SYRIA
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Re: SYRIA
Bom, se tropas russas, oficialmente, entrarem na Síria, uma ataque americano fica cada vez mais complicado de acontecer. Mais uma direta no fígado dos americanos.
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Re: SYRIA
Robert Fisk: O inferno já chegou à Síria
Robert Fisk*
Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=22750
Khaled Erksoussi pretende abandonar a Síria. O secretário-geral em Damasco do Crescente Vermelho (a Cruz Vermelha de países mulçumanos) – 22 de seus voluntários já morreram na guerra – foi despedido semana passada de seu trabalho de tempo integral em uma empresa de telecomunicações de Damasco, provavelmente porque passa muito tempo no trabalho humanitário. O Crescente Vermelho não pode pagar seu antigo salário. Além disso, o dinheiro dos doadores está acabando, os voluntários mais capazes já estão sendo contratados furtivamente no estrangeiro. E quem quer passar seu tempo enchendo bolsas com cadáveres que já têm três dias e negociando com até 12 grupos diferentes nas linhas de frente? Porque isto também é uma história horripilante. Leitor, esteja atento.
“Parece que não há mais dinheiro de onde vinha o dinheiro doado”, diz. “Todos nossos sócios estão sofrendo. Talvez a política esteja tomando nota agora.” Notaram que quando aconteceu a questão das armas químicas, no Conselho de Segurança da ONU, a primeira decisão foi ir e investigar, mas que acontece com a parte médica? “O relatório mostra o que é importante: encontrar os culpados. A vítima não importa.”
Erksoussi é um homem difícil de dissuadir. Os inspetores da ONU não foram enviados para apontar com o dedo os culpáveis, mas ele tem um argumento difícil de rebater. Apontando com o dedo se obtém mais crédito que compreendendo a tragédia pela qual passam os companheiros de trabalho de Erksoussi.
Tomemos as recuperações dos corpos. A maioria deles são soldados mortos pelos rebeldes, dezenas deles. Seguidamente trazidos à casa de Erksoussi de três por vez. “Às vezes os insurgentes jogam sujo. Não faz muito tempo, fomos recolher os cadáveres de três soldados. Mas com o último corpo que levávamos, nosso pessoal pensou que algo andava mal. Um dos corpos parecia ter fios. O deixamos em seu lugar. Agora exigimos que todos os corpos sejam examinados antes de entregar. Ambas as partes devem tirar o que seja que tenham os cadáveres, inclusive munições. Eu não quero ter uma granada de mão em uma ambulância...”
Mais recentemente, o Crescente Vermelho esteve transportando alimentos já cozidos a Raqaa, na prisão de Alepo, um grande bloco ocupado pelas forças do governo e pelos guardas, mas totalmente rodeado pelos rebeldes, na qual centenas de prisioneiros – criminosos comuns, detidos e insurgentes inimigos do governo – estão presos em meio da sujeira e da falta de elementos sanitários e de artilharia.
“Conseguimos tirar dezenas de presos que oficialmente haviam terminado suas sentenças e que só necessitavam uma saída segura. Mas a primeira vez que fomos ali, um dos grupos rebeldes disparou uma granada lançada por foguete em um de nossos carros. Erraram. Tudo estava em seu lugar e combinado com todos os grupos, mas um deste grupo disse: ‘Estamos chateados porque vocês não falaram conosco’. Nós dissemos: ‘Bom, vamos gritar da próxima vez. Mas simplesmente não disparem’. Mas mais tarde os insurgentes feriram um voluntário e mataram um juiz do governo que estava conosco. A última vez, tivemos uma equipe em Deir el-Zour e eles foram detidos pelas forças de al-Nusra durante sete horas. Estávamos com uma equipe da Cruz Vermelha Internacional e al-Nusra odeia o que eles chamam ‘a maldita Cruz Vermelha’. Dissemos, bom, ‘você esteve comendo alimentos com cruzes vermelhas da CICR sem preocupar-se muito.”
Erksoussi acha que a luta em torno de Damasco se tornou mais feroz, mas “não se pode ganhar com a força – isto é o que ambos os lados acham agora. O que lhes impede a ambos os lados deter-se é o ‘ego’. Não é como se fossem iguais. Quando um governo acha que luta contra os terroristas ou contra o ‘mal’, tem que ser igualmente responsável pelos civis. Mas, a menos que se detenha a entrada de armas e dinheiro, a luta continuará para sempre. Não posso dizer que este lugar vai ir pro inferno, porque já está nele”.
