engolir" (menção ao grande Zagallo)
[ ]s
Olá Marcos,
continuo pensando a mesma coisa sobre o F-35, porém enquanto caça. Duas coisas devem ser analisadas: o caça em si (discussão sobre o hardware e que muitos do DB gostam) e este caça para o Brasil (discussão política e geo-política, e principalmente o papel do caça pra FAB).
Enquanto caça, confesso que não confio em muita coisa que os americanos anunciam pra este caça, e para isso, remeto ao que se dizia sobre o F-117 (que ficou sob sigilo durante anos), que era isso ou aquilo, mas na prática não passou de uma espécie de F-16 lançando bombas sobre o Iraque (o que quero dizer que o F-16 desempenharia as mesmas funções e sem problema algum, pois o Iraque estava totalmente dominado pelo o uso intensivo da "guerra eletrônica").
Outra preocupação é que o F-35 possa vir com muito menos "recursos" do que a versão americana/inglesa. Não temos provas sobre isso, mas existem fortíssimos indícios. Deixemos o tempo passar para ver o que acontece. Não vou tecer mais comentários sobre o hardware, visto que o F-35 já foi suficientemente debatido no DB, mas se surgir algo novo...
A parte mais importante, pelo menos no meu entendimento, é que a FAB compre um caça que imponha respeito, que intimide prováveis adversários, que a simples presença deste caça no País permita o benefício da dúvida aos aventureiros. Estes conceitos atendem perfeitamente a política que o NJ deseja para o sistema de Defesa do País, ou seja, uma força aérea de caráter dissuasório.
A característica stealth do F-35, mesmo que reduzida em uma "versão para os pobres", é um fator que gera muitas dúvidas aos "aventureiros", pensariam muito em atacar um país portador de uma boa quantidade de F-35. Além do mais, o F-35 é multi-função, será igualmente um bom caça para combates aéreos. Porém, para esta função, prefiro outros caças, daí minhas críticas ao F-35, ele está longe de ser o mais adequado, principalmente se reduzirem a característica furtiva dele.
Mas a redução de certas característica não impedirá que este caça continue furtivo, continuará sendo mais furtivo do que o Rafale e o SU-35-1, por exemplo, pois ainda leva armamentos internos (mesmo que em quantidades reduzidas) e grande quantidade de combustível (também internamente) e isso é importante.
Mas existe um fator que me preocupa, que são os custos de manutenção do F-35, principalmente para um país como o Brasil. Este caça é muito complexo, não consigo conceber uma manutenção barata pra ele. Mas isso pode abrir as portas para um novo vetor pra FAB, mas lá pra frente, um vetor supersônico, desenvolvido pela Embraer com tecnologia repassada por outro país, que pode ser os EUA. Mas eu disse "pode", pois é necessário fazer as contas pra ver o que é mais interessante em termos de custos, se uma frota com um único vetor (no caso o F-35) ou com dois vetores, o F-35 em menos quantidade mais um outro tanto de um supersônico desenvolvido pela Embraer.
Do ponto de vista de estratégia, não tenho dúvida que o F-35 seria uma excelente escolha pra FAB. Tempos atrás eu descartava este vetor e dizia ser mais adequado o Typhoon, pois não acreditava neste vetor para um prazo curto de entrega e nem a preços acessíveis, mas se tudo mundou, o Orestes muda também.
Ainda acho que a FAB deveria possuir um vetor como o Rafale ou SU-35-1, sendo o segundo o meu preferido, são vetores efetivos e que impõe respeito a qualquer rival. Porém o F-35 representa mais em termos de dissuasão, que é o que o NJ vem falando durante muito tempo. Por exemplo, se o Rafale e o F-35 puderem (ambos) serem fabricados no Brasil, com alguma transferência de tecnologia, integração de nossos armamentos, e a custos semelhantes, não penso duas vezes, F-35 na cabeça. Já em termos de custos, o SU-35-1 é imbatível, mas os russos ainda não conseguiram uma empresa no Brasil que pudessem fabricar o caça e sem isso, segundo o NJ, nada feito.
Neste caso, considerando que os americanos venham permitir que o Brasil fabrique o F-35, não vejo tantos problemas com prazo de entregas, ainda mais se certas características forem reduzidas. Lembrando também que os caças fabricados aqui seriam para abastecer um mercado importante e que irá comprá-los, por exemplo, vejo com naturalidade que os F-35 para Israel e Chile, por exemplo, sejam fabricados no Brasil, é uma forma de baratear os custos e colocar mais rapidamente o F-35 no mercado. Este tipo de coisa é mais estratégico e benéfico para os EUA do que o Rafale pra França e até mesmo o SU-35-1 pra Rússia.
Abraços,
Orestes