EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Tenho inúmeros comparativos entre CSeries e E2... e comparativos técnicos.
O que posso dizer? O CSeries é um baita avião, excelente aeronave... mas os E2 são igualmente bons. Um é melhor em alguns quesitos, o outro melhor em outros.
A grande diferença que existia residia no preço de aquisição... o CSeries era muito mais caro e era projeto de uma empresa quase quebrada. Mas agora, com a Airbus por trás, isso mudou.
A Wideroe é a primeira operadora do E2... e está extremamente feliz com o desempenho da aeronave. A taxa de despachabilidade conseguida nos primeiros meses de operação está excelente, compatível com uma aeronave já madura, fruto da experiência com os E1 e com a importância dada a isso no desenvolvimento.
O que posso dizer? O CSeries é um baita avião, excelente aeronave... mas os E2 são igualmente bons. Um é melhor em alguns quesitos, o outro melhor em outros.
A grande diferença que existia residia no preço de aquisição... o CSeries era muito mais caro e era projeto de uma empresa quase quebrada. Mas agora, com a Airbus por trás, isso mudou.
A Wideroe é a primeira operadora do E2... e está extremamente feliz com o desempenho da aeronave. A taxa de despachabilidade conseguida nos primeiros meses de operação está excelente, compatível com uma aeronave já madura, fruto da experiência com os E1 e com a importância dada a isso no desenvolvimento.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
E você não estaria?
Em poucos meses estarão trabalhando para a maior empresa de aeronáutica do mundo e recebendo em dólares e não mais em reais.
Por isso mesmo não estou levando em consideração a opinião esse pessoal.
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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
A peãozada com certeza vai se ferrar, isso é mera questão de tempo. Já o corpo de engenharia vai mesclar com a Boeing, o que é o maior interesse deles. Veja a confusão que foi o desenvolvimento do 787, marcado por atrasos atrás de atrasos. Agora eles terão um corpo de engenharia jovem e inovador para projetar os próximos aviões. Um corpo de engenharia que desenvolve um avião que é anunciado um dia e faz rollout poucos meses depois. Como moro em SJC irei noticiar tudo, fiquem tranquilos. Como diria aquele membro profético "ah, o tempo, esse não perdoa ninguém!".
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Bolovo... tudo anotado.
"ah, o tempo, esse não perdoa ninguém!". Inclusive você, não é.
Vamos ver como fica. Talvez tenha que engolir o que escreveu.
Também estarei aqui... noticiando.
"ah, o tempo, esse não perdoa ninguém!". Inclusive você, não é.
Vamos ver como fica. Talvez tenha que engolir o que escreveu.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Ah, ah, ah, ahTúlio escreveu: ↑Sex Jul 13, 2018 4:01 pmPOWS, e segue a mania de "não vim para explicar, mas para confundir", né não, FARAÓ véio? Haja entrelinha! Nas buenas, estou fritando neurônio para entender a dicotomia...Tutankhamon escreveu: ↑Sex Jul 13, 2018 3:57 pm O importante é que o Brasil não abaixe a cabeça, o suficiente para se afogar nem levante muito pra ver que o Diabo não é tudo isto que se pensa!
Você está certo, amigo Túlio.
Às vezes a gente se empolga e coloca o que passa na cabeça na hora, sem analisar que outras pessoas não precisam, necessariamente, acompanhar o que você está falando.
Estava me referindo às negociações por parte da Boeing.
Se oferecem muito pouco ( 10%) sabem que todos os envolvidos ( Embraer, governo, Forças Armadas, empregados ) vão achar que é o fim da Embraer durante o ano e meio de negociações ( morrer afogado ).
Se oferecem o mais justo (uns 40, 45% de participação ) , os já citados vão achar que a Boeing tá ansiosa e necessitada de fechar a " parceria" e vão pedir mais concessões ( o "Diabo" - Boeing, não é tudo isto que se pensa ).
Vou procurar me policiar pra não gerar confusão.
ou não....
Abração.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
14/07/2018 17:26 / atualizado 14/07/2018 17:40
JetBlue teve desconto de até 72% para trocar Embraer por Airbus, diz Moody’s
Venda foi a 1ª após compra do programa C-Series, da Bombardier, pela fabricante europeia
POR DA BLOOMBERG NEWS
O Airbus A220-300 - PASCAL PAVANI / Pascal Pavani/AFP
DALLAS - A americana JetBlue Airways conseguiu um negócio e tanto em sua recém-anunciada compra da Airbus, segundo o Serviço para Investidores da agência Moody’s.
