Re: República Centro Africana - MINUSCA
Enviado: Qui Dez 17, 2020 2:39 pm
Quando vários grupos rebeldes se uniram e avançaram sobre os arredores da capital centro-africana, Bangui, durante a reta final da campanha para as presidenciais de 27 de dezembro, depararam-se com as forças da MINUSCA, a missão de manutenção da paz das Nações Unidas no país - incluindo 180 militares portugueses, que compõem a Força de Reação Rápida e tiveram de entrar em combate.
“Houve situações de contacto com grupos armados que foram rapidamente resolvidas sem quaisquer baixas ou dificuldades da parte do contingente português”, disse hoje João Gomes Cravinho, ministro da Defesa Nacional, questionado pelo i em conferência de imprensa, por ocasião do aumento de capacidade do Centro de Apoio Militar - Covid-19.
Face à ofensiva dos rebeldes - que o Governo centro-africano descreve como uma tentativa de golpe de Estado do antigo Presidente François Bozize, impedido de se candidatar às eleições por ter acusações de homicídio e tortura pendentes - os militares portugueses da MINUSCA foram lançados para a região de Bossembélé, a mais de uma centena de quilómetros a noroeste da capital, “numa operação para assegurar que há acesso numa estrada principal que leva a Bangui”, explicou Gomes Cravinho. Foi aí que se depararam com rebeldes armados, mas os portugueses “cumpriram plenamente a sua missão e asseguraram que essa estrada era transitável”.
Segundo comunicado do Governo centro-africano, foi em Bossembélé que Bozize se refugiou e juntou as suas tropas, uma coligação de milícias cristãs e muçulmanas, que controlam a maior parte do país e ainda há uns anos se combatiam ferozmente - incluindo a milícia 3R (Regresso, Reclamação, Reconciliação), com quem militares portugueses trocaram fogo em julho, capturando um dos seus acampamentos, após estes terem abatido dezenas de civis e um capacete azul ruandês.
A coligação de milícias justificou a ofensiva - que foi “travada” após avanços iniciais no fim de semana, garantiu um porta-voz da ONU à AFP - acusando o Presidente Faustin Touadéra de potencial fraude eleitoral. “Era muito previsível que numa fase imediatamente anterior à primeira volta das eleições presidenciais, a 27 de dezembro, houvesse um aumento da tensão e, eventualmente, alguma conflitualidade”, explicou Gomes Cravinho. As forças portuguesas, “naturalmente, estavam prontas”.
Entretanto, chegaram à República Centro-Africana centenas de tropas vindas do Ruanda, a que se juntaram mais umas centenas de tropas e armamento pesado russo, segundo a BBC. É que o Kremlin assinou um acordo bilateral de apoio militar com o Presidente Touadéra, a troco de direitos para exploração mineral.
Diplomacia funcional. É assim que se faz na África.cabeça de martelo escreveu: Ter Dez 22, 2020 11:58 am Entretanto, chegaram à República Centro-Africana centenas de tropas vindas do Ruanda, a que se juntaram mais umas centenas de tropas e armamento pesado russo, segundo a BBC. É que o Kremlin assinou um acordo bilateral de apoio militar com o Presidente Touadéra, a troco de direitos para exploração mineral.
https://peacekeeper.design.blog/2020/12 ... lo-na-onu/High-Impact Portuguese Contribution to MINUSCA … “Most European states contributing to peacekeeping in Africa have deployed high-end, low-risk capabilities for short periods of time. This is evident in Mali, where European states have favored capabilities such as peacekeeping intelligence, special forces, and air assets. An exception is the Portuguese quick-reaction force in the Central African Republic—seen by many as “the best case” of a European contribution—which has been more willing to use force and does not have an end date for its deployment. The UK has also adopted a different approach in South Sudan, deploying more modest capabilities that it then handed over to non-European countries.” …
The Portuguese quick-reaction force (QRF) deployed to MINUSCA in 2017 was presented by many interviewees as “the best case” of a European contribution to peacekeeping. It initially consisted of a company of 160 troops—paratroopers and
commandos—reinforced by 20 additional personnel after one year (an ambulance with two doctors and three nurses as well as some intelligence and civil-military cooperation officers). As a QRF, the unit can only be deployed for up to thirty days at a time in any given location in CAR — because of heavy wear and tear on vehicles, weapons, and other equipment — followed by thirty days of rest and recuperation. This was an issue for the mission at the beginning but has since become understood and accepted. Given that MINUSCA does not have the ability to move vehicles by air, all movements are done by road using “light” Humvee-like vehicles (five tons compared to the ten–twelve-ton armored personnel carriers that have limited mobility, especially in the rainy season). It typically requires two to four days’ drive to reach the area of operation.
Like other European TCCs, Portugal, after years of peacekeeping experience in Angola, Mozambique, Timor-Leste, Guinea-Bissau, and Lebanon, had been busy with NATO operations in Afghanistan and Iraq. Unlike most European TCCs and Canada, however, Portugal does not seem reluctant to use force. Its QRF has become engaged in firefights most of the times it has been deployed inside CAR. Also, Portugal has not provided an end date for its deployment to MINUSCA and sees its simultaneous engagement with the EU training mission in CAR (with fifty staff officers, including the brigadier general) as an incentive to remain (public praise of the Portuguese QRF by the UN has also helped). Finally, the Portuguese QRF—the only European unit in the mission with the exception of a Serbian level I hospital—has also shown that it can work with non-European TCCs
to prepare for operations, including Senegalese attack helicopters (for air-ground operations), Bangladeshi special forces, and Nepalese and Rwandan troops. This makes the QRF more effective and its posture more robust.
O líder rebelde Ali Darassa, chefe do "Estado-Maior" e coordenador da UPC, expulso da cidade de Bambari pelos Paraquedistas Portugueses ao serviço da Minusca, voltou à cidade há três dias atrás.
Nas imagens podemos ver algum do armamento ao serviço destes grupos rebeldes!!!
As eleições na Republica Centro Africana são amanhã, dia 27 de Dezembro.
Depois do anuncio de um sessar fogo pelos grupos armados, estes mesmos quebraram rapidamente esse acordo.
E por isso o processo eleitoral está em risco: "...the conditions are not met to properly organize the vote in the Central African Republic: Most cities are occupied at the moment. by armed groups entering the towns precisely to prevent elections from being held ”.
Os Militares Portugueses continuam empenhados na sua missão e têm tido uma ação decisiva em anular as ações dos grupos armadas nas àreas da sua responsabilidade.
Quando têm são uns poucos Helicópteros Paquistaneses.