* De The Independent da Grã Bretanha. Especial para Página/12
Tradução ao espanhol: Celita Doyhambéhère.
Tradução ao português: Liborio Júnior
- Bourne
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Re: SYRIA
Mas o Obama aceitou e apoiaram o plano russo para se livrar do pepino. Os problemas de Ego não entram em pauta nas relações internacionais e briga de interesses.FCarvalho escreveu:Bom, se tropas russas, oficialmente, entrarem na Síria, uma ataque americano fica cada vez mais complicado de acontecer. Mais uma direta no fígado dos americanos.
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- rodrigo
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Re: SYRIA
Ninguém é doido de entrar oficialmente. Quase todo mundo já está lá dentro, mas sem bandeiras. Um ataque pode ser feito contra qualquer um, de qualquer maneira, sem ficar definida autoria ou responsabilidade. Se fosse fácil, ou o Irã já tinha despejado seu exército, ou Israel já tinha saído com Assad amarrado.FCarvalho escreveu:Bom, se tropas russas, oficialmente, entrarem na Síria, uma ataque americano fica cada vez mais complicado de acontecer. Mais uma direta no fígado dos americanos.
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"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
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O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: SYRIA
Egos fora a parte, todos tem seus limites e conveniências a dar conta neste conflito. Os americanos sabem até onde os russos podem puxar a corda em relação à Damasco. Ou ao menos suspeitam que sabem. Vamos ver mais adiante de que lado a corda arrebenta primeiro.Bourne escreveu:Mas o Obama aceitou e apoiaram o plano russo para se livrar do pepino. Os problemas de Ego não entram em pauta nas relações internacionais e briga de interesses.FCarvalho escreveu:Bom, se tropas russas, oficialmente, entrarem na Síria, uma ataque americano fica cada vez mais complicado de acontecer. Mais uma direta no fígado dos americanos.
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Este tipo de conflito fraticida é que nem briga de bêbado em bar; alguém dá o primeiro murro, xinga a mãe do outro, dá uma mãozada na mesa, e simplesmente depois ninguém nunca sabe quem foi que começou ou quem que passou a mão na b... de quem. Aí já viu no que é que dá isso depois.rodrigo escreveu:Ninguém é doido de entrar oficialmente. Quase todo mundo já está lá dentro, mas sem bandeiras. Um ataque pode ser feito contra qualquer um, de qualquer maneira, sem ficar definida autoria ou responsabilidade. Se fosse fácil, ou o Irã já tinha despejado seu exército, ou Israel já tinha saído com Assad amarrado.
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- romeo
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Re: SYRIA
Ao que parece a próxima grande batalha deverá ocorrer em uma região montanhosa na fronteira da Síria com o Líbano.
Noticia-se que os rebeldes já concentram mais de 40.000 homens nesta região estratégica, onde existem também diversas fortificações do exército sírio.
Circulam rumores de que a Arábia Saudita (sunita) teria enviado um aviso ao Hezbolah (xiita) para que não se envolva na luta ao lado do exército sírio, sob pena de levar o conflito para dentro do Líbano nas àreas de predominância xiita ( de onde se origina o Hezbolah ).
A luta na Síria definitivamente tomou configuração sectario-religiosa. Isso provavelmente vai envenenar a convivência entre todos os muçulmanos.
Para nós parece tão absurdo quanto católicos matarem protestantes que por sua vez matam ortodoxos, esses matam judeus e vice-versa... Sem contar que budistas, espíritas e todas as outras pessoas com crenças diferentes da do grupo armado dominante em determinado local serão prontamente eliminadas.
Na Síria hoje se determina o futuro do ecumenismo.
Noticia-se que os rebeldes já concentram mais de 40.000 homens nesta região estratégica, onde existem também diversas fortificações do exército sírio.
Circulam rumores de que a Arábia Saudita (sunita) teria enviado um aviso ao Hezbolah (xiita) para que não se envolva na luta ao lado do exército sírio, sob pena de levar o conflito para dentro do Líbano nas àreas de predominância xiita ( de onde se origina o Hezbolah ).
A luta na Síria definitivamente tomou configuração sectario-religiosa. Isso provavelmente vai envenenar a convivência entre todos os muçulmanos.
Para nós parece tão absurdo quanto católicos matarem protestantes que por sua vez matam ortodoxos, esses matam judeus e vice-versa... Sem contar que budistas, espíritas e todas as outras pessoas com crenças diferentes da do grupo armado dominante em determinado local serão prontamente eliminadas.