A companhia aérea vai pagar cerca de US$ 1,4 bilhão a US$ 1,7 bilhão por 60 jatos Airbus A220-300, ou entre US$ 23 milhões e US$ 28 milhões por avião, disse o analista Johathan Root, da Moody’s, em relatório desta sexta-feira, citando estimativas de especialistas e descontos tipicamente praticados em grandes encomendas. O valor representa um desconto de até 72%, afirma.
“Como para a maioria das empresas aéreas, acreditamos que a decisão foi tomada com base no menor custo total, porque os aviões de corredor único (narrow-body) fabricados pela Airbus e pela Boeing têm capacidade e custos operacionais similares para a maioria dos operadores”, explica Root.
A compra de 60 jatos pela JetBlue em substituição aos jatos Embraer, anunciada no último dia 10 de julho, foi a primeira fechada desde que a Airbus adquiriu o controle do programa C-Series da canadense Bombardier e rebatizou o avião como A220. Embora descontos relevantes sejam comuns em compras de aviões, os detalhes sobre os preços são geralmente confidenciais.
A JetBlue não comentou os termos da negociação. E a Airbus não fala sobre acordos confidenciais fechados com clientes, disse um porta-voz da companhia.
No ano passado, antes da Airbus comprar o C-Series, a Boeing registrou uma queixa comercial contra a Bombardier, alegando que a fabricante canadense havia vendido o avião para a americana Delta Air Lines por preços “absurdamente baixos”. Apesar de, num primeiro momento, o Departamento de Comércio dos EUA ter decidido impor tarifas de até 300% para importação do avião, o painel comercial americano, que é um órgão independente, rejeitou a medida.
Para a Airbus, construir um banco de encomendas para o A220 é um desafio crucial já que a empresa com sede em Toulouse, na França, trabalha para reduzir custos. Para tornar o avião viável, a companhia alega que é preciso chegar a uma redução de dois dígitos nos custos de sua cadeia de fornecedores e vem tocando negociações para alcançar esta meta.
https://oglobo.globo.com/economia/jetbl ... s-22886921
abs.
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JetBlue teve desconto de até 72% para trocar Embraer por Airbus, diz Moody’s
Venda foi a 1ª após compra do programa C-Series, da Bombardier, pela fabricante europeia
POR DA BLOOMBERG NEWS
O Airbus A220-300 - PASCAL PAVANI / Pascal Pavani/AFP
DALLAS - A americana JetBlue Airways conseguiu um negócio e tanto em sua recém-anunciada compra da Airbus, segundo o Serviço para Investidores da agência Moody’s.
A companhia aérea vai pagar cerca de US$ 1,4 bilhão a US$ 1,7 bilhão por 60 jatos Airbus A220-300, ou entre US$ 23 milhões e US$ 28 milhões por avião, disse o analista Johathan Root, da Moody’s, em relatório desta sexta-feira, citando estimativas de especialistas e descontos tipicamente praticados em grandes encomendas. O valor representa um desconto de até 72%, afirma.
“Como para a maioria das empresas aéreas, acreditamos que a decisão foi tomada com base no menor custo total, porque os aviões de corredor único (narrow-body) fabricados pela Airbus e pela Boeing têm capacidade e custos operacionais similares para a maioria dos operadores”, explica Root.
A compra de 60 jatos pela JetBlue em substituição aos jatos Embraer, anunciada no último dia 10 de julho, foi a primeira fechada desde que a Airbus adquiriu o controle do programa C-Series da canadense Bombardier e rebatizou o avião como A220. Embora descontos relevantes sejam comuns em compras de aviões, os detalhes sobre os preços são geralmente confidenciais.
A JetBlue não comentou os termos da negociação. E a Airbus não fala sobre acordos confidenciais fechados com clientes, disse um porta-voz da companhia.
No ano passado, antes da Airbus comprar o C-Series, a Boeing registrou uma queixa comercial contra a Bombardier, alegando que a fabricante canadense havia vendido o avião para a americana Delta Air Lines por preços “absurdamente baixos”. Apesar de, num primeiro momento, o Departamento de Comércio dos EUA ter decidido impor tarifas de até 300% para importação do avião, o painel comercial americano, que é um órgão independente, rejeitou a medida.
Para a Airbus, construir um banco de encomendas para o A220 é um desafio crucial já que a empresa com sede em Toulouse, na França, trabalha para reduzir custos. Para tornar o avião viável, a companhia alega que é preciso chegar a uma redução de dois dígitos nos custos de sua cadeia de fornecedores e vem tocando negociações para alcançar esta meta.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
arcanjo escreveu: ↑Sáb Jul 14, 2018 7:24 pm 14/07/2018 17:26 / atualizado 14/07/2018 17:40
JetBlue teve desconto de até 72% para trocar Embraer por Airbus, diz Moody’s
Venda foi a 1ª após compra do programa C-Series, da Bombardier, pela fabricante europeia
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DALLAS - A americana JetBlue Airways conseguiu um negócio e tanto em sua recém-anunciada compra da Airbus, segundo o Serviço para Investidores da agência Moody’s.
A companhia aérea vai pagar cerca de US$ 1,4 bilhão a US$ 1,7 bilhão por 60 jatos Airbus A220-300, ou entre US$ 23 milhões e US$ 28 milhões por avião, disse o analista Johathan Root, da Moody’s, em relatório desta sexta-feira, citando estimativas de especialistas e descontos tipicamente praticados em grandes encomendas. O valor representa um desconto de até 72%, afirma.
“Como para a maioria das empresas aéreas, acreditamos que a decisão foi tomada com base no menor custo total, porque os aviões de corredor único (narrow-body) fabricados pela Airbus e pela Boeing têm capacidade e custos operacionais similares para a maioria dos operadores”, explica Root.
A compra de 60 jatos pela JetBlue em substituição aos jatos Embraer, anunciada no último dia 10 de julho, foi a primeira fechada desde que a Airbus adquiriu o controle do programa C-Series da canadense Bombardier e rebatizou o avião como A220. Embora descontos relevantes sejam comuns em compras de aviões, os detalhes sobre os preços são geralmente confidenciais.
A JetBlue não comentou os termos da negociação. E a Airbus não fala sobre acordos confidenciais fechados com clientes, disse um porta-voz da companhia.
No ano passado, antes da Airbus comprar o C-Series, a Boeing registrou uma queixa comercial contra a Bombardier, alegando que a fabricante canadense havia vendido o avião para a americana Delta Air Lines por preços “absurdamente baixos”. Apesar de, num primeiro momento, o Departamento de Comércio dos EUA ter decidido impor tarifas de até 300% para importação do avião, o painel comercial americano, que é um órgão independente, rejeitou a medida.
Para a Airbus, construir um banco de encomendas para o A220 é um desafio crucial já que a empresa com sede em Toulouse, na França, trabalha para reduzir custos. Para tornar o avião viável, a companhia alega que é preciso chegar a uma redução de dois dígitos nos custos de sua cadeia de fornecedores e vem tocando negociações para alcançar esta meta.
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arcanjo
PUTZ, agora o jogo ficou SUJO mesmo, até dumping já tá valendo, POWS!!!
Minha pergunta, a EMBRAER tem como dar desconto de "até 72%" sozinha?
Porque agora o que me parece é que a AIRBUS resolveu quebrar de vez a brasileira antes mesmo de fechar qualquer acordo com a BOEING; e "poder de fogo" não lhe falta para isso, QED...
Minha pergunta, a EMBRAER tem como dar desconto de "até 72%" sozinha?
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Ou o setor de inteligência competitiva da Embraer já estava prevendo ou sabendo dessa postura. E isso pode ter sido um dos fatores dessa associação com a Boeing...
Certamente o assunto da Boeing-Embraer é um milhão de vezes mais complexo do que aparece na mídia. Daí a gente deve ter cautela com as "nossas certezas"...
Certamente o assunto da Boeing-Embraer é um milhão de vezes mais complexo do que aparece na mídia. Daí a gente deve ter cautela com as "nossas certezas"...
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Bem, mantenho o que escrevi dia 12, a Airbus precisava lançar a parceria em grande estilo e ninguém melhor que a JetBlue que lançou o E-190.
Propaganda continua sendo a alma do negócio.Achava que poderia ter rolado condições privilegiadas mas não esperava este nível de desconto, a ser verdadeiro!
Também, para mim, não faz sentido imaginar que as proximas vendas serão nesta mesma toada. O tiro, inclusive, pode sair pela culatra.
Propaganda continua sendo a alma do negócio.Achava que poderia ter rolado condições privilegiadas mas não esperava este nível de desconto, a ser verdadeiro!
Também, para mim, não faz sentido imaginar que as proximas vendas serão nesta mesma toada. O tiro, inclusive, pode sair pela culatra.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
A Airbus tem músculos para sustentar essa toada por um bom tempo. Ainda mais para deixar a concorrente que passou a ser a Embraer fraca, algo fácil para o gigante europeu.
Se bem que com a parceria da Boeing-Embraer a Airbus não deve persistir nessa linha de ação.