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- Bourne
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Re: SYRIA
Os muçulmanos se mantem a centenas de anos. Eles nunca foram uma unidades. O que rege os conflitos são interesses conflitantes de grupos que podem usar a religião e denominação para se fortalecer e justificar. Como também, o ocidente não é unidade por serem cristãos.
Os sauditas são agressivos e querem montar aliados no oriente e tem apoio do ocidente. A aliança Síria, hezbolah e Irã é a tentativa de uma aliança defensiva. A instabilidade na região não vai parar. É só o começo e questão de tempo que comecem os conflitos em outro país ou para o norte da África.
Bem vindo a nova ordem mundial e o redesenho do oriente médio e áfrica. Sem ninguém que possa dar um grito e impor um acordo negociado. Diferente de outros tempos, EUA e Rússia (antes URSS) não vão dar grito nenhum, apenas observar a distância.
Os sauditas são agressivos e querem montar aliados no oriente e tem apoio do ocidente. A aliança Síria, hezbolah e Irã é a tentativa de uma aliança defensiva. A instabilidade na região não vai parar. É só o começo e questão de tempo que comecem os conflitos em outro país ou para o norte da África.
Bem vindo a nova ordem mundial e o redesenho do oriente médio e áfrica. Sem ninguém que possa dar um grito e impor um acordo negociado. Diferente de outros tempos, EUA e Rússia (antes URSS) não vão dar grito nenhum, apenas observar a distância.
- Sterrius
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Re: SYRIA
Cristão libaneses estão torcendo por Assad.
A região que romeo falou é a região de Qalamoun. Parece que essa batalha não é tão imimente assim e está planejada apenas pro inverno.
Mas a interesse grande do Assado em tomar Qalamoun, pois se ocorrer os rebeldes perderão sua principal rota de suprimentos e sem suprimentos é questão de tempo pra serem derrotados.
E apenas a ameaça de perder a posição garante a assad que os rebeldes tem que manter a região bem defendida. Menos soldados em outras áreas.
A região que romeo falou é a região de Qalamoun. Parece que essa batalha não é tão imimente assim e está planejada apenas pro inverno.
Mas a interesse grande do Assado em tomar Qalamoun, pois se ocorrer os rebeldes perderão sua principal rota de suprimentos e sem suprimentos é questão de tempo pra serem derrotados.
E apenas a ameaça de perder a posição garante a assad que os rebeldes tem que manter a região bem defendida. Menos soldados em outras áreas.
- LeandroGCard
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Re: SYRIA
Também vejo assim, embora a imprensa ocidental tenda a insistir justamente no contrário.Bourne escreveu:Os sauditas são agressivos e querem montar aliados no oriente e tem apoio do ocidente. A aliança Síria, hezbolah e Irã é a tentativa de uma aliança defensiva.
Agora, tirando a região do sudoeste da Ásia onde ainda existe um cinturão xiita para conter as ambições sauditas, o restante do mundo muçulmano ocidental (restante do OM e África) não tem nenhuma proteção, muito pelo contrário, composto por uma maioria de países relativamente pobres suas populações ficam totalmente à mercê dos prepostos da casa de Saud, que lhes trazem petrodólares e discursos inflamados do islamismo mais ortodoxo, muitas vezes radical. Daí é o que temos visto nos últimos anos, ações cada vez mais incisivas de grupos muçulmanos de tendência extremista para tomar o poder em países árabes e africanos.
Se a tendência continuar e estes regimes se estabelecerem em breve uma grande parte do norte da África e do Oriente Médio se transformarão em um grande Afeganistão sob uma multiplicidade de talibãs, e aí quero ver se os países ocidentais e principalmente europeus vão gostar de ter este povo praticamente como vizinhos, com apenas a poça do Mediterrâneo a separá-los.
Leandro G. Card
- rodrigo
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Re: SYRIA
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Re: SYRIA
Entenda como Assad tem vencido a Guerra da Síria
Bashar al Assad está vencendo a Guerra da Síria. Ninguém discute isso atualmente. E como ele conseguiu atingir este objetivo? Como sempre afirmo, vale a pena ler o livro “The Dictator’s Hand Book”, do cientista político Bruce Bueno de Mesquita, um dos maiores especialistas em teoria dos jogos dos EUA.
Primeiro, Assad soube manter os seus “essenciais”, que são o grupo de pessoas ou da sociedade fundamentais para a manutenção de um regime autocrático. No caso da Síria, o Partido Baath, a elite mercantil de Damasco e Aleppo e as Forças Armadas, além dos aliados externos Rússia, Irã, Iraque e Hezbollah.