Se bem que com a parceria da Boeing-Embraer a Airbus não deve persistir nessa linha de ação.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Uma coisa me chamou a atenção é essa história é falarem da JetBlue ser um "cliente da Embraer", muito pelo contrário! A JetBlue, apesar de ser um dos principais operadores, tem apenas 60 E-190, enquanto a mesma empresa tem mais de 180 Airbus A320 e A321, ou seja, três vezes mais Airbus do que Embraer em sua frota. Isso sem levarmos em conta umas 150 encomendas confirmadas de A320neo e A321neo, isso sem contar os 60 recém-encomendados A220! Ou seja, a JetBlue não é uma "cliente da Embraer", mas sim uma "cliente da Airbus"!! E agora que a Bombardier é Airbus e a Embraer é Boeing, faz muito mais sentido padronizar a frota toda com a Airbus, oras...
Eu vejo que esse acordo com a Boeing vai efetivamente fazer com a Embraer deixe de ser uma empresa "independente" e se tornar rival direta da Airbus (curiosamente uma coisa que ela sempre evitou fazer, que é bater de frente com as gigantes), o que vai acabar, a meu ver, diminuindo o seu mercado no setor regional, porque antes ela vendia pra todo mundo, agora só vai abocanhar quem já padronizou sua frota com a Boeing. Tudo bem que a parceria com a Boeing aumenta por um lado, mas pelo outro vai diminuir também.
Eu vejo que esse acordo com a Boeing vai efetivamente fazer com a Embraer deixe de ser uma empresa "independente" e se tornar rival direta da Airbus (curiosamente uma coisa que ela sempre evitou fazer, que é bater de frente com as gigantes), o que vai acabar, a meu ver, diminuindo o seu mercado no setor regional, porque antes ela vendia pra todo mundo, agora só vai abocanhar quem já padronizou sua frota com a Boeing. Tudo bem que a parceria com a Boeing aumenta por um lado, mas pelo outro vai diminuir também.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
A meu ver, o grande enrosco é exatamente uma expressão do nosso Colega Bolovo, "a EMBRAER é Boeing": isso é uma clara falácia, basta ler qualquer notícia em qualquer meio e de qualquer "linha ideológica" para ver que os caras vão se considerar felizes se conseguirem apresentar uma proposta do tipo "para começo de conversa mas vê se num tá bão" antes do fim do ano ao Drácula (e não vamos esquecer dos acionistas) e depois ainda vão ter que esperar o novo PR se estabilizar no governo para ver se bota o jamegão na coisa toda o que, novamente remetendo a qualquer mídia minimamente credível, tem alta probabilidade de chegar à beira da próxima década. Bobear e passa.
A treta, a meu ver, é que a AIRBUS fez um negócio parecido - até onde caiba a comparação, claro - com o que o banco Bozzano-Simonsen fez nos anos 90 com a EMBRAER: era uma empresa que estava por lançar um produto excelente mas sem capital para fazê-lo (o caso da Bombardier era pior ainda, estava pré-falimentar). Como diria o Don Corleone, e nos dois casos - EMBRAER dos 90 e Bombardier de agora - "vou fazer uma proposta que não vai poder recusar", e que era a possibilidade de botar o avião em produção seriada e de maneira economicamente não apenas viável mas atraente no mercado.
Só que a EMBRAER da atualidade, como e até o ponto em que a conhecemos, AINDA está longe da desgraceira que pegou a Bombardier pelo garrão, sendo, portanto, muito mais complicado vir com a charla de "entregar os anéis para salvar os dedos". E por que "ainda"? Porque A AIRBUS NÃO VAI PARAR! Vai é seguir batendo e com força e, com uma "luz" que pode durar uns dois anos ou até mais, não me parece impossível um cenário no qual a EMBRAER esteja então de pires na mão, igual à Bombardier. Neste ponto a própria Boeing já terá perdido o interesse.
E é aí que eu quero ver a reação dos "anti-tudo", embora possa imaginar muito bem qual vai ser: esbravejar que os burgueses da FIESP, em conluio com Brasília, deixaram quebrar porque não queriam botar dinheiro que não tinham mesmo para "fazer o que é necessário" e é seu sonho de consumo: REESTATIZAR!
Como diria o Degancito, esperemos y veamos...
A treta, a meu ver, é que a AIRBUS fez um negócio parecido - até onde caiba a comparação, claro - com o que o banco Bozzano-Simonsen fez nos anos 90 com a EMBRAER: era uma empresa que estava por lançar um produto excelente mas sem capital para fazê-lo (o caso da Bombardier era pior ainda, estava pré-falimentar). Como diria o Don Corleone, e nos dois casos - EMBRAER dos 90 e Bombardier de agora - "vou fazer uma proposta que não vai poder recusar", e que era a possibilidade de botar o avião em produção seriada e de maneira economicamente não apenas viável mas atraente no mercado.