Caso tivesse tentado alterar qualquer um dos pontos desta equação, Assad provavelmente teria caído do poder. Seria impossível o líder sírio permanecer no comando sem o apoio de todos estes atores. As regalias para estes grupos foram mantidas, ainda que em detrimento da maior parte da população.
Em segundo lugar, Assad soube determinar a equação para insatisfação popular. Pessoas saem às ruas quando imaginam que, no lugar de um regime autocrático, entrará outro superior, mais democrático. Além disso, não haverá riscos para as suas vidas com as manifestações. Foi o que ocorreu na Tunísia e no Egito, quando o Exército se comprometeu a não reprimir os protestos.
As minorias religiosas na Síria, como os cristãos, os drusos e os alauítas perceberam que, para eles, a oposição, controlada por sunitas mais conservadores, seria pior. Assad, com todos os seus defeitos, sempre garantiu uma liberdade religiosa bem superior a todos os países árabes, similar apenas ao Líbano na região.
A elite sunita sempre esteve com ele por ser beneficiada como um dos pilares do regime. A classe média de Damasco viu o que aconteceu em Aleppo e avaliou ser melhor permanecer com Assad do que virar a nova Bagdá.
As camadas mais baixas anti-Assad viram que protestar e lutar contra Assad poderia resultar em morte. Alguns preferiram lutar e morrer. Outros preferiram buscar refugio em países vizinhos. E alguns optaram por não se envolver no conflito.
Por último, conforme já deixei claro aqui algumas vezes, Assad é popular. Não é algo apenas da Síria. No Chile, Pinochet desfrutava de enorme popularidade. Muitos sírios genuinamente gostam de seu líder e muitos diplomatas e analistas apostam em uma vitória dele, caso eleições democráticas sejam convocadas.
Estadao
Bashar al Assad está vencendo a Guerra da Síria. Ninguém discute isso atualmente. E como ele conseguiu atingir este objetivo? Como sempre afirmo, vale a pena ler o livro “The Dictator’s Hand Book”, do cientista político Bruce Bueno de Mesquita, um dos maiores especialistas em teoria dos jogos dos EUA.
Primeiro, Assad soube manter os seus “essenciais”, que são o grupo de pessoas ou da sociedade fundamentais para a manutenção de um regime autocrático. No caso da Síria, o Partido Baath, a elite mercantil de Damasco e Aleppo e as Forças Armadas, além dos aliados externos Rússia, Irã, Iraque e Hezbollah.
Caso tivesse tentado alterar qualquer um dos pontos desta equação, Assad provavelmente teria caído do poder. Seria impossível o líder sírio permanecer no comando sem o apoio de todos estes atores. As regalias para estes grupos foram mantidas, ainda que em detrimento da maior parte da população.
Em segundo lugar, Assad soube determinar a equação para insatisfação popular. Pessoas saem às ruas quando imaginam que, no lugar de um regime autocrático, entrará outro superior, mais democrático. Além disso, não haverá riscos para as suas vidas com as manifestações. Foi o que ocorreu na Tunísia e no Egito, quando o Exército se comprometeu a não reprimir os protestos.
As minorias religiosas na Síria, como os cristãos, os drusos e os alauítas perceberam que, para eles, a oposição, controlada por sunitas mais conservadores, seria pior. Assad, com todos os seus defeitos, sempre garantiu uma liberdade religiosa bem superior a todos os países árabes, similar apenas ao Líbano na região.
A elite sunita sempre esteve com ele por ser beneficiada como um dos pilares do regime. A classe média de Damasco viu o que aconteceu em Aleppo e avaliou ser melhor permanecer com Assad do que virar a nova Bagdá.
As camadas mais baixas anti-Assad viram que protestar e lutar contra Assad poderia resultar em morte. Alguns preferiram lutar e morrer. Outros preferiram buscar refugio em países vizinhos. E alguns optaram por não se envolver no conflito.
Por último, conforme já deixei claro aqui algumas vezes, Assad é popular. Não é algo apenas da Síria. No Chile, Pinochet desfrutava de enorme popularidade. Muitos sírios genuinamente gostam de seu líder e muitos diplomatas e analistas apostam em uma vitória dele, caso eleições democráticas sejam convocadas.
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Re: SYRIA
Alguns links sobre o envolvimento da Arabia Saudita na inssurgência síria...
http://translate.googleusercontent.com/ ... cB66UCCmnQ
http://translate.googleusercontent.com/ ... KvF2E8nMcg
http://translate.googleusercontent.com/ ... cB66UCCmnQ
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