Só que a EMBRAER da atualidade, como e até o ponto em que a conhecemos, AINDA está longe da desgraceira que pegou a Bombardier pelo garrão, sendo, portanto, muito mais complicado vir com a charla de "entregar os anéis para salvar os dedos". E por que "ainda"? Porque A AIRBUS NÃO VAI PARAR! Vai é seguir batendo e com força e, com uma "luz" que pode durar uns dois anos ou até mais, não me parece impossível um cenário no qual a EMBRAER esteja então de pires na mão, igual à Bombardier. Neste ponto a própria Boeing já terá perdido o interesse.
E é aí que eu quero ver a reação dos "anti-tudo", embora possa imaginar muito bem qual vai ser: esbravejar que os burgueses da FIESP, em conluio com Brasília, deixaram quebrar porque não queriam botar dinheiro que não tinham mesmo para "fazer o que é necessário" e é seu sonho de consumo: REESTATIZAR!
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Túlio, comparar o que a Airbus fez com o que a Embraer estar por fazer é descabido, isso sim é uma falácia.
Aqui teremos 20% da JV, a Bombardier permaneceu com 49,9%.
Há uma diferença gigante entre os dois negócios. Creio que não precisa ensinar ninguém como funciona uma porcentagem.
Não tem nada a ver ser contra parceria, mas sim contra como a "parceria" (compra) está sendo feita!
É difícil entender isso?
Aqui teremos 20% da JV, a Bombardier permaneceu com 49,9%.
Há uma diferença gigante entre os dois negócios. Creio que não precisa ensinar ninguém como funciona uma porcentagem.
Não tem nada a ver ser contra parceria, mas sim contra como a "parceria" (compra) está sendo feita!
É difícil entender isso?
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Do Fran no FDP.
Para refletir...
Para refletir...
Franz Luiz escreveu:Do Tijolaço. Fernando Brito excelente como sempre:
Vejam a propaganda da VW na época em que comprou (joinventurou no alfabeto Tucano) a VEMAG.
.
.
Não lembra mesmo o discurso da Boeing/Ozires?
.
A Embraer vai virar Vemag?
POR FERNANDO BRITO · 15/07/2018
.
A gente era guri e entre os carros mais populares do Brasil estavam os DKV-Vemag (na verdade, DKW, de Dampf Kraft Wagen, em alemão): um sedã, uma camioneta, o jipe “Candango” e, já no final, um coupé, o Fissore.
Vemag, acredite, significava “Veículos e Máquinas Agrícoslas”, a empresa brasileira que detinha os direitos de fabricação dos alemães da Auto Union – hoje a Audi, subsidiária da Volkswagen).
Quando lançados, tinham metade das peças produzidas aqui e, anos depois, todas elas.
Mas a Volks comprou a Auto Union e passou a “apertar” a Vemag com ameaças de cassar-lhe a licença de uso no Brasil. Tanto fez que comprou a Vemag, anunciando um grande futuro para ela, como você vê no anúncio que reproduzo no alto do post.
Meses depois. a Vemag estava fechada e os DKV saíram de linha, apesar da promessa da VW de que a compra da Vemag, mão era para uma empresa ficar mais fraca, mas as duas mais fortes”.
Repete-se, 60 anos depois, a história com a compra (o nome é este, não se engane com o papo de “joint-venture”) da Embraer pela Boeing.
Não tão rápido, porque a carteira de encomendas da Embraer em jatos de médio porte é imensa.
Nenhuma razão “de mercado” portanto, para vender uma empresa que é, disparado, a maior do mundo neste segmento.
Nem se está vendendo galpões e maquinários para montagem de aeronaves, essencialmente. Vende-se, isto sim, a tecnologia e o conhecimento aeronáuticos que o país desenvolveu em meio século.
A história de que ficaremos com a aviação executiva e a militar é um dourado falso sobre a pílula, porque é a aviação comercial quem dá suporte a estes setores, seja em faturamento, seja em desenvolvimento tecnológico.
E a nova empresa, assumidamente, responderá diretamente à matriz norte-americana.
Os galpões da Vemag, de onde sairiam, segundo a promessa, mais DKV, passaram a servir para a montagem da Kombi VW.
Se não tivermos um governo que impeça esta barbaridade, as plantas da Embarer, em poucos anos, estarão fazendo o mesmo.
CB_Lima = Carlos Lima